ENFERMAGEM DO TRABALHO: a saúde do trabalhador na atenção básica

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Enfermagem

Documento 1

Foi visto que o ambiente ocupacional da enfermagem apresenta uma série de riscos à saúde do trabalhador, que na maioria das vezes são relegados a um segundo plano; no entanto, podem provocar alterações no bem-estar emocional do trabalhador levando-o a buscar formas para se adaptar à realidade laboral. Concluiu-se ao final do estudo que na atenção básica, os enfermeiros estão expostos a todos os tipos de riscos: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, sendo mais prevalentes os riscos físicos e ergonômicos, o que leva ao entendimento de que são necessários profissionais capacitados e em número suficiente para atender às demandas da área, além de ser importante primar pelo uso de EPIs e boas condições ergonômicas aos trabalhadores.

Palavras-chave: Doenças ocupacionais. Riscos ergonômicos. Enfermagem do trabalho. Estudos realizados acerca da relação da jornada de trabalho dos enfermeiros com o surgimento das patologias relacionadas ao estresse indicam que esses expertos possuem um ofício sobrecarregado e os excessos podem favorecer também o aparecimento de doenças mentais. Os enfermeiros possuem a característica de possuírem jornadas duplas de trabalho, quer pela busca pela recompensa financeira quer pela aquisição de conhecimento e, dessa forma, tenta desafiar as adversidades apresentadas pelo seu trabalho (FARIAS, 2011). A pesquisa feita por Sadir e Lipp (2009) no hospital público de Ribeirão Preto/SP entre o segundo semestre de 2011 e o primeiro semestre de 2012, tomou como objeto de estudo 131 enfermeiros distribuídos entre todos os setores e turnos de trabalho demonstrou que a média de carga horária da jornada de trabalho desses enfermeiros foi de 42 horas semanais, sendo que em alguns casos registrou-se até 78 horas semanais de trabalho, sendo que os funcionários da fundação foram contratados para trabalhar 36 horas por semana e os funcionários do Estado, 30 horas semanais.

O ambiente ocupacional da enfermagem apresenta uma série de riscos à saúde do trabalhador que vão desde os físicos, fisiológicos, ergonômicos, químicos e os psicológicos, que na maioria das vezes são relegados a um segundo plano; no entanto, podem provocar alterações no bem-estar emocional do trabalhador levando-o a buscar formas para se adaptar à realidade laboral (PROCHNOW et al. Feitas estas considerações iniciais, o presente estudo objetiva discutir as medidas mitigadoras para os riscos ocupacionais a que estão expostos os profissionais de enfermagem que atuam na atenção básica. Em 2002, iniciou-se o processo de construção da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), a partir da Portaria do Ministério da Saúde nº 1679/02 (BRASIL, 2002), com o objetivo de fortalecer a saúde do trabalhador no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, representando o aprofundamento da institucionalização, consolidando os meios e as condições para o estabelecimento de uma política de estado (BRASIL, 2009).

Desta forma, articulou-se a concepção de uma rede nacional, cujo eixo integrador é a rede regionalizada de Centos de Referência de Saúde do Trabalhador (CRSTs), localizados em cada uma das capitais, regiões metropolitanas e municípios sede de pólos de assistência, das regiões e micro-regiões de saúde, com a atribuição de dar suporte técnico e científico às intervenções do SUS no campo da saúde do trabalhador, viabilizando uma estratégia de disseminação das ações em saúde do trabalhador em toda rede de serviços do SUS (BRASIL, 2009). A desarticulação e a superposição das ações desenvolvidas pelos Ministérios do Trabalho, Previdência Social, Saúde e Meio Ambiente passaram a ser um grande desafio para que a saúde do trabalhador tivesse totalmente garantida nos seus direitos (BRASIL, 2009).

Como proposta de superação das ações fragmentadas implementadas pelos setores Trabalho, Previdência Social, Saúde e Meio Ambiente, levando-se em conta os ditames constitucionais do direito à saúde, à previdência social e ao trabalho e a necessidade de articular as questões de segurança e saúde do trabalhador, foi criado através da Portaria Interministerial nº 153/2004 o Grupo de Trabalho Interministerial Ministério da Previdência Social (MPS) / Ministério da Saúde (MS) / Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) (BRASIL, 2009). Dentre outras atribuições, o grupo deveria fazer a reavaliação do papel e a composição do Grupo Executivo Interministerial em Saúde do Trabalhador instituído pela Portaria Interministerial MPS/MS/MTE nº 7 de 1997 tinha que desenvolver uma proposta de Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (PNSST), atentando para as interfaces existentes e ações comuns entre os vários setores governamentais (BRASIL, 2009).

O que desperta nos pesquisadores a necessidade de avanço em estudos sobre diversas temáticas relacionadas à saúde do trabalhador. Riscos ocupacionais aos quais o profissional de enfermagem está exposto O profissional de enfermagem desempenha uma série de atividades e tarefas descontínuas que envolvem alguns fatores como a responsabilidade de acordo com a função exercida além da sobrecarga de lidar com a vida e a morte (QUEIROZ; SOUZA, 2012).   A equipe de enfermagem é constituída pelas seguintes categorias: enfermeiros que são responsáveis pela gerência, coordenação ou supervisão; técnicos e auxiliares de enfermagem que realizam as atividades técnicas e rotineiras desse tipo de serviço, sendo estas as tarefas mais árduas e repetitivas. Ainda, a equipe de enfermagem, devido aos tipos de tarefas que costumam realizar no seu dia a dia é uma categoria que se expõe, ao longo do tempo de serviço, ao desgaste de suas capacidades vitais, seja física, psíquica ou biológica (ALMEIDA; TORRES; SANTOS, 2012).

  Segundo Santana et al. Os fatores de riscos químicos são caracterizados como: gases, vapores, substâncias ou produtos químicos em geral e medicamentos.  Os autores ainda referem que os riscos físicos aos quais os profissionais da enfermagem estão expostos são caracterizados por ruídos, temperaturas extremas, radiação ionizante ou não, umidades, vibrações, iluminação inadequada entre outros (OLIVEIRA; SANTOS; SANTOS, 2013).   Independente da atividade realizada todos os profissionais estão expostos a riscos ocupacionais em virtude de suas atividades uns mais outros menos dependendo de sua ocupação, o que os mais diferencia os trabalhadores da enfermagem são os riscos biológicos, que são aqueles que causam danos à saúde do trabalhador em virtude de sua função. São caracterizados por vírus, bactérias, fungos, os vírus do HIV e Hepatites B e C são os que mais preocupam os profissionais de saúde (CASTRO; SOUSA, SANTOS, 2010).

A exposição a agentes biológicos pode causar doenças, a exemplo da tuberculose, HIV, escabiose, hepatite A, B ou C, influenzae, meningite, entre outras doenças.   O processo de trabalho é caracterizado pelas atividades operadas pelo individuo para a transformação do objeto por meio de instrumentos subordinados a um fim. Portanto, os componentes desse processo são considerados por: objeto, agentes, instrumentos, finalidades, métodos, e produtos (ARAÚJO, 2015). Na enfermagem, o processo de trabalho é caracterizado não apenas pelo cuidar, mas sim organizar, coordenar e administrar suas atividades, uma vez que o cuidado não é realizado se estes componentes não funcionarem em conjunto, conforme refere Sanna (2007). Na equipe de enfermagem cada profissional possui a sua função de acordo com seu nível de formação. O enfermeiro é responsável por planejar, coordenar, e supervisionar as atividades de assistência prestadas pela equipe aos indivíduos; enquanto o técnico de enfermagem é responsável por participar e desenvolver atividades que possam auxiliar na prevenção, promoção, recuperação e reabilitação da saúde (SILVA et al, 2012).

O enfermeiro do trabalho na prevenção de riscos ergonômicos na enfermagem  Atualmente há uma grande preocupação em relação a qualidade de trabalho oferecida a profissionais de saúde, uma vez que este interfere diretamente na atenção dos cuidados aos pacientes, ou seja, se faz necessário cuidar da própria saúde para cuidar da saúde alheia. Segundo Almeida, Torres e Santos (2012), esse tipo de questão tem sido bastante mobilizada por trabalhadores e pesquisadores que se preocupam com os efeitos relativos à saúde e ao trabalho. Com isso, é possível afirmar que os riscos ergonômicos são aqueles que afetam a integridade física e/ou psíquica do trabalhador de enfermagem e que podem levar ao desenvolvimento de doenças ou desconfortos.

Na enfermagem a atividade laboral influencia significativamente para o desgaste físico e psíquico do profissional que atua na atenção básica principalmente por estarem expostos muitas vezes a situações de insalubridade em seu local de trabalho (ALMEIDA; TORRES; SANTOS, 2012).   O acúmulo de funções e tarefas, o estresse devido a ‘pressão’ em prestar assistência de qualidade, a grande carga, são alguns dos motivos que causam problemas à saúde do trabalhador. N; TORRES, S. C; SANTOS, C. M. F. Riscos ocupacionais na atividade dos profissionais de saúde da atenção básica. n. p. Araújo, S. N. P. T. et al. Riscos ocupacionais e acidentes de trabalho em profissionais de enfermagem no ambiente hospitalar. Revista Brasileira de Educação em Saúde, v.

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