A discalculia e a neuroaprendizagem

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Agradeço à Escola pelo suporte financeiro concedido ao longo desse curso. Finalmente, aos amigos que fiz neste período, especialmente à Márcia pelo incentivo nas horas difíceis e por sempre me encorajar a continuar nessa trajetória de sucesso. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus amados filhos pela compreensão das horas de ausência durante meus estudos e pelo conforto, amor e carinho que sempre me aquecem e renovam. E aos meus alunos, sem os quais eu jamais teria chegado até aqui, pois despertaram em mim a busca por respostas sobre a discalculia do desenvolvimento. LISTA DE ABREVIATURAS CNE - Conselho Nacional de Educação DSM V - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais Pesquisa ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional NA – Neuroaprendizagem NE - Neuroeducação PET - Tomografia com Emissão de Pósitrons PNAD – Plano Nacional por Amostra de Domicílios PNE - Plano Nacional de Educação TEA - Transtornos Específicos de Aprendizagem LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Áreas de habilidades matemáticas 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Primeiros resultados 12 Tabela 2 – Resultados 13 Resumo JOLIG, Rosemary.

Palavras-chave: Discalculia; Neuroaprendizagem; Neuroeducação, Fracasso escolar; Capacitação. Abstract SOBRENOME, Nome. Dyscalculia and neurolearning: Concepts, approaches and strategies in school. Institution of Education, 2019. The subject of the present study is dyscalculia from the perspective of neurolearning. Discalculia: conceito, prevalência e neurofisiologia 14 2. Bases conceituais da neuroeducação/neuroaprendizagem 16 3 MÉTODO 19 3. Objetivos. Objetivo Geral 19 3. Objetivos Específicos 19 3. O que se observa neste quadro é uma dificuldade em discernir os números, compreender os eventos matemáticos ou realizar cálculos. Esse tipo de problema de aprendizagem tende a aparecer no início dos anos escolares ou conforme as exigências acadêmicas. No item 2. discutiremos de forma mais aprofundada a etiologia, curso, diagnóstico e fundamentos neurobiológicos da discalculia. As abstrações matemáticas estão presentes em quase todas as ações cotidianas do ser humano, por meio das suas operações básicas: soma, subtração, divisão, multiplicação ou do uso da lógica.

O terceiro capítulo, como já foi mencionado, delineia o percurso escolhido pela autora para esta investigação, bem como os objetivos geral e específicos. Os resultados serão dispostos em tabelas de forma que no Capítulo 4 seja feita uma rápida observação dos achados nos bancos de dados. O Capítulo 5 se dedicará à discussão do referencial encontrado e suas articulações com o propósito da pesquisa. Os dois últimos capítulos, apresentam as principais conclusões e as considerações finais, respectivamente. REVISÃO DA LITERATURA Este capítulo foi dividido em três sessões que têm a finalidade de apresentar os fundamentos teóricos que nortearão a posterior investigação dos artigos sobre discalculia e neuroaprendizagem. p. O relatório “Motivos da Evasão Escolar”, por meio da análise dos dados obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004 e 2006 observou que 45,1% dos alunos evadiram da escola e o motivo declarado foi a presença de alguma deficiência ou incapacidade por parte dos estudantes.

“A falta de oferta de escolas inclusivas ou especiais para este público afetaria quase metade dos problemas associados à falta de acesso à escola em geral tal como reportado na pesquisa”. p. Os marcos legais promovidos pela Constituição Federal (CF) de 19885 e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)6 responsabilizaram de forma compartilhada o Estado e a família, pelo dever de fornecer educação às crianças que objetivasse o seu desenvolvimento integral para atuar na vida cidadã e no mundo do trabalho. Já nesses estágios iniciais, a criança pode apresentar problemas de aprendizagem, comportamentais e emocionais, exigindo do educador um olhar atento para essas demandas, já que se acredita que esses condicionantes afetam o processo de escolarização da criança. Por esta razão, Chiarato9 considera importante uma avaliação precoce desses alunos, o que poderia contribuir para um prognóstico satisfatório, reduzindo os impactos negativos no seu desenvolvimento integral.

De acordo com a legislação atual brasileira,10 toda criança deverá estar matriculada em uma escola, mas ainda existe pouca preocupação na capacitação do professor para lidar com esta situação. Importante destacar o conceito da palavra inclusão para que se possa compreender melhor como inserir o aluno oferecendo as condições necessárias para o aprendizado: Incluir, quer dizer que podemos deixar pertencer, adaptando-os em todos os aspectos, mostrando-os o que fazer, para quê e com quem utilizar o seu corpo fazendo-o aprender através de atividades não só especificas, mas transformadas e adaptadas. Para que possamos incluir devemos respeitar e querer desenvolver o indivíduo em todos os aspectos dentro do processo de aprendizagem. ” (12, p. Neste sentido, o professor também desempenha papel fundamental na medida em que, com uma formação mais crítica, ele se implica no processo inclusivo, acolhendo novas abordagens e saberes.

No tópico a seguir discutiremos mais profundamente o Transtorno de Discalculia, a fim de apresentar um conteúdo que possa servir de estímulo e introdução para futuras investigações. Discalculia: conceito, prevalência e neurofisiologia Conforme o DMS V,2 os Transtornos Específicos de Aprendizagem (TEA) englobam problemas na escrita, leitura e cálculo. Esta última é denominada por discalculia, que “é um termo alternativo usado em referência a um padrão de dificuldades caracterizado por problemas no processamento de informações numéricas, aprendizagem de fatos aritméticos e realização de cálculos precisos ou fluentes. p. A neuroanatomia permitiu, nos últimos anos, identificar as bases de diversos transtornos, inclusive da discalculia. Apesar da multifatorialidade envolvida nessa condição, há um consenso científico de que as habilidades matemáticas se organizam no sulco intraparietal.

Figura 1 - Áreas de habilidades matemáticas Fonte: Farghaly14:3 Neste sentido, Gomes e Manrique explicam: Para o desenvolvimento das habilidades matemáticas é necessária a fusão integral e relacional entre as nossas capacidades numéricas específicas com as capacidades cognitivas, chamadas funções executivas, definida por Muszkat (2008) como processos mentais descritos como associados ao pensamento que se relacionam com habilidades de planejamento e a utilização de estratégias para a resolução de problemas visando metas. Dentre essas, a Atenção Seletiva e Memória Operacional. p. O próximo tópico discorrerá sobre os fundamentos da aplicação neurocientífica na aprendizagem e como esta se processa. Bases conceituais da neuroeducação/neuroaprendizagem O médico Franz Gall, em 1796, apresentou uma teoria conhecida como frenologia, afirmando que funções específicas do comportamento humano estavam localizadas em áreas do cérebro que seriam responsáveis por sua execução.

Suas observações estavam baseadas na palpação do crânio. Só após o surgimento do exame de tomografia com emissão de pósitrons (PET) foi que se pôde confirmar sua teoria. A construção de conhecimentos em sala de aula deve se constituir de forma gradativa adequando-se a cada estágio do desenvolvimento da criança. O professor deve oportunizar situações de aprendizagem em que o aluno participe ativamente desse processo, ainda que a fonte desse conhecimento possa estar tanto no exterior (meio físico, social) como no seu interior. p. Logo na tenra idade, o bebê não consegue interpretar por si só os sinais que a sociedade e a cultura lhe apresentam. É neste momento que o adulto, em geral a família e posteriormente o professor, auxilia a atribuir sentido a todas as novas informações que recebidas.

A escola é um dos ambientes em que programas de prevenção universal destinados à população infanto-juvenil são mais desenvolvidos e pesquisados. Em tal contexto, eles podem fazer parte do currículo formal da escola ou constituir uma atividade extracurricular, após o término do horário das aulas (. alcançam crianças e adolescentes independentemente do nível de risco para problemas de comportamento; fortalecem o suporte entre pares; reduzem dificuldades psicossociais dentro da sala de aula; favorecem a promoção de aprendizagem e desenvolvimento saudável. p. Rosin-Pinola e Del Prette24 tratam sobre capacitação e treinamento de professores para lidarem com as dificuldades socioemocionais, que atrapalham o desempenho acadêmico, na perspectiva da inclusão escolar. Objetivos Específicos • Analisar o tema da educação, fracasso e inclusão escolar; • Conceituar o transtorno de discalculia; • Fundamentar a neuroaprendizagem.

Metodologia A respeito do delineamento metodológico, este trabalho pode ser considerado como uma pesquisa de natureza qualitativa, que conforme Minayo26 se debruça sobre temas sociais, ou seja, das relações humanas, que não podem ser compreendidos quantitativamente ou em análises estatísticas. Assim, a revisão de literatura é um método que se fundamenta na busca por estudos já elaborados, em especial em livros e artigos especializados e publicados em periódicos da área de estudo. Sendo assim, a pesquisa fez um recorte temporal de 2013 a 2018 nos artigos pesquisados nas bases de dados PubMed e Google Acadêmico. Como critérios de inclusão foram considerados apenas os artigos, publicados nos últimos cinco anos, disponibilizados gratuitamente na íntegra e nos idiomas inglês e português. Diferenciar dificuldades de aprendizagem de transtorno específico da aprendizagem.

Filipin et al28 mas o fracasso escolar também está relacionado à desmotivação do aluno perante o processo ensino-aprendizagem. Formação teórica dos professores e apresentação de estudo de caso Barrios-Tao29 o conhecimento das “alterações neurobiológicas” que ocorrem no cérebro durante a execução de processos de aprendizagem pode fortalecer os processos educacionais, através do conhecimento da anatomia e fisiologia do cérebro, emoções, comportamento, processo de informação, processos cognitivos. Farghaly et al14 O aumento da conscientização sobre o impacto de transtornos específicos de aprendizagem em crianças.  treinamento especial. A partir da relação das habilidades neurocognitivas típicas da educação matemática com o processo de musicalização, foram observados avanços positivos no desenvolvimento do conceito numérico e nas funções executivas (atenção e memória).

Fonte: dados da pesquisa 5 DISCUSSÃO Analisar as contribuições da neuroaprendizagem para o transtorno de discalculia, implicou, neste trabalho, em compreender como os autores conceituam e explicam essa desordem da aprendizagem; discutir aspectos educacionais, como a abordagem do professor e práticas inclusivas. Além disso, fundamentou-se nas questões acerca da neuroaprendizagem, que apontaram diferentes contribuições, seja no diagnóstico ou em na compreensão de novas metodologias. No que tange ao conceito e implicações da discalculia, Carvalho et al27 explicam a importância de se diferenciar os transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares, incluindo a discalculia, das dificuldades de aprendizagem. Esse aspecto corrobora com o achado na literatura16, onde se verificou que os primeiros têm relação com distúrbios biológicos/neurológicos, enquanto que as segundas se referem a problemas ambientais.

Adicionalmente, a neuroaprendizagem pode contribuir para o adequado diagnóstico dos transtornos específicos de aprendizagem,13 para a capacitação teórica e prática de professores28 e para compreender que os estudos das alterações neurobiológicas podem fortalecer os processos educacionais, através do conhecimento da anatomia e fisiologia do cérebro, emoções, comportamento, processo de informação, processos cognitivos, dentre outros.  Para Oliveira et al32 a aprendizagem é resultante de quatro fatores combinados: neuroplasticidade cerebral (treino), atenção, memória e emoções. Ainda sobre as contribuições da neurociência no ensino da matemática, Farghaly et al14, a respeito do ensino da matemática para crianças egípcias, indicaram um treinamento que combine método de ensino da escrita por meio de instruções motivacionais, incluindo tarefas para serem elaboradas em casa.

Dresler et al30 expõem que as ferramentas de treinamento computadorizado existentes melhoram a comparação de números e na experiência com dois adultos com estímulos trasncranianos por corrente contínua (ETCC), aquele que recebeu estímulos do lado esquerdo apresentou melhoras na aprendizagem. Finalmente, cabe tratar a respeito das considerações sobre o processo educacional, estratégias e perspectivas inclusivas. Percebeu-se que um ponto relevante é a capacitação de professores para o entendimento do distúrbio, a fim de que a prática diária seja mais instrumentalizada, possibilitando melhor acolhimento dos alunos com tais dificuldades. Neste sentido, a respeito da delimitação conceitual do transtorno, a pesquisa possibilitou concluir que a discalculia é um transtorno da aprendizagem que compromete a aquisição e processamento de conhecimento matemático.

É um problema de maior incidência em meninos e pode ser observado logo nas primeiras séries escolares. Cabe ressaltar que a neuroeducação tem possibilitado compreender áreas do cérebro responsáveis pelo processamento da habilidade de cálculo, o que sugere um horizonte mais ampliado de estratégias de prevenção e cuidado. Além disso, metodologias como a computação e a música têm se revelado importantes ferramentas para tornar o conteúdo mais concreto e reduzir problemas emocionais, como a ansiedade. Acredita-se que essa crescente área da neurociência pode trazer importante contribuição na vida acadêmica de pessoas com discalculia, já que associa neuroimagens e outros estudos de base biológica às novas metodologias de ensino, mais adaptadas às particularidades de cada aluno.

REFERÊNCIAS 1. Bastos JA. Discalculia: transtorno específico da habilidade em matemática. In: Rotta NT, Ohlweiler L, Riesgo RS, eds. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1978/2011. Neri M. Motivos da evasão escolar. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2009. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 1990. Costa A. C. In: Leite LC, Leite MED, Botelho AP, (Org. Juventude, desafiliação e violência. Rio de Janeiro: Contracapa, 2008. Chiaratto FA. importância da avaliação psicológica na educação infantil. Declaração de Salamanca sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. Espanha,1994. Disponível em: http://portal. mec. gov. v2i2. Piovesan et al. Dificuldade em matemática ou TEA? entendendo a aprendizagem neurocientificamente.

Cam da Educ Mate em Rev (On-line), 2015: 4 (1): 85-98. Farghaly WM, Ahmed MA, El-Tallawy HN et al. LeDoux J. O cérebro emocional: os misteriosos alicerces da vida emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Fonseca L, Cassia A. Um estudo preliminar sobre a neurociência cognitiva nos cursos de licenciatura em matemática de Sergipe/Brasil: necessidades de incorporação de uma engenharia neurodidáticas. org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862017000100008&lng=pt&tlng=pt]. Vygotsky LS. Formação social da mente. São Paulo: Martins Fonte, 2007. Psi. teoria e prática, 2014, 16(3): 83-99. Rosin-Pinola AR. Del Prette, ZAP. Inclusão escolar, formação de professores e a assessoria baseada em habilidades sociais educativas. Carvalho et al. Characterization of school-related problems and diagnoses in a Neuro-Learning Disorder Clinic. Est de Psicol (Campinas).

Disponível em: [https://dx. doi. edu. Dresler T, Bugden S, Gouet C, Lallier M, Oliveira DG, Pinheiro-Chagas P, Pires AC, Wang Y, Zugarramurdi C and Weissheimer J. A Translational Framework of Educational Neuroscience in Learning Disorders. Front. Integr. Disponível em: [http://proceeding. ciki. ufsc. br/index. php/ciki/article/view/91].

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