Educação maker

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

POLO SAPOPEMBA 2018 O mundo atual já não recompensa as pessoas pelo que elas sabem, mas sim pelo que elas podem fazer com o que sabem. SCHLEICHER, 2015) RESUMO Tendo como ponto de partida um panorama geral da história da educação brasileira, esta pesquisa apresenta um referencial teórico que tem como objetivos reavaliar as práticas educacionais tradicionais e examinar novas tendências nesta área, além de orientar e subsidiar um possível caminho para aperfeiçoar ou modificar gradativamente o atual modelo pedagógico aplicado nos sistemas de ensino. Para isso foi utilizada pesquisa bibliográfica, abordando-se, além das principais características do modelo tradicional de ensino, uma breve retrospectiva das linhas pedagógicas que ao longo do tempo foram sendo discutidas e implantadas no ensino brasileiro.

Em seguida se trata especificamente do objeto deste trabalho – a Educação Maker – abordando suas principais características, sua importância, como implantar espaços de criação nas escolas, como se dá o ciclo de aprendizagem dentro dessa metodologia e quais as principais técnicas para executá-la. Esta pesquisa se justifica por tratar de uma metodologia educativa inovadora, contrária ao modelo pedagógico centrado na teoria, e por cogitar novas possibilidades de atuação de professores e alunos nos ambientes de aprendizagem. Keywords: Education. Motion Maker. Education. Technology. LISTA DE TABELAS TABELA 1 - ENSINO TRADICIONAL X ENSINO MODERNO 25 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - PROFESSOR X ALUNO (1902) 19 FIGURA 2 - FAB LAB EM ESCOLA (2013) 30 FIGURA 3 - ATITUDE MAKER (2015) 32 FIGURA 4 - FABLAB DA EM DEPUTADA IVETE VARGAS (SAPOPEMBA-SP) 41 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 11 OBJETIVOS GERAIS 13 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 13 METODOLOGIA 14 CAPÍTULO I – BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 15 CAPÍTULO II – ENSINO TRADICIONAL 17 2.

FREINET 23 3. FREIRIANA 24 3. POSSIBILIDADES FUTURAS 24 CAPÍTULO IV – EDUCAÇÃO MAKER 29 4. CONCEITO 29 4. ORIGEM E FUNÇÃO 29 4. Observa-se, por um lado, que os tradicionais processos e técnicas de ensino já não correspondem nem às tendências nem ao perfil dos estudantes contemporâneos. Por outro lado está a tecnologia, ocupando um espaço cada vez mais significativo no âmbito educacional, trazendo novas oportunidades de aprendizado, tornando os processos educativos mais atraentes e envolventes. As ações pedagógicas hoje deveriam refletir as transformações sociais, culturais e tecnológicas presentes no mundo globalizado. Vive-se um novo paradigma educacional que requer inovação, sair do lugar-comum, por meio de metodologias que otimizem o aprendizado e aprimorem o repertório cultural de estudantes de todas as idades, visando à sua formação integral. Enquanto a educação tradicional trata o aluno como “objeto a ser modelado” por meio da transmissão do saber do professor para o aluno, não o reconhecendo como “sujeito”, dotado de raciocínios, perspectivas, desejos e iniciativas, a nova educação vem propor a presença mais atuante deste “sujeito”, considerando seu conhecimento como produto de descobertas, leituras, redescobertas e releituras constantes, por meio de experiências concretas no ambiente de aprendizagem.

b) Divulgar a cultura Maker e suas contribuições para a educação brasileira. OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) Demonstrar que os métodos de ensino tradicionais, embasados principalmente em teorias, repetições e memorização, ainda estão muito presentes nas instituições de ensino brasileiras. b) Refletir sobre diferentes correntes pedagógicas discutidas e implantadas nas instituições de ensino ao longo do tempo. c) Apresentar as principais características da Educação Maker. d) Explicar as principais técnicas utilizadas na Educação Maker. A primeira dessas rupturas se deu com a chegada dos portugueses ao Brasil, quando os jesuítas constataram que não seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever. Assim, passaram a pregar não só sua religiosidade, mas também seus costumes, sua moral e seus métodos pedagógicos.

Esse método funcionou por mais de 200 anos, até a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal, em 1759. Com isso, a educação brasileira passou por sua segunda grande ruptura. Influenciado pelas ideias do iluminismo que na época se difundia pela Europa, Pombal planejava organizar escolas voltadas aos interesses estatais, diferente do modelo educacional já estruturado e consolidado da Companhia de Jesus, cujo objetivo era servir aos interesses da fé. Com o objetivo de cooperar no processo de estabilização social, esses intelectuais começaram a perceber a carência da pedagogia tradicional em relação ao momento em que se vivia, com a modernidade e o avanço do capitalismo, e chegaram à conclusão de que a nova realidade social exigia uma atualização das instituições de ensino.

Assim começou o desenvolvimento de novas ideias para a educação brasileira, e com a Constituição de 1934 passaram a ser traçadas as primeiras linhas de uma política nacional de educação, que culminaram em diversos acordos e leis para a reforma do ensino, até que em 1961 foi aprovada a primeira Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Essa lei fomentou muitas discussões sobre o tema e durante o Regime Militar passou por diversas mudanças. Com o retorno da democracia e a Constituição de 1988, foi criado o Conselho Nacional de Educação e uma nova LDB, priorizando a universalização do ensino e a erradicação do analfabetismo no Brasil. Essas considerações iniciais sobre a história da educação no Brasil servem como base para o entendimento da evolução dos processos educacionais desenvolvidos e aplicados ao longo do tempo.

Essa é uma tradição que nós temos na educação – as disciplinas são separadas e cada professor lida com uma determinada área do conhecimento. RODRIGUES, 2016) 2. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA TRADICIONAL No início do século XIX surgiram os sistemas nacionais de ensino, os quais apresentavam embasamento no pensamento de que a educação é direito de todos e dever do Estado. O objetivo principal era, portanto, universalizar o acesso do indivíduo ao conhecimento. Assim, a educação escolar teria a função de auxiliar a construção e consolidação de uma sociedade democrática: O direito de todos à educação decorria do tipo de sociedade correspondente aos interesses da nova classe que se consolidara no poder: a burguesia [. Como diz Saviani (1991): “o objetivo é transformar os súditos em cidadãos”, levando-os a se libertar do aprisionamento social por meio do esclarecimento e do esforço próprio, o que só pode ser feito pela escola, uma vez que a alienação já é muito grande em vários sentidos.

PAPEL DO PROFESSOR E DO ALUNO A pedagogia tradicional tem como premissa que todo o processo de ensino é centrado na figura do professor. É ele quem conduz a aula e todo o programa do curso, todas as disciplinas que precisa passar. Em relação à metodologia, o enfoque está em cópias e repetições – ditados, chamadas orais, os alunos têm de memorizar datas, nomes, fórmulas etc. e com base na autoridade do professor existe a legitimação da disciplina. Caso não consigam, devem procurar um ensino mais profissionalizante. GÔNGORA, 1985, p. Essa visão da escola tradicional consiste no desenvolvimento inte­lectual e moral dos alunos para assumir posição social, cultural e política. Do contrário esses indivíduos devem se preparar apenas para adquirir uma profissão.

ESTRUTURA DO MÉTODO TRADICIONAL Saviani (1991, p. Porém, de acordo com Leão (1999), é necessário situar no tempo a escola tradicional e reconhecer que esse caráter “tradicional atual” passou por muitas modificações ao longo de sua história. Franco (1991) leciona que a verdadeira aprendizagem é a que consegue gerar conhecimento e desenvolvimento. Dessa forma a relação que se estabelece entre professor e alunos quando o primeiro expõe e os segundos anotam e decoram não propicia a aprendizagem; ao contrário, dificulta ou impossibilita que ela ocorra. Feita essa breve apresentação das características e da metodologia do ensino tradicional, importante para a compreensão das transformações as quais a educação brasileira vem vivenciando, passa-se a abordar, na seção seguinte, como se deu a transição das técnicas educacionais até se chegar ao contexto atual e à concepção da cultura Maker.

CAPÍTULO III – EVOLUÇÃO DAS TÉCNICAS EDUCACIONAIS Conforme tema desenvolvido no Capítulo II, na Escola Tradicional desenvolvida a partir do século XIX as decisões dos educadores eram inquestionáveis, colocadas de maneira autoritária a fim de manter o controle e a disciplina em sala de aula. A avaliação é feita pela participação e por trabalhos realizados ao longo das aulas. SOCIOINTERACIONISTA De acordo com Moreira (1999), Vygotsky propõe que o desenvolvimento cognitivo acontece pela interação social. As pessoas estão diretamente envolvidas por meio da troca de experiências e ideias, e assim geram novas experiências e adquirem conhecimento nesse processo. No sociointeracionismo, portanto, aprendizagem é uma experiência social de interação pela linguagem e pela ação. CONSTRUTIVISTA Surgida no século XX, a partir principalmente das experiências dos filósofos e pensadores da educação Jean Piaget e Lev Vygotsky.

WALDORF Desenvolvida pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, os aspectos cognitivos devem se manter em equilíbrio com o desenvolvimento de habilidades artísticas, musicais, de movimentação e de dramatização. Os alunos são divididos em faixas etárias e não em séries, pois para Steiner cada idade tem necessidades específicas a serem atendidas. O aluno estuda com a mesma turma e com o mesmo professor dos 7 aos 14 anos.   São aplicados testes e provas em algumas matérias, especialmente no ensino médio, e, em alguns casos, nas últimas séries do ensino fundamental. Mas a avaliação do aluno também engloba a execução de trabalhos, o grau de dificuldade que o estudante tem com o assunto, o empenho em aprender e o comportamento.

Seu método pedagógico tem como propósito aumentar a participação ativa e consciente e deve-se levar em consideração os aspectos culturais, sociais e humanos do aluno. É preciso ouvi-lo e ajudá-lo a construir confiança, para que ele possa entender o mundo por meio do conhecimento. Bom senso, humildade, tolerância, respeito, curiosidade são alguns dos princípios defendidos por essa corrente. A educação se torna uma ferramenta para “libertar” o aluno. POSSIBILIDADES FUTURAS Diante do exposto, desconsiderar as contribuições deixadas pela educação tradicional seria eliminar três séculos de cultura impressa. • Reconhece a relatividade dos conhecimentos e procura se atualizar. • Sabe que o saber resulta de um processo ativo, comunicativo, de análise de situações e não de um acúmulo de conhecimentos.

• Mantém os alunos em atividade constante e ajuda cada uma delas, coordenando o trabalho realizado. ALUNO • Limita-se a utilizar rotineiramente o patrimônio científico. • Exige-se dele obediência e que responda bem nos raros momentos em que é avaliado. FONTE: VALADARES, J. COSTA PEREIRA, D. apud COSTA, 2003. As informações apresentadas nessa tabela permitem inferir que o sucesso da educação e dos alunos que estão nas salas de aula depende principalmente de atualização e capacitação constantes do professor, pois isso os torna mais abertos a mudanças, ao desenvolvimento da criatividade para ensinar e evita procedimentos e verdades engessadas. Conforme Fernando José Almeida (1987, p. Tem se tornado cada vez mais comum nas salas de aula o uso de tablets, smartphones, games, quadros interativos e diversos outros recursos que têm sido imprescindíveis na prática pedagógica, uma vez que tornam a apresentação dos conteúdos mais dinâmica e despertam nos alunos a atenção e a vontade de aprender no ambiente escolar.

Em 1984 a Unesco lançou uma dupla concepção de Tecnologia Educacional, a qual pode ser verificada a seguir: a) Originalmente foi concebida como o uso para fins educativos dos meios nascidos da revolução das comunicações, com os meios audiovisuais, televisão, computadores e outros tipos de hardware e software. b) Em sentido novo e mais amplo, como modo sistemático de conceber, aplicar e avaliar o conjunto de processos de ensino e aprendizagem, levando em consideração, ao mesmo tempo, os recursos técnicos e humanos e as interações entre eles, como forma de obter uma educação mais efetiva. Em plena era tecnológica, professores, alunos e a comunidade escolar como um todo estão em constante transformação, e a educação formal pode ser significativa, interessante e libertadora, sem necessariamente eliminar completamente metodologias tradicionais.

Hoje se verifica que é preciso evoluir cognitiva e permanentemente, uma vez que a Educação requer uma escola na qual aluno, escola, família, professores e sociedade aprendam juntos. Apresento aqui uma nova definição preliminar da disciplina, porém apenas como uma semente para discussão, como aquele grão de conhecimento necessário para que uma criança invente (e evidentemente, construa). Se este grão constituísse a disciplina inteira um nome adequado seria “engenharia de controle” ou até mesmo “robótica”. Verifica-se nesta década que a robótica tem despertado em professores e pesquisadores o interesse para este importante recurso, uma vez que apesenta grande potencial para impactar a natureza da educação em ciência e tecnologia em todos os níveis de ensino, da Educação Infantil à Universidade.

De acordo com Piaget, manipular artefatos é a chave para o indivíduo construir seu conhecimento (PIAGET, 1974). Papert corrobora Piaget afirmando que a construção do conhecimento acontece de maneira efetiva em um contexto no qual o aprendiz se mantém empenhado em construir um objeto, seja algo simples ou algo que exija um complexo planejamento (PAPERT, 1980). Essa proposta abre espaço para a criação e descoberta do aluno e valoriza essas habilidades e o pensar criativo, permitindo o desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento. ORIGEM E FUNÇÃO O movimento Maker teve início nos anos 1970, com a introdução dos computadores pessoais (PCs), mas foi no começo dos anos 2000 que começou a se destacar, após o surgimento da revista Make e o lançamento da Maker Faire.

Além desses fatos, o lançamento da RepRep, impressora 3D lançada por Adrian Bowyer no início dos anos 2000, também ajudou na promoção do movimento, por possibilitar, com menor custo de produção, a fabricação de protótipos. KATCHBORIAN, 2017) Os chamados Fab Labs ou Makerspaces são espaços diferenciados e estrategicamente preparados para crianças e adultos, disseminados em universidades, indústrias e escolas de todo o mundo, além de diversas garagens em que os usuários utilizam como hobby. NEVES, 2015) FIGURA 2 - FAB LAB EM ESCOLA (2013) FONTE: <http://news. Ainda para esse professor, que é um dos principais incentivadores do movimento Maker no mundo, “hoje existe uma aceitação muito maior de tecnologia aplicada à educação e [. a partir de agora, os alunos do século 21 serão avaliados não só pelo seu conhecimento, mas também pelas suas competências, como a criatividade” (FOLHA DE S.

PAULO, 2016). As atividades desenvolvidas no Movimento Maker não são pautadas apenas na teoria, mas na aplicação prática em sala de aula, por isso ampliam a visão do aluno para além do que está estabelecido. Além disso, propõem projetos e experimentos que permitem “colocar a mão na massa”, aproveitando ao máximo os recursos tecnológicos disponíveis, tornando a aprendizagem mais criativa, autônoma, significativa e envolvente. A criação de um ambiente Maker para colocar em prática a atitude Maker requer apenas pessoas dispostas a disseminar o movimento – não há necessidade de grandes investimentos em projetos e estrutura física. A partir da propagação das ideias do movimento, os espaços e os projetos surgem natural e espontaneamente.

NEVES, 2015) 4. IMPLANTAÇÃO DO ESPAÇO MAKER NAS ESCOLAS Apesar da pouca oferta de recursos financeiros destinados ao investimento em tecnologia na educação, o movimento Maker vem ganhando cada vez mais espaço nas escolas brasileiras e sem dúvida é uma das mais importantes ferramentas para o estímulo da criatividade e da aprendizagem. O editor da revista Make Magazine e popularizador do termo Makerspace, Dale Dougherty, propõe as seguintes sugestões para a implantação e o desenvolvimento dos espaços Maker nas escolas: • Crie um projeto que motive os estudantes a acreditar que eles podem fazer qualquer coisa; • Projete um Espaço Maker (que pode começar com ferramentas de eletrônica e kits educacionais muito simples, depois, com o tempo, adquirir máquinas); • Crie plataformas sociais (online e/ou offline) para colaboração entre alunos, professores e a comunidade; • Crie um espaço comunitário para a exposição dos trabalhos “mão na massa” realizados, incentivando mais alunos e professores a participar; • Desenvolva contextos educacionais que relacionem a prática do fazer a conceitos formais e teorias para apoiar a descoberta e a exploração, para introduzir novas ferramentas e, ao mesmo tempo, novos olhares para o processos do aprender; • Desenvolva em todos os participantes desse processo, de modo integral, a capacidade, criatividade e confiança para se tornarem agentes de mudança em suas vidas e em suas comunidades.

SIEVES, [2017?]) Ainda em relação à implantação do espaço Maker nas escolas, cabe destacar aqui a colaboração pessoal do autor desta pesquisa, na condição de professor do Ensino Fundamental de uma escola pública de São Paulo e propagador da cultura Maker na educação brasileira. A título de ilustração, sugere-se a leitura do ANEXO 1, uma transcrição de reportagem televisiva que aborda o assunto em questão – da qual tive a grata oportunidade de participar –, bem como que se assista ao respectivo vídeo. CICLO DE APRENDIZAGEM NO MOVIMENTO MAKER O infográfico disponível no ANEXO 2 sintetiza de forma bem didática o ciclo de aprendizagem do Movimento Maker aplicado na educação. Numa interpretação livre, tem-se a seguinte leitura: o desenvolvimento das habilidades envolve a criatividade e colaboração entre os alunos para a tomada de decisão – “o movimento maker não é exclusivo para alunos que querem se tornar engenheiros ou desenvolvedores – todos se beneficiam ao exercitar o raciocínio lógico e trabalhar de forma interdisciplinar”.

LORENZONI, 2017) As experiências envolvendo esses três elementos – criatividade, tomada de decisão e colaboração – gera um ambiente contextualizado e significativo para o desenvolvimento das atividades, favorecendo a combinação de diferentes talentos e valorizando não só os acertos, mas também os erros – “no laboratório maker, o aluno aprende por meio da tentativa e erro: experimentação é a palavra-chave. D’ELORS, 2012, p. Levando-se em conta esse contexto, de imediato fica evidente uma relação entre o pilar “aprender a fazer” e o Movimento Maker que, como já foi dito, consiste em colocar a mão na massa para produzir coisas e artefatos. Observa-se hoje, portanto, uma nova interpretação para o termo “fazer” quando se trata de processos educativos. PADILHA; MARTINELLI, 2015) A aprendizagem Maker abrange tanto aulas expositivas, num nível inicial, quanto o desenvolvimento de projetos tendo o aluno como ator principal, quando então essa aprendizagem se potencializa (LORENZONI, 2017).

Entretanto existem alguns níveis de aprofundamento da aprendizagem Maker, como se verá a seguir. Nas palavras de Moran (2000, p. As mudanças na educação dependem também dos alunos. Alunos curiosos e motivados facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador. Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor. Alunos que provêm de famílias abertas, que apoiam as mudanças, que estimulam afetivamente os filhos, que desenvolvem ambientes culturalmente ricos, aprendem mais rapidamente, crescem mais confiantes e se tornam pessoas mais produtivas. FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS NOS ESPAÇOS MAKER 5. Cuidados com o uso da tecnologia Não resta dúvida de que o Movimento Maker vincula a cultura do “faça você mesmo” com a tecnologia, e quando adotado no ambiente escolar estimula “a criação, a investigação, a resolução de problemas, a originalidade e a resiliência”.

Entretanto, convém lembrar, o que mais importa nesse processo, além dos atos de fazer, experimentar e colaborar, não é o uso irrestrito de tecnologia de ponta, mas o fato de se enxergar o erro como parte natural do processo de aprendizagem. LORENZONI, 2017) Neste sentido, Hernández e Ventura (1998), com base na concepção construtivista de Vygotsky, defendem que “a aprendizagem ocorre em grupo, sem a compartimentalização das disciplinas, sem uma resposta certa que deve ser encontrada, sem um fim previamente determinado”, e propõem um “trabalho com resolução de problemas interdisciplinares”. Desse modo, para eles “o mais importante não é o resultado final, mas sim o processo de investigação, de pesquisa, de criação de hipóteses, de síntese de informações e de geração de sentido [.

FCT, 2018) Diversos equipamentos tecnológicos podem ser utilizados nos FabLabs: fresadora pequenas dimensões; corte de vinil; corte a laser; computador de alta performance, LCD de grandes dimensões; ferramentas para fabricação manual (aparafusadora, berbequim, dremel, nível a laser, bancada de trabalho portátil); equipamentos para eletrônica (fontes de alimentação, osciloscópio, gerador de funções, multímeros, ferros de soldar, etiquetadora, bread boards); impressoras 3D. FCT, 2018) Entretanto, cabe ressaltar que para iniciar o trabalho com atividades Makers não é preciso necessariamente dispor de muita tecnologia. Pode-se iniciar e realizar projetos com materiais de baixo custo, ou seja, “materiais que fazem parte do cotidiano dos alunos para criar o maior número de aulas possíveis” – “de fios a bexigas, de pilhas a palitos de churrasco, de pedaços de cano a garrafas PET” e até mesmo “garfos, rolhas e kits básicos de robótica”.

MACEDO, [s. d. Hoje cada estudante pode ser coautor de seu próprio aprendizado, considerando que as instituições de ensino não ignorem a incorporação de ferramentas tecnológicas no dia a dia das salas de aula. Em um mundo cada vez mais tecnológico, ter um diploma não é mais suficiente. Hoje diferentes conhecimentos e capacidades devem ser apropriados pelos estudantes, com estratégias e técnicas por meio das quais o aluno desenvolva sua criatividade e atribua sentido ao que está aprendendo. Neste sentido, vêm surgindo gradativamente nas escolas ambientes mais “construcionistas”, que despertam a imaginação, a inovação, a criatividade, a colaboração e o compartilhamento de ideias e informações. E é nesse contexto que surgem as atividades Makers, desenvolvidas em espaços mais “democráticos”, que não privilegiam gêneros nem diferenças sociais e que têm como foco principal tornar os estudantes personagens principais no processo de aprendizagem.

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Acesso em: 3 mar. SENGE, Peter M. A quinta disciplina. Didáctica da Física e da Química. v. I. Lisboa: Universidade Aberta, 1991 apud COSTA, Maria Luiza Almeida Alves da. Geração "zap" - novos desafios na escola: complementos digitais para o ensino da química. portaleducacao. com. br/conteudo/artigos/pedagogia/breve-historico-da-tecnologia-educativa/41974>. faber-castell. com. Nos EUA já tem muita escola com fab lab. Imagine aprender Ciências jogando futebol com algas – jogado num miscroscópio, pode ser encontrado em muitas escolas, ou se não tiver um microscópio dá pra construir um microscópio, custa cerca de 200 reais, não é assim coisa de outro mundo, e aqui você pode comandar um jogo em que essas algas são atraídas pela luz, pra cá e pra lá. E tem muita invenção que serve pra ensinar – como esses bloquinhos eletrônicos, os littlebits.

Cada vez que você monta diferente, sai uma nova invenção. Daí você aprende sobre circuitos eletrônicos, computação, mecânica. É professor virando aluno pra aprender sobre o fab lab. “A gente costuma achar que o aluno de baixa renda, o aluno que tá na periferia, ele só tem que ter o básico. Eu acho que na verdade a gente tem que pensar exatamente o contrário, porque o aluno que tá na periferia de uma grande cidade, pra ele continuar na escola ele tem que ter interesse na escola, ele tem que estar motivado pra estar na escola. Então é nessa escola que a gente tem que colocar robótica, que a gente tem que colocar Artes, esportes, programação de computador”. Paulo Blikstein) Então é chegada a hora de o professor Sidnei e seus alunos conhecerem um fab lab – olá, tudo bem? Chegaram em boa hora, porque eu já estou aqui quase acabando de montar um belíssimo robô.

A gente vai fazer microscópio, incubadora, agitador magnético e centrífuga. Tudo construído com ajuda das crianças. O projeto dessas máquinas saiu da internet. O holandês Pieter Van Boheemen (Gerente de projetos – Waag Society) foi quem criou tudo. Olha ele aí. Uma das coisas legais desse projeto é que ele reaproveita peças antigas, que normalmente iriam pro lixo. Por exemplo: a lente do microscópio saiu de uma câmera de computador usado. “A Amanda, nossa produtora, trouxe uma web cam que ela não está usando mais, mas ainda funciona”. A cortadora a laser faz o que o seu nome diz: corta as peças que vão servir de base para o microscópio. “É uma espécie de uma lâmpada, só que é uma lâmpada especial porque é uma lâmpada a laser.

É só de montar. Tarefa concluída! Chegou a hora de testar! “O flagelo é uma estrutura da célula que é como se fosse um chicotezinho. Encomenda pronta! Hora da entrega! “Hoje nós vamos aproveitar o misturador magnético. Ele seve pra misturar. Então nós vamos misturar e depois nós vamos separar na centrífuga. Disponível em: <http://g1. globo. com/fantastico/quadros/fab-lab/noticia/2016/03/fab-lab-faca-voce-mesmo-um-novo-mundo-se-abre-para-alunos-de-escola. html>. Acesso em: 6 mar. Acesso em: 16 mar.

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