Transmissão de fungos por esmaltes de unha

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Biologia

Documento 1

Email: AMANDA DOS SANTOS - Graduanda do curso técnico em química da Faculdade ?????. endereço comercial da faculdade?????. Email: Prof. ANDRÉ LUIZ RODRIGUES – Professor colaborador do projeto da Faculdade????? endereço comercial da faculdade?????. Email: Ms. ABSTRACT Onychomycosis or fungal and bacterial infections mainly reach the toenails and sometimes the loss of the nail is inevitable, causing aesthetic discomfort. Currently the service of manicures, pedicure and podiatry, included in health service, obey strict norms of non-sharing of materials, as well as the sterilization of instruments, due to the risk of contamination by fungi and bacteria. Today, it is known that even the enamels may be contaminated by bacteria resistant to their composition and, because they cannot be sterilized, should not be of shared use. This article aimed at investigating the incidence of onychomycosis and if users of shared enamels at a beauty salon are aware of this risk.

With the interviews it was possible to observe that onychomycosis is more frequent in women (21%) and they are aware of the risk of contamination. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA UNHAS As unhas têm várias funções, entre elas a de apreender e manejar objetos, proteger o tecido da ponta dos dedos, além de refletir, através de suas alterações, doenças e condições graves cutâneas ou mesmo internas. Cobrem um quinto da superfície dos dedos e chegam a cobrir 50% do hálux. São compostas por queratina, proteína endurecida encontrada também na pele e nos cabelos e produzidas pelas células da matriz da unha. Essa proteína da lâmina ungueal, bem como a área que a rodeia - tecido sub e periungueal, podem ser facilmente colonizadas por uma imensa gama de germes, inclusive fungos (RAMOS; SILVA, 2000).

A unha é um anexo cutâneo constituído por queratina, situado na extremidade dorsal dos dedos, sobre as últimas falanges e possui função de proteção da porção distal dos dedos (MAIFREDE, 2009). AGENTES ETIOLÓGICOS Fungos são seres que se nutrem de matéria orgânica, da decomposição de organismos ou ainda através de outros organismos vivos. Quando um fungo parasita outro ser vivo, causando-lhe qualquer enfermidade, passa a ser um patógeno (ARENAS, 2014). Estes seres estão dispersos no meio ambiente, em vegetais, ar atmosférico, solo e água e, embora sejam estimados em 250 mil espécies, menos de 150 foram descritos como patógenos aos seres humanos. Leveduras são fungos capazes de colonizar o homem e animais e, frente à perda do equilíbrio parasita-hospedeiro, podem causar diversos quadros infecciosos com formas clínicas localizadas ou disseminadas.

De modo contrário, fungos filamentosos, ou bolores, normalmente, não fazem parte da microbiota animal e, portanto, o homem não é um reservatório importante para esse grupo de fungos. Figura 1: Espécies fúngicas relacionadas com onicomicoses Exame direto com KOH a 20% (400x). Figura 1A: Artroconídios arredondados em cadeia; 1B: Células de leveduras blastosporadas hialinas; 1C: Filamentos micelianos septados hialinos e irregulares. Fonte: Imagem extraída e adaptada de Lima et al. Leveduras Outro grupo de fungos que também pode causar micose de unha são as leveduras. Em geral, as leveduras causam onicomicose nas mãos e os dermatófitos provocam onicomicose nas unhas dos pés (PINHEIRO, 2018). Fungos filamentosos não dermatófilos Os fungos filamentosos não-dermatófitos (FFND) são saprófitas da natureza e se alimentam de matéria orgânica em decomposição.

Os FFND produzem infecções no aparelho ungueal semelhantes às produzidas por dermatófitos (LIMA et al. Nos últimos anos, os casos de onicomicoses não dermatofítica, aumentaram rapidamente, sobretudo na Europa, onde são responsáveis por percentagem que varia de 1,6 a 6% (CALADO et al. Os fungos filamentosos não dermatófitos (FFND) são encontrados comumente na natureza, dentre eles descrevem-se dois grupos de fungos: os hialinos e os demáceos. Tais fungos podem ser encontrados associados a leveduras ou a dermatófitos. os esmaltes contêm vários tipos de compostos orgânicos, voláteis e tóxicos, na forma de solventes, resinas, adesivos, plastificantes e ácidos, que podem causar danos à saúde. Entre os mais perigosos, está o formaldeído, que é comprovadamente carcinogênico de acordo com a National Institute for Occupacional Safety and Health (NIOSH).

Na dissertação de mestrado de Benedetti (2016) verificou-se replicação viral, em esmaltes, do herpes vírus bovino 5, indicando um risco alto de contaminação cruzada (animais vs seres humanos) através de utensílios de compartilhados em salão de beleza. Outro problema que pode ocorrer nos serviços de manicure e pedicure é o risco da transmissão de infecções, além de outras patologias. Em estudos realizados por Winthrop et al. Em estudo realizado por Moraes et al. observou que uma em cada dez manicuras continham indicadores sorológicos de hepatite B ou C, corroborando com o estudo realizado por Oliveira e Focaccia (2010). Dermatófitos são os fungos mais comuns, sendo o Trichophyton rubrum o mais prevalente. A prevalência T. rubrum é devido à sua alta virulência e natureza queratinofílica e também por ser a espécie mais adaptável aos seres humanos, causando doenças crônicas.

Esse cenário pode ser mais grave se considerarmos estudos anteriores realizados no Brasil que mostraram uma baixa percepção de risco de contaminação e poucas precauções de biossegurança para manicuras e pedicuras. Em estudo com 100 profissionais da região Sudeste do Brasil, a maioria (54%) relatou não realizar nenhum procedimento quando em contato com material biológico do cliente, 80% declararam não usar luvas, 85% não sabiam como a transmissão ocorre e 95% não souberam preveni-la (Oliveira e Focaccia, 2010). Portanto, o baixo nível de conhecimento sobre as vias de transmissão, a prevenção, a biossegurança, a atenção básica e a percepção de risco elevam o risco de infecção por hepatites virais (Oliveira et al. Segundo Cortelli (2012), em entrevistas realizadas com manicuras e tatuadores, sobre os procedimentos de biossegurança, o mesmo notou que os procedimentos observados continuavam a favorecer a transmissão de doenças.

Alguns fatores que favorecem tais riscos foram observados, como: A reutilização de materiais descartáveis, armazenamento inadequado de materiais já esterilizados, e o fato de nem todos os locais disporem de pia para a lavagem das mãos e, mesmo, de local para a realização correta da esterilização dos instrumentos. Sendo o esmalte um material de uso comum nos salões de beleza, este é um veículo de contaminação de tal infecção, sendo favorecido pela má conduta dos profissionais de manicure e pedicure abordado em vários estudos anteriores. ESMALTES E VERNIZ DE UNHA Atualmente no Brasil, os cosméticos são controlados pela Câmara Técnica de Cosméticos da ANVISA (CATEC/ANVISA) e pela Resolução RDC nº. de 14 de julho de 2005. O cosmético “esmalte de unhas” está muito difundido entre a população, que atribui grande importância à aparência das unhas, sendo muitas vezes, uma maneira de determinar a condição social (REIAS et al.

O esmalte de unhas é considerado um produto de Grau I, segundo a ANVISA, na RDC 07 de 11 de fevereiro, que dispõe sobre os requisitos técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e dá outras providências.   metodologia Este estudo constitui-se em uma pesquisa qualitativa/quantitativa, realizada através de uma revisão bibliográfica literária sistemática. Inicialmente foi feita revisão literária em revistas científicas e artigos na base de dados do Scielo e Google Acadêmico, usando descritores como: doenças da unha, onicomicose, dermatoses. Posteriormente foi realizada uma pesquisa quantitativa epidemiológica com clientes de salão de beleza com 60 mulheres com faixa etária de 16 anos a 62 anos. Os dados coletados nas entrevistas foram processados e construídos gráficos no programa da Microsoft – Excell.

resultadoS e discussão Aproximadamente 20% dos adultos sofrem de onicomicose, afetando parcialmente ou totalmente as unhas, predomina no sexo feminino devido à exposição a procedimentos de rotina de manicures e pedicures (GONÇALVES et al. estes comprovaram a contaminação de esmaltes por fungos causadores de onicomicose e concluíram que para evitar a transmissão de onicomicose deve-se incluir o uso individual de todos os tipos de utensílios de beleza. Gráfico 2: Se o risco de contaminação de onicomicoses em salão de beleza por uso compartilhado de esmaltes for comprovado. Fonte: Elaborado pelas autoras (2019). CONSIDERAÇÕES FINAIS Dentre as afecções ungueais a onicomicose é a mais frequente, tornando-se um importante problema de saúde pública pela sua elevada prevalência, além de ser a micose superficial mais difícil de diagnosticar e tratar.

Onicomicose é a infecção fúngica que acomete as unhas das mãos e dos pés e pode ocorrer na matriz, no leito e na placa ungueal. Onychomycosis. Int J Dermatol. ANVISA, Módulo IV. Descrição dos Meios de Cultura Empregados nos Exames Microbiológicos. ANVISA, Módulo VII. ARRUDA, C. M. Freqüência dos agentes etiológicos de onicomicose em pacientes hansenianos. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Infecções e Saúde Pública da Coordenação dos Institutos de Pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, 2004. BADILLET, G. B. SOUZA-JR, F. GOMES N. O. CARDOSO, F. Estudo descritivo das onicomicoses na clínica de dermatologia da Santa Casa de São Paulo no período de janeiro de 2002 até dezembro de 2006.

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