A questão das citações é sempre envolta de muita polêmica, muitos estudantes temem fazer citações por medo de que pareça plágio, mas são conceitos diferentes. Para que se caracterize um plágio é necessário que você copie os trabalhos de outros autores e cole no seu texto da exata forma que ele escreveu, sem dar o crédito a esse autor.
Mas aí você pergunta: mas fazer citações no texto não é exatamente isso? Copiar trechos de outros autores, inseri-los em seu próprio conteúdo e organizar de maneira cronológica? Sim, é isso mesmo! Então qual a diferença entre um e outro? A diferença meus caros, está em dar o crédito a esse autor de quem você copiou, referenciar este autor. Toda a base do referencial teórico é justamente essa, você usar outros autores para embasar a sua opinião, mas dando referência em seu texto a esse autor.
Há também uma pequena ressalva, a pesquisa bibliográfica é feita somente de citações, mas o referencial teórico não é composto somente delas, como dissemos ela é a base que serve de embasamento para sua própria opinião. Uma dica aqui é que a parte do texto que cabe a você escrever, poderá ser comentários sobre a opinião do autor.
Desse modo, citação nada mais é do que você extrair uma informação pertinente a seu conteúdo de outra localidade e inseri-la em seu texto, dando crédito ao autor original. Elas podem ser diretas ou indiretas. As citações diretas são caracterizadas pela cópia exata dos trechos de outros autores e a inserção deles em sua pesquisa.
Já as citações indiretas é você descrever o pensamento de alguém, mas com suas próprias palavras. Há ainda a citação de uma citação, na qual você não pega o trecho do autor original, mas sim de um outro autor que citou o original. Muito importante em todas elas é o crédito ao autor do trecho citado. Com relação ao tamanho das citações, essas são divididas em curtas e longas.
As curtas possuem até três linhas, elas são inseridas no próprio parágrafo do texto e são identificadas por virem dentro de aspas. As longas por sua vez possuem mais de três linhas, e ficam em um parágrafo próprio e destacado, com letras tamanho 10, sem aspas, e recuo de 4cm a esquerda. Nos dois tamanhos de citação há uma referência ao autor do trecho, o último nome desse aparece em parênteses, junto com o ano da publicação e a página em que o trecho pode ser encontrado.
Bem, agora que já falamos um pouco sobre o que é e como são apresentadas as citações, nada melhor do que trazer um exemplo para demonstrar de forma clara como são as citações no desenvolvimento do trabalho.
Exemplos de citação direta longa:
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[...] Resolver essa questão parece ser cada vez menos importante; o que acabamos por deduzir a partir dessas discussões é que nenhuma cultura ou país pode reivindicar a propriedade dos quadrinhos. A propensão em contar histórias com figuras, combinando imagem e texto, parece universal: A Coluna de Trajano, pergaminhos asiáticos, tapeçarias medievais e retábulos, os jornais broadsheet do século XVIII e as gravuras japonesas feitas a partir de pranchas de madeira podem sem sombra de dúvida ser identificados como “pré-história” dos quadrinhos. Se, como também sem deixar dúvidas, as histórias em quadrinhos vieram à tona por meio trabalho do caricaturista suíço Rodolphe Töpffer, do mangá do pintor japonês Hokusai, da série britânica Ally Sloper e da explosão dos funnies dos jornais norte-americanos no final do século XIX e início do século XX, fica claro, no entanto, que seja lá como alguém deseje definir a gênese dos quadrinhos, ela é profundamente transnacional. Ainda que eles tenham se desenvolvido em grande medida de maneira independente, em culturas separadas por oceanos e por barreiras linguísticas, sempre houve influências transculturais e transnacionais. Assim, os estilos dasbandes déssinées franco-belgas e do mangá japonês dos anos de 1920 e 1930 foram influenciados em parte pelas tiras cômicas norte-americanas importadas, cujo estilo linear recebeu influência da ilustração do art nouveau francês, cujas raízes podem ser atribuídas em parte às gravuras japonesas que haviam chegado a Europa no século XIX. (MAZUR; DANNER, 2014 p. 7).
Importante aspecto que a literatura fornece à discussão do direito é a capacidade de pontuar questões específicas que seriam outrora inacessíveis ao agente do direito. O potencial dessa função é surpreendente devido ao exaustivo exercício de alteridade que a literatura impõe ao seu leitor. Antes abandonado com a mecanização e a tecnização prática do direito, esse exercício de alteridade aproxima os casos jurídicos dos casos literários, revelando aos agentes do direito a subjetividade específica de cada caso. Sob essa perspectiva, a literatura fornece ao direito um reconhecimento daquilo que é sentido e vivido pelos receptores dos sistemas legais. (SIQUEIRA, 2011, p. 41)
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Nesses tipos de citação, como elas são feitas em parágrafos a parte é interessante que após transcrever o trecho do autor original, o autor do trabalho acadêmico comente um pouco sobre o que foi dito na citação, a sua opinião sobre a opinião do autor original. Evitando assim que fique uma citação colada na outra, e atendendo o requisito de quantidade de texto.
Exemplo de citação direta curta:
Isto posto, o escritor desenvolveu uma definição, que embora não seja definitiva, é a que mais tem sido aceita hoje entre os pesquisadores, a qual dispõe que as “histórias em quadrinhos são imagens pictóricas e outras justapostas em sequência deliberada destinadas a transmitir informações e/ou produzir uma resposta no espectador.” (McCloud, 2005, p.9)
A forma estatal vigente é pautada pela regulação do governo e do poder pelo Direito, em face de maximizar a proteção e respeito da pessoa humana e seu plexo de bens. Tem por diretriz basilar a Constituição, figurando esta como responsável por limitar o poder estatal, instaurar e manter a ordem. Isto posto, Nina Ranieri (2013, p.124) esclarece que "No Estado Democrático de Direito, a Constituição é o instrumento pelo qual os fins do Estado e as maneiras de realizá-los são expressos".
Percebam que na citação direta curta o trecho aparece no parágrafo, e é identificado pelas aspas, além disso abre-se um resumo das palavras que virão dos autores originais. São utilizados conectivos para introduzir o trecho transcrito, como por exemplo: assim dispõe, aduz, relata fulano, consoante, conforme e muitas outras mais.
Exemplos de citações indiretas:
Doravante, o avanço social só fora melhorando as imagens e a técnica narrativa utilizadas nos quadrinhos, culminando nos atuais moldes das HQ’s, (RADHE, 1996). Por conseguinte, insta trazer à baila um breve relato da história de um dos criadores do personagem em pauta, a qual não deixa de ser também a gênese do herói. Sendo assim, retrataremos Stanley Martin Liebermais conhecido como Stan Lee, nascido em 28 de dezembro de 1922.
Stan, não teve uma infância fácil. Seu pai, Jack, era alfaiate, passou a maior parte da infância de Stan desempregado, vivia debruçado sobre os classificados e brigando com Celia, mãe de Stan. O jovem escapava da realidade difícil da infância, através das leituras vorazes e do cinema. Com o tempo se interessou em aprender oratória, e a participar de concursos de redação (HOWE, 2013).
Um pouco mais à frente o Demolidor se muda para São Francisco, assumindo uma parceria no combate ao crime com a Viúva Negra, que vem a ser sua nova namorada. Algum tempo mais tarde, Matt rompe o relacionamento e a parceria com a Viúva Negra, voltando para Nova York. Nesse período o Rei do Crime, arqui-inimigo do Demônio da Cozinha do Inferno, tem a localidade nas mãos, possui policiais, juízes e políticos em sua folha de pagamento, além de todas as conexões do submundo (Bolivartrask, 2009).
Percebam que na citação indireta traz-se o pensamento do autor original, porém com suas próprias palavras, mas mesmo assim dá-se o devido crédito ao autor original. Esse tipo de citação é bastante interessante, perceba que nela só aparece entre parênteses o último nome e a data da publicação, não é necessário trazer a página, uma vez que você não está transcrevendo o conteúdo por completo.