A RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE A. baumannii E A NECESSIDADE DE NOVAS OPÇÕES TERAPÊUTICAS

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Biologia

Documento 1

baumannii E A NECESSIDADE DE NOVAS OPÇÕES TERAPÊUTICAS Vanessa Vargas Bacha. aAluna do curso de Pós-Graduação em Microbiologia Aplicada da FSG. Graduada em Ciências Biológicas (ULBRA). e-mail. Professor Orientador Me. The literature review method was used. We selected empirical, epidemiological, conceptual and review articles that related the resistance to A. baumanni antimicrobials and the search for new therapeutic options. Until the 1970s, most clinical isolates of this pathogen were susceptible to many available antibiotics, including β-lactams. However, this bacterium has a high capacity to develop resistance against antibiotics, which in the last decade has ended in an increase in the incidence of multiresistant strains of this bacterium and connection with high mortality rates. Antimicrobial resistance. Infections. World Health Organization. INTRODUÇÃO A Organização Mundial da Saúde (OMS), em uma iniciativa inédita, lançou uma lista de patógenos prioritários resistentes a antibióticos, sendo classificados em prioridade crítica, alta e média.

Totalizando 12 microrganismos, sendo: Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Enterobacteriaceae (prioridade crítica); Enterococcus faecium, Staphylococcus aureus, Helicobacter pylori, Campylobacter spp. Ademais, sua habilidade em sobreviver em uma série de condições ambientais e persistir por longos períodos em superfícies o faz uma causa comum de surtos de infecção hospitalar (VIEIRA e PICOLI, 2015). Até a década de 1970, a maior parte dos isolados clínicos deste patógeno era suscetível a muitos antibióticos disponíveis, incluindo β-lactâmicos. Todavia, esta bactéria apresenta uma alta capacidade de desenvolver resistência contra antibióticos, o que findou, na última década, em uma ampliação da incidência de cepas multirresistentes desta bactéria e ligação com altos índices de mortalidade (POIREL e NORDMANN, 2006; FALAGAS et al.

A elevação mundial da incidência de resistência carbapenêmicos neste microrganismo é preocupante, uma vez que limita significativamente a gama de opções terapêuticas. Desse modo, é imprescindível a elucidação de aspectos de resistência antibiótica, aspectos clínicos e epidemiológicos das infecções causadas por este patógeno, com o propósito de possibilitar o desenvolvimento de estratégias de controle e prevenção das respectivas infecções, bem como de opções terapêuticas mais eficazes a fim de prevenir e controlar futuros surtos endêmicos. Desse modo, as infecções ocasionadas por esse microrganismo são, recorrentemente, apresentam difícil tratamento em virtude de sua alta resistência a muitos antibióticos. Ainda que carbapenêmicos continuem a ser os fármacos de escolha para o tratamento do Acinetobacter baumannii, a disseminação de espécies multirresistentes colocou em risco a utilidade destes fármacos, tornando-se necessário a busca por opções terapêuticas para o tratamento de cepas carbapenêmicos-resistentes (VIANA et al.

Potencial de virulência de A. baumannii O real potencial patogênico ou repertório de virulência do Acinetobacter baumannii ainda é pouco conhecido, apesar da extensa pesquisa sobre o potencial de virulência desse patógeno emergente. Enquanto acredita-se que vários fatores podem contribuir para o potencial de virulência de A. Os fatores mais comuns que controlam a formação de biofilme podem incluir disponibilidade de nutrientes, a presença de proteínas do pili e da membrana externa e secreções macromoleculares. A reunião de pili e a produção de proteína associada ao biofilme (BAP) contribuem para o início da produção e maturação do biofilme após a fixação de A. baumannii a superfícies particulares (GADDY e ACTIS, 2009). Quando os pili aderem a superfícies abióticas, iniciam a formação de microcolônias, seguidas do completo desenvolvimento de estruturas de biofilme.

As BAP estão presentes na superfície das células bacterianas e contribuem para o desenvolvimento e maturação do biofilme pela estabilização do biofilme maduro em superfícies abióticas ou bióticas. No entanto, de acordo com a natureza complexa deste organismo, vários mecanismos geralmente trabalham em conjunto para produzir o mesmo fenótipo (BOU et al. FERNANDEZ-CUENCA et al. QUALE et al. As β-lactamases podem ser classificadas a partir de sua estrutura e substratos em quatro classes: A, B, C e D (PEREZ et al. ou então a partir de sua origem como sendo intrínsecas ou adquiridas (PELEG et al. A presença deste elemento está altamente correlacionada com o aumento da expressão do gene AmpC e resistência a cefalosporinas de amplo espectro.

A cefepima e os carbapenêmicos parecem ser estáveis ​​em resposta a essas enzimas (HUJER et al. A resistência a β-lactâmicos, incluindo a resistência a carbapenêmicos, também foi atribuída a mecanismos não enzimáticos, incluindo alterações nas proteínas da membrana externa (OMPs), efluxo de múltiplos fármacos bombas e alterações na afinidade ou expressão de proteínas de ligação a penicilina (FERNANDEZ-CUENCA et al. Em relação a outros patógenos gram-negativos, sabe-se muito pouco sobre as porinas da membrana externa de A. baumannii. A resistência a quinolonas é mediada pelas modificações da DNA girase ou topoisomerase IV através de mutações noa genes gyrA e parC (PELEG et al. Essas mutações interferem na ligação ao local de destino.

Semelhante aos aminoglicosídeos, muitas quinolonas também são substratos para bombas de efluxo de múltiplos fármacos (RIBERA et al. A resistência a tetraciclinas e seus derivados podem ser mediados por efluxo ou proteção ribossômica. Bombas de efluxo específicas de tetraciclina incluem aquelas codificadas pelos determinantes tet (A) a tet (E), mais frequentemente encontradas em organismos gram-negativos, e o determinante tet (K) encontrado em Staphylococcus aureus. Além disso, alterações nas OMPs que causaram suscetibilidade reduzida às polimixinas foram descritas para P. aeruginosa (GALES et al. A prevalência da resistência ao trimetoprim-sulfametoxazol em A. baumannii é alta em muitas regiões geográficas (GU et al. A definição “multirresistente” frequentemente refere-se ao Acinetobacter resistente a pelo menos três classes de antibióticos que seriam úteis no tratamento de infecções por este agente, enquanto a definição “panresistente” refere-se à resistência a todos os antimicrobianos testados (MUNOZ-PRICE e WEINSTEIN, 2008).

Há inúmeros fatores associados ao risco de bacteremia como internamento prolongado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ventilação mecânica, grande cirurgia, utilização de antibióticos de largo espectro, imunossupressão, trauma, queimaduras, cateteres venosos centrais e outros procedimentos invasivos (GARCIA-GARMENDIA et al. KANAFANI e KANJI, 2008). O Acinetobacter pode contaminar feridas cirúrgicas e traumáticas e acarretar infecções graves dos tecidos moles, sendo que essas infecções são frequentes na presença de próteses e comumente exigem desbridamento cirúrgico extenso (KANAFANI e KANJI, 2008). Foram descritas infecções pelo Acinetobacter multirresistente em feridas de guerra em soldados dos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque, fato que faz com esse organismo seja referido como “Iraqibacter” (DAVIS et al. SCOTT et al. Realizou-se coleta de artigos a partir de bases de dados eletrônicos de busca avançada: BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), SciELO (ScientificElectronic Library Online), PUBMED (USA National Library of Medicine National Institutes of Health), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MedLine (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) e do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME).

Os descritores isolados ou em cruzamento com outras, para a pesquisa destes artigos foram: “Acinetobacter baumannii”, “infecção”, “resistência a antibióticos”, “multirresistente”, “panresistente”, “terapias”. Foram selecionados e revisados os trabalhos que atenderam aos critérios de inclusão, sendo estes o período de publicação (2000-2018) e a relevância para o tema exposto. Selecionaram-se artigos empíricos, epidemiológicos, conceituais e de revisão que relacionassem a resistência aos antimicrobianos de A. baumanni e a busca por novas opções terapêuticas. baumannii multirresistentes nos Estados Unidos. Estudos nacionais de vigilância demonstraram tendências significativas no surgimento de cepas de Acinetobacter multirresistentes (GAYNES e EDWARDS, 2005). Está claro que mais atenção está sendo dada às infecções por A. baumannii nos Estados Unidos agora do que a qualquer momento no passado.

Isso pode refletir um aumento no reconhecimento de cepas resistentes a pandrogas. baumannii multirresistente em hospitais civis canadenses parecem ser menos comuns do que aqueles em instituições comparáveis ​​nos Estados Unidos, mas certamente ainda foram relatados. Taxas de não suscetibilidade ao meropenem, imipenem, ceftazidima, piperacilina-tazobactam, ciprofloxacina e gentamicina na América Latina parecem estar entre as mais altas do mundo. Por exemplo, apenas 71% dos isolados eram suscetíveis a meropenem ou imipenem em uma avaliação de um programa de vigilância no período de 2002 a 2004 (UNAL e GARCIA-RODRIGUEZ, 2005). Em um estudo de vigilância envolvendo Argentina, Brasil, Chile e Colômbia, de 1997 a 2001, as taxas de resistência foram maiores na Argentina, mas nenhum país foi poupado de isolados resistentes a múltiplos fármaco (TOGNIM et al, 2004).

Os dados sobre a extensão da resistência aos antibióticos em A. No entanto, como um atraso no acesso ao tratamento correto pode ter consequências adversas para a saúde do paciente, os carbapenêmicos como o Imipenem são frequentemente dados como uma droga de preferência por infecções graves e suspeitas por Acinetobacter. Todavia, apesar de sua utilidade a curto prazo, esse método de prescrição compromete a eficácia futura de tais drogas como agentes antimicrobianos eficazes. Para complicar o problema, há um grande número de empresas farmacêuticas que abandonaram a descoberta eo desenvolvimento de medicamentos antibióticos, impulsionados principalmente pelos riscos de retornos financeiros baixos em comparação com os de classes mais lucrativas de drogas. A escassez de antibióticos, especialmente para organismos gram-negativos, estimulou recentemente a atenção dos principais órgãos de pesquisa e governo (PELEG et al.

Novos alvos antibióticos e mecanismos de ação são urgentemente necessários, visto que dado o ambiente terapêutico atual, otimizar o uso de antimicrobianos existentes é fundamental. demonstraram que camundongos tratados com uma dose única de 1010 CFU de células doadoras contendo genes bactericidas tinham níveis mais baixos de A. baumannii em feridas queimadas em comparação com camundongos não tratados (SHANKAR et al. A catelicidina mais bem estudada é a humana LL-37; a única catelicidina humana, exibe atividade antitumoral e anti-HIV. A catelicidina WAM1 do Wallaby de Tammar mostrou-se eficaz contra o Acinetobacter e é 3 a 80 vezes mais potente do que o LL-37 contra um hospedeiro de patógenos bacterianos (HOWARD et al. Embora ainda não explorada como uma estratégia antimicrobiana terapêutica na clínica, a radioimunoterapia pode ter como alvo microorganismos tão rápida e eficientemente quanto as células cancerosas.

DOMINGUEZ, M. A. QUEREDA, C. MARTINEZ-BELTRAN, J. Characterization of a nosocomial outbreak caused by a multiresistant Acinetobacter baumannii strain with a carbapenem-hydrolyzing enzyme: high-level carbapenem resistance in A.  PLoS Pathogens,v. n. p. e1000834, 2010. CHOI, C. H. Outer membrane protein 38 of Acinetobacter baumannii localizes to the mitochondria and induces apoptosis of epithelial cells. Cell Microbiol. v. n. A; MCALLISTER, C. K. GRAY, P. J. Multidrug-resistant Acinetobacter extremity infections in soldiers. FALAGAS, M. E. BLIZIOTIS, I. A. SIEMPOS, I. AYALA, J. A. PEREA, E. J. PASCUAL, A. v. n. p. GADDY, J. A. SADER, H. S. Global assessment of the antimicrobial activity of polymyxin B against 54,731 clinical isolates of gram-negative 18 bacilli: report from the SENTRY antimicrobial surveillance programme (2001–2004). Clin Microbiol Infect. v. v. p. GARCIA-GARMENDIA, J, L. ORTIZ-LEYBA, C. GARNACHO-MONTERO, J. EDWARDS, J.

R. Overview of nosocomial infections caused by gram-negative bacilli. Clin Infect Dis. v.  v. p. GU, B. TONG, M. ZHAO, W. DIJKSHOORN, L. COLLARD, J. M. OLSEN, J. E. SLEATOR, R. D. Acinetobacter baumannii: an emerging opportunistic pathogen. Virulence, v. n. BETHEL, C. R. THOMSON, J. M. ANDERSON, V. Agents Chemother, v. p. HUJER, K. M. HUJER, A. MASSIRE, C. ESHOO,M. W. SAMPATH, R. THOMSON,J. R. PATERSON, D. L. BONOMO, R. A. KIM, S. Y. HONG, S. G. MOLAND, E. COURVALIN, P. LAMBERT, T. Resistance-nodulation-cell divisiontype efflux pump involved in aminoglycoside resistance in Acinetobacter baumannii strain BM4454. Antimicrob. Agents Chemother, v. BRISSE, S. VAN DEN BROEK, P. DIJKSHOORN, L. Diversity of aminoglycoside-resistance genes and their association with class 1 integrons among strains of pan-European Acinetobacter baumannii clones.  J. Clin Microbiol Rev.

v. n. p. PEREZ, F. Antimicrob Agents Chemother, v. n. p. POIREL, L. NORDMANN, P.  Clin. Infect. Dis.  v. p. SCOTT, P. DEYE, G. SRINIVASAN, A. MURRAY, C. MORAN, K. EWELL, A. HAMILTON, T. GADDY, C. TENNEY,M. CHRISTOPHER, G. SZILAGYI,A. MUTHU,K. GAMELLI,R. L. FILUTOWICZ,M. COSETTE, P. SEYER, D. LEMAITRE-GUILLIER, C. VALLENET, D. VAN DORSSELAER,A. ANDRADE, S. S. SILBERT, S. GALES, A. C. v. p. TURTON, J. F. KAUFMANN, M. Infect. v. p. UNAL, S. GARCIA-RODRIGUEZ, J. F. SAALFELD, S. M. MOREIRA, R. R. VILA, J. MARTI,S. SANCHEZ-CESPEDES, J. Porins, efflux pumps and multidrug resistance in Acinetobacter baumannii.  J. p. WISPLINGHOFF, H. EDMOND, M. B. PFALLER, A. H. TAN, B. H. Multi-resistant Acinetobacter baumannii on a burns unit-clinical risk factors and prognosis. Burns, v. J.

Med. Microbiol. v. p.

66 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download