Realidade virtual no tratamento de crianças queimadas

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Medicina

Documento 1

As aplicações mais conhecidas da RVI são em simuladores de voo, videogames ou outros entretenimentos pessoais, terapia de dessensibilização (como tratamento de exposição gradual de fobias ou estresse pós-traumático) e recentemente, tem sido utilizada para tratar a dor e a ansiedade em um cenário clínico. Nesta revisão foi explorado o uso recente de RV no tratamento da dor e ansiedade que ocorrem durante o tratamento de lesões por queimaduras cutâneas, bem como seu uso pode auxiliar na intervenção do fisioterapeuta. O objetivo da pesquisa é fornecer conhecimentos acerca de uma nova ferramenta, a RVI reconhecida cientificamente como eficaz no tratamento de queimaduras, para seu amplo uso como recurso fisioterapêutico. O problema abordado na presente monografia é “A utilização da RV como recurso complementar à fisioterapia de acometidos por queimadura cutânea”, independente de faixa etária, embora sejam as crianças e adolescentes as maiores vítimas, principalmente em países subdesenvolvidos.

Para a presente monografia foram levantadas as seguintes hipóteses: • Indivíduos com queimadura cutânea apresentarão menor intensidade de dor quando tratados simultaneamente à utilização da RV; • Indivíduos com queimadura cutânea apresentarão menor necessidade de uso de analgésicos. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA CAPITULO 1 Queimaduras cutâneas Queimadura é toda lesão sobre o revestimento do corpo, causada por agente externo, que pode atingir várias camadas de tecidos, inclusive o ósseo (Sociedade Brasileira de Queimaduras - SBQ, 2019). A SBQ classifica as queimaduras de acordo com o grau de profundidade da lesão: - 1º grau: cor rosácea/vermelha (hiperemia), superficial (não ultrapassa a epiderme), dolorosa, não produz bolhas e não sangra. Exemplo: queimadura solar. º grau é divida em superficial e profunda. Ambas apresentam a mesma sintomatologia: hiperemia atinge a derme, dolorosa, úmida, apresenta bolhas.

As sequelas de queimaduras são numerosas, como hipertrofia, quelóides, contraturas, ansiedade, prurido, dor, depressão, estresse pós-traumático, limitação funcional, incapacidade de retornar ao trabalho ou atividades escolares, e isolamento social (Eisenbeiß et al, 1999; Hoeksema et al, 2009; McGill et al, 2007). A disponibilidade de unidades de queimados não é uniforme em todo o país e, portanto, muitas vítimas são tratadas em centros não. Como o manejo do paciente queimado depende da equipe de saúde, é importante que todos os profissionais estejam preparados para lidar com essas vítimas e seus familiares. Queimaduras graves podem levar à incapacidade ou até mesmo à mortalidade, devido a complicações subsequentes e infecção. Numerosos esforços de tratamento, tais como excisão precoce e enxerto de pele, surgiram para reduzir a taxa de mortalidade das vítimas e encurtar o tempo de hospitalização (Hanglin e Suvranu, 2017).

A prescrição do exercício pode ser benéfica para pacientes com queimaduras, pois estão em maior risco de imobilidade no leito, devido à forte sedação causada pela medicação para a dor, ao curativo e bandagem constantes. Esses fatores resultam em uma biomecânica alterada (postura corporal e marcha), tornando então os exercícios, uma fonte de retorno à vida normal e obtenção de qualidade de vida para indivíduos que sofreram extensas queimaduras corporais (Mudawarima et al, 2017). Além disso, a dor é um dos problemas mais comuns relacionados aos procedimentos terapêuticos de restauração da função (Cho et al, 2016, Carrougher et al, 2009) durante a reabilitação. Particularmente em crianças, não são apenas queimaduras dolorosas, mas também a angústia e ansiedade que a acompanha, tanto para a criança como para os pais (Das et al, 2005).

A dor leva à não-conformidade aumentando o risco de complicação de imobilidade por repouso duradouro. Smartphones, laptops ou computadores podem executar o software. Um HMD exibe imagens, uma para cada olho, formando uma cena geral. Cada imagem é calculada e reenderizada separadamente, com a perspectiva correta da posição de cada olho, com respeito matemático da descrição de uma cena virtual tridimensional (3D). O HMD é rastreado, com captura contínua da posição e orientação da cabeça do participante e, portanto, a direção do olhar é baseada na posição da cabeça. Quando os participantes viram ou movem a cabeça para olhar em volta, a atualização da posição é feita muito rapidamente (60 quadros por segundo). Em suas formas mais simples, a distração pode ser obtida por meio da estimulação de áudio (música), estimulação de áudio-vídeo (televisão), interação do usuário (videogame), que, teoricamente, ajuda a evitar que os pacientes concentrem sua atenção no procedimento doloroso, reduzindo assim a experiência de dor associada aos sinais nociceptivos gerados no tratamento das feridas por queimadura.

A dor de uma queimadura grave é frequentemente caracterizada por intensa dor de fundo, associada a graves exacerbações associadas a procedimentos essenciais, como trocas de curativos. A experiência da dor é afetada pelo estado psicológico do paciente e pode ser aumentada pela ansiedade, medo e angústia causados por insumos ambientais e visuais (Castro et al, 2013). A distração da Realidade Virtual (RV) tem sido utilizada com sucesso em áreas como queimaduras, pediatria e oncologia. O princípio subjacente da RV é que a atenção é desviada do estímulo doloroso pelo uso de conteúdos visuais 3D envolventes e dinâmicos e estímulos auditivos associados. Sharar et al (2008) em sua revisão, apontaram especificamente pontos favoráveis e desfavoráveis do uso da RVI: Favorável: • É técnica e logisticamente viável; • É aceitável para pacientes em grande parte do espectro etário; • Reduz os relatos dos pacientes sobre a experiência de dor em vários domínios subjetivos da dor; • Não está associado a efeitos colaterais significativos.

Desfavorável: • Pequeno número de sujeitos estudados • Ausência de uma condição de controle adequada (viés de sujeito em potencial); • O uso comum permite a comparação e minimiza algumas variáveis incomodas, mas limita a avaliação de certos desfechos clínicos criticamente importantes, portanto necessita de maiores investigações. CONCLUSÃO O uso de RVI como distração e técnica adjuvante no tratamento de feridas por queimadura em crianças e adultos, mostra-se uma ação não-farmacológica promissora nesse tipo de intervenção. Por ter sido bem aceita e seu custo estar caindo ao longo do tempo, mostrou viabilidade de uso em hospitais e clínicas de reabilitação. REFERÊNCIAS Agbenorku, P. L. Price, M. Edwards, S. M. Obasaju, M. S. Graap, K.

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O manejo da dor é um elemento crucial do cuidado com queimaduras tanto em crianças quanto em adultos. Methods: A descriptive review of data found in the literature was carried out through national and international books and articles based on indexed scientific data. Results: We included 13 specific articles on the use of IVR in burn wound care and 43 other articles that complemented the information contained in the present study. Conclusion: RVI is effective as adjuvant treatment of acute burn-induced wounds in children and adults. Keywords: Virtual reality; Virtual Reality Exposure Therapy; Use of Virtual Reality. A UTILIZAÇÃO DA REALIDADE VIRTUAL COMO RECURSO COMPLEMENTAR À FISIOTERAPIA DE ACOMETIDOS POR QUEIMADURA CUTÂNEA USE OF VIRTUAL REALITY AS A RESOURCE COMPLEMENTARY TO THE PHYSIOTHERAPY OF SURGERY BY SKIN BURN Digite um texto ou endereço de um site ou traduza um documento.

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