O MARKETING POLÍTICO E A SUA INFLUÊNCIA NA CAMPANHA ELEITORAL

Muito além das discussões eleitorais sobre as viabilidades das candidaturas, do desenvolvimento das políticas públicas pelos candidatos, ou mesmo sobre as diferentes ideologias dos partidos presentes nas eleições; grande parte das campanhas eleitorais, no Brasil e no mundo, define-se pela melhor estratégia de marketing. Trata-se de umo assunto que interessa, principalmente, ao marketing político, mas, também, à ciência política, ao direito eleitoral, à comunicação social, etc. Múltiplos são os fatores que importam ao marketing político, como o comportamento e as preferências dos eleitores, por exemplo, ou as ferramentas utilizadas nas estratégias de marketing dos políticos, candidatos e partidos políticos. As ações e estratégias de marketing político impactam nos resultados das eleições, uma vez que são determinantes para o desenvolvimento das campanhas eleitorais.

Esse é, em síntese, o objeto principal do presente trabalho. Buscando, na literatura acadêmica, os conceitos sobre marketing político, encontra-se que, para Antunes (2007, p. é: Um conjunto de técnicas e procedimentos cujo objetivo é avaliar, através de pesquisas qualitativas e quantitativas, os humores dos eleitores para, a partir daí, encontrar o melhor caminho para que o candidato atinja a maior votação possível. Antunes, 2007, p. Trata-se de uma definição didática, que foca na ideia de marketing político relacionada à busca por avaliar as impressões dos eleitores. O ponto principal do marketing político é contribuir para a máxima votação dos candidatos, através das suas ferramentas. o marketing político, essencialmente, pode ser entendido da seguinte forma: O marketing político seria uma estratégia permanente com o objetivo de manter o político e o partido sempre em contato com o eleitor, para que, em futuras eleições, o candidato tenha seu voto assegurado.

Petyk et. al (2009, p. O ponto central, na compreensão do marketing político, é a necessidade de manutenção do contato entre o político (e, consequentemente, o partido) e o eleitor. O marketing político, portanto, não se restringe à eleição, estando ligado, também, ao mandato do candidato eleito, a partir de ações que busquem o constante contato entre o político e os seus eleitores, em diversos períodos. Percebe-se que, diferentemente do marketing político, o marketing eleitoral tem foco exclusivo na eleição, com o objetivo de conquistar votos e vencer a eleição. A expressão “marketing político”, entendida da forma acima exposta, é uma expressão ampla. O marketing político também envolve, portanto, os períodos eleitorais. Como exposto no início do presente trabalho, a pesquisa busca medir o impacto do marketing político nas campanhas eleitorais.

Rubens Figueiredo (19940 também distingue o marketing político e o marketing eleitoral, apontando que o marketing político é permanente, durando, também, durante o período do mandato. Tais diagnósticos dizem respeito ao perfil do eleitor, às necessidades dos diferentes grupos sociais e às formulações das preferências dos indivíduos que procuram, por meio do voto, eleger os políticos. A primeira fase é fundamental no processo da campanha eleitoral, impactando diretamente a maneira como o candidato deve ser portar perante os seus eleitores. A segunda fase, como exposto, diz respeito à elaboração das estratégias de marketing político que serão utilizadas ao longo da campanha eleitoral. Não se pode perder de vista que a adoção de estratégias de marketing político corretas podem representar o sucesso do candidato na eleição, ao mesmo tempo que a adoção de estratégias de marketing político inapropriadas pode representar o fracasso eleitoral.

Realizado o diagnóstico e estabelecida a estratégia, torna-se necessário utilizar das ferramentas apropriadas para a aplicação das ações de marketing político. Do ponto de vista do mercado, Kuntz (2004) aponta que o desenvolvimento do processo de democratização do Brasil tem gerado um aumento no volume de materiais e serviços disponíveis para os candidatos, nos processos eleitorais. Assim: [. o mercado eleitoral brasileiro apresenta características distintas de qualquer outro, uma vez que é cercado de altos riscos, infestado de “picaretas”, leigos e “charlatães”, calotes, fornecedores oportunistas, tudo isso regido por uma legislação inadequada e ultrapassada que acaba levando todos - candidatos, partidos, fornecedores - a agir na clandestinidade e na ilegalidade, sob os olhos complacentes de uma justiça eleitoral despreparada. KUNZ, 2004, p.

A questão também é analisada por Achiles Batista Ferreira Júnior (2010), ao observar que se trata de um mercado que tem admitido as mais variadas práticas. Conforme apontou a pesquisa, o marketing, nas campanhas eleitorais, pode ser entendido sob três fases: diagnóstico, elaboração de estratégias e, por fim, uso dos mecanismos para execução das estratégias de marketing político. A presente pesquisa também apresenta o seguinte resultado: o marketing político é consequência da adaptação do marketing tradicional do universo corporativo, nos ambientes políticos das campanhas eleitorais. Assim, estabelece-se uma importante relação entre esses dois universos. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa buscou analisar o impacto do marketing político nas campanhas eleitorais. Tendo chegado ao resultado de que o impacto é alto, em razão do fato de que campanhas eleitorais constituem-se em processos de construção da imagem do candidato perante os seus eleitores, é possível concluir que o marketing político deverá ser, gradualmente, valorizado, no âmbito das campanhas eleitorais.

Curitiba: Ipbex, 2010. FIGUEIREDO, Rubens. O Que é Marketing Político. São Paulo: Brasiliense, 1994. FONSECA, J. br/artigos/cotidiano/o-marketing-politico-e-eleitoral-como-estrategia-fundamental-no-processo-de-decisao-do-eleitor/80204/. Acesso em 14 de novembro de 2017. KUNTZ, Ronald A. Manual de campanha eleitoral: marketing político. São Paulo: Global, 2004.