DISLEXIA NA ESCOLA: orientações para pDISLEXIA NA ESCOLA: orientações para professores identificarem disléxicos na alfabetizaçãorofessores identificarem disléxicos na alfabetização

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP ________________________/___/____ Prof. UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP AGRADECIMENTOS A Deus, fonte de fé e sabedoria, pelo dom da vida e por nos dar forças, luz e esperança em todos os momentos, por nos ter abençoado e iluminado durante nossa caminhada rumo à realização desse sonho. À minha família, pelo cuidado, paciência, incentivo, amor, confiança e apoio em todos esses anos de estudo. Obrigada por acreditar em mim! À UNIP, que me proporcionou realizar essa formação em uma instituição bem conceituada, ampliando meus conhecimentos e me preparando para o exercício de minha profissão. A todos os professores da UNIP, que me ensinaram os saberes necessários para a pós-graduação, me preparando com ensino de qualidade, com amor e respeito. Sintomas. ABSTRACT Dyslexia is a little known and difficult to understand learning disorder, and is often misinterpreted by educators.

However, the teacher plays an important role in the identification of dyslexia, since in most cases, it is at school that the most visible signs related to the teaching of reading appear. In this regard, it is worth mentioning that it is not the teacher, the professional responsible for the diagnosis of a dyslexic child, or any other disorder, however, his observations in the classroom serve as parameters and guidance for other specialist professionals to orient themselves in the assessment of specificities each case. At this juncture, it is observed that the diagnosis of dyslexia in general ends up happening late and thus, the dyslexic student is more prone to school failure. Cérebro do disléxico 15 2 O TRABALHO DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL 18 3. Diagnóstico de Dislexia 20 3. Intervenções e Tratamento 23 4 O PAPEL DO PROFESSOR EM IDENTIFICAR OS SINTOMAS 26 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 31 REFERÊNCIAS 33 1 introdução Cada criança é um ser único, que possui suas peculiaridades, desse modo é nítido que cada criança tem seu tempo e seu jeito próprio de aprender.

Todas as crianças irão apresentar alguma dificuldade na trajetória de sua aprendizagem. Algumas demoram mais para aprender do que outras, mas isso não quer dizer que não são capazes de aprenderem. O professor não é o profissional que dará o diagnóstico de uma criança disléxica, ou qualquer outro distúrbio. Entretanto, suas observações em sala de aula servem de parâmetros e orientação para outros profissionais. Através de sua avaliação, podemos distinguir se as crianças estão passando pelas dificuldades comuns a sua faixa etária e série, ou se as crianças apresentam um transtorno de aprendizagem. A dislexia é um transtorno de aprendizagem pouco conhecido e de difícil entendimento, sendo muitas vezes, mal interpretada por educadores.

Assim sendo, o diagnóstico da dislexia acaba sendo tardio e o aluno disléxico fracassa na escola. Desse modo, a fim de melhor identificar a dislexia no ambiente escolar, é fundamental reconhecer suas características. Sendo assim, este capítulo é fundamentado em autores que abordam a temática da dislexia, seu significado, sintomas, causas. significado No que tange a dislexia, há algumas imprecisões quanto às datas e nomes que primeiramente identificaram o distúrbio. Segundo Olivier (2019), porém o que se sabe é que surgiu na Alemanha. Desse modo, o termo dislexia foi criado por um médico oftalmologista alemão, o Dr. Estas limitações acontecem apesar da inteligência normal, de escolarização adequada, de ausência de déficits de audição ou visão, e de um ambiente sociocultural favorável.

Nesse sentido, segundo a Associação Nacional de Dislexia: A dislexia não é uma doença, é um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. As atuais pesquisas, obtidas através de exames por imagens do cérebro, sugerem que os disléxicos processam as informações de um modo diferente. Pessoas disléxicas são únicas; cada uma com suas características, habilidades e inabilidades próprias (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DISLEXIA, 2020). A vista disso, a Dislexia é uma dificuldade em adquirir a habilidade em ler e consequentemente em escrever. Com base na definição adotada pela IDA – International Dyslexia Association, em 2002, a dislexia do desenvolvimento é considerada de origem neurobiológica, uma vez que o cérebro funciona de maneira diferente, decorre de alterações no funcionamento do sistema nervoso cerebral para o processamento da informação.

Dessa maneira, essa disfunção causa dificuldades na identificação do componente fonológico da linguagem e em outras habilidades cognitivas. Isto posto, compreende-se a dislexia como um distúrbio de aprendizagem mais fácil de ser identificado na escola, durante a alfabetização. Sobretudo, por ser de origem neurobiológica, sem causas culturais, intelectuais e emocionais. Os disléxicos têm um nível de inteligência normal, o cérebro não é menos eficiente ou menos capaz que o de pessoas não disléxicas, pelo contrário, podendo até mesmo ser superior à média para a sua idade, e também possuir grande habilidade em determinada área como, por exemplo, em áreas do processamento visual (KONKIEWITZ, 2017). Portanto, a dislexia adquirida é resultante de lesões cerebrais. O indivíduo pode perder a capacidade de ler, chamada de alexia devido a um acidente em que ocorra diminuição ou ausência de oxigênio no cérebro, incluindo AVC, Anoxia por afogamento, por enforcamento, entre outros (OLIVIER, 2019).

Atualmente o distúrbio da dislexia adquirida está oficializado na Ciência da Saúde, codificado em Português, Inglês e Espanhol. Sendo os principais sintomas da dislexia adquirida: ausência de memória, incapacidade de leitura, ausência de concentração, certa fluência em escrever, mas não se consegue ler e perde-se a capacidade de ler e falar em outros idiomas (KONKIEWITZ, 2017). Sintomas Conforme exposto por Brites (2017), a partir do fato de a criança pertencer a uma classe social baixa, com pouco ou nenhum acesso a livros, em que a família não estimula a leitura e teve uma alfabetização ineficiente, não se pode sugerir que essa criança possua alguma dificuldade de aprendizagem que seja causada por um transtorno biológico, mas sim um fator de ordem social, não sendo o caso de ser diagnosticada como disléxica.

Para a Associação Nacional de Dislexia (2020) os sinais comuns da dislexia que ocorre da 2ª série à 8ªsérie do Ensino fundamental são: nível de leitura abaixo do esperado para sua série; dificuldade na sequenciação de letras em palavras; dificuldade em soletração de palavras; não gostar de ler em voz alta diante da turma; dificuldade com enunciados de problemas matemáticos; dificuldade na expressão através da escrita; dificuldade na elaboração de textos escritos; dificuldade na organização da escrita; podem ter dificuldade na compreensão de textos e em aprender outros idiomas; dificuldade na compreensão de piadas, provérbios e gírias; presença de omissões, trocas e aglutinações de grafemas; dificuldade de planejar e organizar (tempo) tarefas; dificuldade em conseguir terminar as tarefas dentro do tempo; dificuldade na compreensão da linguagem não verbal; dificuldade em memorizar a tabuada; dificuldade com figuras geométricas e dificuldade com mapas.

Portanto, o professor deve estar atento aos sinais de dislexia ao observador com atenção, por exemplo, se o aluno lê muito lentamente; lê de forma errada; lê engasgado; não entende o que lê; comete muitos erros ortográficos; não consegue separar sílabas e palavras; não sabe construir sentenças. Isso faz com que a criança fique cada vez mais para trás e se destacando das outras, que cometem esses erros no início da Alfabetização e vão rapidamente se aprimorando (KONKIEWITZ, 2017). Nesse aspecto, Acampora e Acampora (2017, p. apontam alguns sinais indicativos na escola: O histórico familiar, baixa atenção, dificuldade de aprender rimas e canções, atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem, falta de interesse por livros impressos, confusão entre esquerda e direita, dificuldade em aprender uma segunda língua, bom desempenho em provas orais e baixo desempenho em provas escritas.

Na dislexia do desenvolvimento há presença de anomalias de migração celular, essas alterações neurológicas ocorrem no período de desenvolvimento cerebral embrionário, comprometendo o processamento dos sons. Sendo assim, Zorzi e Capellini (2009, p. apontam que “estas anomalias e interconexões anormais presentes nas regiões do cérebro responsáveis pelo processamento dos sons pré-linguísticos, linguístico e metalinguístico”. E assim, explicariam o motivo dos disléxicos apresentarem transtornos perceptivo-cognitivos e auditivo-visuais para a realização do processamento da leitura. Nessa lógica, Olivier (2019, p. O cérebro funciona da seguinte maneira em relação à leitura, quando o indivíduo pronuncia uma palavra, a área receptiva inicial é a área visual primária, assim a informação passa, então, pelos estágios de interpretação e atinge o nível pleno de reconhecimento na área de Wernicke, o lobo temporal esquerdo do cérebro.

Pessoas disléxicas apresentam uma atividade diminuída no córtex estriado, giro angular e área Wernick e maior ativação da área da Broca (ZORZI E CAPELLINI, 2009). Para Olivier (2019) os disléxicos não têm hemisférios maiores ou menos, isso é um equívoco, o que acontece tem relação com a excitabilidade e inibição dos hemisférios. De modo que, algumas crianças disléxicas leem palavras na ordem inversa das letras e têm dificuldade de distinguir letras que são espelhos de outras, como “b” e “d”. Isso sugere que a dislexia pode ter relação com a especialização dos hemisférios, pois o lado esquerdo do lobo temporal mostra anormalidades citoarquitetônicas, como segregação incompleta de camadas corticais e grupos de neurônios conectados de maneira inapropriada.

Segundo Franceschini et al. as dislexias se subdividem em outros dois tipos, a dislexia central e a dislexia periférica. A primeira acontece por causa do “comprometimento do processamento dos estímulos, ou seja, alterações no processo de conversão da ortografia para fonologia” (SCHIRMER; FONTOURA; NUNES, 2004, p. apud FRANCESCHINI et al. p. Nesse sentido, é importante que se faça a distinção entre dificuldade escolar, associadas às dificuldades de origem social, econômica, cultural e emocional e os distúrbios de aprendizagem, relacionados às alterações nas habilidades cognitivas e linguísticas (FRACESCHINI et al. Zorzi e Capellini (2009) ressaltam que o distúrbio de aprendizagem não deve ser utilizado como sinônimo de dificuldade na aprendizagem. Visto que, dificuldade é um termo mais global e abrangente, com causas relacionadas ao sujeito que aprende, aos conteúdos pedagógicos, ao professor, aos métodos de ensino, ao ambiente físico e social da escola.

E o distúrbio, por sua vez, está ligado às dificuldades mais difíceis de serem identificadas, uma vez que são mais específicas, pontuais e caracterizadas pela presença de disfunção neurológica. Acampora e Acampora (2017) descreve que os transtornos de aprendizagem (TA) ocorrem quando há comprometimento dos fatores neurobiológicos. Nesse sentido, vale ressaltar que a Psicopedagogia engloba conhecimentos de diversas áreas, sendo as principais: psicanálise, psicologia social, psicologia genética, linguística, pedagogia e neuropsicologia (CABUSSÚ, 2009). Zorzi e Capellini (2009) também expõem que o conhecimento Psicopedagógico converge com diversas áreas como a Psicanálise, Psicologia (Psicologia Social e Epistemologia Genética), Neurologia e Pedagogia. Portanto, o profissional psicopedagogo atua com enfoque preventivo e terapêutico, buscando investigar todos os aspectos emocionais, pedagógicos e linguísticos, permitindo conhecer e definir possíveis causas para o distúrbio ou dificuldade de aprendizagem.

Nesse ínterim, o trabalho do psicopedagogo na instituição escolar se cumpre quando ele consegue investigar, diagnosticar e ampliar a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno (ACAMPORA e ACAMPORA, 2017). diagnóstico da dislexia O diagnóstico da dislexia é realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por diferentes profissionais. “a avaliação dos problemas de aprendizagem possui um caráter exploratório tendo como finalidade obter informações detalhadas sobre a origem da dificuldade”. A prática psicopedagógica pode ocorrer num âmbito clínico ou institucional. Nessa lógica, o diagnóstico de sujeitos com dificuldades de aprendizagem acontece em ambiente controlado, como o consultório clínico. Nesse sentido, pensando na eficácia diagnóstica Cabussú (2009, p. destaca que: Dentre os distúrbios de aprendizagem, a dislexia ocupa um espaço particular, devido a sua complexidade, pois, em muitos casos, seu diagnóstico é tardio, e o impacto na vida do sujeito e de sua família é enorme, uma vez que não é doença, por isso não tem cura.

Dificuldade com a expressão escrita, podendo ser identificados múltiplos erros de gramática ou pontuação nas frases; emprego ou organização inadequada de parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. De acordo com o Instituto ABCD (2019) a dislexia é consequência de um déficit no processamento fonológico, portanto, devem ser examinadas as seguintes habilidades: consciência fonológica (habilidade para reconhecer e manipular sons da língua falada); memória fonológica (habilidade para lembrar e utilizar sons, sílabas e palavras); nomeação automática rápida (habilidade para nomear objetos, cores, letras e dígitos de forma rápida); vocabulário receptivo (compreensão de palavras ouvidas); associação fonema-grafema (compreensão da relação entre os sons seus símbolos; decodificação (habilidade para utilizar as associações entre sons e letras para identificar e pronunciar palavras escritas); decodificação de palavras reais; decodificação de pseudopalavras; leitura oral fluente (habilidade para ler de forma correta, com fluência e entonação apropriada, facilitando a compreensão); leitura fluente de palavras; leitura fluente de frases, parágrafos e textos); compreensão leitora (competência de interpretar e compreender informações de um texto escrito); soletração e ortografia; escrita de palavras, frases, parágrafos e textos.

Ainda a respeito do diagnóstico, além de avaliar as habilidades de linguagem é de suma importante fazer uma investigação do histórico escolar e do desenvolvimento da criança através de conversas e/ou questionários com a família, sendo necessário também, examinar habilidades específicas como a inteligência, a atenção e a memória (INSTITUTO ABCD, 2019). Ainda de acordo com o Instituto ABCD (2019), o encerramento do processo de avaliação deve incluir a produção de um relatório com informações relevantes e orientações para a pessoa com dislexia e sua família. Nesse aspecto, é importante que a escola também receba um relatório contemplando estratégias de ensino e outras recomendações para atender às necessidades do aluno Assim, é percebido que o diagnóstico é o começo para garantir que o sujeito disléxico tenha acesso aos acompanhamentos e suportes adequados, possibilitando um entendimento mais preciso sobre a natureza das dificuldades e habilidades apresentadas, podendo assim, buscar soluções apropriadas.

O disléxico precisa aprender a lidar com sua dificuldade e receber apoio específico para suas necessidades, pois terá que aprender a conviver num ambiente social letrado, sabendo que não domina totalmente a leitura e a escrita. Corroborando com tal pensamento, Brites (2017) salienta que durante o processo de alfabetização, se espera que a criança aprenda a escrever e a ler da mesma forma com que realiza atividades do seu cotidiano, tais como: falar, andar, reconhecer objetos e seguir orientações. Porém se esquece de que a criança ainda não desenvolveu as habilidades necessárias para expressar suas ideias e conhecimentos em um caderno. De forma que, é neste momento que os indícios de possíveis dificuldades começam a surgir em relação à aprendizagem da leitura e escrita.

Geralmente, quando a criança não avança na alfabetização, o professor é o primeiro a perceber as dificuldades enfrentadas por ela, desse modo devem-se investigar as prováveis causas que estão prejudicando a aprendizagem Assim, uma criança que apresenta dificuldade em ler, juntar letras, não sabe os sons das letras e já tem mais de oito anos de idade precisa urgentemente da atenção da escola e da família (BRITES, 2017). De forma que, conjunturas onde incida a falta de oportunidade em aprender, o ensino pouco eficiente, condições familiares precárias, restrições do ponto de vista social e econômico são exemplo de contextos de risco. Segundo Franceschini et al (2015) na referência diagnóstica descrita no DSM5, os transtornos específicos de aprendizagem não são mais subdivididos em transtorno de leitura (dislexia), transtornos de cálculo (discalculia), transtornos de expressão escrita (disgrafia), entre outros transtornos, como eram classificados, com a justificativa de que os indivíduos que apresentam esses transtornos podem ter déficits em mais de uma área de aprendizagem.

Nesse aspecto, um ponto importante a ser destacado é a diferença existente entre transtorno de aprendizagem e dificuldade escolar. Posto que, o primeiro relaciona-se com problemas na aquisição e desenvolvimento de funções cerebrais envolvidas no ato de aprender, enquanto que a dificuldade escolar varia desde a adaptação escolar ao plano pedagógico adotado por determinada instituição de ensino até o ambiente sociocultural que a criança está inserida (FRANCESCHINI et al. Neste estudo, o foco se concentra na causa de problema de aprendizagem, especificamente, encontrados nos chamados distúrbios de aprendizagem, que é definido por Zorzi e Capellini (2009) como um conjunto heterogêneo de dificuldades que se manifestam na linguagem oral, em termos de compreensão e de expressão, na capacidade para lidar com números e na aprendizagem da leitura e escrita.

De acordo com Assunção (2018) quando há a suspeita de dislexia, a prática educacional vem se mostrando ineficiente para atender as necessidades de alunos disléxicos e muitos deles acabam por abandonar a escola, por não conseguir compreender os conteúdos ensinados, de modo que, a criança fica dispersa durante a aula e não consegue acompanhar o ritmo do restante da turma. No Brasil, os conhecimentos sobre dislexia é algo recente, A Associação Brasileira de Dislexia - ABD foi fundada em 1983, porém o seu reconhecimento se concretizou apenas em outubro de 2001, após participar do IV Simpósio Internacional de Dislexia. Segundo a ABD (2016), calcula-se que a dislexia atinge entre 5% e 17% da população mundial. De acordo com Polese, Costa e Miechunski (2011) quando os pais e professores não têm o esclarecimento sobre a dificuldade, acabam rotulando e criando hipóteses associadas à falta de interesse do aluno, não chegando a diagnósticos verdadeiros e possibilitadores de avanços, como consequência, ocasionando frustações e sofrimento a criança com dificuldade.

Zorzi e Capellini (2009) também concordam que as crianças no início da alfabetização, quando começam a apresentar atraso na aquisição da leitura e da escrita, são rotuladas como desatentas e preguiçosas, mas é preciso que a escola e a família saibam intervir adequadamente e precocemente para que isto não gere na criança frustração e abandono escolar. Conforme, exposto pela Associação Brasileira de Dislexia (2007) existem dados que comprovam as formas ineficazes de alfabetização no Brasil, fazendo-se necessário a implementação de um material que supra as inabilidades e dificuldades de parte dos estudantes brasileiros que apresentarem alguma dificuldade específica no processo de ensino- aprendizado escolar. No contexto das crianças disléxicas, Konkiewtz (2017) salienta como a deficiência fonológica  interfere no reconhecimento das palavras.

Assim, o Método Fônico é indicado pela ABD, pois auxilia diretamente para suprir essa dificuldade, propiciado um ensino sistemático e explícito sobre como as letras se relacionam com os sons, a segmentação das palavras, identificação de sílabas; estando as pistas na própria palavra e não no contexto Nesse ponto de vista, o espaço escolar deve garantir através do professor o resultado de uma metodologia educacional que vá ao encontro do aluno, para que ele se sinta amparado pela escola nas suas dificuldades (MENEGHETTI e SOUZA, 2017). Na perspectiva de que a dislexia está associada a uma dificuldade consciência fonológica e de processamento auditivo, é importante que sejam instituídos na alfabetização métodos fônicos e multissensoriais, ou seja, que desde o início as crianças da pré-escola sejam treinadas a brincar e entender a separação de silabas, palavras em fonemas, reconhecimento de rimas e aliteração, além de trabalhar com a junção de letras com as palavras.

Para mostrar de uma forma clara, explícita, repetitiva, sequencial e devagar como formam as palavras (KONKIEWTZ, 2017). o professor quando está preocupado com o desempenho e processo do aluno, deve conversar com os pais para obter informações sobre o histórico de vida do aluno. Se a preocupação persistir, o professor deve sugerir um acompanhamento de outro profissional, como psicólogo, fonoaudiólogo ou psicopedagoga. É de suma importância que a escola precisa da participação da família no desenvolvimento da vida escolar das crianças. Para tanto, a escola deve abrir espaços para o envolvimento dos pais no processo de aprendizagem que favorece e promove uma educação de qualidade (MENEGHETTI e SOUZA, 2017). Na conjuntura subjetiva ao sujeito disléxico e suas relações no ambiente escolar, percebe-se que o papel do professor não pode ser em hipótese alguma, de constrangimento a criança disléxica, falando de suas dificuldades, sendo importante a sensibilidade em não expor o aluno, pedindo que escreva na lousa ou leia em voz alta.

Destacando, a família no exercício de um papel essencial na participação e apoio ao estudante com dificuldades de aprendizagem. De maneira que, professor e família devem se unir e buscar juntos subsídios para ajudar na dificuldade (MENEGHETTI e SOUZA, 2017). considerações finais No encerramento deste estudo, foi possível compreender que o conhecimento não é estático, mas sim dinâmico e construído socialmente. Sobre o tema tratado aqui, há muito ainda para se estudar e se aprofundar, mas arrisco-me a fazer algumas considerações sobre os conhecimentos adquiridos com esta pesquisa. No contexto do professor enquanto mediador no processo de ensino-aprendizagem foi possível perceber que o papel do professor é primordial, principalmente, quando este acredita que é possível ensinar a todos, independentemente de suas limitações.

No contexto geral, no que tange ao educador assim, que desconfiar ou perceber que o aluno está tendo dificuldades de linguagem ou na alfabetização e soletração, precisa solicitar uma avaliação individualizada para melhor especificar quais são as dificuldades especificas daquela criança. Por isso é fundamental que o diagnóstico seja realizado por mais de um profissional, como: fonoaudiólogo, neuropediatra, psicopedagogo. De maneira que, posteriormente a atuação junto a criança seja realizada em conjunto professor, especialistas e família como forma, de agregar valor e eficácia no desenvolvimento do sujeito disléxico na escola. Portanto, conclui-se que a partir das percepções deste estudo nota-se que ainda á um longo caminho a percorrer para que a sociedade brasileira entenda que se a criança não está avançando em sua aprendizagem, não é porque ela não está se esforçando, mas, sobretudo, que existem diversas relações causais que impactam e delineiam os percursos complexos da aprendizagem.

REFERÊNCIAS ACAMPORA, Beatriz e ACAMPORA, Bianca. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA. O que é dislexia? [online], 206. Disponível em: www. dislexia. org. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DISLEXIA. Dislexia de A à Z. online], 2020. Disponível em: http://www. andislexia. org. br/wp-content/uploads/2018/09/ASSUN%C3%87%C3%83O-Gabrielle. pdf. Acesso em: 08 Fev. BRITES, Luciana. Psicopedagogia. Pituba, v. n. p. ago. org. br/perguntas/como-e-feita-a-avaliacao-diagnostica/. Acesso em: 18 Ago. KONKIEWITZ, Elisabeth C. Dislexia e alfabetização: orientação para pais e educadores. M. T. e MIECHUANSK, G. P. Dislexia: um novo olhar. Dislexia e outros distúrbios da leitura-escrita. São José dos Campos: Pulso, 2009.

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