Aborto espontâneo
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Medicina
Conclusões: Os profissionais de saúde precisam refletir sobre a qualidade do cuidado e conhecer os possíveis diagnósticos de abortamento, visto que as capacitações dos trabalhadores definirão as corretas condutas terapêuticas e preventivas. Descritores: Aborto, Espontâneo, Diagnóstico, Conduta. Introdução Entre os diversos quadros clínicos ligados à saúde da mulher, o abortamento é uma das intercorrências obstétricas mais frequentes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o aborto como a interrupção da gravidez antes de 22 semanas ou com um feto de até 500g. Aproximadamente 20% das gestações evoluem para aborto antes de 20 semanas, sendo que, destas, 80% são interrompidas até a 12ª semana. Abdome doloroso na região hipogástrica e sem sinais de irritação peritoneal. Encaminhada para o Hospital Maternidade, onde foi confirmada hipótese de aborto espontâneo com idade gestacional de 6 semanas, ao realizar o Ultrassom Obstétrico (US).
A conduta seguida foi expectante e realização de exame de sangue buscando avaliar a concentração do hormônio β-HCG, o qual obteve resultado positivo, porém em regressão na sua concentração. Discussão É necessário atentar ao diagnóstico de aborto nos quadros clínicos de pacientes grávidas com histórico de sangramento, principalmente no primeiro trimestre de gestação. O abortamento pode ser precoce, quando ocorre até a décima segunda semana, ou tardio, quando ocorre entre a décima terceira e a vigésima semana. Ao toque vaginal combinado, constata-se um útero com tamanho compatível com o atraso menstrual, colo impérvio e sangramento de pequena intensidade. Ao exame de imagem observa-se saco gestacional regular e batimento cardíaco fetal regular. A conduta nesse caso é expectante, não existindo indicação de internação hospitalar.
Orientar repouso relativo, evitar relação sexual durante a perda sanguínea, analgesia simples, orientar retorno em caso de aumento do sangramento. A paciente do caso clínico relatado anteriormente apresentou US confirmatório de óbito embrionário, descartando, dessa forma, essa hipótese diagnóstica. Como o próprio nome sugere, o concepto permanece na cavidade uterina sem vitalidade. A ecografia mostra o coração inerte, diminuição da altura do fundo uterino e há uma diminuição na circunferência abdominal, bem como os sintomas ligados à presunção de gravidez. No exame físico o colo encontra-se fechado. O diagnóstico é sugerido pela sintomatologia e confirmado por ecografia. Esse quadro pode ser um achado ocasional de ultrassom de pré-natal. A quinta forma clínica é o abortamento inevitável ou em evolução.
Nesse caso, não é mais compatível o prosseguimento da gestação. Clinicamente, a paciente apresenta sangramento intenso com coágulos e o colo uterino dilatado. Ademais, o volume uterino encontra-se um pouco inferior ao esperado pela idade gestacional. O diagnóstico é clínico, porém se o obstetra não vê o produto da concepção é indicado a realização de ultrassonografia. Como o médico acompanhante do caso ofereceu à paciente possibilidades de condutas e sendo a escolha o aguardamento para esvaziamento espontâneo do útero, trata-se provavelmente de um abortamento inevitável, onde as possibilidades de condutas são a conduta expectante, caso a paciente esteja em bom estado geral como é o caso da paciente em questão, ou a curetagem uterina. Isso se deve ao fato de provavelmente ainda ter algum resquício placentário demonstrado pelo US realizado, caso contrário a conduta seria apenas a expectante, não sendo necessário apresentar outras possibilidades de condutas à paciente.
Após a revisão literária apresentada buscando a resolução do caso, é válido relatar sobre os diferentes fatores de riscos que possibilitam a chance de abortamento em uma gestação. Pode-se mencionar como exemplo a idade da paciente. O risco de aborto aumenta com o avançar da idade materna, chegando a 40% aos 40 anos e 80% aos 45 anos. Ademais, infecções como rubéola, toxoplasmose, parvovirose, citomegalovírus, HIV, sífilis e listeriose podem levar ao abortamento. Dessa forma, é essencial que a paciente passe pelo pré-natal e realize os exames necessários para que, caso ocorra alguma alteração laboratorial, possa tentar efetuar medidas preventivas e terapêuticas para a mãe e para o feto. Dentre as alterações do corpo após o aborto, é necessário relatar que a variação hormonal, como a deiscência do β-HCG relatado pelo caso clínico em questão, trata-se de uma alteração fisiológica do corpo da mulher, visto que esse hormônio atinge o nível negativo (abaixo de 5ml/L) semanas após o aborto espontâneo, sendo, portanto, essa reação de positividade no exame esperada.
Referências 1. Morais Filho OB. F. Rezende: Obstetrícia. ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Cunningham F G.
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