Depressão gestacional/perinatal

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Medicina

Documento 1

Na segunda fase da pesquisa foi realizada uma oficina de capacitação aos agentes comunitários de saúde seguida de diálogo aberto para discussão de casos da comunidade, finalizando com orientações para apoio às famílias e gestantes. Como resultados, foi encontrado que na USF Pedacinho de Chão a maior idade é considerada um fator de proteção sendo a maior prevalência de DGP evidenciada entre 21 e 31 anos. Além disso a maioria das mulheres não planejou a gestação sendo este outro fator de risco para a DGP. A aplicação do Beck Depression Inventory evidenciou no grupo acompanhado, 24% de casos de depressão leve, 16% de casos de depressão moderada e nenhum estado de depressão grave ou severa. Uma parte significativa dessas mulheres (24%) não possui vínculo com pai da criança e o apoio familiar em 28% das gestantes corresponde a um familiar de 1º grau (pai, mãe e irmão) e não ao pai da criança, que em 68% das pacientes é o responsável pelo apoio familiar durante a gestação.

To this end, a cross-sectional study was carried out to assess the psychological conditions of 25 pregnant women undergoing prenatal care at the USF Pedacinho de Chão and to present a basic epidemiological outline of this population. As a data collection instrument, the Beck Depression Inventory was used, containing questions regarding the mother's self-image and her gestational moment, in addition to general demographic data. In the second phase of the research, a training workshop was held for community health workers, followed by an open dialogue to discuss community cases, ending with guidelines to support families and pregnant women. As a result, it was found that in the USF Pedacinho de Chão, older age is considered a protective factor, with the highest prevalence of PGD being evidenced between 21 and 31 years old.

In addition, most women did not plan pregnancy, which is another risk factor for PGD. Treatment. Primary attention 1 INTRODUÇÃO O parto é um processo difícil e desgastante.  Uma mulher passa por muitas mudanças hormonais, físicas, emocionais e psicológicas durante a gravidez.  Mudanças substanciais também são observadas no mundo familiar e interpessoal da mãe.  Após o parto, a puérpera pode experimentar emoções que variam de alegria e prazer à tristeza e choro.  Sabe-se que o HPA está envolvido no processo da doença da DGP.  O eixo HPA causa a liberação de cortisol em situações de trauma e estresse, e se a função do eixo HPA não for normal, a resposta diminui a liberação de catecolaminas, levando a uma fraca resposta ao estresse5.

  As rápidas mudanças nos hormônios reprodutivos, como estradiol e progesterona após o parto, podem ser o estressor potencial em mulheres suscetíveis, e essas mudanças podem levar ao aparecimento de sintomas depressivos.  A ocitocina e a prolactina também desempenham papel importante na patogênese da DGP.  Esses hormônios regulam o reflexo da liberação do leite, bem como a síntese do leite materno. A assistência pré-natal é importante, pois, antes do parto, muitas mulheres com risco de desenvolver DPP podem ser identificadas10.  Essas mulheres, juntamente com suas famílias, devem receber informações e educação sobre DPP no pré-natal.  As informações devem ser reforçadas durante a hospitalização pós-parto e no período perinatal11.   As orientações sobre o parto ajudam as novas mães a procurar ajuda e apoio de que possam precisar para o parto.

 Ao ensinar as mulheres e seus cônjuges sobre os sinais e sintomas da DPP, aumenta-se a chance de a mulher que sofre receber tratamento e tratamento adequados. O guia para a interpretação dos resultados é o que se segue: (a) 0 = pontuação mínima, sem depressão; (b) 10 a 16 = indica estado de depressão leve a moderada; (c) 17 a 29 = sinaliza um estado de depressão moderada a grave; e (d) 30 a 63 = indica um estado de depressão severa. As variáveis referentes ao perfil epidemiológico gestacional investigadas foram: 1. Características demográficas (idade, estado civil, cor); 2. Nível de escolaridade e ocupação; 3. História ginecológica (menarca, sexarca, idade gestacional atual, gestações anteriores, abortos); 4. O objetivo é que estes modelos fiquem disponíveis em cada consultório servindo como orientação de diagnóstico e tratamento.

Nesta fase, o público-alvo foram os profissionais que realizaram consultas pré-natal e de puericultura e o procedimento empregado foi a elaboração de esquemas práticos estruturados em fluxogramas, que foram discutidos na oficina realizada na fase 1 e deixados à disposição dos profissionais em consultório. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na amostra de 25 mulheres, a idade das entrevistadas variou entre 15 a 47 anos; a faixa etária de maior prevalência foi de 21 a 31 anos, que representa a fase de maior atividade reprodutiva da mulher. Assim, a maior idade pode ser considerada um fator de proteção. Nesse sentido, estudo realizado por Hartmann, Mendoza Sassi e Cesar13 encontraram que o menor risco de DGP ocorre em mulheres com idade superior a 25 anos ou mais. Essa última categoria não foi considerada na análise estatística, já que a freqüência foi baixa (n=1), embora essa entrevistada tenha obtido pontuação indicando depressão leve.

A maior parte da amostra possuía mais de 8 anos de estudo (48%) e chegaram a completar o ensino superior (16%), se declarou não branca (76%). Os fatores escolaridade, gestação na adolescência com gravidez não planejada e falta de apoio do pai da criança foram associados significativamente à depressão durante a gestação na análise bivariada (Tabela 1). Neste sentido, cita-se o estudo de Cantilino et al. que ressaltou que a escolaridade é um fator de proteção e que quanto mais tempo de estudo a mulher possui, menores são os riscos de desenvolver DGP e DPP. Gráfico 3 – Estado Civil Referente ao apoio familiar, na presente pesquisa, 68% das entrevistadas declarou ter o apoio do pai do bebê, 28% tiveram o apoio de seus pais e 4% receberam apoio de um irmão ou irmã (Gráfico 4).

Gráfico 4 – Apoio familiar Algumas práticas culturais também parecem alterar de modo significativo as taxas de mulheres com sintomas depressivos. Heh et al. exploraram a associação entre sintomas depressivos e apoio social em mulheres tailandesas.  Um desenho de pesquisa correlacional usando o Questionário de Suporte Social Pós-Parto (QSSP) e a Escala de Depressão Pós-Natal de Edimburgo (EDPE) para medir o apoio social e a sintomatologia depressiva pós-natal foram empregados pelos autores em 186 puérperas, com idades entre 20 e 35 anos, atendidas em dois hospitais universitários sem complicações peri-natais ou história psiquiátrica anterior, com parto espontâneo normal de um bebê saudável a termo. Apenas uma gestante relatou ideias suicidas, sintoma este comum entre mulheres que desenvolvem DGP21. Daí a importância de existir uma rede de apoio destinada a estas mulheres22, a fim de que estas possam sancionar todas as possíveis dúvidas que possam surgir não somente nesta fase, mas em todos os momentos de contato da mulher com os serviços oferecidos pela unidade de saúde da família, sejam consultas na unidade, consultas domiciliares, em visitas pelas agentes, dentre outras formas de relação do agente de saúde para com a mulher.

Gráfico 5 – Pensamentos suicidas Referente ao nível de tristeza, 20% das participantes da pesquisa relatou sentir tristeza e 8% relatou estar sempre triste e não conseguir sair deste estado de tristeza profunda (Gráfico 6). Estes sintomas condizem com os mencionados por McLearn et al23 que relataram melancolia, apatia e tristeza profunda como sintomas da DPP. Gráfico 6 – Nível de tristeza Dentro do exposto e diante da magnitude do problema da DPP e da dificuldade de diagnosticar a DGP24 depreende-se que é necessária a capacitação de toda a equipe da unidade de saúde da família a fim de que todos tenham conhecimento sobre o manejo da depressão que tem início na gravidez. O conhecimento dos fatores associados ao desenvolvimento da depressão na gravidez permite a adoção precoce de intervenções para o desenvolvimento de ações de monitoramento da saúde mental durante todo o pré-natal, prevenindo este e outros transtornos mentais que possam ser desencadeados nesta fase da vida da mulher.

Outrossim, é papel do profissional médico contribuir para uma assistência pré-natal adequada e de qualidade, como parte da promoção da saúde materno-infantil, podendo repercutir favoravelmente em resultados maternos e em melhores condições dos recém-nascidos. Apesar disso, há limitações no estudo quando refere-se ao acompanhamento linear da pesquisa junto ao período do puerpério, o qual não permite um adequado estabelecimento da relação de causa-efeito dos dados encontrados e nem à relação temporal dos eventos. De modo geral, entende-se que a DGP e a DPP não têm fácil diagnóstico, uma vez que para iniciar o tratamento, é necessário estar ativamente preocupado com bem estar emocional e social da pacientes, e questioná-la sobre humor, labilidade e aspectos sociais.

São as características de investigação do bem estar geral da paciente que consistem nos principais obstáculos para diminuir os níveis de distúrbios do humor e depressão causados/estimulados na gestação. Sociodemographic and delivery risk factors for developing postpartum depression in a sample of 3233 mothers from the Czech ELSPAC study.  BMC Psychiatry, 2017;17(1):104. Kjerulff KH, Brubaker LH. New mothers' feelings of disappointment and failure after cesarean delivery. Birth.  Postgrad Med.  2015 Jan;127(1):99-106. Arrais AR, Mourão MA, Fragalle B. O pré-natal psicológico como programa de prevenção à depressão pós-parto. Saúde Soc.  J Perinat Educ.  2009 Spring;18(2):23-31. Beck AT, Ward, CH, Mendelson M, Mock J, Erbaugh J. An inventory for measuring depression.  Archives of general psychiatry, 1961; 4, 561-571. Kerber SR, Falceto OG, Fernandes CLC.

Problemas conjugais e outros fatores associados a transtornos psiquiátricos do pós-parto. Rev Bras Ginecol Obstet. Heh S, Coombes L, Bartlett H. The association between depressive symptoms and social support in Taiwanese women during the month. doi. org/10. ree. v18. Santos RAR, Guedes AC. php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232015000300004&lng=pt. Arrais AR, Araujo TCCF. Depressão pós-parto: uma revisão sobre fatores de risco e de proteção. Psic. Saúde & Doenças ;  18(3): 828-845. Concise review for physicians and other clinicians: postpartum depression.  Mayo Clin Proc.

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