A educação e a cultura na pedagogia do oprimido segundo Paulo Freire
Tipo de documento:Projeto de Pesquisa
Área de estudo:Pedagogia
Filho de Edeltrudes Neves Freire e de Joaquim Temístocles Freire, morou na cidade do Recife até 1931, quando foi morar no município vizinho de Jaboatão dos Guararapes, onde permaneceu durante dez anos. Começou o curso ginasial no Colégio 14 de Julho, no centro do Recife, mas após a morte do pai, quando o mesmo tinha 13 anos, a mãe diante da responsabilidade de sustentar todos os 4 filhos, não tinha condições de continuar pagando a escola. A mesma, solicitou ajuda ao diretor de Colégio Oswaldo Cruz, que lhe permitiu realizar a matrícula gratuita e o transformou em auxiliar de disciplina, e posteriormente em professor de língua portuguesa. Ingressou na Faculdade de Direito do Recife no ano de 1943, e, em 1944 se casou com Elza Maria Costa de Oliveira, professora primária, e tiveram cinco filhos.
Mesmo formado continuou como professor de português no Colégio Oswaldo Cruz e de Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Seu legado com maior destaque consiste no método de alfabetização com foco em adultos. Esse grupo de educandos despertou o interesse do educador devido ao grande número de adultos analfabetos na área rural dos estados nordestinos, que diante dessa condição formavam um grande número de excluídos. Paulo Freire desenvolveu o método a partir do vocabulário do cotidiano e da realidade dos alunos. A princípio, as palavras eram discutidas e colocadas no contexto social do indivíduo. Contudo, não se limitava ao aprender palavras, os alunos eram levados a pensar nas questões sociais pertinentes ao seu trabalho.
Paulo Freire suscitou o pensar crítico não só contexto educacional ao propagar que a desigualdade entre as classes sociais acarreta na opressão das classes mais abastadas sobre as classes populares, mas em todas as camadas sociais. Visto que, o viver em sociedade é algo inerente a existência humana, e, por assim ser toda ação tem incide no social, pois não pode acontecer de forma isolada, aquém do meio em que o indivíduo se encontra inserido. E foi essa busca incessante por despertar, acordar, revelar a verdadeira realidade que cerca o homem enquanto ser social com o intuito de libertá-lo, que fez Paulo Freire ser “odiado” por aqueles que dominam e admirado por aqueles que, mesmo até sem reconhecer sua condição de dominados, conseguiram vislumbrar um novo mundo a partir de suas explanações.
A RELAÇÃO SUJEITO E OBJETO NA PEDAGOGIA DO OPRIMIDO Dentre as suas obras, a principal é o livro Pedagogia do Oprimido, que serve como base para boa parte das suas outras obras. Em seu conteúdo Paulo Freire apresenta sua ideia principal de educação, que, para ele consiste em conscientizar o aluno, principalmente, no que tange a camada menos favorecida da sociedade, da sua condição de opressão e da necessidade de agir em favor da própria libertação. Paulo Freire intitulou essa prática educacional de concepção bancária, uma vez que, não há comunicação entres os envolvidos, mas sim comunicados que devem ser guardados por aqueles que os recebem. Nesta visão “bancária” de educação “‘o saber’ é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber” (FREIRE, 2007, p.
Diante dessa “absolutização da ignorância”, educador e educando estabelecem uma relação de dependência mútua pautada na ignorância do outro. Sendo assim, a educação não passa de um ato de depositar, de transferir, de transmitir valores e conhecimentos por parte do professor, o que constitui uma “cultura do silêncio” que reflete a sociedade opressora e estimula a contradição. Da mesma forma que, não suscita o desenvolvimento da consciência crítica que é capaz de inserir o educando no mundo como ser transformador de si mesmo, ou seja, como sujeito. Esta característica assume grande relevância, uma vez que, sua função consiste em “anestesiar as classes populares para que não pensem” (FREIRE, 2007, p. pois, o pensar nesse contexto trata-se da "consciência revolucionária", da "consciência de classe", que pode levar a revolução, o que não é interessante para as elites dominadoras, visto que, uma revolução incide numa possível perda de poder.
Outra característica fundamental da ação antidialógica, que também visa servir a conquista é a invasão cultura. A invasão cultural é a penetração que fazem os invasores no contexto cultural dos invadidos, impondo a estes sua visão do mundo, enquanto lhes freiam a criatividade, ao inibirem sua expansão. Neste sentido, a invasão cultural, indiscutivelmente alienante, realizada maciamente ou não, é sempre uma violência ao ser da cultura invadida, que perde sua originalidade ou se vê ameaçado de perdê-la. Com a permanência de uma educação pautada na ação antidialógica tem-se a propagação e perpetuação do status quo, uma vez que, o pensar revolucionário, reflexivo não desponta naqueles que são mantidos na condição de objetos.
Pois, são inativos, incapazes de transformar o seu meio, a sua realidade. É pertinente ressaltar que, por se configurar como uma ação cultural de característica dominadora nem sempre consiste em uma ação deliberada, uma vez que, os próprios invasores são homens dominados pela cultura de opressão presente na estrutura social. Ou seja, trata-se de um ciclo, onde as instituições formadoras que se constituem em uma sociedade de estrutura rígida e dominadora são influenciadas pela ação vigente, e, consequentemente agem como agências formadoras de novos “invasores”. Nos lares também não ocorre de forma diferente, pois as relações entre pais e filhos exprimem as condições objetivo-culturais da totalidade de que participam, e, se há condições autoritárias, rígidas, dominadoras nestes, o clima de opressão ganha espaço para se desenvolver.
Sendo assim, é na síntese cultural que se encontra o instrumento de de superação de uma cultura alienada e alienante, visto que, toda revolução autêntica se dá a partir de uma revolução cultural. De modo geral, o que se percebe é que Paulo Freire fundou todo o seu na busca incessante pela conscientização das massas populares, talvez até por ter nascido em uma das regiões mais pobres do país, e, ter experimentado essa realidade. Sua influência, apesar de muitas vezes não ter dito o devido reconhecimento, se manifesta como uma conduta adotada, a princípio, por si mesmo que foi capaz de pensar revolucionariamente diante da opressão que se instalava em sua própria vida. O que incita naqueles que conhecem sua obra a esperança de que a superação de um aspecto induzindo é possível a partir da reflexão, que encontra-se tolhida e oprimida nas massas, afinal, se reconhecer oprimido deve ser o primeiro passo para a libertação, para a transformação.
REFERÊNCIAS BECK, Caio. São Paulo: 1999. Disponível em: http://acervo. paulofreire. org:8080/jspui/bitstream/7891/4274/1/FPF_PTPF_01_0923. pdf <Acesso em 24/10/2019> FREIRE, Paulo. Disponível em: http://www. acervo. paulofreire. org:8080/jspui/bitstream/7891/3078/1/FPF_PTPF_12_069. pdf <Acesso em: 23/10/2019> GADOTTI, Moacir.
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