PREVALÊNCIA DE ATIVIDADE FÍSICA EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Medicina

Documento 1

v RESUMO. vi ABSTRACT. vii 1. INTRODUÇÃO. OBJETIVOS. RESULTADOS. DISCUSSÃO. CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ANEXOS. Medidas educativas e políticas de saúde poderiam contribuir para a promoção da saúde nesse grupo com o objetivo de incentivar hábitos de vida saudável. Palavras-chaves: Sedentarismo, Profissionais de Saúde, IPAQ. vii ABSTRACT The present study aimed to evaluate the prevalence of physical activity in health professionals of a university hospital as well as the factors that contributed to the sedentary lifestyle. The benefits inherent to the practice of the activity are widely recognized in the reduction of the mortality of cardiovascular and metabolic diseases as well as in the promotion of psychological well-being. Physical inactivity poses a great risk to the population in general and especially to health professionals who are responsible for promoting it due to the specific peculiarities of this group.

Existe consenso científico sobre estudos epidemiológicos relacionando atividade física como meio de promoção, prevenção e cuidados à saúde, sendo que diversos achados demonstram que populações fisicamente ativas têm regressão de fatores de risco associados às patologias crônico-degenerativas e aumento de longevidade (KOHL et al. A inatividade física é um grande risco de mortalidade global e uma parcela significante da população mundial não a realiza em quantidade suficiente para obtenção de seus benefícios para a saúde. Como determinantes desse complexo de comportamento duas categorias podem influenciar os níveis de atividade física: as características individuais (aspectos motivacionais, habilidades motoras e presença de patologias de base) e as características ambientais (acesso ao esporte, barreiras de disponibilidade de tempo) (SHERWOOD et al.

HALLAL et al. Segundo GRAIG et al. Considerando a relevância desse problema, o objetivo principal do trabalho foi estimar a prevalência da atividade física em profissionais da saúde em um Hospital Universitário e avaliar os fatores que contribuíram para o sedentarismo. A importância da pesquisa é justificada diante da complexidade exigida para o desenvolvimento do trabalho das equipes hospitalares, onde o cuidado dos pacientes, que diante das enfermidades e necessidades de cuidados intensos exigem responsabilidades e atenção diferenciadas, formam uma situação causadora de estresse e em muitos casos, incapacidades físicas e psíquicas no trabalhador. OBJETIVOS Os objetivos da pesquisa foram divididos em Objetivo Geral e Objetivos Específicos, discriminados a seguir. OBJETIVO GERAL Analisar a prevalência de atividade física em profissionais de saúde em um Hospital Universitário.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estimar a porcentagem de profissionais no grupo estudado que não realizam atividades físicas regulares, sendo portanto, considerados sedentários; Levantar os principais fatores que interferem de maneira negativa na prática de atividade física regular no grupo estudado; 11 3. Aproximadamente um terço da população despendia mais de três horas diárias assistindo à televisão. Mais recentemente, a Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD, 2015), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que 76% das pessoas com 15 anos ou mais que participaram da pesquisa não haviam realizado nenhuma atividade física nos 365 dias anteriores à pesquisa. Outro dado importante e não menos preocupante revelado pela pesquisa foi de que quanto maior a idade da população, maior o percentual de não praticantes de esporte, na comparação, o grupo representado por pessoas de 15 a 17 anos, essa 12 proporção era 56,0%, enquanto no grupo de 60 anos ou mais de idade, 86,6% eram sedentários.

O hábito de praticar atividades físicas é fundamentalmente saudável na vida das pessoas, pois melhora as condições de bem-estar e qualidade de vida dos praticantes. Segundo GUALANO & TINUCCI (2011), as atividades físicas têm o poder de melhorar a força física, a cognição, a massa óssea e reduzir a mortalidade. dizem que a Qualidade de Vida (QV) “foi definida de maneira geral como a percepção subjetiva do sujeito acerca da sua posição na vida, considerando seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Assim, as diversas perspectivas da QV são associadas á maneira como o indivíduo se sente com relação à sua saúde e o seu bem estar físico, emocional e social. O trabalho para o indivíduo, é visto como a forma com que ele consegue buscar o seu sustento e também como busca interagir com outras pessoas.

Mas para ACIOLI NETO et al. as necessidades de produção e produtividade, advindas da Globalização das economias, têm contribuído para muitas alterações no mercado de trabalho, sobrecarregando o trabalhador em nome de uma necessidade de crescimento e desenvolvimento que o expõem à árduas jornadas de trabalho e acúmulo de funções. Segundo REGO (1993), as atividades e tarefas do trabalhador hospitalar são desempenhadas de forma recíproca e interdependente, dando total ênfase para o caráter coletivo da relação saúde e trabalho. Quando acontece distorção nas inter-relações do ambiente, gera no trabalhador hospitalar condições que propiciam a perda da saúde mental, afetam os sentimentos de prazer e realização no trabalho, tornando os momentos de aprendizado e de obtenção do conhecimento mais vulneráveis, ou seja, a realização do trabalho passa a ser um fardo que desmotiva, entristece e pode acarretar problemas à atividade em si, colocando em risco o cuidado que é a atividade fim dos processos e atividades hospitalares.

O ambiente hospitalar é uma atividade de ritmo contínuo, onde os plantões, as jornadas, as cargas de trabalho, e o próprio trabalho em equipe podem acarretar estresse no trabalhador. Assim, é papel dos gerentes das equipes organizar os processos de organização do trabalho, 15 tendo em vista não apenas o desempenhar das atividades, mas o cuidado com a saúde do trabalhador, promovendo atividades e conhecimentos a fim de que o mesmo seja valorizado e possa ele mesmo cuidar de sua saúde fora do ambiente de trabalho, para que também possa desempenhar melhor as suas funções quando em ambiente de trabalho. Para FERNANDES (1996), as empresas usam as prerrogativas da Qualidade de Vida no Trabalho como uma estratégia para aliar os interesses individuais aos da organização, e assim atingir um objetivo comum.

a GL é uma das medidas usadas “para o enfrentamento de distúrbios físicos e emocionais, tendo como objetivo a prevenção das doenças que o trabalho repetitivo e monótono pode acarretar e que podem levar aos acidentes de trabalho e baixa produtividade”. A GL corresponde a uma atividade planejada, que envolve exercícios físicos, alongamentos estáticos e dinâmicos com o objetivo de fortalecer o sistema muscular adaptados conforme o trabalho desenvolvido em determinada empresa, quebrando a rotina produtiva desempenhada pelo trabalhador. SWERTZ & ROBAZZI (2014) citam que os estressores ocupacionais normalmente são relacionados à organização do trabalho, aí ensejados cobranças a respeito da produtividade, comportamentos como retaliação, condições desfavoráveis à segurança no trabalho, indisponibilidade de treinamento e orientação para os trabalhadores da empresa, relação abusiva entre supervisores e subordinados, falta de controle sobre a tarefa e sobre o descanso, sendo estes incoerentes com limites aceitáveis.

Para os autores, este tipo de situação converte 17 em problemas no curto e longo prazo, aumentando a possibilidade de desenvolvimento de patologias de origem ocupacional na saúde física e psicológica do indivíduo, representadas por perdas humanas e econômicas, de cunho associado ao estresse ocupacional, sendo coerente intervir de forma física e psicológica para o manejo, prevenção e controle do estresse. Um Programa de Ginástica Laboral (PGL) oferece interferência sobre a saúde do trabalhador, na medida em que presta orientações e informações sobre a saúde, sobre as mudanças de comportamento e hábitos (PEREIRA, 2003 apud BRANCO et al. AMOSTRAGEM DOS INDIVÍDUOS O estudo foi realizado no Hospital Geral do Grajaú, Hospital Escola da faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA), que é administrado pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio Libanês (IRSSL).

A população analisada foi composta por 52 profissionais da área da saúde divididos em 3 grupos: 1- Auxiliar/técnico de enfermagem: 19 profissionais; 2 - Enfermeiro(a): 16 profissionais; 3 - Médico(a): 17 profissionais. Foi realizado visitas ao local e aplicação de questionário. ESTUDO DE CAMPO/APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO (IPAQ) Foi realizado a aplicação de questionário não identificado aos profissionais com o objetivo de reconhecer a prevalência da atividade física nesses grupos bem como os fatores que impactam de maneira negativa na sua prática regular. O questionário foi composto por quatro perguntas, formuladas de maneira fechada, com a última questão em aberto. Dentre os fatores que impactaram negativamente na prática regular da atividade física, a falta de tempo foi o mais citado por 64% ou 16 profissionais dentro de grupo de sedentários, seguido pela ausência de academia próxima ao trabalho/residência com 12% de ocorrências, ou 3 respondentes do grupo de sedentários, 12% (3) não responderam, 8% (2) alegaram cansaço e 4% (1) citaram problemas de saúde como fator impeditivo para realização de exercícios.

Gráfico 1 - Motivos alegados para o Sedentarismo. Fonte: elaborado pelo autor, a partir de dados primários (2019). Na análise dos fatores que contribuíram para o sedentarismo por subgrupos, foi identificado: a) No subgrupo de Auxiliares/técnicos de enfermagem, a falta de tempo foi citada por 50% ou 6 profissionais, o cansaço foi foi citado por 16,5% (2), não responderam ao questionamento 16,5% (2) dos profissionais, foi respondido que o motivo é a ausência de academia próxima por cerca de 8,5% (1), e problemas de saúde foi mencionado por 8,5% (1) dos profissionais. Gráfico 2 - Fatores que contribuem para o sedentarismo - subgrupo Auxiliares/Técnicos de Enfermagem. A taxa maior observada nos grupos de enfermagem pode ser devido a jornada dupla de trabalho que grande parte desses profissionais se submetem dificultando a obtenção de tempo livre para a realização das atividades físicas regulares.

Essa rotina estressante de trabalho associado a jornadas duplas de 12/36hs e plantões noturnos é citado na literatura como um dos fatores contribuintes para o sedentarismo nesse grupo de trabalhadores (REED e PRINCE, 2018). Quando realizada a análise por gênero vemos que a taxa de sedentarismo foi maior no grupo das profissionais mulheres com 54% contra uma taxa de 35% observada no grupo masculino. Isso corrobora alguns trabalhos realizados no Brasil demonstrando atividade física no lazer maior em homens do que em mulheres. Uma possível explicação se deve ao fato de muitas mulheres ainda serem responsáveis pelo trabalho doméstico o que pode dificultar a realização da atividade física antes ou após a jornada de trabalho. Medidas educativas, políticas públicas de saúde e estudos de intervenção devem ser desenvolvidos para essa parcela específica de profissionais que também são responsáveis pela promoção da saúde com o objetivo de incentivar hábitos de vida saudável, especificamente a prática regular de atividade física, servindo de exemplo para a população atendida.

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