Observação participante e não participante em pesquisa científica

Publicado em 22.06.2023 por Juliana N. Tempo de leitura: 7 minutos

Quando um pesquisador começa a desenvolver um projeto na área de Ciências Sociais, ele pode se ver frente a uma série de dúvidas sobre como começar a realizar a sua investigação. E, no caso de um trabalho de campo, ele pode ficar com dúvidas sobre como definir o melhor e o melhor método de observação em pesquisa, ou seja, se deve fazer uma observação participante ou não-participante. Neste artigo, vamos apresentar as definições e as principais características desses dois tipos de pesquisas. Além disso, vamos apresentar alguns exemplos e dicas de como escolher a mais adequada para o seu trabalho

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Trabalhos de campo

Trabalhos de campo

Para melhor compreender uma determinada comunidade ou grupo de pessoas, pode ser necessário um trabalho de observação participante ou não-participante. Fonte da imagem: unsplash.com

O trabalho de campo é um tipo de coleta de dados bastante usada em pesquisas na área das Ciências Sociais, sobretudo em Antropologia Social, Sociologia e Psicologia, no qual um pesquisador vai a campo para compreender como funciona a estrutura social de um determinado grupo de pessoas ou comunidade. De acordo com a Wikipedia,

​​Engloba a coleta e/ou registro de dados, caracteres, informações relativas ao fenômeno ou objeto de estudo. Diferencia-se das atividades executadas dentro de um laboratório de pesquisa.

Nesta pesquisa de observação, a imersão no dia a dia de grupos com hábitos, culturas e vivências completamente diferentes são captadas a partir do ponto de vista do pesquisador que, por sua vez, irá realizar um trabalho de reflexão e conexão com a teoria escolhida em seu planejamento de pesquisa.

Ou seja, dependendo dos métodos de captura dos dados e do prisma científico escolhido como arcabouço teórico, os pesquisadores poderão chegar a conclusões diferentes a partir dos mesmos fenômenos sociais observados.

Os trabalhos de campo podem ser de natureza participante como não-participante. Vamos conhecer mais sobre cada uma delas nos itens a seguir.

Observação participante

Nesta abordagem de pesquisa, chamada de participant observation em inglês, o pesquisador é um observador que se insere de fato no ambiente a ser pesquisado, convivendo com as pessoas as quais ele quer compreender mais a fundo. Ele se integra no dia a dia do grupo, passa a captar falas, registrar costumes, observar as estruturas de poder, compreender as relações de afeto. Tudo deve ser registrado de forma objetiva como forma de gerar subsídios para futuras reflexões na hora de se escrever o trabalho.

É um método que exige da pessoa que se insere um forte propósito de pesquisa, uma tolerância à diferença e um grande senso de observação das nuances das pessoas. Além disso, é importante ter conhecimentos sobre os instrumentos de observação mais adequados para o relatório em questão.

Pode ser do tipo natural e artificial:

Tipos de observação participante Descrição
Natural O pesquisador faz parte da comunidade que ele quer estudar e sua observação direta parte de um lugar já conhecido cultural e sociologicamente, sendo uma espécie de informante-chave para a construção do texto científico.
Artificial Aqui o investigador precisa se inserir em um novo contexto social para a realização do seu estudo, o que torna a adaptação mais lenta e difícil.

Dicas do que fazer e não fazer em uma observação participante

Para a realização deste tipo de pesquisa, os investigadores devem ser atentar às seguintes dicas do que fazer ou não fazer:

O que fazer O que não fazer
  • Permanecer no grupo por um período longo de tempo
  • Fazer uma pesquisa participante o com pressa, em um período curto de tempo
  • Acessar os detalhes mais íntimos da vida social das pessoas
  • Tecer observações rasas e gerais sobre as relações das pessoas da população
  • Respeitar a organização social no qual estão inseridos
  • Ser desrespeitoso com o que é diferente
  • Ter flexibilidade e habilidades de comunicação para promover sua plena integração ao grupo social
  • Estar fechado a novas relações com quem acolhe e não saber se adaptar a possíveis mudanças de abordagem ou a problemas da observação participativa
  • Usar técnicas de observação para tornar o trabalho o mais técnico e objetivo possível
  • Usar sua opinião ou o sentido que lhe parece mais lógico de forma discricionária

Observação não participante

Neste método de estudos de observação, os pesquisadores não estão em contato direto com os grupos a serem estudados. Acaba sendo menos comum, uma vez que eles não estão convivendo com a população estudada, apenas observando seus hábitos, problemas, relações e hierarquias de forma passiva. O público estudado não percebe que está sendo observado por um cientista.

Esse técnica pode se dar em:

  • Estações de transporte público
  • Cafés
  • Escritórios
  • Escolas
  • Discotecas

Exemplos de estudos de observação participante e não-participante

Exemplo de estudos de observação participante e não-participante

As relações sociais de um determinado conjunto de pessoas podem ser melhor compreendidas quando são captadas por pesquisadores treinados em tecnicas de observação. Fonte da imagem: unsplash.com

A seguir, elencamos alguns estudos possíveis a serem adotados seguindo uma metodologia de observação participante e não-participante:

Observação Participante

  • Observação das relações de poder nas comunidades de índios norte-americanos
  • Compreensão do dia a dia de uma escola que foi alvo de um massacre com armas de fogo
  • Tradições de um vilarejo de pescadores no Nordeste Brasileiro
  • O cotidiano de carcereiros trabalhando no maior presídio do Rio de Janeiro
  • As estruturas hierárquicas em um banco

Observação Não-Participante

  • Hábitos de consumo da classe média alta paulistana
  • Perfil de clientes de um café na área urbana
  • Relações de abuso contra as mulheres nos ônibus de São Paulo

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Fazer uma pesquisa exige planejamento e dedicação

Iniciar uma pesquisa científica exige do pesquisador não apenas a definição do tema, mas também um planejamento extensivo de como essa pesquisa ocorrerá, ou seja, o cientista social deve passar pelos principais processos de metodologia científica: quais são os seus objetivos, a justificativa de se fazer a pesquisa, as hipóteses e a forma que se dará a coleta de dados.

Como foi observado neste artigo, os dados de um trabalho de campo podem ser coletados de forma mais participativa ou menos, dependendo do escopo a ser estudado. Além disso, uma vez respondidas as perguntas de como a observação empírica será realizada, o estudante precisa compreender que será necessária dedicação para alcançar resultados razoáveis, seja para futuras avaliações, seja para o avanço da ciência como um todo.

Confira um vídeo com mais informações sobre observação participante

Perguntas frequentes

Quais os tipos de observação participante?

Ela pode ser de dois tipos principais: a natural, quando o pesquisador já faz parte da comunidade a ser estudada; e a artificial, quando ele se integra ao grupo a ser estudado apenas com o início da pesquisa.

Como se faz uma observação participante?

É importante que haja um conhecimento mínimo do grupo a ser estudado, estar aberto a participar das atividades, ter objetividade na retenção de informações, estar atento a cada situação que surja durante o período de coleta de dados e anotar ou gravar as observações.

Qual o objetivo fundamental da observação participante?

A ideia deste tipo de trabalho de campo é desenvolver o conhecimento científico sobre um determinado grupo de pessoas por meio da vivência, observação e aplicação da teoria acadêmica, compreendendo melhor a natureza das relações sociais que se estabelecem ali.

O que é observação participante e não participante?

A observação participante diz respeito àquele tipo de coleta de dados em que o pesquisador se insere de fato no grupo o qual ele deseja estudar. Na não-participante, o pesquisador não está presente efetivamente, mas coleta gravações de som e imagem para elaboração do estudo.

Quais as características da observação participante?

Nesta técnica de pesquisa que ocorre, sobretudo, no campo das ciências sociais, o investigador se insere dentro de uma comunidade e convive com o mesma, captando impressões, vivências, interesses e afetos de uma perspectiva interna.

Checklist para uma pesquisa de campo

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Juliana N

Autora do Studybay

Meu nome é Juliana, sou Bacharel em Filosofia pela IFCH e pós-graduada em Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. Tenho experiência grande com artigos, trabalhos acadêmicos, resumos e redações com garantia antiplágio.