DIFICULDADES NO TRATAMENTO DA GESTANTE COM SÍFILIS E SEU PARCEIRO: REVISÃO INTEGRATIVA

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Enfermagem

Documento 1

Foram pesquisados artigos no idioma português, gratuitamente disponíveis na integra. Estabeleceram-se como critérios de inclusão: publicados entre os anos de 2011 a 2017 e título correspondente com o assunto pesquisado; e de exclusão: estar fora do tema e do recorte temporal de pesquisa. Foram incluídos 09 artigos. Resultados O tratamento da gestante com sífilis e seu parceiro é prejudicado pela baixa qualidade da consulta pré-natal, além de ser o parceiro sexual quem se recusa com mais frequência a realizar o tratamento. Conclusão Torna-se necessário realizar mais estudos para melhor identificar os processos envolvidos na rejeição ao tratamento pelos parceiros das gestantes. A evolução natural da doença envolve períodos de atividade com características clínicas, imunológicas e histopatológicas distintas, intercalados por períodos de latência em que não são vistos sinais ou sintomas.

A sífilis é um importante problema de saúde pública, uma vez que além de ser infectocontagiosa, e de poder de acometimento de forma severa quando não tratada, aumenta consideravelmente o risco de se contrair a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). A doença também apresenta altas taxas de morbimortalidade, podendo chegar a 40% a taxa de abortamento, óbito fetal e morte neonatal. Não existe vacina contra a sífilis, e a infecção pelo T. pallidum não oferece imunidade contra o mesmo, podendo uma pessoa ser infectada todas as vezes que for exposta ao agente. A parceria sexual também deve ser testada. Além disso é obrigatória, ainda, a realização de um teste, trepônemico ou não treponêmico, imediatamente após a internação para o parto na maternidade, ou em caso de abortamento.

O tratamento varia dependendo da fase da doença: A sífilis primária é tratada com 1 dose de 2,4 milhões de penicilina benzatina intramuscular; trata-se a sífilis secundária com 2 doses de 2,4 milhões de penicilina benzatina intramuscular (1 dose por semana); na fase de latência precoce (<1 ano) são utilizadas 2 doses de 2,4 milhões de penicilina benzatina intramuscular (1 dose por semana); na latência tardia (>1 ano) utiliza-se 3 doses de de 2,4 milhões de penicilina benzatina intramuscular (1 dose por semana); quando não se sabe a fase da doença, o tratamento é feito com 3 doses de 2,4 milhões de penicilina benzatina intramuscular (1 dose por semana). Estima-se que a Sífilis afeta cerca de um milhão de gestantes por ano no mundo, levando a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais e colocando em risco de morte prematura mais de 200 mil crianças.

Tem sido observado no Brasil, nos últimos cinco anos um aumento constante da notificação de casos da doença. Descritor Artigos encontrados Artigos selecionados Amostra Sífilis 724 109 8 gravidez 3 145 816 1 Tratamento OR adesão à medicação 37 199 8 593 0 Resultados Dos estudos analisados, depreendeu-se que a ocorrência da sífilis está relacionada a fatores sociais, como baixa escolaridade, raças negra, parda e amarela, estado civil solteira, com idades entre 21 e 30 anos. Percebeu-se que o tratamento da sífilis em gestantes, objetivo deste trabalho, foi pouco abordado na literatura científica presente na base de dados pesquisada. Entretanto, foram identificadas falhas cruciais para a realização do tratamento, bem como questões diretas relativas ao tratamento dos parceiros. Quadro 2 – Descrição dos artigos localizados na base de dados Scielo. Título do Artigo Autores Resultados Recomendações/Conclusões Sífilis em parturientes no Brasil: prevalência e fatores associados Cunha ARC, Merchan-Hamann E.

Sífilis congênita: evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal. Domingues RMS, Saraceni V, Hartz ZMA, Leal MC. A prevalência da doença na gestação foi de 1,9% e de 6/1000 casos. Foram identificadas falhas na assistência (início tardio do pré-natal, ausência de diagnóstico na gravidez, ausência de tratamento dos parceiros). Para o enfrentamento da sífilis na gestação são necessárias estratégias inovadoras para melhoria na rede de apoio diagnóstico, no manejo clínico da doença na gestante e seus parceiros e na investigação dos casos. Guanabara MAO, Leite-Araújo MA, Matsue RY, Barros VL, Oliveira FA. Os profissionais de saúde têm dificuldade em lidar com as questões subjetivas relacionadas às doenças sexualmente transmissíveis.

Além disso, as unidades apresentam problemas organizacionais, de continuidade do atendimento e de estrutura física que comprometem o acesso das gestantes às tecnologias para prevenção e controle da SC. As gestantes com sífilis não têm acesso às tecnologias para prevenção e controle da sífilis congênita, o que inviabiliza o diagnóstico precoce da sífilis e possivelmente contribuem para os péssimos indicadores de sífilis no município de Fortaleza. Sífilis materna e congênita, subnotificação e difícil controle. Sífilis em parturientes: aspectos relacionados ao parceiro sexual. Campos ALA, Araújo MAL, Melo SP, Andrade RFV. Gonçalves MLC. A média de idade dos parceiros sexuais foi de 29 anos, menos de 07 anos de estudo (50%), atividade laboral (82,1%), renda familiar inferior a 01 salário mínimo (6,4%).

Em 92,9% dos casos eram o pai da criança e 69,6% moravam com a parturiente. Maior destaque científico tem sido dado à sífilis congênita, fato evidenciado pela pesquisa em bases de dados. Entretanto, sabe-se que todo problema deve ser tratado pela raiz, que nesse caso é o tratamento da gestante com sífilis antes do parto e também de seu parceiro sexual, pois o contato com o T. pallidum não confere imunidade contra futuros contatos com o agente. Denota-se a importância do pré-natal para o controle da sífilis, uma vez que o início tardio ou a não realização do pré-natal se associa ao maior número de casos não tratados da gestante e seu parceiro com sífilis. Além disso, a ocorrência de tantos casos de sífilis congênita denota a falta de qualidade da assistência pré-natal, conforme explicitado pelos autores: “A ocorrência de sífilis congênita está associada ao manejo inadequado dos casos com perda de oportunidade tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento, à ausência de aconselhamento, à falta tratamento do parceiro e ao tratamento incorreto dos casos diagnosticados”.

Em relação ao tratamento da gestante com sífilis, percebeu-se que o não tratamento dos parceiros, por motivos diversos, influencia também no tratamento da gestante, além da ocorrência de recidivas. Faz-se necessária a realização de novos estudos para melhor identificar os processos envolvidos na rejeição ao tratamento da sífilis pelos parceiros das gestantes e a elaboração de estratégias para melhorar este quadro. Referências 1. Ministério da Saúde. Manual técnico para prevenção da sífilis. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim epidemiológico. acesso em 19 abr 2018]. Disponível em: http://portalms. Avaliação das açöes de controle da sífilis e do HIV na assistência pré-natal da rede pública do município do Rio de Janeiro, Brasil.

 Rev Bras Saud Mat Infant 2012 jul-set; 12(3):269-280. Domingues RMS, Saraceni V, Hartz ZMA, Leal MC. Sífilis congênita: evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal.  Revista de Saúde Pública 2013 47(1):147-157. Access of pregnant women to technologies for the prevention and control of congenital syphilis in Fortaleza-Ceará, Brazil. Rev Salud Púb 2017;19(1):73-78. Campos ALA, Araújo MAL, Melo SP, Andrade RFV. Sífilis em parturientes: aspectos relacionados ao parceiro sexual. Rev bras ginecol obstet 2012;34(9): 397-402.

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