Revisar texto sobre correção de redação na escola

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Poderia, até mesmo, produzir um artigo de várias páginas construindo alternativas para expressar o mesmo conteúdo, pois as possibilidades textuais são infindáveis. Para realizar as modificações mencionadas com primazia, é preciso que se conheça os mecanismos, a teoria, o mínimo de repertório para criar textos, articular pensamentos, fazer conexões entre as ideias e os temas propostos nos enunciados. O ato de escrever e construir pensamentos se aprende, escrevendo e construindo pensamentos e a ação de “escrever bem” não é uma ciência exata. Conforme a definição de Serafini (1995), o simples uso da expressão “escrever bem” já se revela embaraçoso, pois, se ela for entendida de forma restrita, “escrever bem” passa a ser sinônimo de “ter boa caligrafia”.

Quando, na verdade, é muito mais complexo do que isso: Saber escrever não significa escrever “como um artista”, mas também conseguir dizer por escrito o que se deve ou quer dizer, mesmo que se trate de resumir uma notícia, redigir um boletim de informações ou uma correspondência comercial (SERAFINI, 1995, p. De acordo com Savioli e Fiorin (2011), compete à escola, em qualquer estágio do percurso do aprendizado, empenhar-se para melhorar o desempenho do aluno na compreensão e na produção de textos. Essa consideração do autor, permite entender que a instituição escolar precisa levar as peculiaridades do processo interdisciplinar e do processo textual para a somatória de conhecimentos e habilidades a serem adquiridos durante o ensino aprendizagem. Caso contrário, os resultados podem ser insatisfatórios, somente refletir sobre as defasagens, não eliminando o ciclo de reprodução de ações que dificultam a existência de uma quantidade significativa de alunos com notas de excelência em redações de vestibulares.

É possível citar inúmeros pensadores da educação que pontuam qual é o papel do professor e, também, o acompanhamento dos pais, especialmente nas tarefas extraclasse, as leituras, a produção escrita, além dos compromissos escolares. São pensadores que divergem nesse debate, o que mostra a complexidade de chegar a uma conclusão, há divergências e contextos e peculiaridades culturais e socioeconômicas a serem consideradas sempre. Se os gêneros são distantes do aluno e as propostas não condizem com uma realidade que facilite a produção textual nos anos iniciais; nos anos finais, as informações do Manual do ENEM (2018), são de total desconhecimento dos alunos. Infelizmente, algumas vezes, também dos professores. Conhecer as competências a serem avaliadas nessa prova, faz parte de um mínimo empenho para os agentes envolvidos.

É relevante considerar que sem esse conhecimento aprofundado, os textos do enunciado da proposta e a forma como os alunos interpretam os textos de apoio e fazem a filtragem das informações expostas, com vistas a contextualizar o tema proposto, a produção de suas redações ficam prejudicados. Essas competências são detalhadas no próximo capítulo (BRASIL, 2018). O aspecto de saber usar as modalidades da língua formal e informal passa por um caminho árduo. Muitas informações, transmitidas com facilidade em mensagens informais, não conseguem obter o mesmo sucesso quando a situação é para o uso da linguagem formal, constituindo-se uma dificuldade linguística que precisa ser cuidadosamente trabalhada pelos profissionais da leitura. Por essa razão, o professor precisa mediar entre o que é usual ou não, conforme a situação de uso.

Esse profissional necessita ter bom entendimento da gramática tradicional da língua, não apenas ser o portador do conhecimento, mas também precisa saber transmitir a mensagem e usar instrumentos para um aprendizado significativo. De acordo com Silva e Silva (2007), o papel do professor é importante para o avanço do ensino-aprendizagem. Eles podem exercitar temas contextualizados com o momento histórico em que vivem, além da possibilidade de ler e recontar textos produzidos por colegas. Esse tipo de atividade é motivador e permite a prática da retextualização, pois essa atividade exige modificações estruturais e busca de mais conhecimentos linguísticos em muitos casos para dar conta de fazer um reconto. Ruiz (1998) menciona a importância da mediação do docente, pois a tarefa de corrigir os textos é uma alavanca propulsora de um processo contínuo ao estimular o aluno a revisar seu próprio texto.

Para o autor, redações escritas com fim específico – temas produzidos para escola, textos escritos por quem normalmente não tem o que dizer, não sabe como dizer e nem tem para quem dizer, não contribuem significativamente para um bom aprendizado. Quando os professores limitam dar aos alunos temas para redação sem sugerir roteiros ou rumos para fontes de ideias, sem oferecer subsídios que contextualizem o assunto, chega a um resultado quase sempre desanimador, como descreve Garcia (2010) a seguir: [. As cobranças precisam estar alinhadas às habilidades a serem desenvolvidas, é importante que as aulas permitam não apenas desenvolver um bom texto sobre um tópico específico, mas estarem aptos para escreverem sobre diferentes tópicos com desenvoltura, coesão e coerência. Dificuldade É difícil o professor cumprir seu papel com maestria, não só por tratar-se de aula de redação, momento em que o educador precisa ter um olhar mais apurado sobre as produções feitas pelos alunos e por todas as demais questões já levantadas.

E outras que apontadas mais profundamente a seguir. Salas lotadas, muitas turmas. Para um professor, ao conviver com a realidade de 30 a 35 alunos por sala, o processo da correção é árduo não só pelo número de alunos em classe, mas também pela quantidade de turmas para a composição de sua carga horária mensal (SILVA; SILVA, 2007). De acordo com Silva e Silva (2007), na soma são 300 textos para o professor fazer todas as correções, questionar e devolver para o aluno reescrever e reler para confirmar se as alterações foram feitas. Imagine um docente, com carga horária de 60 horas, conta com pouco tempo para a prática de correção textual e não há como cumprir sua responsabilidade como professor. Diante da falta de tempo para correção, os alunos esperam uma palavra nova do professor, para o início ou a continuidade das produções (SILVA; SILVA, 2007).

O que fica evidente é que o professor seleciona os apontamentos que a fazer, circula aqueles erros mais grosseiros. Raras são as vezes em que há um comando ou uma reflexão sobre como melhorar o trecho. Lidar com essa situação dificulta ainda mais o papel do professor que precisa demonstrar confiança e compreensão aos alunos para evitar que fiquem aflitos e se sintam acolhidos e capazes de evoluir nessa habilidade. Quando o professor identifica uma dificuldade de aprendizagem, precisar acompanhar a evolução escolar desse educando com cuidado e atenção. O professor não pode apenas corrigi-lo, apontar o erro ou mesmo desistir do ensinamento por alegar que a deficiência do aluno, é referente a um problema externo ao ambiente escolar. O professor deve não só ensinar o caminho certo, como também caminhar junto com o aluno em direção à aprendizagem.

Volta-se ao impasse das salas lotadas, carga horária elevada e ainda assim, a necessidade de acompanhamento. Os pais têm um papel primordial no incentivo à leitura e escrita, quando oferecem apoio e boas condições de aprendizagem e quando interagem com o ambiente escolar, sempre se atentando para as necessidades dos seus filhos. Cagliari (1997, p. xx) define a leitura como: A extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma. Ao executar o exercício solicitado, o aluno já com aquela indisposição comum aos primeiros dias de aula, pega o texto, começa a ler os exemplos, os modelos a serem seguidos, elenca as ideias no papel e procura organizá-las ao lembrar dos fatos, sem se preocupar com as formas e tempos verbais correspondentes das ações relacionadas no papel.

De acordo com Serafini (1995), há falta de pontos de referência e comparação para os professores no ensino da redação. O aluno não consegue entender quais são as expectativas do professor e qual a forma de melhorar a sua capacidade de escrita. Alguns temas são clichês com assuntos totalmente fora da realidade do aluno. Às vezes, o estudante não possui o hábito da leitura e seu tutor não estimula sua capacidade criativa e de produção imaginária que, frequentemente, ficam limitadas. Para muitos professores, o ensino de português escrito coincide com o de gramática e classificação de orações. O estudante deve, portanto, adquirir sozinho as capacidades básicas para escrever um texto. O ensino do português escrito deve, ao contrário, ser muito mais articulado (SERAFINI, 1995, p.

É possível, de acordo com Serafini (1995), conciliar o ensino da redação com as matérias de análise sintática e morfologia. Para isso, é essencial repensar a grade horária, conteúdos ministrados em sala de aula e a organização do programa de língua portuguesa, que deve ser focado especialmente na produção de textos. Faltou também situar a relação espaço-tempo e descrever a continuidade do passeio no último parágrafo. Na avaliação feita pelo professor, a aluna obteve a nota 7,0, com um texto adequado e satisfatório. Embora tendo vários apontamentos e inadequações no emprego da pontuação e acentuação de palavras. O professor é um facilitador que transmite o seu conhecimento e compartilha com os seus alunos e nem sempre é o responsável pela escrita do aluno.

Não dá para valer-se da máxima: “O professor tem a obrigação de ensinar meu filho para passar de ano”. É possível ser uma outra situação, em que o aluno não teve a oportunidade de conhecer o local e a falta de disposição do professor em dialogar, apontar os erros dificulte o desenvolvimento da proposição. Por isso, é necessário que o professor tenha uma conversa coletiva com a sala, isso será essencial para sanar todas as dúvidas possíveis referentes a atividade proposta. Ruiz (1998) trata acerca do problema de redação como um problema de recepção. Muito embora a sequência linguística seja produzida em um momento específico chamado de produção, esta ocorrência só será considerada problemática se gerar um estranhamento no momento da leitura ou quando for recebida pelo professor.

As avaliações de uma redação precisam ser cooperativas, fazendo com que aluno e professor trabalhem juntos, para conseguirem uma autonomia maior do aluno ao escrever. Portanto, a troca de informações entre alunos é importante, especialmente no processo de acabamento de uma redação. As correções do professor seriam muito mais úteis e o aproveitamento das aulas seriam muito mais eficientes, especialmente na melhoria do desenvolvimento dos alunos diante das atividades propostas em sala de aula. Figura 6 – Anotações do Professor referente a Produção de Mateus Fonte: Arquivo Pessoal Figura 7 – Proposta de Redação Prometeu, Mártir e Herói Fonte: arquivo pessoal Durante o enunciado, foi apresentado um texto sobre quem era Prometeu, a conquista do fogo e a luta pela liberdade e suas brincadeiras, como o momento que este escondeu a carne de um animal sacrificado, provocando a ira de Zeus.

A proposta era dividida em três fases: Uma introdução – um parágrafo inicial – iniciado com uma expressão ao indicar uma época remota; Desenvolvimento – com uma quantidade de parágrafos que o aluno achar necessário; Desfecho – com um ou dois parágrafos e dar um título a narrativa. Figura 8 – Prometeu de Júlia – 7º Ano do Ensino Fundamental com Anotações do Professor Fonte: arquivo pessoal No primeiro parágrafo, Julia dá uma ênfase interessante e intencional ao repetir “muito”. Explicação sobre as Anotações do Professor O professor da aluna Júlia fez algumas anotações numeradas apontando os erros da estudante que poderiam ser explicados para todos os alunos para que eles consigam escrever melhor. As explicações poderiam ser como aquelas que são apresentadas a seguir.

• “Não escreva fora das linhas” Escrever fora das linhas pode ser uma desatenção do aluno ao receber a folha de redação ou pode ser a pressa em produzir e entregar mais cedo para ir embora e não ser o último a sair. Logo, é uma desatenção que prejudica, pois implica em desclassificação em provas vestibulares, concursos públicos e Enem. É importante o professor perceber isso quando o aluno está desenvolvendo e explicar a importância em examinar o material recebido para produzir a sua redação. Outra anotação destacada é sobre o fracionamento da informação em parágrafos diferentes. Provavelmente, falta repertório e habilidade textual na aluna, o que pode ter ocasionado repetição de informação em dois parágrafos. • Desfecho Talvez por desconhecimento sobre o mito de Prometeu ou por não prestar atenção as aulas de filosofia, não ter o hábito de ler ou não ampliar seus níveis de conhecimento em casa ao fazer leituras extras, Júlia não produziu um desfecho convincente em sua redação.

Faltou detalhar mais sobre os castigos recebidos por Prometeu, especialmente quando ele escondeu a carne de um animal sacrificado, pois era um rito sagrado de Zeus e irritado, o deus grego retirou o fogo dos homens. Todas as informações estavam dispostas no enunciado. Talvez pela fase de transição da idade ou por não saber lidar com a proposta de redação, algo bem novo, especialmente por tratar-se de mitologia grega, Barbara teve dificuldade em organizar as ideias e fatos, o que dificultou a fluidez e compreensão do texto. A aluna poderia ter avançado mais no desfecho da sua narrativa. Análise sobre as Anotações do Professor A seguir uma análise minuciosa das anotações feitas pelo professor durante a correção da redação produzida pela Bárbara, aluna do 7ª série do Ensino Fundamental: • “Deixe marcas evidentes de parágrafo” Ao fazer uma rápida verificação, é possível verificar que faltam marcas evidentes de parágrafo no texto de Bárbara, ainda mais por tratar-se de uma escrita cursiva.

Ao iniciar o texto, a aluna se esquece do recuo previsto na primeira linha do parágrafo, de no mínimo dois dedos – como era ensinado pelos professores nas séries iniciais sobre o recuo, na primeira linha do parágrafo. • “Concordância” Denota-se problemas de concordância no texto da aluna e há erro no uso dos advérbios de lugar – “onde”, uso inadequado da partícula que – pronome demonstrativo, troca de sentidos das palavras – “usou neles” (linha 9). A escola e a sociedade, dessa forma, devem aparelhar o cidadão com conteúdos e atitudes que poderiam auxiliar nas possíveis soluções de problemas. O Exame era composto por 63 questões divididas em língua portuguesa, matemática e conhecimentos gerais (biologia, química, geografia e história). Logo, não seguia uma ordem e divisão das questões, que eram propostas de forma aleatória.

Além das questões, o teste era composto de uma redação. Em 2009, o ENEM passa por uma intensa reformulação, com provas divididas em dois dias. Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente. V. Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural (BRASIL, 2002). São competências na composição da prova de redação: I. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. O ENEM será realizado anualmente, com o objetivo fundamental de avaliar o desempenho do aluno ao término da escolaridade básica, para aferir o desenvolvimento de competências fundamentais ao exercício pleno da cidadania.

As tendências internacionais, [. acentuam a importância da formação geral na educação básica, não só para a continuidade da vida acadêmica como, também, para uma atuação autônoma do sujeito na vida social (BRASIL, 2002, p. A. Redação do ENEM Os textos avaliativos possuem normas a serem seguidas e, consequentemente, o sujeito-escritor perde sua autonomia e autoridade sobre o texto, principalmente quando se leva em consideração os enunciados propostos pelas diversas instituições. Eles são variados, justamente para permitir uma diversificação para a sua leitura. Logo, a preocupação do ENEM é trabalhar apenas textos e gêneros ligados à reflexão, ao processo formativo do cidadão, especialmente ao leitor, intérprete e produtor de textos escritos de acordo com a necessidade diária, ao participar ativamente da sociedade como cidadão (SOARES, 2014).

B. Critérios de avaliação Ao fazer uma leitura atenta do Guia do Participante, o candidato é exposto a informações importantes acerca do exame: • A nota máxima da redação é de 1000 pontos, sendo atribuídos 200 pontos para cada competência; • A redação é corrigida por dois avaliadores, e se houver discrepância acima de 80 pontos, a mesma redação passa por um novo avaliador, ao calcular a média das correções para atribuir a nota final e, se ainda houver discrepância, a redação é corrigida por uma banca presencial constituída de três professores; • Terá nota avaliativa de 0 (zero) a redação que fugir totalmente ao tema e não obedecer à estrutura dissertação-argumentativa; texto com até sete linhas; formas inapropriadas à construção do texto (desenhos, impropérios); desrespeito aos direitos humanos e folha em branco; • Nas redações dos candidatos com dislexia ou deficiência auditiva terão critérios de avaliação distintos, direcionados a esse tipo de situação (BRASIL, 2002).

Além disso, segundo Soares (2014), não pode haver cópia dos textos motivadores, nem de questões objetivas do caderno. Nota 80 – O candidato também apresenta nível precário de conhecimento da linguagem formal da Língua Portuguesa, contudo consegue ter uma organização sintática mínima que permita um entendimento do texto de forma generalizada. Nota 120 – O candidato apresenta um nível mediano de conhecimento formal da língua, com desvios gramaticais, apresentando um conhecimento mínimo para um aluno do Ensino Médio. As ideias transmitidas são compreensíveis, mas apresentam escolhas erradas nas construções dos períodos. Nota 160 – O candidato apresenta um bom domínio da língua, sabendo escolher o registro e poucos erros gramaticais ou de menor gravidade. Há ainda alguns erros de regência ou concordância nominal ou verbal.

iv. Reflitir sobre o tema proposto para decidir como abordá-lo, qual será seu ponto de vista e como defendê-lo. v. Reunir todas as ideias que lhe ocorrem sobre o tema, procurando organizá-las em uma estrutura coerente para utilizá-las durante o texto. vi. Manter-se dentro dos limites do tema proposto, tomando cuidado para não se afastar do seu foco. Esse é um dos principais problemas identificados nas redações. Neste caso pode ocorrer duas situações: fuga total ou fuga parcial do tema (BRASIL, 2013). São essas as recomendações prioritárias em que o estudante, ao prestar o exame, precisa ficar atento para estar bem apto para produzir a redação de acordo com as regras estabelecidas. A seguir, Soares (2014), menciona a respeito sobre a fuga do tema, encontrado no guia: O texto dissertativo-argumentativo é organizado na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto.

É muito importante que o professor realize atividades escritas, reforçando essas competências nas aulas de redação, mostrando aos alunos que eles precisam ter seriedade nas reescritas de suas redações, uma vez que devem possuir essas competências para conseguirem êxito no ENEM e outros concursos. • Coerência De acordo com o ENEM Brasil (2018), a coerência se estabelece por meio das ideias apresentadas no texto e dos conhecimentos dos interlocutores, garantindo a construção do sentido de acordo com as expectativas do leitor. Está, pois, ligada ao entendimento e à possibilidade de interpretação dos sentidos do texto. O leitor poderá compreender esse texto, refletir a respeito das ideias nele contidas e, em resposta, reagir de maneiras diversas: aceitar, recusar, questionar e até mesmo mudar seu comportamento em face das ideias do autor, partilhando ou não da sua opinião.

Podemos classificar como flashes, elementos sequenciais e fazer uma relação com as partes do texto. O professor por sua vez, realizar projetos com a finalidade de mediar o aluno na aquisição dos conhecimentos relativos à produção textual para chegar nos níveis exigidos. Competência IV - Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da redação. O redator precisa ter organização textual, que consiste em uma relação entre as frases e parágrafos de garantia sequencial, coerência textual e interdependência entre as ideias. A articulação, de acordo com o ENEM (2018), é feita com a mobilização de recursos coesivos responsáveis pelas relações semânticas construídas ao longo do texto – relações de igualdade, adversidade, de causa-consequência e conclusão.

As preposições, conjunções, advérbios, e locuções adverbiais são responsáveis pela coesão do texto, pois elas estabelecem uma inter-relação entre as orações, frases e parágrafos (BRASIL, 2018). Competência V – Proposta de Intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos A redação deve apresentar uma tese sobre o tema, alicerçada em argumentos consistentes e uma proposta de intervenção para o tema abordado. Portanto, a produção deve ser coerente em relação à tese desenvolvida no texto e aos argumentos utilizados, ao escritor apresentar a sua visão com relação aos problemas apresentados. Caso a redação apresente ideias contrarias aos Direitos Humanos, ou seja: qualquer forma de “justiça com as próprias mãos”, sem a intervenção de problemas sociais, terá avaliação penalizada.

Portanto, de acordo com o ENEM (2018), receberam nota 0 (zero) as redações que feriram os direitos humanos por: • Ferir a dignidade da pessoa humana; • Negar o direito de expressão e de comunicação do surdo, assim como impor a obrigatoriedade de uma forma de comunicação ou expressão; • Negar ao surdo o direito à educação, sob qualquer pretexto; • Proibir que o surdo escolha a melhor forma de se comunicar; • Negar o direito ao acesso e à expressão; • Considerar a surdez como incapacidade para a vida em sociedade, para o trabalho e para a educação; • Defender teses contrárias à alocação de recursos destinados à acessibilidade para surdos na educação de modo geral; • Subalternizar a posição profissional do surdo no mercado de trabalho, sob a alegação de supostas incapacidades comunicacionais e/ou intelectuais; • Propor um “ensurdecimento” compulsório de pessoas ouvintes; • Empoderar o Poder Público a obrigar o implante coclear e/ou o uso do aparelho auditivo (BRASIL, 2018).

A seguir, são apresentados alguns exemplos de trechos de redações de participantes do Enem 2017 que levaram à atribuição de nota 0 (zero) na Competência 5, por ferirem os direitos humanos: • “Este grupo tem que ir para escolas especiais, tirando assim o contato dele com a sociedade”; • “Surdos devem ter apenas o ensino básico, devem ser aposentados, não podem ter direito de estudar em uma universidade, não são pessoas normais, não podem trabalhar”; • “A melhor decisão a ser tomada é o sacrifício logo após a descoberta da ‘maldição’, evitando o sofrimento de todas as partes e mantendo a sociedade no rumo da evolução” (BRASIL, 2018). As propostas de redação do Enem solicitam aos participantes que redijam um texto dissertativo-argumentativo, segundo a modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre um determinado tema.

Assim, você deve considerar os seguintes pontos: a) A tipologia textual definida pela proposta é o texto dissertativo-argumentativo. Com base na situação-problema, você deverá expressar sua opinião, ou seja, apresentar uma tese. Para tal, você poderá se inspirar nos textos motivadores, mas sem copiá-los, pois, eles devem ser entendidos como instrumentos de fomento de ideias, para que cada participante possa construir o seu próprio ponto de vista. Nos parágrafos seguintes, você deverá apresentar argumentos e fatos em defesa de seu ponto de vista, com coesão e coerência; b) O texto deverá ser redigido de acordo com a modalidade escrita formal da língua portuguesa. I – Primeira Redação Figura 18 - Primeira Redação da Aluna Nádia - 3°ano Ensino médio Fonte: Arquivo pessoal O primeiro tema apresenta várias situações, textos incentivadores, argumentos e dados importantes acerca da situação na Fundação Casa e a questão da Maioridade Penal.

Um destes destaca sobre a ineficácia da redução e uma proposta de discussão sobre a situação educacional brasileira. No entanto, Nádia, ao produzir a primeira redação, inicia com erros na escrita, especialmente no emprego dos plurais, além de uma articulação simplória e com ideias fragmentadas durante a introdução do seu texto. O parágrafo introdutório era muito longo e bastante cansativo. Pela sua forma de escrita, por ter uma letra bastante justa e de difícil compreensão, a leitura torna-se densa e de difícil entendimento. Caso a redação apresente cópia dos textos das propostas de redação ou do caderno de questões, esta terá o número de linhas desconsideradas para efeito de correção e outras recomendações que são feitas nas provas do ENEM.

• Avaliação Figura 10 - Avaliação do Simulado ENEM Fonte: Arquivo pessoal O revisor atribuiu para cada competência elencada a seguir: ·Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita O revisor atribuiu uma nota avaliativa de 160 pontod pela redação, ainda acrescentando a expressão “Muito boa" como resultado da análise. Na verificação do texto só são encontrados pequenos erros, provavelmente por esquecimento ou pura desatenção durante o processo de escrita, especialmente nos parágrafos seguintes. Logo, algo muito pontual, fácil de contornar. Ou seja, um item bem avaliado. Talvez, se a aluna tivesse um pouco mais de atenção, uma leitura mais apurada e cuidadosa obtivesse uma melhor produção e desenvoltura dos textos com uma comunicabilidade mais eficaz com o leitor.

Esta avaliação gerou dúvidas na avaliação do professor, porque ele ficou entre o “Muito boa” e o “Excelente”. O desfecho da aluna foi excelente ao abordar sobre as possíveis medidas do Governo Federal, ao enfatizar o motivo pelo qual este deve negar à proposta de redução da maioridade penal e a importância do acesso à educação prioritária a todas os jovens. A aluna durante o desenvolvimento de sua redação respeitou de forma exemplar as questões sobre Direitos Humanos. Não há juízo de valor em nenhuma das suas argumentações e muito menos incitação ao ódio. A nota da aluna nesta redação foi 6,3. Espera-se do candidato na redação do ENEM a capacidade de articular as partes da redação ao desenvolver a escrita, levando em conta as competências referentes à produção de texto escrito.

O que não significa que o texto tenha que ser inédito. Correção do Professor A intenção do professor ao fazer a leitura dos textos dos alunos é chamar a atenção do estudante para os problemas de texto. A tarefa da correção é de “caça aos erros”, na qual a atenção do educador está voltada para o “ruim” em vez do “bom”. o aprendiz (o aluno), na escola, ao dar lugar à compreensão responsiva ativa do outro (o professor), espera dele algum retorno, não um retorno qualquer, mas algo capaz de permitir uma dialogia, entendendo-a como um momento de produção de sentidos, de dizeres e de trocas significativas (LEAL, 2008, p. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx • Correção Indicativa Conforme a definição de Serafini (1995), a correção indicativa consiste em corrigir todos os erros, reescreve palavras e períodos inteiros.

Requer tempo e empenho do professor, ao fazer uma delicada operação. O que significa separar o aceitável no texto, as intenções do aluno sobre trechos, reescrever ao fornecer um texto correto. Esta apenas satisfaz o primeiro princípio. Normalmente, nas correções resolutivas há indicações no corpo do texto para reforçar formas a serem substituídas, onde em vez de fazer a operação in loco, o professor opta em fazê-la na sequência, após o texto do aluno. • Correção Classificatória Trata-se de uma identificação não-ambígua de erros através de uma classificação. De acordo com Serafini (1995), o professor sugere as modificações, todavia é comum o aluno corrigir sozinho o erro indicado pelo professor. Os professores utilizam um conjunto de símbolos escritos a margem do texto para classificar o tipo de infração encontrada.

Esta indica presença e atesta a possibilidade de reforço ou revisão da parte do aluno sobre o erro apontado. Nesse sentido, o professor precisa cada vez mais, buscar soluções para suprir as demandas de seus alunos na produção dos textos. Figura 16 - Uma Troca Bem Prazerosa entre Professor e Aluno Fonte: Ruiz (2010) Esse diálogo entre professor e aluno na correção das redações permite que o aluno esclareça dúvidas e que o professor perceba pontualmente as competências que precisam serem desenvolvidas e encontrar saídas para ele melhore sua produção de texto. A Leitura da Leitura De acordo com Ruiz (1998), não há problema de o aluno reestruturar, reescrever e revisar seu próprio texto, ele faz isso seguindo como tarefa de redação que lhe foi proposta.

Por um lado, ele corrige tudo aquilo que foi solicitado, e por outro, corrige aquilo que não foi pedido. E a correção resolutiva não é ambígua (não dá margens a mal-entendidos por parte do aluno), consiste em uma revisão do texto que em que o aluno pode refazer parte do trabalho (RUIZ, 1998). Portanto, para Ruiz (1998), tanto nos casos de correção indicativa quanto da correção classificatória, a revisão pode ou não se efetivar, seja em razão da dificuldade de o aluno encontrar uma solução para o problema focalizado, seja da sua dificuldade em entender o significado do próprio símbolo usado pelo professor. Logo, a correção reescrita pós “bilhetes” textuais interativos, os textos denotam uma resposta incisiva da parte do aluno e é raro um comportamento verbal em resposta – especialmente ao tratar-se de uma primeira versão de texto.

Ruiz (2010) alerta sobre a possibilidade de o aluno deixar de revisar um texto, se o aspecto do bilhete do professor demanda uma retextualização mais trabalhosa, com alterações complexas e sequências linguísticas maiores, ou de todo o texto. Pois os bilhetes sempre obtêm uma resposta de revisão do texto, especialmente se produzidos acerca da primeira versão de um texto. Há um caráter normativo no professor “autoridade” dentro da sala de aula. Enquanto a primeira é caracterizada pela independência das vozes – do sujeito e dos outros, no enunciado, a monofonia se traduz pela identidade das vozes. Portanto, para Ruiz (2010) não é apenas a existência de natureza como também de grau entre os grupos de correção mencionados, ao olhar para metodologia de ensino de redação adotada pelos professores que considera a reescrita uma etapa constitutiva fundamental no processo de produção de textos.

Portanto, para Ruiz (2010) a metodologia que considera a reescrita uma etapa constitutiva fundamental no processo de produção de textos, constitui-se uma forma de correção que faz sentido, pois permite que o aluno melhore sua escrita com consciência. O texto interventivo do professor pode se apresentar polifônico ou monofônico e pode ser aplicado na correção resolutiva, pois o discurso do professor anula totalmente a presença do aluno, que acaba sendo destituído de voz. Entretanto, conforme o entendimento de Ruiz (2010), quando a correção se dá pelas formas indicativa, classificatória ou textual-interativa, ao contrário, o educador pressupõe explicitamente a presença do outro em seu discurso, traz o aluno para dentro dele. Porém, não atua no nível textual global, já que não são encontradas no corpo da redação resoluções que excedam os limites sentenciais (RUIZ, 2010).

No tocante às indicativas, margem e corpo de texto são utilizados, e na correção dos textos, são utilizadas as indicativas puras, que não fazem acompanhar outro tipo de correção, bem como as mistas, aliadas a outras formas interventivas para demonstrar o problema, como aconteceu durante a correção do texto de Mariana e Matheus, ambos do colégio Anglo. Portanto, é viável para o professor fazer as correções no corpo, na materialidade linguística do texto, e, consequentemente, um estímulo ao aluno para alterar o texto, pois há um mapeamento da revisão (RUIZ, 2010). Há as correções na margem, que de acordo com Ruiz (2010), ao coletar depoimentos de professores, é uma correção imprecisa, sendo apenas no pós-texto, é possível identificar as possíveis observações feitas pelo docente.

Os trabalhos de Bárbara e Júlia possuem correções indicativas no corpo e na parte debaixo do texto com vários comentários e sugestões para melhoria na parte gramatical e preparar-se melhor para as próximas produções. Outra sugestão seria ministrar as aulas de redação em conjunto com as aulas de gramática, especialmente para reforçar as deficiências de concordância nominal e verbal e os casos de coesão e tangenciamento do tema. Nessas aulas, o trabalho poderia ser com pequenas produções, para serem feitas em sala de aula, como um estímulo, um mecanismo para reforçar o entendimento e depois desse procedimento, partir para produções um pouco mais extensas, preparando o aluno para as provas oficiais, especialmente para o ENEM e para os importantes vestibulares do país.

O aluno precisa estar preparado para o ENEM e para as principais provas. Durante a prova não dá para ter dúvidas, questionamentos referentes à produção. Nesse sentido, é importante o aluno ser transparente consigo mesmo, especialmente no aspecto das correções dos textos. Estética da Criação Verbal. Trad. Maria Emsantina Galvão G. Pereira, 2. ed. BRASIL Redação do ENEM 2013: Cartilha do Participante. Ministério da Educação. Brasília, DF, 2013. BRASIL Redação do ENEM 2018: Cartilha do Participante. Diretoria da Avaliação Básica – DAEB. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. ed. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 2010. Como se corrige redação na escola. Campinas: UNESP, 1998. Tese de doutorado Disponível em: http://repositorio. unicamp. br> Acesso em 29/03/2019. Maria Augusta Barros de Mattos. ed. São Paulo: Globo, 1995.

SILVA; SILVA. SOARES, Nathalia Maria.

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