Realidade virtual no tratamento de crianças queimadas

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Medicina

Documento 1

As aplicações mais conhecidas da RVI são em simuladores de voo, videogames ou outros entretenimentos pessoais, terapia de dessensibilização (como tratamento de exposição gradual de fobias ou estresse pós-traumático) e recentemente, tem sido utilizada para tratar a dor e a ansiedade em um cenário clínico. Nesta revisão foi explorado o uso recente de RV no tratamento da dor e ansiedade que ocorrem durante o tratamento de lesões por queimaduras cutâneas, bem como seu uso pode auxiliar na intervenção do fisioterapeuta. O objetivo da pesquisa é fornecer conhecimentos acerca de uma nova ferramenta, a RVI reconhecida cientificamente como eficaz no tratamento de queimaduras, para seu amplo uso como recurso fisioterapêutico. O problema abordado na presente monografia é “A utilização da RV como recurso complementar à fisioterapia de acometidos por queimadura cutânea”, independente de faixa etária, embora sejam as crianças e adolescentes as maiores vítimas, principalmente em países subdesenvolvidos.

Para a presente monografia foram levantadas as seguintes hipóteses: • Indivíduos com queimadura cutânea apresentarão menor intensidade de dor quando tratados simultaneamente à utilização da RV; • Indivíduos com queimadura cutânea apresentarão menor necessidade de uso de analgésicos. Principais Variáveis Avaliadas Resultados Schmitt et al, 2011 Ensaio randomizado controlado. Indivíduos de até 19 anos. RVI Dor, diversão e náusea. A dor cognitiva teve 44% de redução, a dor afetiva, redução de 32% e a dor sensorial, redução de 27%. Relataram aumento na “diversão”. Avaliação da dor durante debridamento da ferida por queimadura, com o uso de RVI. Dor. A intensidade da dor durante a terapia caiu de, severamente dolorosa durante a ausência de RVI para moderadamente dolorosa durante a RVI.

A dor desagradável caiu de moderadamente desagradável, durante o uso de RVI, para um pouco desagradável durante a RVI. Khadra et al, 2018 Avaliar a viabilidade e aceitabilidade do uso de RVI. Das et al, 2005 A eficácia da RV na modulação da dor em Crianças. Estudo piloto randomizado. RV diminui a dor processual em crianças de 5 a 18 anos com queimaduras agudas. Os parâmetros analisados foram a dor autorelatada (Faces Scale) e os resultados das entrevistas com pais / cuidadores e enfermeiros. O escore médio de dor para analgesia farmacológica foi 4,1 enquanto o escore para RVI+analgesia farmacológica, a média do escore de dor foi de 1,3. Arane et al, 2017 RV para gestão da dor e ansiedade em crianças Revisão Como a RVI funciona na redução da dor e ansiedade.

Análise de estudos recentes que exploraram o uso da RVI em vacinas, injeções intravenosas, para trocas de curativos de feridas por queimaduras. Interagir com a RV imersiva pode desviar a atenção, levando a uma resposta mais lenta aos sinais de dor A RVI é eficaz, isoladamente ou em combinação com o tratamento padrão. Hoffman et al, 2011 RV como analgésico não-farmacológico Revisão A dor excessiva durante tratamento diário de feridas de queimaduras graves. Relatos de reduções de 35 a 50% na dor durante procedimentos em RVI inclusive em áreas cerebrais relacionadas à dor. Queimaduras são uma das lesões mais comuns, tanto em cenário civil quanto militar. O Centro de Controle de Doenças (CDC - American Burn Associations, 2016) dos EUA relata mais de 1 milhão de vítimas de queimaduras por ano naquele país.

Devido à baixa notificação, no Brasil estima-se que haja em torno de 1 milhão (dado semelhante aos EUA) de acidentes por queimaduras (SIS- Saúde, 2019 e Ministério da Saúde, 2019), com um impacto financeiro de 211 milhões de dólares (World Health Organization – WHO, 2017). Destes, em torno de 2500 pessoas irão falecer em decorrência das lesões, as outras procurarão por atendimento hospitalar e serão socorridas, mas um cenário mais cruel, são as sequelas que as queimaduras deixam, necessitando de um cuidado especial ao queimado para que ele se reintegre à sociedade. O trauma de queimadura é considerado uma das lesões mais devastadoras e críticas, devido à sua fisiopatologia e suas consequências físicas e psicossociais. Por isso, é de importância vital realizar estudos que melhorem a compreensão do tecido queimado, para que o diagnóstico precoce de queimaduras, bem como a recuperação do tecido possa ser viabilizada para interferir o menos possível na qualidade de vida do paciente queimado.

CAPÍTULO 2 Ações da fisioterapia em queimaduras cutâneas A lesão por queimadura é uma causa frequente de internação hospitalar em países de baixa renda (Agbenorku et al, 2011; Parbhoo e Louw, 2010; Forjuoh, 2006) e freqüentemente leva a complicações como desfiguração, contraturas e cicatrizes (Agbenorku et al, 2011; Parbhoo e Louw, 2010; Oladele e Olabanji, 2010). A fisioterapia tem um importante papel a desempenhar na prevenção destas deficiências, na manutenção e melhoria do funcionamento global do paciente, sendo indispensável nas fases aguda, crônica e de reabilitação (Group, 2005; Simons et al, 2003). Em contextos com recursos limitados, é importante a identificação das intervenções mais adequadas na restauração da função motora do indivíduo. Exercícios terapêuticos, de maneira geral, podem ser descritos como o movimento para corrigir uma deficiência, melhorar a função musculoesquelética ou manter um estado de bem-estar (Kottke et al, 1982).

Os elementos básicos da RVI são: um computador que gera uma imagem, um sistema de exibição que apresenta as informações sensoriais e um rastreador que realimenta a posição e orientação do usuário, a fim de atualizar a imagem instantaneamente. Nada disso é exatamente novo. O hardware surgiu na década de 1980, mas até recentemente, ficou confinado nos laboratórios especializados (Slater & Sanchez-Vives, 2016). Os sistemas variam muito. Por exemplo, o CAVE projeta imagens de computador nas paredes de uma sala e o participante usa óculos especiais para ver a cena tridimensionalmente (Cruz-Neira et al, 1993). A utilização das palavras chave “virtual reality use” no banco de dados do PUBMED trouxe 9626 artigos relacionados ao tema, mostrando que essa é uma tecnologia que está sendo utilizada de inúmeras formas em pesquisa científica.

Algumas das possibilidades de uso são: em fobias (Rothbaum et al, 2000; Emmelkamp et al, 2002; Garcia-Palacios et al, 2002; Botella et al, 2004); doenças mentais como ansiedade (Anderson et al, 2013; Bouchard et al, 2016) e depressão (Gould et al, 2007); psicose (Freeman et al, 2003, 2008, 2014, 2016); estresse pós traumático (Difede et al, 2007; Rizzo et al, 2009); abuso de substâncias lícitas ou ilícitas (Lee et al, 2008; Saladin et al, 2006; Bordnick et al, 2005) e desequilíbrios alimentares (Riva, 1998, 2011; Pallavicini et al, 2016). Dessa forma, é possível visualizar o imenso campo de atuação em que se pode utilizar a RVI como recurso terapêutico. CAPÍTULO 4 Uso da realidade virtual imersiva (RVI) em fisioterapia de queimados Entre os produtos mais recentes da evolução da tecnologia digital, a realidade virtual (RV) está ganhando espaço na medicina clínica como um complemento às terapias tradicionais.

Estudos sugerem um papel crescente das aplicações de RV no controle da dor, no treinamento de habilidades clínicas, na terapia cognitiva e na reabilitação física (Pourman et al, 2017). Os dois relataram diminuição na sensação de dor nas duas sessões propostas, demonstrando que a RVI é um meio de captação de atenção capaz de maximizar a quantidade de atenção extraída do "mundo real", permitindo aos pacientes tolerar procedimentos dolorosos. Esses resultados preliminares sugerem que a RVI merece mais atenção como uma forma potencialmente viável de tratamento para a dor aguda. Uma revisão sistemática feita pelo grupo de Morris et al (2009) sobre evidências da efetividade no uso de RVI, em conjunto com a analgesia farmacológica versus analgesia farmacológica isolada, para redução da dor e ansiedade em pacientes com queimaduras, submetidos a curativos e manejo fisioterápico, comparou nove estudos considerados relevantes para o assunto.

Encontraram que RVI, em conjunto com os analgésicos farmacológicos, reduziu significativamente a dor dos pacientes com queimaduras, durante as trocas de curativos e fisioterapia. Esta foi a primeira revisão sistemática conhecida a relatar a eficácia da RVI, em conjunto com a analgesia farmacológica, na redução da dor e ansiedade, em pacientes com queimaduras, submetidos a trocas de curativos e manejo fisioterápico usado como um complemento aos regimes atuais de manejo da dor em queimaduras, a RVI poderia auxiliar os profissionais de saúde a tornar o processo de reabilitação para pacientes queimados menos doloroso, melhorando assim os resultados funcionais. Burns, v. p. American Burn Associations. Burn Incidence Fact Sheet. Acesso em 06/05/2019. Zimand, E. Calamaras, M. R. Virtual reality exposure therapy for social anxiety disorder: a randomized controlled trial.

Journal of Consulting and Clinical Psychology, v. CyberPsychology and Behavior, v. p. Botella, C. Osma, J. Garcia-Palacios, A. Klinger, É. Forget, H. Loranger, C. Roucaut, F. X. S Afr J Physiother. v. p. Carrougher, G. J. p. Cruz, B. F. Cordovil P. B. DeFanti, T. A. Surround-screen projection-based virtual reality: the design and implementation of the CAVE. ACM Computer Graphics (SIGGRAPH) Proceedings, v. p. The efficacy of playing a virtual reality game in modulating pain for children with acute burn injuries: a randomized controlled trial. BMC Pediatr. V. p. Deitch, E. p. Difede, J. Cukor, J. Jayasinghe, N. Patt, I. Nieuwenhuis, M. K. Van Baar, M. E. Mouton, L. Reflection-optical multispectral imaging method for objective determination of burn depth. Burns, v. n. p. Emmelkamp, P. Behaviour Research and Therapy, v. p. Forjuoh, S.

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Conclusão: A RVI é eficaz como tratamento adjuvante de feridas agudas provocadas por queimadura em crianças e adultos. Palavras-chave: Realidade Virtual; Terapia de Exposição à Realidade Virtual; Utilização da Realidade Virtual. ABSTRACT Introduction: Pediatric burns account for 30% to 50% of total burns, with the highest incidence in children under five years of age. Pain management is a crucial element of burn care in both children and adults.

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