REFLEXÕES CURRICULARES NA EDUCAÇÃO INFANTIL: desafios e perspectivas da Escola Municipal Emei-Guarani, Belo Horizonte-Mg.

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

PROBLEMA DE PESQUISA………………………………………………………………. OBJETIVOS…………………………………………………………………………………. JUSTIFICATIVA……………………………………………………………………………. ANTECEDENTES DE PESQUISA………………………………………………………. MARCO TEÓRICO …………………………………………………………………………. Esta breve introdução será o primeiro encaminhamento de apresentar o tema. Com as novas mudanças para a educação infantil, o brincar passou a ser reconhecido como elemento norteador do desenvolvimento integral das crianças, e passa então a ser objetos de estudos relevantes. Na trajetória de estudiosos como Froebel, Piaget e Vygotsky, outros autores, como Kishimo (1996), propõem a superação de tendência “escolarizada”, que seria entendida como a reprodução da escola elementar direcionada a alfabetização e números, rumo a uma educação infantil que utiliza a brincadeira, valorizando a socialização e a vivência experimentada. No que tange a formação da educação infantil, para que as mudanças ocorram, é necessário que haja o descongelamento de práticas condicionadas por uma tendência escolarizada, ou seja, uma tendência, por parte de educadores que não aceitam as mudanças e insistem em práticas consideradas assistencialistas.

Segundo Kurt Lewin (1964), o descongelamento ocorre quando o sujeito, grupo ou organização compreende e aceita a necessidade de mudança. WIGGERS, 2007, p. De origem latina o termo currículo (currus , significa carruagem ou um lugar no qual se corre. A linguagem metafórica em educação indica o traçado de um caminho, direcionamento que orientaria o processo para atingir determinada finalidade. WIGGERS, 2007). Essa mesma autora menciona ainda que o currículo é: Resultado de um processo histórico e social marcado pelos conflitos, rupturas e contradições, o que o impulsiona em direção a novas e renovadas formas de compreensão e conceitualização. Já no escopo das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, as propostas pedagógicas de Educação Infantil devem levar em conta 3 (três) princípios: Princípios éticos: - da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades.

– Construir atitudes de respeito e solidariedade, fortalecendo a autoestima e os vínculos afetivos de todas as crianças, combatendo preconceitos que incidem sobre ás diferentes formas dos seres humanos se constituírem enquanto pessoas. BRASIL, 2010, p. Segundo a Lei 9. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), criada em 1996, com a promulgação da Emenda Constitucional. Por isso, a necessidade do Projeto Político Pedagógico ser construído por todos os envolvidos no processo escolar, para que possa atender as necessidades das crianças. todo projeto de educação infantil deve afirmar a igualdade, entendendo que as crianças – também as de zero a seis anos - são cidadãos de direitos, têm diferenças que precisam ser reconhecidas e pertencem a diversas classes sociais, vivendo na maioria das vezes uma situação de desigualdade que precisa ser superada.

KRAMER, 2003, p. OBJETIVOS Objetivo Geral: Analisar e compreender em que medida o processo de implantação do currículo voltado para a Educação Infantil na Escola Municipal EMEI-GUARANI, em Belo Horizonte-MG, responde as necessidades da comunidade na qual está inserida. Objetivos Específicos: • Investigar quais os fatores facilitadores e dificultadores da implantação curricular, na ótica dos educadores participantes; • Analisar em que medida a formação do corpo docente apresenta indicadores favoráveis a aplicação do currículo; • Entender como os professores vivenciam na prática a nova proposta curricular. Levando em conta o conceito diverso de currículo, isso nos leva a questionar como como o currículo deve ser pensado/construído na educação infantil? Moreira, (2000, p. afirma que na construção do currículo, principalmente para na educação infantil é preciso pensar a criança como um sujeito social e histórico que se desenvolve através da interação com o outro, “pois é a criança a origem e o centro de toda atividade escolar”.

Compreendendo as instituições de Educação Infantil como espaços não só de cuidado, mas também de educação das crianças de 0 a 6 anos, o currículo deve ser pensado no desenvolvimento da criança em diferentes aspectos, nos físicos, morais e intelectuais. Kramer, também enfatiza que: Do ponto de vista, não é possível educar sem cuidar [. Há atividades que uma criança pequena não faz sozinha [. Pensar na construção do currículo para a Educação Infantil, requer planejamento, um olhar especial ao sujeito social, histórico em um espaço que possibilite a integração entre os diferentes aspectos do desenvolvimento humano. Deve -se pensar na valorização da identidade das crianças, como elas vivenciam, aprendem e se desenvolvem.

E mais, pensar nos diversos fatores que influenciam sua aprendizagem, ou seja, a construção de um currículo deve ser pautada por uma proposta pedagógica eficaz. MARCO TEÓRICO Pensando alguns antecedentes da Educação Infantil no Brasil Com o desenvolvimento industrial no Brasil e seu intenso processo de imigração, houve a necessidade de expansão das creches objetivando atender filhos de trabalhadores da indústria, mas também atender um número expressivo de domésticas que se dedicavam ao trabalho em casas de família. CHAVES (2008, p. Nesse período surge uma forte preocupação dos estudiosos, em especial autores americanos como John Dewey e Kilpatrick que apresentavam profundas críticas sobre o currículo tradicional, e ao mesmo tempo com grandes contribuições e ideias inovadoras pensando assim em um currículo fundamentado em ideais progressistas (BIN, 2012).

O currículo da Educação Infantil é, portanto, mais jovem em relação às outras modalidades de ensino, e se diferencia dos demais por levar em consideração o fato de que essa Instituição de Ensino deve ser um espaço de cuidados educacionais com crianças nos seus primeiros anos de vida, sendo esta etapa da vida onde a criança tem o primeiro contato com o conhecimento. Vale a pena destacar que os objetivos e as funções sociopolíticas e pedagógicas das escolas infantis tomando como base as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEIs: Art. º Na observância destas Diretrizes, a proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve garantir que elas cumpram plenamente sua função sociopolítica e pedagógica: I – oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais; II – assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com as famílias; III – possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e crianças quanto a ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas; IV – promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da infância; V – construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa.

BRASIL, 2009). Ele está relacionado a todas as ações que envolvem a criança no seu dia-a-dia dentro das instituições de ensino, não só quando nós professores consideramos que as crianças estão aprendendo. O currículo deve prever espaço de interações entre as crianças sem a mediação direta do professor, e espaços de aprendizagem na interação com os adultos, nos quais as crianças sejam as protagonistas. NASCIMENTO, 2007, p. Pensar em currículo para a Educação Infantil é pensar sobre a identidade da criança, seu aprendizado, seu desenvolvimento, suas necessidades e interesses. Para além desse pensamento, a construção do currículo deve passar pela questão que norteia as escolhas vinculadas à proposta Pedagógica. Os autores apresentam um alerta para que não haja interpretações precipitadas sobre o tipo de currículo mais apropriado na prática escolar.

Da prática Docente ao aprendiz da Educação Infantil Acredita-se que ainda hoje, um número expressivo de crianças, são mal compreendidas em salas de aulas por professores de Educação Infantil. Pode-se dizer que existe uma forte concepção de que tais crianças se desenvolvem de forma natural, orgânica, bastando apenas dar atenção nas suas necessidades básicas para que seja garantido o desenvolvimento pleno. Diversos estudiosos apontam que, não basta o assistencialismo, torna-se imperativo que sejam oferecidas condições necessárias para que cresçam e aprendam. Tal situação se resume nas palavras de Oliveira: [. AUGUSTO, 2013, p. Muitos educadores ainda possuem concepções equivocadas sobre determinadas propostas de trabalho, o que faz com que sua prática docente, além de estar desprovida de sentidos para a criança, pouco contribui para seu desenvolvimento enquanto profissional enveredando para a desqualificação do fazer pedagógico.

A autora acrescenta ainda o fato de que a criança deve aprender em si mesma, a partir de suas experiências e adquirir um aprendizado em constante movimento na medida em que se recupera a experiência adquirida em outras situações. Para tanto, deve se pensar em práticas eficientes, em currículo adequado e formativo. Levando em consideração as bases apontadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil – DCNEI, toda prática pedagógica deve estar voltada para a interação dos educandos, com o mundo, com o meio e com as pessoas que os cercam. A abordagem qualitativa defende uma visão de mundo dos fenômenos, leva em conta todas as influências de uma situação e se contrapõe ao esquema meramente quantitativo de pesquisa, por entender que esse esquema divide a realidade em unidades mensuráveis e isola-as no estudo.

Corroborando com André (2004, p. nessa abordagem está presente o interacionismo simbólico, pois defende que a experiência humana é medida pela interpretação das interações sociais que o sujeito estabelece em seu cotidiano. A abordagem qualitativa estuda as maneiras que os sujeitos pensam e organizam suas vidas, entendem e constroem a realidade que os cerca. Em toda sociedade as pessoas usam sistemas complexos de significado para organizar o cotidiano e para significar o mundo em que vivem. procurar conhecer o que antes não era conhecido e revelar aspectos que possam interferir no entendimento da realidade. Segundo Kosik (1995, p. A realidade é entendida como realidade, como um todo que possui sua própria estrutura (e, que, portanto, não é caótico), que se desenvolve (e que, portanto, não é imutável nem dado de uma vez por todas), que se vai criando (e que, portanto, não é um todo perfeito e acabado) no seu conjunto [.

Com o entendimento do dinamismo da realidade, o investigador faz a opção de unir o que vê, escuta e observa. “Sua ação é envolvente e crítica, porque reconhece no aparente caos da ação investigada, a dialética da sua produção, exigindo-lhe assumir um diálogo com o objeto pesquisado e uma ação deliberada no coletivo” (BORBA, 2001, p. Foi pensado ainda em um canal virtual de comunicação para sanar possíveis dúvidas em relação às perguntas. Além do fator quantitativo a ser utilizado, a relevância das respostas dos educadores às questões ganha importante destaque por possibilitar a sua análise qualitativa. A identificação numérica será utilizada para garantir o anonimato e preservar os educadores para que se sintam seguros e com liberdade plena para responder às perguntas.

É importante ressaltar que, havendo necessidade, os dados do questionário serão complementados com as informações observadas em visitas realizadas assim como de leitura de documentos que se fizerem necessários (Figura 01). Figura 01 – Fluxograma dos procedimentos e estrutura da pesquisa I Fonte: Adaptado de BARRETO, 2014. AMORIM, Ana. Luisa. Nogueira. de; DIAS, Adelaide. Alves. Salto para o futuro, ano XXIII, n. jun. BARRETO, J. R. Conservação e Valorização do Patrimônio Gastronômico: os restaurantes étnicos da colonia de Silveira Martins/RS. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB n. de 17 de dezembro de 2009. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 dez. de 13 de Julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente.

Disponível em http://www. planalto. gov. htm (acesso em 09-03-2019). BRASIL. Ministério da Educação. Ensino Fundamental de Nove Anos - orientações gerais–Julho de 2004. Disponível em http://portal. BUJES, Maria Isabel Edelweiss. Escola Infantil: Pra que te quero? (livro: Educação Infantil pra que te quero? CRAIDY E KAERCHER. Porto Alegre: Artmed, 2001. CAMPOS, Maria Malta. Educar e cuidar: questões sobre o perfil do profissional de Educação Infantil. Disponível em: <http://www1. fapa. com. br/cienciaseletras/pdf/revista43/artigo7>. Acesso em: 26 out. Florianópolis. Ed. da UFSC, 2012. GOODSON, I. Currículo: teoria e história. Direitos da criança e projeto político pedagógico de educação infantil. In: BAZÍLIO, Luiz Cavalieri. KRAMER, Sonia. Infância, educação e direitos humanos. São Paulo: Cortez, 2001.

M. Currículo e práticas pedagógicas na educação infantil. Revista Criança do Professor de Educação Infantil, Brasília, n. p. ago. br/index. php?option=com_content&view=article&id=15860&Itemid=1096>. Acesso em: 10 maio 2019 PASCHOAL, Jaqueline Delgado; MACHADO, Maria Cristina Gomes. A história da Educação Infantil no Brasil: avanços, retrocessos e desafios dessa modalidade educacional. Revista HISTEDBR on-line, Campinas, n. de M. R. de. Olhando a criança e seus outros: uma trajetória de pesquisa em educação infantil. Revista de Psicologia, São Paulo: USP, v. SILVA, D. D. A prática docente reflexiva: o currículo na educação infantil. Rio de Janeiro: Três Rios, 2011. Disponível em: <http:// www.

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