RISCOS ASSOCIADOS AO USO INDISCRIMINADO DE PLANTAS MEDICINAIS NA TERCEIRA IDADE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
ª Juliana Felix da Silva NATAL/RN 2020 ANGELICIA DIAS ANTUNES RISCOS ASSOCIADOS AO USO INDISCRIMINADO DE PLANTAS MEDICINAIS NA TERCEIRA IDADE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Artigo científico apresentado ao Curso de Bacharelado em Farmácia, como exigência parcial para obtenção do título de Farmacêutico pelo Centro Universitário FACEX-UNIFACEX. Aprovada em dezembro de 2020. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________________ Profª. Dr. ª Juliana Felix da Silva – Orientadora - UNIFACEX _____________________________________________________________ Prof. Saúde. Tratamento. ABSTRACT The consumption of medicinal plants is a very evident practice in the entire world population, including in Brazil, especially for the purposes of prevention and treatment of diseases. In this context, the present work carried out a review of the specialized literature concerning the potential risks related to the indiscriminate use of medicinal plants by individuals in the elderly.
Among the most commonly consumed plants, marcela, ginger, boldo, chamomile, gorse, orange and fennel, were highlighted by the present work. Trata-se de uma ferramenta milenar, incentivada inicialmente pela conhecida Medicina Tradicional Chinesa (IVES-FELIX et al. PORTELINHA et al. Considerando os imensuráveis benefícios à saúde humana, o consumo de plantas medicinais foi, por conseguinte, empregado em larga escala por toda a população mundial, sendo bastante evidente nos países ocidentais na contemporaneidade. No Brasil, as tradições indígenas também contribuíram para uma maior disseminação do uso de plantas para fins medicinais (ZENI et al. A legislação brasileira, inclusive, passou a regulamentar o consumo de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil, autorizando a comercialização adequada de produtos naturais no país. VARANDA, 2006). Sabe-se que as plantas são consideradas misturas bastante complexas, pois apresentam uma grande variedade de componentes químicos e princípios ativos.
Assim, é comum observar-se uma interação cruzada entre diferentes substâncias químicas, sobretudo quando o indivíduo também realiza o consumo de outros fármacos e medicamentos. Como consequência, pode ocorrer uma série de danos à saúde do paciente, alertando para a necessidade de se compreender melhor os riscos relacionados ao uso indiscriminado de plantas medicinais (LIMA et al. MACHADO et al. Foi considerada uma ênfase sobre a publicação científica nacional, com o intuito de se caracterizar a relevância da temática para as comunidades científicas, acadêmicas e médicas do Brasil. Inicialmente, as publicações foram analisadas a partir dos respectivos título e resumo, de modo que os trabalhos que divergiram do objetivo geral de pesquisa do presente trabalho foram excluídos da análise.
Em seguida, cada publicação selecionada foi lida na íntegra e os relatos mais importantes foram apresentados nos tópicos subsequentes. RESULTADOS E DISCUSSÕES Como consequência dos conhecimentos e sabedorias populares, o consumo de plantas medicinais foi ampliado substancialmente em toda a população mundial. Os primórdios do uso de plantas para fins terapêuticos, seja com finalidades de prevenção ou tratamento das mais variadas enfermidades, foram inicialmente observados nos países orientais, sob influência dos fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa. OLIVEIRA et al. Por isso, considera-se que as plantas medicinais representam uma ferramenta promissora, empregada para a manutenção da saúde pública, uma vez que pode ser adotada em diversas finalidades terapêuticas e perfis clínicos. Assim, o consumo de plantas medicinais é popularmente adotado como uma valiosa alternativa de promoção da saúde, sendo considerado como possibilidades de remédios caseiros que auxiliam na atenção primária de saúde no Brasil (OLIVEIRA et al.
VIEIRA, 2019; ZENI et al. No Brasil, cerca de 66 % da população não apresenta acesso aos fármacos industrializados, incentivando a adoção do uso de plantas medicinais por todo o território nacional. Dentre os efeitos adversos indesejáveis, a manifestação de diversas alterações fisiológicas em idosos, como desidratação, toxicidade, gastrite, hipotensão e sedação, por exemplo, tem sido recentemente destacada por especialistas. Isso ocorre sobretudo em decorrência de hábitos de automedicação, em que se observa a necessidade de uma orientação profissional adequada (COSTA et al. LIMA et al. VENTURA, 2012). Estudos adicionais também destacaram que o uso caseiro de plantas medicinais é comumente adotado por idosos para o tratamento de variadas comorbidades de gravidade clínica reduzida. LIMA et al. Interessantemente, Cascaes et al.
reportaram que indivíduos na terceira idade realizam o uso médio de quatro medicamentos diferentes, incluindo fitoterápicos. Assim, a notória probabilidade em se observar a manifestação dos mais diversos efeitos colaterais, como uma consequência da interação cruzada entre substâncias químicas e princípios ativos, é ampliada (CASCAES et al. DE MELO et al. Neste contexto, os autores ainda reiteraram: “É necessário que os profissionais de saúde se capacitem nessa área e orientem melhor os pacientes quanto ao uso racional de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos (ÂNGELO; RIBEIRO, 2014, p. Ademais, dentre das comorbidades mais prevalentes entre idosos, o consumo de plantas medicinais parece ser mais comum entre indivíduos portadores de hipertensão, especialmente por mulheres de 61 a 70 anos. O grau de escolaridade também parece influenciar significativamente sobre a adoção do consumo indiscriminado de plantas medicinais.
Diante disso, indivíduos pertencentes à terceira idade e que apresentam níveis reduzidos de instrução geralmente são mais propensos ao uso doméstico de plantas medicinais (CASCAES et al. MACHADO et al. Em detrimento das complicações clínicas frequentemente observadas em indivíduos idosos, tais como a hipertensão arterial, o consumo de determinadas plantas pode agravar o quadro clínico do paciente. Vale ressaltar ainda que a manifestação de doenças coronarianas apresenta uma elevada taxa de prevalência em idosos, sendo responsável também por um alto índice de mortalidade entre tais indivíduos. Por isso, cuidados de saúde são primordiais para se ampliar a qualidade e expectativa de vida de idosos no Brasil (MACHADO et al. PIUVEZAM et al. ZENI et al.
Os autores ainda propuseram que a realização de estudos avaliativos acerca dos efeitos do uso indiscriminado de plantas medicinais, sobretudo com relação à população idosa, pode contribuir de modo significativo para uma maior orientação acerca do uso correto e apropriado de determinados fitoterápicos. Sendo assim, é possível se minimizar potenciais prejuízos à saúde de tais indivíduos, potencializando a obtenção de efeitos fisiológicos benéficos, conforme é esperado (COSTA et al. Como uma alternativa de promoção à saúde do idoso, especialistas também recomendaram a realização de palestras, visitas à laboratórios de pesquisa e aulas práticas de manipulação de fitoterápicos. Assim, um maior entendimento acerca dos riscos relacionados ao uso indiscriminado de plantas medicinais, especialmente por grupos mais susceptíveis e vulneráveis, como os idosos, pode ser alcançado.
LIMA et al. Em consequência, sugeriu-se que uma maior inserção de grupos de idosos, no contexto multidisciplinar das plantas medicinais, possibilita a troca mútua de conhecimentos e experiências, a qual pode resultar em um uso mais seguro de tais produtos. Similarmente, a realização de rodas de conversa também parece apresentar um efeito benéfico sobre a prevenção de agravos à saúde de idosos que consomem plantas medicinais (RODRIGUES, et al. VIEIRA, 2019). Neste sentido, incentiva-se a realização de um consumo racional de medicamentos caseiros e fitoterápicos, como uma alternativa de promoção da saúde do idoso, em que a atuação de uma equipe multiprofissional é desejável e de grande valia (RODRIGUES, et al. VIEIRA, 2019). Sendo assim, recomenda-se a realização de alternativas mais contundentes de capacitação multiprofissional, promovendo a devida orientação dos profissionais em saúde pública.
A disseminação de informações relacionadas aos riscos do uso indiscriminado de plantas medicinais também se mostra uma medida necessária e de grande valia. Desse modo, espera-se uma maior promoção da saúde do idoso, garantindo uma melhor qualidade de vida a tais indivíduos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. Uso de plantas medicinais é regulamentado. n. p. BRASIL. Estatuto de Idoso. Lei nº 10. CEOLIN, T. CEOLIN, S. HECK, R. M. NOGUEZ, P. F. C. CORDOVIL, F. M. LIMA, M. p. COSTA, E. M. RABELO, A. R. DE OLIVEIRA, V. D. MARIANO, S. DE LIMA, D. C. ibge. gov. br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/24036-idosos-indicam-caminhos-para-uma-melhor-idade>. Acesso em 03 abr. IVES-FELIX, N. Cordeiro, B. C. Thiesen, D. Bianchini, J. P. D. Alvarenga, M.
R. M. Representações e usos de plantas medicinais por homens idosos. P. G. OLIVEIRA, L. F. S. Acesso em 28 mar. OLIVEIRA, V. M. CALDEIRA, A. J. Piuvezam, G. Medeiros, W. R. Costa, A. V. PORTELINHA, M. K. BARBIERI, R. L. HECK, R M. V. N. OLIVEIRA, A. S. S. Sínteses: Revista Eletrônica SIMTEC, v. n. p. SILVA, W. S. RIBEIRO, J. S. VIEIRA, S. N. Uso de plantas medicinais por idosos no Brasil: uma pesquisa bibliográfica. F. Uso de Plantas Medicinais por Grupo de Idosos de Unidade de Saúde de Campo Grande Rio de Janeiro: uma discussão para a Implementação da fitoterapia local. Trabalho de Conclusão de Curso – FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 2012. VIEIRA, A. S. S. Utilização de plantas medicinais como remédio caseiro na Atenção Primária em Blumenau, Santa Catarina, Brasil.
Ciência & Saúde Coletiva, v. n. p.
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