TRANSTORNOS DE DESENVOLVIMENTO E ALTAS HABILIDADES
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Gestão ambiental
No que se refere às altas habilidades, estas se caracterizam pela elevada potencialidade de aptidões, talentos e habilidades, evidenciada no alto desempenho em variadas áreas das atividades humanas, como áreas acadêmicas, demonstradas desde a infância. O presente estudo tem como objetivo, por meio de uma revisão bibliográfica, analisar o Transtorno Global do Desenvolvimento e as Altas Habilidades, analisando a inclusão escolar para as pessoas acometidas tanto pelo referido transtorno como para as pessoas que apresentam as Altas Habilidades. Palavras-chave: Transtorno Global do Desenvolvimento. Altas Habilidades. Inclusão Escolar. As condições do indivíduo afetado pelo TGD alteram a forma considerada comum de conectar as ideias, pensamentos e falas. Dessa forma, no TGD, as pessoas possuem formas de interação que lhe são próprias.
Considerando que o TGD representa uma categoria onde se agrupam transtornos que possuem em comum as funções do desenvolvimento afetadas, seu diagnóstico se apresenta como essencial. É necessário compreender quais são as peças corretas que envolvem cada um dos TGD, com o intuito de ajudar os indivíduos acometidos a se estruturarem internamente. O TGD abrange cinco condições, sendo, Transtorno do Espectro Autista, este que apresenta distúrbios do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na interação social, a Síndrome de Rett, questão genética que possui como característica a regressão do desenvolvimento no primeiro ano de vida, a Psicose infantil, delírios e alucinações que afetam diretamente o desenvolvimento da criança em sua linguagem, interação social, entre outros, Síndrome de Asperger, estado do espectro autista e a Síndrome de Kanner, forma mais grave do autismo, também denominado autismo clássico.
Representa o processo investigativo em solucionar, responder ou mesmo investigar questões no estudo dos fenômenos. Assim, os autores acima citados definem que a pesquisa científica representa a investigação sistemática de um determinado tema, objetivando elucidar diversos aspectos do estudo. No que se refere ao campo da ciência, o termo, de acordo com Neto (1994), pode ser compreendido como o recorte que o pesquisador faz em termos de espaço, representando uma realidade empírica a ser estudada. Dessa forma, partindo da construção teórica do objeto de estudo, o campo se torna um palco de manifestações de intersubjetividades e interações entre o pesquisador e o grupo estudado, possibilitando assim a criação de novos conhecimentos. A escolha por esta metodologia pode ser explicada pelo fato de ser possível captar uma gama de situações ou fenômenos que não são conquistados através de perguntas.
TRANSTORNOS GLOBAIS DE DESENVOLVIMENTO De acordo com a American Psychiatric Association – APA (2020), o TGD é caracterizado por um comprometimento grave e global em várias áreas do desenvolvimento da pessoa, como habilidades de interação social, habilidades de comunicação ou presença de estereotipias de comportamento, interesses e atividades. Ainda de acordo com a referida associação, os prejuízos qualitativos que estabelecem estas condições são um desvio acentuado sobre o nível de desenvolvimento ou idade mental da pessoa. Segundo Cohen (2010), estes transtornos, geralmente, são manifestados nos anos iniciais da criança e, de maneira frequente, se encontram relacionados com algum nível de comprometimento intelectual e características descritivas, sendo possível existir algumas anormalidades no desenvolvimento das habilidades cognitivas. Ainda de acordo com o autor supracitado, no decorrer do processo evolutivo, a criança pode se envolver de maneira passiva em interações sociais, podendo tratar, nestes casos, as pessoas de maneira não comum.
Os índices do transtorno são cinco vezes superiores para o sexo masculino e as mulheres com o referido transtorno se encontram mais propensas a apresentar comprometimento mental mais grave. Em uma perspectiva psicanalítica, a função materna e paterna apresenta um papel significativo na estruturação do quadro psicótico. A psicose infantil se encontra relacionada a comportamentos como dificuldades com afastamento da figura materna, delírios, alucinações e também dificuldades de interação social que se iniciam na fase inicial da vida da criança e pode perdurar no decorrer de sua vida. Sobre a Síndrome de Asperger, representa um transtorno de desenvolvimento que afeta a capacidade de socialização e de comunicação de maneira eficiente. A referida síndrome é um estado do espectro autista, comumente com maior adaptação funcional.
Klin (2016) apresenta que pessoas com esta condição podem ser desajeitadas em interações sociais e possuir interesse em saber tudo sobre determinados tópicos. Segundo Cunha (2014), por acessibilidade, compreende-se como um dos conceitos possíveis, o desenho e a organização das edificações e locais públicos, assim como os sistemas e formas de comunicação e informação, para que todas as pessoas possam utilizá-los de maneira autônoma, segura, saudável e satisfatória. Sendo assim, o direito de determinar a acessibilidade não é somente um direito individual das pessoas portadoras de deficiência, mas uma preocupação da sociedade para que ocorra a inclusão. A falta de acessibilidade causa exclusão e pode ser corrigida através do devido processo legal. No que se refere as pessoas com transtorno de espectro autista, cabe-se destacar o acesso à educação.
Para que se efetive adequadamente a inclusão escolar, algumas questões precisar ser discutidas, como a visão sobre as pessoas deficientes serem incapazes e improdutivas, espaços de aprendizagem alcançando as particularidades e necessidades, as práticas pedagógicas e as metodologias utilizadas pelos professores, para contribuir o fortalecimento e formação de pessoas cujo comportamento se encontra com preconceitos e rótulos. Ainda de acordo com o autor acima citado, uma pessoa que apresenta capacidade de tocar um instrumento musical como o violino, aos sete anos de idade, com a mesma competência de um músico profissional, ou mesmo solucionar problemas de álgebra aos nove anos de idade, ou começar a falar por volta dos três meses de vida, se encontra sujeita à rejeição dos que a cercam por não compreender seus feitos.
O extremo da precocidade representa a denominada criança prodígio, isto é, uma pessoa com habilidades extremas, com a capacidade de desempenhar uma atividade de forma plena, contrariando a ordem natural da natureza, causando, assim, desconforto ou mesmo estranhamento. Na verdade, a distinção entre pensamento criativo e pensamento crítico é apenas uma forma de diferenciar alunos superdotados que dão preferência à criação de produtos novos a) pinturas, músicas, coreografias, textos literários, poemas, etc. b) daqueles que dão preferência à resolução de problemas matemáticos, científicos, ou outros que não implicam no surgimento de um produto na concepção mais corriqueira da palavra (GAMA, 2016, p. Para Renzulli (1978), é necessário ressaltar que os traços característicos das altas habilidades são a habilidade acima da média, comprometimento com a atividade, motivação e criatividade.
A observação direta dos alunos nas atividades diárias em salas de aula e pelos seus resultados obtidos nas amostras e feiras culturais e de ciência nas escolas permite identificar as potencialidades e os tipos de habilidades, seja elas na área literária, artística, esportiva e/ou, até mesmo, com disciplinas específicas do currículo escolar, além de motivar a criatividade e a liderança desses alunos. Nessas áreas, os alunos com bons potenciais podem ser identificados por professores e/ou orientadores abertos e sensíveis, que não estejam aprisionados nos modos tradicionais de avaliar o desempenho de seus alunos. Delou (2017) destaca que outra possibilidade de detecção desses talentos pode ser realizada pela própria família da criança a qual pode estar confirmando essas suspeitas por meio de observações profissionais mais específicas.
É importante salientar que, ainda hoje, é comum profissionais realizarem avaliações para detecção de altas habilidades utilizando testes de inteligência os quais avaliam o Q. I. De acordo com Sant’Ana (2005), nas últimas décadas e mais especificamente a partir da Declaração de Salamanca, em 1994, a inclusão escolar de crianças com necessidades especiais no ensino regular tem sido tema de pesquisas e de eventos científicos, abordando-se desde os pressupostos teóricos político filosóficos até formas de implementação das diretrizes estabelecidas na referida declaração. Segundo Sanches e Teodoro (2007), preconiza-se que a Educação Especial, uma educação paralela ao sistema de Educação Regular, dê lugar a práticas educativas inclusivas que, partindo da diversidade humana como uma mais valia e usando metodologias de diferenciação inclusiva e de aprendizagem cooperativa, possam gerar o sucesso de todos através do sucesso de cada um, caminhando, assim, para o despontar de um novo paradigma de escola.
Ainda de acordo com Sanches e Teodoro (2007), a Declaração de Salamanca propõe que a educação se deve processar em escolas regulares, escolas inclusivas, que devem proporcionar os meios mais capazes para combater atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos; para além de proporcionarem uma educação adequada à maioria das crianças e promoverem a eficiência, numa ótima relação custo-qualidade, de todo o sistema educativo. Para melhor compreender o universo da educação inclusiva se faz necessário que a diferença entre inclusão e integração seja mais bem entendida, pois não representam o mesmo tipo de inserção para os portadores de deficiência no ambiente escolar. Segundo Rodrigues (2006), a integração pressupõe uma “participação tutelada” numa estrutura com valores próprios e ao qual o aluno “integrado” se tem que adaptar.
Desta forma, a educação inclusiva recusa a segregação e pretende que a escola não seja só universal no acesso, mas também no sucesso. Ao se considerar as possibilidades para a educação inclusiva pode se dizer que são infinitas, desde que todos os atores envolvidos no processo estejam atuando de maneira participativa e colaborativa, sendo eles: pais, professores, comunidade e os governantes, formando uma rede de apoio. Segundo Sanches e Teodoro (2007), a construção da escola inclusiva é também uma tarefa dos professores, dos pais e dos governantes, na sua qualidade de agentes geradores e gestores de condições e de recursos e, ainda, protagonistas de mentalidades abertas à mudança e ao respeito e celebração da diversidade humana. De acordo com Glat e Ferreira (2005), o conceito de escola inclusiva, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial (MEC-SEESP, 1998), implica em uma nova postura da escola regular que deve propor no projeto político-pedagógico, no currículo, na metodologia, na avaliação e nas estratégias de ensino, ações que favoreçam a inclusão social e práticas educativas diferenciadas que atendam a todos os alunos.
A educação especial não é mais concebida como um sistema educacional paralelo ou segregado, mas como um conjunto de recursos que a escola regular deverá dispor para atender à diversidade de seus alunos. É preciso diversificar os momentos e as atividades por meio de estratégias de trabalho mais participativas, por meio de ambientes colaborativos de aprendizagem. Segundo documento elaborado pelo MEC-SSEP, do ano de 2007, entre as atividades de atendimento educacional especializado, são disponibilizados programas que visem enriquecer o currículo, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, e também tecnologia assistiva. No decorrer do processo de escolarização, este atendimento deverá se articular com a proposta pedagógica do ensino considerado comum. O atendimento especializado é acompanhado através de mecanismos que possam monitorar e avaliar a oferta realizada nas escolas da rede pública e nos centros de atendimento educacional especializados, públicos ou conveniados.
Para que a educação inclusiva seja implantada com efetividade, se faz necessário uma forte parceria entre família e escola, pois se percebe aqui uma complementação de trabalho. O estudante poderá beneficiar-se dos apoios de caráter especializado, como o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, no caso da deficiência visual e auditiva; mediação para o desenvolvimento de estratégias de pensamento, no caso da deficiência intelectual; adaptações do material e do ambiente físico, no caso da deficiência física; estratégias diferenciadas para adaptação e regulação do comportamento, no caso do transtorno global; ampliação dos recursos educacionais e/ou aceleração de conteúdos para altas habilidades. Conclui-se desta forma, com embasamento em Alonso (2013), que a educação inclusiva, como prática em construção, está em fase de implementação.
São muitos os desafios a serem enfrentados, mas as iniciativas e as alternativas realizadas pelos educadores são fundamentais. As experiências, agora, centralizam os esforços para além da convivência, para as possibilidades de participação e de aprendizagem efetiva de todos os alunos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Se cumprida corretamente a inclusão, é possível promover um ensino de qualidade e bons estímulos para os alunos portadores de TEA, os mesmos possuem capacidade para compreenderem e desenvolverem autonomia, aprendizagem elevada, interação social, tanto quanto os alunos típicos, mesmo que dentro de seu tempo. A; CAPELLINI, V. L. M. F. Alunos talentosos: possíveis superdotados não notados. Text Revision (DSM-IV-TR). Washington, DC: American Psychiatric Association, 2020. BASTOS, C. L; KELLER, V. Aprendendo a aprender. Brasília: MEC/SEESP, 2015.
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Rio de Janeiro: Editora vozes, 1999. BOY, Priscilla Pereira. Perfil Nutricional De Crianças Portadoras Do Transtorno do Espectro do Autista. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. n. p. COELHO, Marilene. Interação professor-aluno com autismo no contexto da educação inclusiva: análise do padrão de mediação do professor com base na teoria da experiência de aprendizagem mediada. Rev. Bras. Ed. Esp. Inclusão de crianças com Síndrome de Down no ciclo I do ensino fundamental. Lins – São Paulo, 2009. FONTES, R. S. Ensino colaborativo: uma proposta de educação inclusiva. S. S. Educação de superdotados: teoria e prática. São Paulo: EPU, 2016. GIL, A. Brazilian journal of psychiatry, v.
n. mai, 2016. LEWEK, A. M. João Pessoa: UFPB, 2018. f. LOPES, Mariana Moraes. Perfil e atuação dos profissionais de apoio à inclusão escolar. Dissertação de mestrado. What makes giftedness? Re-examining a definition. Phi Delta Kappa, v. n. p. nov. A educação física perante a educação inclusiva: reflexões conceptuais e metodológicas. Sociedade Portuguesa de Educação Física, 2001. SANCHES, Isabel. TEODORO, Antônio. Procurando indicadores de educação inclusiva: as práticas dos professores de apoio educativo. Trabalho de Conclusão de Curso. João Pessoa: UFPB, 2018. f. ZANFELICITI, Tatiane Oliveira. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI.
180 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto
Apenas no StudyBank
Modelo original
Para download
Documentos semelhantes