A INCLUSÃO, A DIVERSIDADE E A MULTICULTURALIDADE NA PERSPECTIVA DO APRENDER A APRENDER
Tipo de documento:Monografia
Área de estudo:Pedagogia
Santana de Parnaíba 2020 “Temos o direito de ser iguais Sempre que as diferenças nos inferiorizem, Temos o direito de ser diferentes Sempre que a igualdade nos descaracterize”. Boaventura de Sousa Santos AGRADECIMENTOS Aos meus pais e familiares, pelo investimento e pelas atitudes de amor, compreensão, encorajamento e incentivo que sempre me nortearam face às contrariedades e obstáculos que foram surgindo. O meu reconhecimento a todos os que de uma forma direta ou indireta contribuíram para a concretização deste projeto de pesquisa. À Faculdade de Santana de Parnaíba. Ao Professor Doutor Edmundo Souza pela sua disponibilidade e apoio quer na orientação científica, quer no incentivo para a realização deste trabalho, pela ajuda e credibilidade sempre demonstradas. Palavras-chave: Cultura. Diversidade. Educação. Escola. Formação docente.
Keywords: Culture. Diversity. Education. School. Teacher training. Escola como Espaço de Inclusão 29 4. Perfil do Professor do Século XXI 32 4. A Gestão Educacional para o Século XXI 35 4. Vivendo o Aprender a Aprender 37 5 AFINAL, O QUE SIGNIFICA APRENDER A APRENDER COMO COMPETÊNCIA DA BNCC? 43 CONCLUSÃO 48 REFERÊNCIAS 51 1 INTRODUÇÃO Este estudo aborda a inclusão, a diversidade e a multiculturalidade no sentido de oferecendo subsídios se refere a aprender a conhecer, pois acredita-se que seja o ponto de partida para a transformação conceitual e prática da escola, de modo que todos tenham acesso a uma educação de qualidade, por meio de aprendizagens efetivas que garantam seu sucesso escolar. A diversidade humana manifesta-se desde o princípio da história, mas somente a partir do final do século XX, a especificidade da diversidade começou a ser estudada e reconhecer que os seres humanos não são iguais.
Além disso, a pesquisa mostra a importância de se desenvolver e aperfeiçoar a competência de aprender a aprender no docente, de modo que sua própria subjetividade não transforme a riqueza da diversidade em adversidade, interferindo positivamente na estruturação da escola desejada. É fundamental que o docente se conscientize de que exerce um papel relevante na formação da vida futura de gerações de indivíduos, e que de posse desta responsabilidade, se aperfeiçoe na percepção e apreensão das diversidades que nos caracterizam como seres singulares. A metodologia adotada nesse trabalho foi revisão de literatura, por meio de uma pesquisa descritiva de cunho qualitativa e bibliográfica, fundamentada por autores que abordam o assunto. Primeiramente, foi realizada a problematização para encontrar o tema a ser pesquisado.
Feito isso, os passos Metodológicos foram a seleção bibliográfica; classificando os livros e outros textos e artigos por assunto; em seguida foi realizado o fichamento dos livros, textos, artigos, revistas, periódicos, entre outros; finalmente foi realizada a análise de todas as informações para em seguida elaborar a monografia. Vale ressaltar que os conceitos sobre educação expressos no documento são de importante relevância para a formação cidadã, almejada pela sociedade do século XXI. Pode-se inferir que a combinação de adjetivos (indispensável, essencial, contínuo, harmonioso e autêntico), demonstram o que é esperado da educação para a formação integral do ser humano para o século XXI. O Relatório realizou uma reflexão a respeito um modelo de educação que respeita a natureza e os ritmos dos educandos.
O Relatório Delors, bem como outros documentos internacionais, exerceu influência na formulação de políticas públicas e agendas para a educação em diversos países do mundo, incluindo o Brasil. Ele dá ênfase à existência de grandes desafios século, a falta de equilíbrio entre países ricos e países pobres, a elevação da pobreza, o desemprego em várias nações do mundo e “fraturas profundas” entre os diferentes grupos sociais. Nesse aspecto, o conteúdo do Relatório mostrar a missão dessa empreitada: Cabe à educação a nobre tarefa de despertar em todos, segundo as tradições e convicções de cada um, respeitando inteiramente o pluralismo, esta elevação do pensamento e do espírito para o universal e para uma espécie de superação de si mesmo (DELORS, 1996, p.
Neste processo próprio do século XXI, com suas inovações e mudanças, a educação não pode se cristalizar, nem ser finita, mas contínua, porque somente uma formação por toda a vida, atualiza o sujeito para que ele acompanhe o mundo e a sociedade em suas transformações. Logo é necessária uma educação para toda a vida, que leve em consideração a liquidez do mundo, [. parece impor-se, cada vez mais, o conceito de educação ao longo de toda a vida, dadas as vantagens que oferece em matéria de flexibilidade, diversidade e acessibilidade no tempo e no espaço. É a ideia de educação permanente que deve ser repensada e ampliada. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida.
” – Dá nova redação ao § 3o do art. do capítulo V que trata sobre a Educação Especial: ‘Art. § 3o. A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início na educação infantil e estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do art. É incontestável que essa situação pode ser resolvida pela educação possui uma função especial na edificação de uma cultura de paz, para a constituição de um mundo mais justo e solidário, no qual todos tenham o direito de transitar, sem ser discriminado devido a sua condição religiosa, cultural, física, psíquica, entre outras diferenças ou diversidades. A educação tem, pois, uma especial responsabilidade na edificação de um mundo mais solidário, e a Comissão pensa que as políticas de educação devem deixar transparecer, de modo bem claro, essa responsabilidade.
É, de algum modo, um novo humanismo que a educação deve ajudar a nascer, com um componente ético essencial, e um grande espaço dedicado ao conhecimento das culturas e dos valores espirituais das diferentes civilizações e ao respeito pelos mesmos para contrabalançar uma globalização em que apenas se observam aspectos econômicos ou tecnicistas. O sentimento de partilhar valores e um destino comuns constitui, em última análise, o fundamento de todo e qualquer projeto de cooperação internacional (DELORS, 1996, p. Delors defende que a educação deve ser o caminho para recuperação do caráter humano, da convivência social, fortalecer os vínculos entre as pessoas, além de contribuir para a humanização das relações sociais. de modo que tenham oportunidade de aperfeiçoar a sua arte.
Diante disso, destaca-se a importância da formação continuada, para que aperfeiçoem as suas práticas pedagógicas e didáticas. Caber ao docente aprender os quatro pilares para entender que para fazer, ele precisa conhecer, conviver e ser, ser um educador que aprende ao longo de sua jornada aprende a aprender tudo o que for necessário para o exercício de sua profissão. Dessa forma, vale citar o ponto de vista freiriano: O que me interessa agora, repito, é alinhar e discutir alguns saberes fundamentais à prática educativo-crítica ou progressista e que, por isso mesmo, devem ser conteúdos obrigatórios à organização programática da formação docente. Conteúdos cuja compreensão, tão clara e tão lúcida quanto possível, deve ser elaborada na prática formadora.
Nesses dizeres, Delors destaca o esforço atual da sociedade na construção da acessibilidade a todas as pessoas com base na valorização da diversidade cultural. Sendo mais especificamente na educação, a realização de um trabalho em conformidade com as diferenças individuais, no âmbito escolar, na sala de aula, precisa se munir de ações emergenciais de aproveitamento das potencialidades e dos vários ritmos de aprendizagem dos estudantes, sejam eles deficientes ou não. na esperança de um mundo melhor à medida que sabe respeitar os direitos humanos, colocar em prática a compreensão mútua e transformar o avanço do conhecimento em um instrumento, não de distinção, mas de promoção do gênero humano (DELORS, 2010, p. O exposto pelo autor mostrar que o uso da tecnologia que pode trazer autonomia para o deficiente, não pode causar constrangimento, mas sim, possibilitar um recurso para que ele utilize suas capacidades sem as barreiras que uma deficiência pode gerar.
No trabalho que realizou na UNESCO, Delors (2010) mostra que o trabalho realizado na UNESCO, mostrou como principal consequência da sociedade do conhecimento, a demanda de uma aprendizagem ininterrupta por toda vida, embasada em quatro pilares, que são, simultaneamente, do conhecimento e da formação continuada. Portanto, aprender a fazer é aprender a conhecer as técnicas para manter e melhorar o trabalho que faz, se ele faz com eficiência é porque conhece (DELORS, 1996). Aprender a fazer é um processo que deve acompanhar os educadores por toda a vida profissional, uma vez que o fazer pedagógico deles é realizar o processo de aprendizagem dos quatro pilares mencionados para formar sujeitos capazes de desempenhar esses pilares em todas as dimensões de suas vidas. Por isso, a formação desses profissionais é muito importante, pois antes de ensinar o educando a aprender a aprender para aprender os pilares, eles precisam estar aptos para exercer esses pilares em suas próprias vidas, principalmente, o pilar aprender a fazer.
Williamson (2012) relata que Einstein dizia que é um milagre que os métodos modernos de ensino não tenha sufocado toda a vontade de pesquisar, pois pesquisar é aprender e apreender o conhecimento para fazer alguma coisa com ele, trazer esclarecimento das ideias próprias a partir da aplicação do que foi aprendido e apreendido. Além disso, aprender é possibilitar a apropriar de pistas para seguir estudando, permitindo que se encontre a última instância não somente de recursos, mas de hipóteses, montagens de estratégias para ver como um assunto ou objeto de aprendizagem se comporta, chegando ao final as ideias próprias e aos passos da pesquisa de modo que os outros possam ler da forma como foi pensado, e desse modo, avançar no conhecimento, aprendendo a fazer, a usar todo o conhecimento conquistado, compartilhando com os outros em suas vivências.
Essa educação no ponto de vista de Freire (2007) constitui-se de um processo permanente, uma vez que os indivíduos não são educados definitivamente, elas estão sempre se educando, sendo que de tempos em tempos os graus da educação vão mudando, devido às novas experiências que vão complementando o ser. Não se pode dizer que a educação é absoluta, cada pessoa possui grau diferente de experiências que configuram o ser que são, o indivíduo está sempre aprendendo a ser. Conforme o autor, aprender a ser é um processo contínuo, pois as pessoas estão construindo conhecimento a todo momento, em consequência disso, constroem suas histórias, à medida que as demandas que vão surgindo ao longo de suas trajetórias de vida.
Nesse contexto, deduz-se que educar é uma construção sem fim na qual educar é capacitar o sujeito para que ele interprete o mundo e vá aprendendo a ser. Aprender a ser é um processo de formação humana que vai se ajustando às necessidades sociais, coletivas e individuais. As necessidades atuais indispensáveis ao ser humano para sobreviver, desenvolver suas capacidades, viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento, aprimorar sua qualidade de vida e tomar decisões, exigem diferentes aprendizagens (aprender, fazer, ser e conviver), tanto em termos instrumentais – leitura, escrita, expressão oral, cálculo, resolução de problemas, quanto em relação aos conteúdos educativos fundamentais – conhecimento, aptidões, valores, atitudes (DELORS, 2010, p. Assim, ganha força as ideias pedagógicas baseadas na “formação integral” (desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes) em que o o protagonista seja o aluno com todas as suas especificidades e necessidades.
Por isso urge a necessidade de a Escola repensar a sua prática pedagógica. Mais do que transmitir o resultado do pensamento científico acumulado, sob tal perspectiva a Escola deve procurar desenvolver nos seus alunos um conjunto de competências necessárias à formação do profissional, do cidadão e do ser reflexivo. Nesse sentido, o conteúdo aplicado nas escolas deixaria de ser apenas um fim em si mesmo (conhecimento acumulado) e passaria a se constituir em um meio (processo) por onde o aluno desenvolve as suas estruturas de conhecimento (construção do conhecimento); o que nada mais é do que desenvolver sua capacidade de aprender a conhecer. LENTIN, 1996, p. Ainda Lentin (1996, p. constata que não se pode desconsiderar que, conforme as pessoas envolvidas vão lidar com esse investimento, poderá a experiência ser construtiva ou destrutiva, levando ao fechamento do aprender, caso educando e professor envolvidos nela, ocupem posições estáticas, esperando somente do outro aquilo que na verdade deverá ser o envolvimento de todos.
Para Piaget e Inhender (1993), a experiência somente será construtiva, caso o que se pretende ensinar, também deverá estar ligado tanto às vivências de quem aprende quanto às de que ensina. Se aquele que ensina fecha o ensino em dogmas, não conseguem entrar no desejo de saber do aprendiz. E quem aprende ensina ao aprender (FREIRE, 2007, p. Aprender, de maneira figurada, seria igual a nadar. Hipoteticamente, se o sujeito não sabe nadar, e encontra-se à beira de uma piscina, não irá mergulhar. Muito pelo contrário, tomará cuidado para não cair na água. Talvez vá para a parte rasa, com uma boia. Pode-se ter o auxílio de um professor de natação, que pode ensiná-lo a adaptar-se na água, a respirar enquanto nada. Com sua competência vai ajudá-lo a desfrutar de toda a piscina.
Se nessa metáfora a “água” é o conhecimento, aprender a nadar é o que considero que seja o “aprender a aprender”. Isto é, a capacidade de saber como: aprender, obter, processar, criticar e personalizar a informação, transformá-la em algo útil para si e para os outros, entender e situar-se no mundo. A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. Contudo, para uma educação transformadora na formação humana e na sociedade em geral, o docente precisa ser um mediador disposto a aprender a aprender que é preciso aprender a conhecer para aprender a fazer, conviver e a ser. Ser um educador que atenda aos pressupostos firmados pelo Relatório elaborado por Delors e outros educadores em 1996. Por isso, esse profissional está sempre na fase de aprender a aprender, pois a cada dia surgem demandas que nunca foram vivenciadas por ele, que precisa dar conta de mediar o aprender a conhecer, fazer, conviver e ser de seus educandos, e isso, não é uma tarefa fácil.
Por essa razão, ele deve estar disposto a sempre rever se olhar sobre a educação, desprendendo-se de práticas ultrapassadas. O que vale compreender que o docente é um profissional que está sempre na fase de aprender a aprender, não é que ele não saiba, mas ele precisa aprender a lidar com as necessidades e especificidades. Para os educandos se apropriarem desse processo, pode-se fundamentar esse aprender com Freire (2007), autor que defende a sala como um espaço rico para a construção do conhecimento quando dentro da sala de aula são desenvolvidas atividades multiculturais e preservando a ação coletiva e solidária. A sala de aula é também um espaço muito problemático, implica na relação professor-aluno, aluno-aluno e na relação ensinar-aprender, visto que existe entre dois sujeitos um processo de construção, o professor que ensina e o aluno que aprende.
É um desafio complexo de integração social e de intensiva função educativa. FREIRE, 2007, p. Entretanto, a escola tem uma tendência de padronizar suas ações, pois tem dificuldade para trabalhar a pluralidade e a diversidade cultural: A escola sempre teve dificuldade em lidar com a pluralidade e a diferença. Pode-se considerar que muitos fatores além do espaço escolar interferem nesse problema, como por exemplo, “o plano curricular não se adequa às demandas da inclusão; o professor não tem formação específica para trabalhar com as especificidades dos alunos de inclusão”. Além disso, o acervo bibliográfico e o material pedagógico são ainda oriundos do sistema tradicional, bem como verbas insuficientes para se promover uma Escola Inclusiva de fato (MANTOAN, 2005, p.
O acesso do estudante de inclusão na escola pública regular facilita a autonomia desse aprendiz através de um processo construído individual e coletivamente que precisa ser estimulado, respeitado e integrado ao ambiente. O estudante com necessidade educacional especial necessita ser estimulado a dizer o que pensa e quer com relação à necessidade de atenção do educador ou quando precisar de outros caminhos para construírem conhecimentos. MANTOAN, 2005). É preciso crer e fazer acontecer para que a sala de aula seja realmente um lugar de transformação social, com discurso crítico e libertador. Segundo Freire (2007): Uma sociedade que coloca a igualdade de renda, à frente da liberdade humana, terminará sem igualdade e sem liberdade. O emprego da força para implantar a igualdade destruirá a liberdade, assim, é que se constrói uma sociedade totalmente inclusiva, pautando-se na pluralidade e no respeito às diferenças.
FREIRE, 2007, p. Nesse sentido, verifica-se que é imperativo promover dentro da escola um discurso pedagógico libertador, sem articular o discurso do poder, que coloca um currículo pensado pelo poder público, sem discutir com os interessados. Em contrapartida, o educando deve respeitar o espaço escolar e valorizar o docente, sobretudo aproveitar as oportunidades, em uma interação aprender-ensinar-aprender, aprender-a-ser e aprender-a-conviver, qualidades indispensáveis do sujeito da aprendizagem. Nesse sentido, a seleção do currículo, organização, sistematização didática para facilitar aprender os quatro pilares da educação do século XXI deve facilitar a construção de conhecimento por meio do aprender a aprender em processos construtivos nos quais, os professores são mediadores para orientar os casos de limitações na apropriação dos saberes necessários para a formação humana do século em questão.
Porém, é preciso que o professor tenha clareza nas interações com os educandos, pois é fundamental que ele realize sua mediação evitando a subjetividade, evitando interpretações em duplicidade ou equivocadas que podem caracterizar falta de autenticidade, aceitação e empatia. A subjetividade pode ser negativa se confundir o estudante ou induzi-lo a dificuldades de entender o que é para ser realizado (ZAGURY, 2002). Entretanto, conforme Cortella (1997), a concepção sobre o conhecimento dentro da sala de aula é uma das questões decisivas para as práticas pedagógicas, pois na maioria das vezes o conhecimento é compreendido como acabado, pronto, fixo e encerrado em si mesmo, desconhecendo a produção históricas dos saberes já apropriados. Nessa perspectiva entram formação humana e profissional, bem como conhecimentos construídos. Ademais, as relações humanas, embora complexas, são peças fundamentais na realização comportamental e profissional de um indivíduo, por isso é preciso aprender a conviver.
Dessa forma, a análise dos relacionamentos entre professor/aluno envolve interesses e intenções, sendo essa interação o expoente das consequências de aprender a fazer e a ser, pois a educação é uma das fontes mais importantes do desenvolvimento comportamental e agregação de valores nos membros da espécie humana. O aprender a aprender tornou-se uma ferramenta pedagógica para os professores deste milênio a compreender a construção e mediação do conhecimento, inferindo-se que sua formação sem estará incompleta, porque todo dia há demandas diferentes na educação, e esse profissional precisa estar apto a acompanhar as transformações. Ele precisa aprender a conhecer que precisa aprender a fazer constantemente, aprender a conviver com a diversidade cultural e aprender a ser profissional todo dia.
A ação educativa de incluir se relaciona com o educador: A inclusão depende do trabalho cotidiano dos professores na sala de aula e do seu sucesso em garantir que todas as crianças possam participar de cada aula e da vida da escola como um todo. Os professores, por sua vez, necessitam trabalhar em escolas que sejam planejadas e administradas de acordo com linhas inclusivas e que sejam apoiadas pelos governantes, pela comunidade local, pelas autoridades educacionais locais e acima de tudo pelos pais. MITTLER (2003, p. Mittler (2003 p. afirma a respeito da inclusão: “Isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo necessidades educacionais especiais”. As práticas desse profissional são voltadas para a organização pedagógica que envolve tanto o professor quanto o estudante, além de administrar a presença da família na escola.
Em outras palavras, ele/a promove e potencializa a interação entre docentes, discentes, família e gestores. Devido a sua importância para a escola, justifica a relevância do coordenador pedagógico, uma vez que ele contribui para a melhoria das ações pedagógicas no âmbito escolar (LIMA; SANTOS, 2007). Por essa razão, a gestão educacional precisa fazer da escola um ambiente que leve em conta um ambiente agradável para todos os envolvidos na comunidade escolar, os gestores precisam aprender a aprender que a escola é um lugar para aprender a conviver, e essa convivência precisa ser harmônica, agradável a escola precisa ser um lugar para se viver bem com o outro em uma interação social. Nessa perspectiva, Freire escreveu o poema escola: ESCOLA Escola é.
A escola é um espaço rico para a troca de saberes, para mudanças, bem como para formação para o exercício da cidadania, sendo importante para o processo de formação humana dos sujeitos que a frequentam, levando em conta a sua trajetória histórica e as suas diferenças socioculturais. A esse respeito, Dayrell (2006) afirma que: Analisar a escola como espaço sociocultural significa compreendê-la na ótica da cultura, sob um olhar mais denso, que leva em conta a dimensão do dinamismo, do fazer-se cotidiano, levado a efeito por homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, negros e brancos, adultos e adolescentes, enfim, alunos e professores, seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos, presentes na história, atores na história. Falar da escola como espaço sociocultural implica, assim, resgatar o papel dos sujeitos na trama social que a constitui, enquanto instituição (DAYRELL, 2006, p.
Nessa diversidade cultural, os educandos, sejam crianças ou adolescentes têm a necessidade de se apropriar do saber para compreender o mundo dos objetos, dos lugares, das pessoas e dos conhecimentos. Além disso, ao realizar essa apropriação, eles vão se produzindo, e são produzidos também, de modo a construir sua formação humana. Por isso, a escola precisa ajustar o processo de inclusão, aliados ao ambiente apropriado para sua consolidação. A inclusão envolve a reestruturação das culturas, políticas e práticas de nossas escolas que, como sistemas abertos precisam rever suas ações, até então, predominantemente elitistas e excludentes. Partindo da premissa que a escola é um sistema aberto, na elaboração do projeto político pedagógico devem ser valorizados os aspectos estruturais (a organização que o sistema elege para seu funcionamento); os processuais (as formas de comunicação interna e com a comunidade, as regras que se estabelecem), e os contextuais (a cultura da escola e a cultura na escola, sua trajetória, sua história) (CARVALHO, 2004, p.
O grande desafio das escolas hoje é reconhecer as potencialidades do desenvolvimento individual de cada estudante (as descobertas de capacidades), e como lidar e traçar metas para alcançar esse público alvo. Não basta reconhecer a diversidade, mas saber que todas as pessoas têm potencialidades para desenvolver. Assim, faz-se necessário refletir como percebemos o diferente e qual a nossa expectativa em relação a ele. Para Magalhães (1997), essa aprendizagem compreende atitudes e valores sociais, traduzidos por gostos e preferências, simpatias, costumes, crenças, hábitos e ideais de ação, que constituem os princípios mais gerais de conduta humana. A aprendizagem apreciativa resulta em respostas afetivas, que poderão ser proveitosas ao indivíduo e à sociedade. O autor ressalta, ainda, que muitos dos estados afetivos no homem, como o amor, o respeito, a admiração, a justiça e a moral, são em grande proporção fruto da experiência e da educação.
A escola e a família devem exercitar essas respostas afetivas e outras que desempenham papel da maior relevância na vida social. Deve esforçar-se em formular perguntas e instruções verbais que os estudantes possam entender. Não se espera que haja pleno entendimento entre professor e estudantes, mesmo porque a situação pedagógica é condicionada por outros fatores. Mas as formas adequadas de comunicação concorrem positivamente para essa interação. Segundo Guareschi (2003), o professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os estudantes. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. É preciso ter ações pedagógicas básicas, e conforme situações inesperadas, elas vão sendo modificadas. Portanto, aprender a aprender é inerente dos humanos, pois sempre é preciso aprender a viver com as diferenças que vão surgindo, para isso tem que se aprender a conhecer para saber como agir, resultando no aprender a fazer, para viver, em um ciclo sem fim, pois não se nasce sabendo e aprende-se a vida inteira ao longo da vida.
AFINAL, O QUE SIGNIFICA APRENDER A APRENDER COMO COMPETÊNCIA DA BNCC? A BNCC é um documento de caráter normativo que determina as necessidades essenciais se fundamenta no desenvolvimento de competências como foco do século XXI. Essas competências vêm sendo usadas no ensino-aprendizagem com sucesso em outros países como Canadá, França e Finlândia, sendo utilizadas nas principais avaliações internacionais, como ocorre no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) – sigla em inglês. Esse documento promove com igualdade o ensino e diminui desigualdades educacionais em todas as instituições, tanto das redes pública e privada, servindo como referência para a elaboração de propostas pedagógicas, estabelecendo os mesmos parâmetros mínimos para a aprendizagem de todos os educandos.
As competências específicas de linguagens sintetizadas para o EF são: 1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem, artísticas, corporais e linguísticas. Utilizar diferentes linguagens, verbal, oral, visual-motora, Libras, escrutam sonora, digital. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos. CONSCIÊNCIA MULTICULTURAL - Desenvolver senso de identidade individual e cultural e demonstrar curiosidade, compreensão e respeito com diferentes culturas e visões de mundo. MEDIAÇÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL - Reconhecer os desafios e benefícios de se viver e trabalhar em sociedades culturalmente diversas e explorar novas formas de reconciliar valores e perspectivas culturais diferentes ao abordar desafios em comum. RESPEITO À DIVERSIDADE CULTURAL - Experimentar diferentes vivências culturais e compreender a importância de valorizar identidades, tradições, manifestações, trocas e colaborações culturais diversas (Nova Escola, 2018).
Depois dessas considerações, faz-se necessário responder à pergunta título deste capítulo. Aprender a aprender como competência no BNCC aprender todas as capacidades necessárias para aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser. tem a preocupação com a inclusão: De forma particular, um planejamento com foco na equidade também exige um claro compromisso de reverter a situação de exclusão histórica que marginaliza grupos – como os povos indígenas originários e as populações das comunidades remanescentes de quilombos e demais afrodescendentes – e as pessoas que não puderam estudar ou completar sua escolaridade na idade própria. Igualmente, requer o compromisso com os alunos com deficiência, reconhecendo a necessidade de práticas pedagógicas inclusivas e de diferenciação curricular, conforme estabelecido na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.
BRASIL, 2015). Com base nesse breve histórico, todas as áreas do conhecimento precisam criar estratégias para diminuir as dificuldades de aprendizagem de estudantes com necessidades educacionais especiais. CONCLUSÃO Esta pesquisa tratou da inclusão, diversidade e multiculturalidade no viés do aprender a aprender, considerando quatro pilares discutidos no Relatório da UNESCO da Comissão Internacional sobre a educação para o século XXI. O professor precisa atentar para as mudanças existentes nos diversos campos do conhecimento e elaborar esse conhecimento de forma significativa, contextualizando a prática pedagógica. Os professores da educação inclusiva são os facilitadores da qualidade da educação que está intimamente relacionada com a formação humana. O fato é que, o indivíduo necessita passar pela escola para poder de forma mais articulada, exercer seu papel na sociedade.
Os professores são alicerces das estruturas educacionais, uma vez que respondem pelas mudanças que ocorrem em seu interior. É necessário ser claro que o docente deve mediar, educar e instruir seus aprendizes, ensinando-os a aprender a aprender, praticando o aprender a aprender, a conviver, a conhecer e a fazer na prática, em outras palavras na interação entre educador e educando. Dessa forma, a educação passa a ser responsabilidade de todos, cabendo ao coletivo da escola atender às especificidades das necessidades educacionais especiais. REFERÊNCIAS ALONSO, M. Orgs. Gestão educacional e tecnologia. São Paulo: Avercampi, 2003. Brasília: Diário Oficial da União. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília, DF: MEC, 2015. Lei número 13632, 6 de março de 2018. São Paulo: PUCSP, 1997.
DAYRELL, Juarez. A escola como espaço sociocultural. In: DAYRELL, Juarez (Org. Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Julho, 2010. Disponível em: <http://unesdoc. unesco. org/images/0010/001095/109590por. pdf>. FRIEDMANN, A. Dinâmicas Criativas: um caminho para a transformação de grupos/Adriana Friedmann- Petrópolis: Vozes, 2004. GUNTHER, Z. C. e COOMBS, A. Rio de Janeiro: WVA Editores, 1997. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2005. LIMA, Paulo Gomes; SANTOS, Sandra Mendes dos. O coordenador pedagógico na educação básica: desafios e perspectivas. Educere et educare: Revista de Educação, v. São Paulo: Cortez, 2000. MELLANDER, K. O poder da aprendizagem. São Paulo: Cultrix, 1993. MOREIRA, Antônio Flávio; CANDAU, Vera Maria. Enseñar para la autonomía. Aula de Innovación, 100, 2001.
p. NOVA ESCOLA. BNCC na prática Aprenda tudo sobre as Competências Gerais. Educação e Diversidade Cultural. Maringá: EDUEM, 2010. p. SEVERINO, A. J. WILLIAMSON, Luisa Guido. Aprender a aprender. Viveros (México): Red Tercer Milenio, 2012. ZAGURY, Tania. Educar sem culpa: a gênese da ética.
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