Redação sobre preconceito linguístico no Brasil: exemplos e modelos de textos prontos

Publicado em 26.01.2024 por Juliana N. Tempo de leitura: 12 minutos

O tema da redação do ENEM costuma contemplar assuntos e problemas da sociedade brasileira, tendo em vista seu caráter sociocultural. Dentre esses assuntos da redação, podemos encontrar o preconceito linguístico, um tema atual, pertinente e muito importante de ser discutido. Mesmo o Brasil sendo fruto de uma grande miscigenação, e rico em diversas culturas, o preconceito com relação às variações linguísticas existe e a discriminação acontece.

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Variação linguística e preconceito linguístico no Brasil

Como dissemos anteriormente o Brasil se originou a partir de uma grande miscigenação, e é rico em comportar uma diversidade de culturas, com essas culturas vêm as variações linguísticas, e com elas o preconceito com sotaque. O preconceito social com aqueles que usam de terminologias regionais é motivo de exclusão social, mas não devia ser assim.

Jogue uma pedra aquele que durante a sua vida nunca escutou ninguém chamar o outro de jeca tatu, ou até mesmo já chamou alguém dessa maneira. Alguém? Se você já presenciou essa situação, sabe que o motivo de ter chamado alguém de jeca tatu provavelmente veio por essa pessoa ser um residente da zona rural.

Para quem não conhece o personagem Jeca Tatu foi criado por Monteiro Lobato e simbolizava um trabalhador rural, cuja falta de acesso à educação, ocasionou a sua falta de conhecimento da norma culta da língua portuguesa. Jeca simboliza apenas mais um cidadão que foi esquecido à margem pelo Poder Público, com seus direitos humanos básicos negados, virou motivo de piada pela classe social dominante.

Segundo o Wikipedia, o personagem:

Jeca Tatu é um personagem criado por Monteiro Lobato em sua obra Urupês, que contém 14 histórias baseadas no trabalhador rural paulista. Simboliza a situação do caipira, abandonado pelos poderes públicos brasileiros, às doenças, ao atraso econômico, educacional e à indigência política.

Monteiro costumava dizer que Jeca não era assim, ele estava assim. Uma afirmação que incomodou bastante alguns indivíduos, apontando a segregação social não somente com relação ao tema preconceito linguístico, mas também levantando uma discussão sobre o controle social do período colonial.

A redação sobre preconceito linguístico no Brasil oferece a oportunidade de discutir as formas de discriminação baseadas nas diferentes variantes linguísticas presentes em nosso país. É importante ao falar de preconceito linguístico no Brasil redação pronta abordar as consequências negativas desse preconceito e promover a valorização de todas as formas de expressão linguística. Além disso, é fundamental incentivar a reflexão sobre a diversidade linguística e a importância de respeitar e valorizar as diferentes formas de falar, reconhecendo que todas elas são igualmente válidas e ricas culturalmente. A redação pode ser um espaço para combater estereótipos e desconstruir ideias preconceituosas, promovendo uma sociedade mais inclusiva e respeitosa.

Exemplos de preconceito linguístico

Exemplos de preconceito linguístico

Preconceito linguístico é um tema atual, pertinente e muito importante de ser discutido. Fonte: unsplash.com

O preconceito com relação à fala, advém do fato do interceptor achar que o interlocutor não se manifesta da “forma correta”. Acontece que a diversidade cultural existente em nosso país, cria uma dinâmica textual extensa, abrangendo não somente a gramática normativa, mas uma série de gírias, expressões e regionalismos que compõem a linguagem dos falantes do português.

É de extrema importância estudar o tema do preconceito linguístico para compreender as diversas variedades linguísticas presentes em nossa sociedade e começar a entender como acabar com o preconceito linguístico no Brasil. Redação explorando esse assunto, possibilita abordar a valorização da diversidade linguística, a desconstrução de estereótipos e a promoção da inclusão linguística, garantindo que todas as formas de expressão sejam respeitadas e valorizadas.

Essa diversidade ultrapassa o conhecido como padrão da língua, porém para os preconceituosos nada que não esteja em conformidade com a “norma padrão” é válido e essas são as causas do preconceito linguístico, a não aceitação do diferente, a não validação da existência de outras culturas.

Vejamos alguns tipos de preconceito linguístico abaixo:

  • Fazer chacota por causa do sotaque de alguém como o do baiano, paulista, carioca;
  • Gozação com pessoas que praticam o vício de linguagem, como por exemplo o uso de termos como vasculhante, poblema, tauba, e outros;
  • Achar que o uso do tu está incorreto e o certo é somente você;
  • Acreditar que o nome dos objetos em diferentes lugares está incorreto, como biscoito e bolacha, macaxeira e aipim;
  • Chamar de jeca e de roceiro pessoas que vem da zona rural;
  • Acreditar que o português correto é só o de Portugal;
  • Acreditar que a simplificação da linguagem é um erro;
  • Dentre outros.

Nesse sentido, como se pode notar o preconceito surge de uma intolerância com o diferente, do não entendimento entre os falantes e da convicção de que só é certo o que você próprio está dizendo. A sociedade brasileira é rica em sua língua, e entender que dentro dela existem diferenciações, regionalismos, gírias e expressões é um passo para o avanço da sociedade.

Dados sobre preconceito linguístico no Brasil

Não é preciso trazer números para que se demonstre o quanto o preconceito linguístico é notório no Brasil, basta olhar para o lado ou prestar um pouco mais de atenção nas conversas nas rodas de amigos, ou até mesmo em sua própria fala. Pois, queira ou não em algum momento da vida você pode já ter cometido o preconceito linguístico.

Isso porque, como todo preconceito, ele advém da sensação de superioridade de um indivíduo com relação ao outro. Da crença de que se é superior porque se fala de determinada forma, ou porque seu sotaque é daquele jeito e etc. Um exemplo claro de preconceito é encontrado na relação entre moradores do Sul e do Norte e Nordeste do país.

De acordo com o ponto de vista dos moradores do Sul, a linguagem utilizada por eles é mais correta do que a dos moradores do Norte/Nordeste. Acreditam que fazem melhor uso da língua portuguesa, e através desses argumentos encontram motivos para subjugarem e inferiorizam o dialeto do Norte/Nordeste.

Esse fato é tão claro e cristalino que podemos observá-lo até mesmo nas produções cinematográficas. O escritor Marcos Bagno, retratou esse preconceito em seu livro Preconceito Linguístico, extraímos uma citação do texto que demonstra a construção do preconceito nos personagens retratados:

Dados sobre preconceito linguístico no Brasil

Fonte: vermelho.org.br

Nesse resumo do livro Preconceito Linguístico, Marcos Bagno deixa claro a indignação dos nordestinos quanto a discriminação solapada de liberdade de expressão. Imperioso ressaltar que, a língua portuguesa é extensa e abarca algumas variações, essas variações não devem ser consideradas erros, mas sim parte da língua. Devendo ser respeitadas e acolhidas.

Exemplo de tirinha de preconceito linguístico

Não é difícil encontrar exemplos para demonstrar em sua redação nota mil sobre preconceito linguístico. Afinal, a situação é tão costumeira que é retratada em todos os lugares. Nesse exemplo da Turma da Mônica, desenvolvida por Maurício de Souza, podemos encontrar o personagem Chico Bento, que é da zona rural sofrendo preconceito linguístico por parte de sua professora de português.

Exemplo de tirinha de preconceito linguístico

Turma da Mônica, desenvolvida por Maurício de Souza, é um exemplo de tirinha de preconceito linguístico.

O personagem Chico Bento, utiliza expressões que são próprias de pessoas que vivem nessas regiões como:

Reginalismos Vícios de linguagem
“quar” “mais” a troca do mas sem a presença do “i”, o que significa porém
“sabê” pelo mais com a presença do “i”, que significa adição.

Nessa tirinha podemos detectar o problema do preconceito, e como ele vem até mesmo de pessoas que deveriam exercer o papel de educador, no caso dos professores. O preconceito linguístico e seus efeitos podem começar ainda cedo na vida do indivíduo em casos como esse.

Consequências do preconceito para o texto sobre preconceito linguístico

As consequências do preconceito linguístico são as piores possíveis, ela põe à margem uma parcela da população, pelo simples fato de alguns indivíduos acreditarem que só existe uma forma correta de se expressar, com base nessa afirmativa chula esses mesmos indivíduos acreditam-se estarem no direito de discriminar os demais. Justamente por este motivo, essa proposta de tema para o texto dissertativo é tão importante, pois ela permite que se abra um debate sobre os efeitos desse preconceito, bem como formas de enfrentamento.

  • Vejamos algumas consequências que esse problema traz para a sociedade:
  • Abalo enorme a autoestima, com o consequente afastamento social
  • Medo de falar em público para não ser motivo de chacota
  • Sensação de ser inferior, de não ser capaz, nem inteligente, com a consequente evasão escolar
  • Crença de que a língua portuguesa é difícil e que o uso correto pertence aos ricos

O que fazer e o que não fazer nos textos das redações

O que fazer O que não fazer
  • Fazer um resumo sobre preconceito linguístico no primeiro parágrafo
  • Iniciar a redação do ENEM sem apresentar propriamente o tema
  • Utilizar os textos de apoio para identificar possíveis argumentos
  • Apenas escrever seguindo um modelo de redação do ENEM
  • Desenvolver argumentos e contra argumentos de forma objetiva
  • Divagar sobre ideias excessivamente abstratas que fogem da proposta
  • Apresentar uma possível solução para o problema retomando os argumentos anteriores que leve em consideração os direitos humanos
  • Concluir o texto ignorando a norma padrão de conclusão para redação do ENEM

Estrutura da dissertação

A estrutura de uma redação consiste em três etapas básicas, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Essa é a forma de estruturar uma redação utilizada no ENEM e é um bom modelo a ser seguido em redação dissertativa-argumentativa independente do tema. Vejamos o passo a passo usando o tema de redação sobre preconceito linguístico como exemplo:

Passo 1:

Introdução

Esse é o momento de contextualizar o leitor acerca do tema que está descrevendo. No caso de redação sobre preconceito linguístico é importante descrever de forma resumida e objetiva o que é preconceito linguístico e os seus efeitos, podendo utilizar a técnica de imaginar que o leitor não sabe do que se trata o seu texto e a sua introdução tem o papel de apresentar todas as principais informações relevantes sobre o tema.
Passo 2:

Desenvolvimento

Ao longo do desenvolvimento você deve apresentar seus argumentos relacionados ao tema. Aqui você pode falar sobre assuntos como o preconceito linguístico na escola e o preconceito linguístico no mercado de trabalho e como afetam diversos indivíduos.
Passo 3:

Conclusão

Ao chegar na conclusão, para ter uma redação nota 1000, é essencial que seja apresentada uma possível solução para o problema foco do texto. Esse parágrafo vai garantir que a situação problema apresentada na introdução e expandida no desenvolvimento tenha uma resolução satisfatória.

Seguindo essas dicas de estrutura fica mais fácil limitar a maneira de desenvolver o seu texto de uma maneira que facilite a discussão de informações seguindo o modelo que tem melhor desempenho de nota no país.

Exemplo preconceito linguístico no Brasil (redação pronta)

Trouxemos aqui alguns exemplos para você ter uma ideia de como escrever uma redação sobre o tópico proposto. Perceba, que os textos têm em comum a estrutura mencionada acima, composta de introdução, desenvolvimento e conclusão. Vejamos:

  • Nesse exemplo a redação faz menção ao personagem Jeca, o que serve para enriquecer o texto;
  • Essa outra redação, traz como exemplo a obra de Marcos Bagno, ao citar outros autores para corroborar a sua própria opinião você estará enriquecendo o texto;
  • Essa redação, ao final traz soluções que o autor acredita que são formas de resolver o problema em questão;
  • Essa redação traz como exemplo uma canção de Luiz Gonzaga;
  • Essa redação faz um link entre a obra de Carlos Drummond de Andrade e o preconceito, mostrando o quanto infelizmente esse instituto está enraizado na sociedade;
  • Essa outra redação, traz a obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas demonstrando a vida do nordestino.

Confira neste vídeo: redação pronta sobre preconceito linguístico (ENEM)

Nossa ajuda na redação do ENEM

Se você está tendo problemas para fazer a redação do ENEM, precisa de ajuda com algumas propostas de temas, ou até mesmo com a estrutura das redações dos vestibulares, entre em contato conosco. Após o contato, um de nossos profissionais irá responder e tirar todas as suas dúvidas.

Esperamos que tenham gostado das nossas dicas e sugestões, a língua portuguesa é rica em diversidade cultural, respeitar essas diferenças faz parte da vivência em sociedade. O Brasil assegura a todo homem os direitos humanos, e entre eles está o de uma vida digna, essa proposta de redação serve justamente para demonstrar que infelizmente esse modelo de bem-estar não está funcionando.

Assim, esperamos que como nosso leitor, em sua prova do ENEM você debata acerca do acesso à educação de qualidade no Brasil, e como consequência dessa falta de acesso advém o problema do preconceito linguístico. Um abraço, boa sorte, até a próxima.

Perguntas frequentes

O que é preconceito linguístico?

O preconceito linguístico nada mais é do que a crença de que existe dentro da língua portuguesa a superioridade dela, e que existe apenas uma forma de se expressar corretamente, enquanto as demais são completamente erradas. Com base nessa crença acreditam que o uso de regionalismos, expressões próprias de cada cidade, são erros grosseiros, bem como tratam como “errado” qualquer outra expressão que não atenda a norma culta da língua.

Como se pode intervir na questão do preconceito linguístico no Brasil?

Os caminhos para o combate ao preconceito linguístico no Brasil são com base em diálogos e através do ensino. Para acabar com o preconceito somente a via da educação e conscientização são eficazes. Infelizmente esse tipo de preconceito está enraizado em nossa sociedade e a mudança é gradual e leva tempo.

Como começar uma redação sobre preconceito?

Faça uma introdução contextualizando esse preconceito, permitindo que o leitor entenda sua origem. Após abordar o problema sob a ótica de toda a sociedade e não apenas de parcelas, descreva e explique porque o preconceito não deve mais ter lugar na sociedade e aponte o dilema que temos pela frente para enfrentar esse problema.

Por que o preconceito linguístico é errado?

O preconceito linguístico causa a exclusão de alguns indivíduos, além de sérios danos à autoestima e confiança da pessoa, que se sente inferior e incapaz, muitas vezes simplesmente por ter um sotaque diferente. Essas pessoas se sentem abaladas, rechaçadas e hostilizadas, levando a um afastamento da vida social e uma série de outras consequências. Por isso, a correção desse comportamento que por muitas vezes está enraizado profundamente no cotidiano cabe a cada um de nós.

Quais são as causas e consequências do preconceito linguístico no Brasil?

O preconceito linguístico e exclusão social estão bastante relacionados, com os problemas relacionados ao preconceito linguístico no Brasil tendo origem nas elites econômicas, políticas e intelectuais que o utilizam como ferramenta de segregação social. Suas principais consequências são a dificuldade de integração e perpetuação da desigualdade social no país.

Como acabar com o preconceito linguístico no Brasil?

A ligação da suposta preservação da linguagem escrita e preconceito linguístico é um problema a ser resolvido, porém para acabar com o preconceito linguístico e seus efeitos é necessário conscientizar a população sobre a importância de respeitar diferenças linguísticas e ressaltar a importância da língua como ferramenta de comunicação acima de suas regras.

Quais são os filmes sobre preconceito linguístico?

Um filme com um bom exemplo de preconceito linguístico na sociedade brasileira é “Que horas ela volta?”, focando em como a população nordestina é vítima desse tipo de preconceito e como essa prática é normalizada. Para um exemplo no exterior existe a comédia estadunidense “Desculpe te incomodar” que fala sobre a relação entre racismo e preconceito linguístico, sendo uma boa opção para quem quer expandir seus conhecimentos no assunto.

Checklist da redação do ENEM

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Juliana N

Autora do Studybay

Meu nome é Juliana, sou Bacharel em Filosofia pela IFCH e pós-graduada em Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. Tenho experiência grande com artigos, trabalhos acadêmicos, resumos e redações com garantia antiplágio.