A exterioridade do fato social
O pesquisador que se debruça neste objeto de estudo chama-se cientista social, e um em especial será o nosso principal referencial teórico ao abordamos este tema, seu nome é Émile Durkheim, um sociólogo francês criador de uma teoria fundamental para a Sociologia chamada de Teoria do Fato Social. Para Durkheim (2011) o fato social deve ser tratado como “coisa”, ou seja, são todas as maneiras de sentir, pensar e agir exteriores aos indivíduos que possuem poder coercitivo sobre eles; e mais a Sociologia seria o estudo destes fatos sociais. São fatos sociais todos os modos de vida, de se vestir, de se alimentar, de se comportar, a língua, a religião, a escrita, o sistema monetário, etc. Enfim tudo aquilo que não diz respeito em se tratando de seres humanos ao biológico (ao organismo, o fisiológico) ou ao psicológico (a subjetividade, sentimentos) seria sociológico.
Mesmo que o ato de se alimentar por exemplo seja biológico (haja vista que implica uma necessidade fisiológica ligada a nutrição dos organismos vivos) segundo Durkheim (2011) a forma de satisfazer esta necessidade não é natural, mas social; a escolha dos alimentos, o seu preparo e a etiqueta a mesa por exemplo configuram questões de ordem social. Quem definiu tudo isso? Os noivos escolheram tudo? Poderiam fazer de qualquer maneira ou seguiram um script pré-definido, que segue a força da tradição, dos costumes, enfim dos fatos sociais que se impõem de forma exterior as suas consciências e vontades de forma coercitiva. E se esta noiva decidisse por ventura se casar de preto ou de vermelho? O que ocorreria? O que sua família diria, seus amigos e demais familiares.
O que os vizinhos focariam. Os jornais publicariam, imaginem a notícia noiva se casa de preto. Nesta breve situação hipotética vimos como o fato social se impõe aos sujeitos de forma exterior, genérica e coercitiva. Quem disse que um pedaço de papel “vale” alguma coisa. Se pensarmos bem como bem escreveu Durkheim (2011) o dinheiro por si só não possui valor algum, é uma folha com inscrições e palavras. Mas quem seria doido para rasgá-lo. Como pode um papel ter este “valor”. Ao examinarmos o dinheiro perceberemos que o valor não está nele, mas no que ele representa e mais no que ele simboliza, este papel que por si só não tem valor algum adquiri valor à medida que todos os membros desta sociedade o reconhecem como tal, o dinheiro desta forma transforma-se em um meio para se trocar ou comprar ou vender produtos ou serviços.
Para o autor os fatos sociais são normas coletivas as quais, concordando ou não, cada indivíduo se vê obrigado a seguir, e caso não o façam estes serão punidos, seja através de penas impostas pela razão de Estado seja pela censura e pressão dos demais membros da sociedade. E no que se refere ao tema propriamente dito deste texto que é a questão da exterioridade do fato social, Durkheim defini esta problemática como sendo a constatação de que estes fatos sociais possuem existência própria enquanto constitutivos de certa consciência social de uma determina sociedade, diferindo-se das consciências individuais (subjetivas, pessoais) estes fatos são de ordem coletiva e objetivos pois referem-se a sociedade como um todo.
Estes fatos sociais são anteriores e exteriores aos membros desta sociedade e para além inclusive de suas vontades e inclinações pessoais, possuem uma objetividade que possibilita desta forma o estudo cientifico da sociedade e quase sempre tendem a se cristalizar em instituições que lhe conferem um grau maior de estabilidade, como é o caso da Lei, do Direito, da escola, da família, da religião e do Estado. Referência Bibliográfica DURKHEIM, Émile. As regras do Método Sociológico.
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