O PAPEL DA ENFERMAGEM EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Enfermagem

Documento 1

Muito tem sido discutido acerca das mudanças necessárias para atender melhor às necessidades desse grupo etário. Este artigo se propõe a analisar as literaturas que discute o papel da(o) Enfermeira(o) nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) e a sistematização da assistência de enfermagem (SAE), que é uma atividade privativa desse profissional. Sendo assim, buscou-se artigos sobre a temática na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram encontrados 59 artigos com as palavras chaves usadas na busca (i. e. g. fármacos, acesso aos serviços de saúde, políticas públicas) contribuíram para o aumento da expectativa de vida (KEOGH-BROWN et al. O processo de envelhecimento juntamente com a velhice, resultam em uma série de situações que são consideradas particulares, que muitas vezes resultam em uma infinidade de limitações de ordem física e agravos patológicos (e.

g. doenças crônicas, doenças degenerativas), principalmente quando esses processos não ocorrem de forma saudável (NUNES et al. Born & Boechat (2006) destacam que a assistência geriátrica consiste em uma das principais funções desempenhadas por esses espaços, situação que se dá mediante as necessidades da clientela e o planejamento dos cuidados necessários. As ILPI possuem natureza não governamental ou governamental, além de caráter residencial e voltada para o atendimento de pessoas idosas (> 60 anos), que podem ou não contar com suporte familiar (ANVISA; 2005). Numa instituição desse tipo, todos os idosos precisam de Cuidados de Enfermagem para auxiliá-los em suas atividades cotidianas. No que se refere a atenção à saúde da população idosa nas ILPIs, a(o) Enfermeira(o) deve prezar pela manutenção da saúde dos idosos e a manutenção de uma vida ativa, assim como deve favorecer a independência dessa população em todos os sentidos (i.

e. A busca do material bibliográfico ocorreu entre os meses de julho e agosto de 2019, com os seguintes descritores: “envelhecimento”, “idoso”, “instituição de longa permanência para idosos”, e “enfermagem”. Para tanto, foram utilizadas expressões booleanas para a realização da busca, como pode ser evidenciado na Figura 1. As bases de dados pesquisadas foram LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Medline e BDENF (Base de dados em Enfermagem), bases pertencentes ao Portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os critérios de inclusão utilizados foram: (i) artigos completos, (ii) artigos escritos em língua portuguesa e (iii) publicados entre os anos de 2008 e 2016. Ressalta-se que os artigos duplicados foram considerados somente uma única vez durante o levantamento. REVISÃO DE LITERATURA Passador (2008) ressalta que a perda de habilidade observada nas pessoas idosas costuma seguir uma hierarquia, situação que envolve em um primeiro momento a realização de atividades instrumentais e posteriormente atividades básicas.

Sendo assim, os idosos costumam a ser direcionados para as ILPIs, instituições que podem atender as necessidades dessa população por meio do desenvolvimento de diversas atividades. As ILPI são espaços coletivos voltados para o atendimento de pessoas idosas que se encontram em uma situação de renda que configura carência e/ou mesmo sem apoio familiar, assim como buscam atender os idosos que possuem a sua independência comprometida e não conseguem realizar suas atividades diárias de forma satisfatória, demandando um cuidado prolongado (CAMARANO; KANSO, 2010). Em várias regiões do mundo, é possível verificar que os asilos tiveram a sua origem a partir de um serviço social voltado para o abrigo de idosos pobres e sem suporte familiar, principalmente aqueles que estavam vivendo em estado de mendicância.

Previamente a existência das ILPIs, os idosos costumavam a ser abrigados em asilos de mendicidade, juntamente mendigos, desempregados, crianças abandonadas e doentes mentais (BORN, 2005). Tal dispositivo é responsável por estabelecer o regulamento técnico no que se refere ao funcionamento das ILPIs caracterizadas pelo caráter residencial, bem como defini a necessidade da implementação de procedimentos nos diferentes níveis administrativos (i. e. União, Estados e Municípios) e deixa explícito a existência de penalidades no caso de possíveis descumprimentos (ANVISA, 2005). Ademais, outros mecanismos normativos que merecem destaque são: (i) a Política Nacional do Idoso e (ii) a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. A primeira política assegura os direitos sociais do idoso, prioriza o atendimento pela família (ao invés de ILPIs) e garante o acesso aos serviços de assistência em saúde (BRASIL, 1994).

Esse mesmo autor aponta que a(o) Enfermeira(o) assiste e investiga alterações na saúde e busca promover a independência do indivíduo, assim como supervisiona a equipe de enfermagem, lida com a elaboração/implementação dos prontuários dos idosos e se atenta a toda complexidade acerca do processo de envelhecimento. A enfermagem pode também prevenir a ocorrência de úlceras por pressão e suas complicações associadas através de uma assistência efetiva ao idoso institucionalizado (FREITAS et al. Uma das funções que também pode ser exercida pela(o) Enfermeira(o) é a identificação dos sinais que possuem relação com sintomas depressivos e orientar o planejamento associada a saúde mental dos idosos, além de identificar possíveis riscos de suicídio (TESTON; CARREIRA; MARCON, 2014).

De acordo com Teston, Carreira e Marcon (2014), a(o) Enfermeira(o) deve ter conhecimento do contexto social e familiar em que o idoso está inserido e identificar possíveis fatores de risco para poder realizar intervenções. Passador (2008) destaca como a incapacidade de o idoso promover o autocuidado incide em desiquilíbrios dos fenômenos de ordem vital. via certa, horário certo), bem como pode contribuir no aumento da adesão ao tratamento e verificar a necessidade de possíveis alterações da prescrição médica em função de efeitos adversos. Ademais, de acordo com esses mesmos autores, o diagnóstico de enfermagem através da realização do exame físico auxilia na elaboração do plano de cuidado e na verificação de possíveis problemas nutricionais.

De acordo com Tier (2006), a(o) Enfermeira(o) é conhecedora(o) das principais implicações do processo de envelhecimento, sendo assim, tal profissional deve identificar essas implicações e perceber quais sãos as necessidades apresentadas pelos idosos. Ainda nesse sentido, o profissional de enfermagem deve planejar as ações que poderão configurar uma melhor qualidade de vida aos idosos institucionalizados através de um cuidado individual e que favoreça a autonomia. Muitas vezes, a pessoa idosa acaba não expressando as suas vontades e/ou sentimentos, situação que pode ser agravada devido ao pouco tempo de superação (e. g. sentimento de impotência, isolamento social, falta de esperança, insatisfação) dos idosos (NUNES et al. Nunes et al. destacam ainda que, o profissional de enfermagem deve estar inserido na multidisciplinaridade, realizar a escuta qualificada durante o processo de cuidar e considerar os aspectos de ordem biopsicossociais e crenças dos idosos.

Nesse sentido, através das ações da enfermagem e a multidisciplinaridade, mudanças podem ser promovidas (PAULA; SILVA; SILVA, 2009). A enfermagem possui diversos campos de atuação, dentre eles, os cuidados com idosos vêm sendo uma área de trabalho em franco crescimento. Há diversos estudos na literatura analisando a atuação do profissional enfermeiro sobre diferentes ângulos na geriatria, todos de forma geral, descrevem que o enfermeiro contribui para melhorar a qualidade de vida e saúde dos idosos. O cuidado dos idosos institucionalizados é uma tarefa complexa e pode acarretar em sobrecarga de trabalho para a(o) Enfermeira(o), situação que demanda planejamento para que as necessidades dos idosos sejam atendidas (SILVA et al. O "envelhecimento ativo" somete se torna possível através de um trabalho conjunto que envolva diversos setores, situação que torna possível a potencialização de oportunidades que favorecem a promoção em saúde (KANASHIRO, 2012).

Através dos achados de Kanashiro (2012), é possível inferir que o profissional de enfermagem desempenha um importante papel na promoção do envelhecimento ativo e na participação do processo de planejamento das ILPI, bem como pode contribuir no que se refere a integração entre a família e o idoso, a gestão do cuidado e a melhoria da comunicação entre a equipe. Todavia, esses mesmos autores salientam como as ILPIs e os investimentos associados não acompanham o crescimento da população idosa brasileira, além da precariedade das ILPUs que atendem os idosos de baixa renda. Por outro lado, a institucionalização pode configurar uma alternativa para a pessoa idosa no que se refere a provisão de abrigo, provisão de cuidados, segurança e distância de possíveis conflitos familiares que possam estar ocorrendo na família, além de evitar a sua ida para às ruas (NUNES et al.

Porém, a solidão também pode estar presente entre os idosos institucionalizados (TESTON; CARREIRA; MARCON, 2014). Um outro fato que deve ser salientado é que o poder público costuma "enxergar" as ILPIs como um equipamento dotado de caráter social, mas não um equipamento voltado para à saúde (PASSADOR, 2008). Se tratando da família, geralmente quando institucionalizam um idoso, os familiares costumam buscar uma localidade que possui uma melhor configuração do que a residência na qual o idoso costumava a viver (RISSARDO et al. g. Demência, Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus) e, sendo assim, demandam maior atenção e tempo, diferentemente de um idoso que possui independência (NUNES et al. Os desequilíbrios enfrentados por esses indivíduos acabam resultando em necessidades que costumam ser refletidas através da tensão e busca pela satisfação de tais necessidades, processo que pode ocorrer de forma consciente ou não, e nos casos do não suprimento dessas necessidades, pode ocorrer o desenvolvimento de doenças (PASSADOR, 2008).

Borges et al. reforçam como a institucionalização do idoso pode acabar resultando no agravamento das alterações decorrentes do processo de envelhecimento e até mesmo doenças já existentes, situação que contribui para que ocorra o aumento da dependência do idoso. Enfermeiro, tec. de enf. aux. de enf. Escalas Utilizadas na Avaliação Geriátrica Ampla • Avaliação funcional: Índice de Katz para atividades da vida diária (AVD). O controle de atendimento e monitoramento das ações deve ser realizado através de triagem para checar informações a respeito do idoso, cada idoso tem seu prontuário. As instituições em geral possuem também um controle e no final de cada mês, faz se um relatório para avaliar os avanços e as dificuldades de cada idoso.

Na instituição os leitos são divididos entre as alas masculinas e femininas. Todos os idosos precisam de Cuidados de Enfermagem para ajudá-los em suas atividades cotidianas. É importante a figura de uma Enfermeira preparada para garantir toda segurança necessária, prover atenção, tratar sobre a mobilidade, auxiliar nos aspectos nutricionais, administrar medicações, entre outros cuidados que possibilitem uma saúde plena. Disponível em: < http://portal. anvisa. gov. br/documents/10181/2718376/RDC_283_2005_COMP. pdf/a38f2055-c23a-4eca-94ed-76fa43acb1df>. Acta paulista de Enfermagem, São Paulo, v. n. p. BORGES, C. L. V. org. Tratado de Geriatria e Gerontologia. ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. º 810, de 22 de setembro de 1989. Disponível em: < http://bvsms. planalto. gov. br/ccivil_03/leis/L8842.

htm>. Acesso em: 19 setembro de 2019. GONÇALVES, L. H. T. Acoplamento entre instituições de longa permanência para idosos e universidades. Rev. M. Envelhecimento ativo: uma contribuição para o desenvolvimento de instituições de longa permanência amigas da pessoa idosa. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. São Paulo, p. KEOGH-BROWN, M. n. p. out/dez. MEDEIROS, F. DE A. L. Processo Clinical Caritas em oficinas para cuidadores de idosos institucionalizados. Revista Brasileira de Enfermagem, v. n. p. Acesso em: 19 setembro de 2019. MIRANDA, G. M. D. et al. Kairós, p. OLIVEIRA, J. M. M. Diagnóstico/resultados e intervenções de enfermagem da CIPE® para a pessoa idosa institucionalizada. Rev. enferm. UFPE on line, p.

PASSADOR, M. B. I. Ações de enfermagem nas atividades multidisciplinares para o tratamento da depressão em idosos. Journal of Nursing UFPE on line, v. n. p. et al. Estresse e qualidade de vida em técnicos e auxiliares de enfermagem em instituições de longa permanência para idosos. Mundo saúde (Impr. p. SILVA, B. S. Sintomas depressivos em idosos: comparação entre residentes em condomínio específico para idoso e na comunidade. Revista Brasileira de Enfermagem, v. n. p.

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