EFEITO ALELOPÁTICO DO EXTRATO AQUOSO DE AMENDOIM-BRAVO (Euphorbia heterophylla) E GUANXUMA (Sida rhombiofolia) SOBRE A GERMINAÇÃO DA SOJA Glycine Max
A diferença entre alelopatia e competição, é que na alelopatia ocorre à adição de um fator ao meio, e a competição, reduz ou remove do ambiente um fator necessário para o crescimento das plantas, como água, luz, etc (SOUZA et al. O termo alelopatia foi criado pelo pesquisador alemão Hans Molisch, em 1937, com a união de duas palavras gregas allélon=mutuo e pathós=prejuízo, que se refere à capacidade das plantas em interferir na germinação e no desenvolvimento de outras plantas, por meio de substâncias liberadas na atmosfera, excretadas pela raiz ou no solo pela água da chuva que lava as partes aéreas da planta (AZEVEDO et al. Segundo Rice (1984), a alelopatia é definida como, qualquer efeito direto ou indireto, danoso ou benéfico, que uma planta exerce sobre a outra pela produção de compostos químicos liberados no meio ambiente.
Esses compostos alelopáticos podem atuar como inibidores ou estimuladores na germinação das sementes, afetando ou beneficiando o crescimento das plântulas (GONZALEZ et al. A quantidade de compostos em uma planta varia de órgãos, tecidos e até de células. Segundo AGRIANUAL (2007), é a principal cultura de grãos no Brasil, sendo esse o segundo maior produtor de grãos do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (CONAB, 2010). A soja cultivada hoje tem muita diferença dos seus ancestrais, que eram plantas rasteiras e que se desenvolviam na Costa leste da Ásia, principalmente ao longo do rio Yangtse, na China (EMBRAPA, 2010). O amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla L. pertence à família Euphorbiaceae, é uma planta anual, ereta, herbácea, leitosa, com folhas variáveis com caule glabro, possui cerca de 30 a 80 cm de altura, e nativa do continente americano e sua propagação ocorre por sementes.
É a planta daninha mais temida pelos produtores de soja, devido sua dificuldade de controle, é bastante freqüente em todo país, ocorrendo principalmente em lavouras anuais, suas sementes germinam durante o verão emergindo até 12 cm de profundidade, mantendo sua viabilidade germinativa por alguns anos (LORENZI, 2000). Germinação: Foram distribuídas 25 sementes em cada caixa Gerbox, forradas com 2 folhas de papel germitest CEL-060 umedecidos com água deionizada ou extrato aquoso de amendoim-bravo ou guanxuma em diferentes concentrações. Foram realizadas cinco repetições cada. As caixas Gerbox foram mantidas em câmaras de germinação, tipo BOD, em temperatura constante de 25ºC em fotoperíodo de 12 horas claro/escuro, durante 5 dias. Diariamente foram umedecidas com 2 ml de água (controle) ou extrato aquoso nas diferentes concentrações. Crescimento das plântulas: Após o quinto dia de germinação, foram observadas as sementes que apresentaram a emissão de até 1 cm de raiz para cálculo do IVG (Índice de Velocidade de Germinação) tamanho da raiz,porcentagem de sementes germinadas , dada pela fórmula: G = (N/A) x 100, sendo que, N= n° total de sementes germinadas; A= n° total de sementes colocadas para germinar.
Dalmaso (2006) testando o efeito de folhas de figatil (Vernonia condensata) observou que o mesmo estimulou em 23% o crescimento da raiz das plântulas de trigo para a concentração de 3g. Nos tratamentos a 3% e a 5% não ouve diferença significativa quando comparada ao controle, apesar de ter um visível estimulo no comprimento da raiz. No tratamento com extrato aquoso de amendoim-bravo não houve diferença significativa para o comprimento da raiz em todos os tratamentos, quando comparados entre si (TABELA 1). Esse resultado é semelhante ao de Becker (2007), que usou extrato aquoso crotalária (Crotalaria juncea L. em sementes de milho (Zea mays L. Neste trabalho pode-se observar o estimulatório, para as sementes nas quais foi aplicado o extrato de guanxuma. Os efeitos estimulatórios aparentemente estão relacionados à concentração dos extratos (Rice, 1984).
De acordo com Viecelli, 2005; Rice, 1984, os efeitos alelopáticos podem apresentar variações entre a intensidade e a característica de estímulos ou inibição, isso depende da concentração do material e/ou do extrato utilizado sobre a planta receptora. Quando o material vegetal é macerado ou triturado, esse costuma liberar compostos que naturalmente não seriam liberados como, por exemplo, no caso da lixiviação (FERREIRA; BORGHETTI, 2004). Entretanto, nem sempre os extratos mais concentrados apresentam maior atividade alelopática, é o que pode-se observar na variável % de germinação de sementes de soja de 80,8% regadas com extrato aquoso de amendoim-bravo a 3%, que apresentou um maior índice de germinação visivelmente (TABELA 1). ALMEIDA, F. S. A Alelopatia e as Plantas. IAPAR, Londrina, 1991, 60p. ANUÁRIO DA AGRICULTURA BRASILEIRA - AGRIANUAL.
JOHSON, I. R. LOVETT, J. V. Mathematical modeling of allelopathy: biological response to allelochemicals and its interpretation. S. Atividades alelopáticas de extratos aquosos de Brachiaria plantaginea L. e de Mikania glomerata Spreng. Na germinação de Glycine Max (L. Mear. A. SANTORUM. M. BINI, V. F. cnpso. embrapa. br//. Acesso:23 junho, 2010. FERREIRA, A. Germinação do básico ao aplicado. Porto Alegre: Artmed, p. GONZÁLEZ, R. H; MEDEROS, M. D. São Carlos: RiMa, 2000. LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. ed. Nova Omissa,SP,Instituto Plantarum,2000. B. Plantas medicinais sob a ótica da Química Medicinal Moderna. Chapecó: Argos: 2001. SANTOS, S. O. Revista Floresta e Ambiente, v. nº1, pag. SOUZA, L. S. VELINI, E. ed. New York. Academic, 1984. TOKURA, L. K. VIECELLI, C.
A. Efeito alelopático de Salvia officinalis coletadas em três estações do ano sobre o desenvolvimento de sementesde alface (Lactuca sativa L. Monografia de graduação do curso de Ciências Biológicas, UNIPAR, 2005.
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