Suplementação de BCAA'S e vitamina B6 no tratamento da obesidade

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Nutrição

Documento 1

Por meio da leitura dos artigos selecionados para compor esta pesquisa foi possível concluir que existem indícios de que a combinação entre BCAA’s e vitamina B6 pode promover aumento da oxidação das gorduras e a sensibilidade à insulina, além de promover a redução do estresse oxidativo e estado inflamatório. Consequentemente, nutracêuticos à base destes elementos parecem fornecer uma ajuda útil na prevenção, controle e tratamento da obesidade e comorbidades. Palavras-chave: Aminoácidos de Cadeia Ramificada. Vitamina B6. Metabolismo energético. INTRODUÇÃO A dieta ocidental é definida como a alta ingestão de calorias, gorduras saturadas e açúcares, e tem sido associada ao aumento alarmante da obesidade e diabetes mellitus tipo 2 (DM2) em todo o mundo.  O consumo crônico da dieta ocidental contribui para o desenvolvimento da obesidade, uma vez que se origina como um balanço energético positivo e subsequente rompimento dos processos regulatórios e metabólicos, levando ao excesso de massa gorda.

 A DM2 é caracterizada pela resistência à insulina (RI), que resulta na captação celular anormal de carboidratos e lipídios.  Ramificações da RI incluem hiperglicemia, dislipidemia e estresse oxidativo.  Embora a restrição calórica tenha sido considerada uma estratégia para reduzir o excesso de peso e restaurar funções metabólicas, muitos pacientes acham difícil implementá-la como uma solução em longo prazo (Yadao, Mackenzie, Bergdahl, 2018). A leucina, um BCAA associada à vitamina B6 (piridoxina) parece ser mais eficaz do que o uso somente da leucina na regulação do metabolismo energético.  Existem relatos de atenuação da sinalização de Ca2+ pela piridoxina juntamente com a demonstração de que a sinalização de Ca 2+ é um regulador chave do metabolismo lipídico dos adipócitos (Zemel et al.

Diante do exposto, o presente estudo objetiva revisar a literatura científica sobre a suplementação de BCAA’s e vitamina B6 no tratamento coadjuvante da obesidade. MÉTODOS As informações contidas neste artigo foram obtidas por meio de levantamento bibliográfico. Para a realização desse estudo de natureza qualitativa, foram utilizados artigos científicos consultados on-line, utilizando para o levantamento das informações os periódicos contidos nas bases de dados da Pubmed e Scielo, publicados entre os anos de 2009 e 2019, com os descritores “aminoácidos de cadeia ramificada/ amino acids, branched-chain; vitamina B6/vitamin B6; Metabolismo energético/ Energy Metabolism; e obesidade/obesity”, sendo delimitados os idiomas português e inglês. O TAV contribui para a sensibilidade à insulina, intolerância à glicose, elevação da pressão sanguínea e dislipidemia (Millar et al.

Embora o TAS seja um importante componente associado ao risco metabólico, o TAV desempenha um papel mais significativo. O TAV aparenta ser mais suscetível à lipólise quando comparado ao TAS, além de estar relacionado com a produção de fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α), interleucina-6 (IL-6), proteína C reativa (PCR) e inibidor do fator ativador de plasminogênio-1 (PAI-1) (Castro et al. O aumento nas concentrações de citocinas inflamatórias e PCR são responsáveis pelo estado pró-inflamatório observado na síndrome metabólica (SM). Além disso, a SM está fortemente associada à inflamação sistêmica. Bonomini, Rodella, Rezzani, 2015). Quatro definições principais de síndrome metabólica (SM) foram formuladas: a definição original da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 1998; Critérios do Grupo Europeu para o Estudo da Resistência à Insulina (EGIR); critérios do Painel de Tratamento de Adultos do Programa Nacional de Educação sobre Colesterol (NCEP ATP) III; e critérios da International Diabetes Foundation (IDF).

 Esses critérios diferem, porém, a maioria inclui aumento do índice de massa corporal, hiperglicemia, hipertensão arterial e dislipidemia para descrever o grau de progressão de um indivíduo em relação à doença cardiovascular e/ou à DM2.  Esses critérios fornecem informações clínicas e fisiopatológicas úteis.  No entanto, o uso desses critérios também levou ao reconhecimento de uma população de indivíduos obesos que foram designados como “metabolicamente bem”, e as pesquisas diferem se esse grupo possui uma maior morbidade e mortalidade mais precoce do que suas contrapartes magras (Fan et al.  Mecanismos diretos e indiretos para esses efeitos positivos foram propostos.  A título de exemplificação, a leucina parece ter efeitos diretos nos processos hipotalâmicos e do tronco encefálico envolvidos na saciedade, síntese protéica muscular e homeostase da glicose (Binder et al.

Laeger et al. Lynch, Adams, 2014). Os efeitos indiretos incluem a síntese proteica muscular e melhora da performance e redução da fadiga (Lynch, Adams, 2014).  Como consequência, acredita-se que a suplementação com BCAA’s ou uma dieta rica em BCAA melhore a saúde metabólica.  Foi proposto um aumento na oferta de proteína na dietética, o que efetivamente aumentaria os níveis dietéticos de BCAA’s (Norton et al. Binder et al.  No entanto, a ideia de que os BCAA’s ou sua suplementação possam ter um papel positivo na prevenção da doença metabólica é controversa. Existem também vários estudos observacionais que indicam que níveis circulantes elevados de BCAA’s estão associados a uma saúde metabólica deficiente, ou seja, está associada à RI, DM2 e SM.

Também, estudos longitudinais em diferentes coortes relataram que níveis sanguíneos aumentados de BCAA’s são preditivos de futura RI ou DM2 (McCormack et al.  Embora essas associações sejam consistentemente observadas em humanos, os mecanismos subjacentes a estas relações ainda precisam ser melhor estabelecidos.   Para entender as descobertas aparentemente conflitantes em relação aos níveis circulantes de BCAA com a saúde saúde, é útil avaliar os processos que contribuem para o equilíbrio destes na corrente sanguínea.  Os processos que contribuem para aparecimento de BCAA incluem a ingestão de alimentos e a degradação das proteínas teciduais.  No entanto, no caso da associação frequentemente relatada entre os níveis sanguíneos de BCAA’s e a RI, não é devido a recentes excessos na alimentação, tendo em vista que quase todos os estudos foram conduzidos em jejum noturno.

 Adicionalmente tem-se que na obesidade RI e no DM2 não tratado, estudos sugeriram que a síntese de proteína muscular é inalterada ou aumentada (Kumashiro et al. Nilsson et al.  Nestas situações, a massa muscular pode diminuir porque a degradação de proteínas aumenta mais do que a síntese de proteínas.  A excreção de BCAA também pode ser afetada pela obesidade resistente à insulina, devido ao aumento dos níveis de aminoácidos circulantes (She et al.  mas o grau em que esse processo é afetado em humanos ainda precisa ser estabelecido. Suplementação de BCAA’S COMBINADO À vitamina B6 no tratamento da obesidade Recentemente, estudos têm sugerido que a suplementação de BCAA’S combinado à vitamina B6 auxilia na redução do peso (Zemel; Bruckbauer, 2012; Zemel; Bruckbauer, 2013; Shakibay Novin, Ghavamzadeh, Mehdizadeh, 2019).

Zemel e Bruckbauer (2012) analisaram os efeitos de um nutracêutico contendo leucina e piridoxina na oxidação de gordura, estresse oxidativo e estado inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidade. Sabendo-se que a leucina estimula a síntese proteica tecidual e também atenua a adiposidade aumentando a oxidação dos ácidos graxos e a biogênese mitocondrial no músculo e nos adipócitos,  os efeitos de um nutracêutico contendo 2,25 g de leucina e 30 mg de piridoxina (Vitamina B6) (mistura ativa NuFit ) foram testados em cultura celular e num ensaio clínico.  Os adipócitos 3T3L1 foram tratados com leucina e/ou fosfato de piridoxal (PLP) durante 48 hs.  Para o ensaio clínico, vinte indivíduos com sobrepeso ou obesidade receberam a mistura ativa NuFit ou placebo três vezes/dia durante 4 semanas sem restrição de calorias.

 No estudo hipocalórico, o grupo suplementado perdeu até duas vezes mais peso e gordura do que o grupo placebo. Assim, os autores concluíram que esta combinação nutracêutica resulta numa perda de gordura significativa na ausência de restrição calórica e aumenta acentuadamente o peso e a perda de gordura em 50% -80% durante um período de 24 semanas. Shakibay Novin, Ghavamzadeh e Mehdizadeh (2019) avaliaram os efeitos da perda de peso motivada pelo uso de BCAA e vitamina B6. O objetivo foi determinar se a suplementação mencionada afetaria a perda ponderal, a composição corporal e os fatores de risco cardiovascular durante a intervenção para redução do peso corporal.  Para este fim, foi realizado um ensaio clínico randomizado controlado por placebo em 42 mulheres com sobrepeso e obesidade (IMC = 25-34,9 kg/m 2).

 Amino Acids. Arnold M, Pandeya N, Byrnes G et al. Global burden of cancer attributable to high body-mass index in 2012: a population-based study.  The Lancet Oncology. Badoud F, Lam KP, DiBattista A et al. Aging Dis. Brasil. Vigitel. Fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis obtidos por inquérito telefônico. Disponível em: <http://portalarquivos. Coppola A, Wenner BR, Ilkayeva O et al. Branched-chain amino acids alter neurobehavioral function in rats.  Am J Physiol Endocrinol Metab. E405–E413. Costa RDC, Gabriel DC, Costa MJDC et al. Dietary Reference Values for Vitamin B6.  EFSA J.   Fan N, Sun H, Wang Y et al. Follistatin-like 1: a potential mediator of inflammation in obesity.  Mediators Inflamm. Kawaguchi T, Taniguchi E, Sata M. Effects of oral branched-chain amino acids on hepatic encephalopathy and outcome in patients with liver cirrhosis.

 Nutr Clin Pract. Kim OY, Lee JH, Sweeney G. Metabolomic profiling as a useful tool for diagnosis and treatment of chronic disease: focus on obesity, diabetes and cardiovascular diseases.  Am J Physiol Endocrinol Metab. E1175–E1187. Laeger T, Henagan TM, Albarado DC, Redman LM, Bray GA, Noland RC, Munzberg H, Hutson SM, Gettys TW et al.  O FGF21 é um sinal endócrino de restrição protéica.  J Clin Invest. Published 2015 Nov 18. Lynch CJ, Adams SH. Branched-chain amino acids in metabolic signalling and insulin resistance.  Nature Reviews Endocrinology. Magnusson M, Lewis GD, Ericson U, Orho-Melander M, Hedblad B, Engstrom G, Ostling G, Clish C, Wang TJ et al.  World Journal of Diabetes. Millar SR, Perry IJ, Van den Broeck J, Phillips CM. Optimal central obesity measurement site for assessing cardiometabolic and type 2 diabetes risk in middle-aged adults.

 PLoS One. e0129088. Nilsson MI, Dobson JP, Greene NP, Wiggs MP, Shimkus KL, Wudeck EV, Davis AR, Laureano ML, Fluckey JD. Abnormal protein turnover and anabolic resistance to exercise in sarcopenic obesity.  FASEB J. Norton LE, Wilson GJ, Layman DK et al. Leucine content of dietary proteins is a determinant of postprandial skeletal muscle protein synthesis in adult rats. Pêgo-Fernandes PM, Bibas BJ, Deboni M. Obesity: the greatest epidemic of the 21st century? Medical Journal. Pimenta FB, Bertrand E, Mograbi DC, Shinohara H, Landeira-Fernandez J. The relationship between obesity and quality of life in Brazilian adults.  Front Psychol. Leucine and protein metabolism in obese Zucker rats.  PLoS One. e59443. Suhre K, Meisinger C, Doring A, Altmaier E, Belcredi P, Gieger C, Chang D, Milburn MV, Gall WE et al.  Metabolic footprint of diabetes: a multiplatform metabolomics study in an epidemiological setting.

 Clin J Am Soc Nephrol 2014;9:1410–7. World Health Organization - WHO. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation. Geneva: World Health Organization. Effects of a leucine and pyridoxine-containing nutraceutical on body weight and composition in obese subjects.  Diabetes Metab Syndr Obes. Zhao X, Han Q, Liu Y, Sun C, Gang X, Wang G. The Relationship between Branched-Chain Amino Acid Related Metabolomic Signature and Insulin Resistance: A Systematic Review.  J Diabetes Res.

1249 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download