Importância da intervenção nutricional para portadores da doença hepática gordurosa não alcoólica diagnosticados com HIV/AIDS

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Nutrição

Documento 1

O método utilizado foi o de revisão de literatura a partir de artigos, monografias, teses, dissertações e sites de órgão de saúde pertinentes a temática abordada. As bases de dados utilizadas para a coleta compreenderam o Scielo, BVS. A terapia nutricional é crucial para os pacientes portadores da DHGNA, já que o tratamento farmacológico não se demonstra muito eficaz. A dieta prescrita nesses casos devem ser pobre em carboidratos, anti-inflamatória, antioxidante, rica em fibras e com diminuição de alimentos ricos em AGES, além de consumo de probióticos e ômega-3. Palavras-chave: Doença hepática gordurosa não alcoólica. O HIV é da família Lentiviridae e possui origem na região subsaariana da África. É transmitido principalmente pela via sexual, correspondendo cerca de 75% dos casos e em um menor percentual se encontram a transmissão vertical e parenteral.

Quando o vírus entra no organismo ele reduz o número dos linfócitos T, fazendo com que o corpo fique susceptível as infecções oportunistas, causando a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) (MENZES, 2018). A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que desde 1981 ano do início da epidemia, até os dias atuais, cerda de 35 milhões de pessoas morreram de AIDS. Este número corresponde quase a quantidade de indivíduos infectados pelo HIV- a OMS estima que haja 36, 7 milhões de soro positivos no cenário mundial. casos na região Norte, 9. casos na região Nordeste, 16. na região Sudeste, 8. na região Sul e 3. na região Centro-Oeste (BRASIL, 2018). Relacionado ao HIV, esse paciente possui uma possibilidade muito maior de complicações (FARIAS, 2016).

As principais recomendações para pacientes que são portadores da DHGNA é sempre consumir uma dieta com uma quantidade menor de carboidratos e frutose, mas, não deve-se restringir de forma excessiva esses componentes, já que, a patologia não está diretamente relacionada a nenhum deles, e sim está associada a ingesta excessiva da quantidade de calorias (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEPATOLOGIA, 2016). A doença hepática gordurosa não alcóolica pode trazer inúmeras consequências o paciente, principalmente, aqueles portadores do HIVAIDS no qual possuí um sistema imunológico extremamente deficiente, fazendo com que fiquem mais susceptíveis ao desenvolvimento de complicações. Desenvolvimento 2. Método Adotado O método utilizado foi o de revisão de literatura a partir de artigos, monografias, teses, dissertações e sites de órgãos de saúde pertinentes a temática abordada, durante os meses de maio e junho As bases de dados utilizadas para a coleta compreenderam a Scielo e a BVS a partir da associação dos descritores: Doença hepática gordurosa não alcoólica, Nutrição e HIV, contidos nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).

Do início da epidemia 77,3 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV e 35, 4 milhões de pessoas morreram de causas relacionadas a AIDS (UNAIDS, 2018). No Brasil, em 2017, foram diagnosticados 42. novos casos de HIV e 37. casos de AIDS – notificados no Sinan, declarados no SIM e registrados no Siscel/Siclom –, com uma taxa de detecção de 18,3/100. habitantes (2017), totalizando, no período de 1980 a junho de 2018, 982. habitantes. As regiões Sudeste e Sul apresentaram tendência de queda nos últimos dez anos; em 2008, as taxas de detecção dessas regiões foram de 22,8 e 35,7, passando para 16,0 e 22,8 casos por 100. habitantes em 2018: queda de 29,8% e 36,1%, respectivamente. A região Centro-Oeste, apesar de ter apresentado menores variações nas taxas anuais, também exibiu queda de 4,4% nos últimos dez anos, enquanto as regiões Norte e Nordeste mostraram tendência de crescimento na detecção: em 2008 as taxas registradas dessas regiões foram de 20,6 (Norte) e 13,5 (Nordeste) casos por 100.

habitantes, enquanto em 2018 foram de 25,1 (Norte) e 15,8 (Nordeste), representando aumentos de 21,8% (Norte) e 17,0% (Nordeste) (BRASIL, 2019, p. Há outro tipo de linhagem de células, os linfócitos T CD8+, que constituem a defesa do indivíduo gerada em consequência da infecção pelo HIV. As células T CD8+, definidas como células citotóxicas, são responsáveis pela eliminação celular de patógenos ou células infectadas por vírus. As células com marcador CD4+, após ser invadidas (principalmente os linfócitos T) pelo vírus, expressam na sua superfície as partículas da proteína viral que são reconhecidas pelos linfócitos T CD8+ e, como consequência, ocorre a sua destruição(1). No sangue de indivíduos hígidos, a quantidade de T CD4+ é o dobro da de T CD8+, porém, a partir do período assintomático, a relação entre T CD4+/T CD8+ começa a se inverter na maior parte dos indivíduos portadores do HIV (LAZZAROTTO, 2010, p.

Figura 1 – Replicação do vírus HIV Fonte: BBC, 2017 As formas de transmissão do HIV compreendem sexo vaginal sem camisinha, sexo anal sem camisinha, sexo oral sem camisinha; uso de seringa por mais de uma pessoa; transfusão de sangue contaminado; de mãe para filho na gravidez, parto ou amamentação e instrumentos perfurocortantes que não foram esterilizados (BRASIL, 2016). Essa deficiência imunológica acaba deixando o indivíduo susceptível a infecções denominadas como oportunistas, no qual uma doença simples pode levar o paciente a complicações graves ou a óbito. Além disso, sua denominação como problema de saúde pública também deve-se ao fato de pessoas assintomáticas transmitirem o vírus HIV sem o conhecimento, já que não foi estabelecido um diagnóstico para a sua condição.

Terapia Antirretroviral para pessoas vivendo com HIV/AIDS O Brasil foi o primeiro país entre os emergentes a fazer a distribuição gratuita dos medicamentos a todos os portadores do vírus HIV, dessa forma, a profilaxia de algumas doenças oportunistas, o desenvolvimento das drogas antirretrovirais (ARV) combinada com o uso de drogas mais potentes tem aumentado a expectativa de vida dos portadores do vírus HIV, além permitir a redução de forma considerável a morte e internação Os ARV possuem uma atuação direta no que concerne o processo de entrada do vírus na célula e na sua replicação, reduzindo a multiplicação do HIV diminuindo a quantidade de vírus no organismo, retardando assim o desenvolvimento da doença. OLIVEIRA, 2013).

Figura 2 - Esquema de TARV inicial preferencial para adultos Fonte: Ministério da Saúde, 2018 Figura 3 - Esquema de TARV alternativa inicial para adultos Fonte: Ministério da Saúde, 2018 Segundo Nunes (2018): Os ARVs são fármacos usados para o tratamento de infecções causadas por retrovírus e para profilaxia das doenças oportunistas como a pneumocistose. Apesar dos inúmeros benefícios trazidos pela TARV, principalmente no que concerne ao aumento da expectativa de vida de pessoas infectadas pelo HIV/AIDS, essa terapia também tem suas desvantagens como: reações mais leves como náuseas, vômitos, diarreia, cefaleia, sonolência dentre outros, ou, podem desenvolver reações mais graves como as citotóxicas que acabam atingindo o fígado, podendo ocasionar graves doenças nesse órgão.

Doença Hepática Gordurosa Não - Alcóolica em PVHA A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nos hepatócitos.  Essa pode permanecer de modo estável por vários anos e até regredir, se suas causas forem controlados. Caso não seja controlada, a esteatose não alcóolica pode evoluir para a esteatoepatite. Nessa fase, a esteatose está associada a inflamação e a morte celular, fibrose (cicatrização) e possui um maior potencial de progressão, ao longo dos anos, para cirrose e para o carcinoma hepatocelular (CHC) ou câncer de fígado (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEPATOLOGIA, 2016). As citocinas inflamatórias ativam várias quinases como a serina quinase IKKβ, mTOR/S6 quinase e proteína quinase ativada por mitógeno (MAPK), como também proteínas supressoras de sinalização de citocinas (SOCs) que interferem na via de sinalização e ação da insulina nos adipócitos e hepatócitos.

Ocorrem alterações moleculares na sinalização da insulina, resultando no acúmulo de triglicerídeos hepáticos. No músculo esquelético, a resistência insulínica periférica afeta, principalmente, grande parte da captação de glicose total (SOUZA, 2012). Pacientes portadores do HIV comunmente apresentam distúrbios metabólicos, tais como resistência à insulina e lipodistrofia, que são habitualmente associados à presença de DHGNA. Além disso, alguns medicamentos antirretrovirais, particularmente os ITRN, podem causar esteatose hepática. Nesse contexto, se destaca o uso de probióticos, que é conhecido por prevenir a multiplicação de bactérias indesejáveis, disbiose e SIBO (BIOMA4ME, 2018). Apesar do ômega 3 não fazer modificações histológicas foi constatado que seu consumo resulta em melhorias estatisticamente significativas em diversos outros parâmetros da patologia, como o teor de gordura no fígado o marcador de esteatose (degeneração gordurosa) e outros indicadores de risco cardiometabólico (BASH, 2019).

A seguir será elucidado as relações dos ARV com os alimentos e evidencia-se que alguns possuem relação com a esteatose hepática. Figura 4 – Descrição dos anti-retrovirais/ Interações com os alimentos/Recomendações Fonte: Ministério da Saúde, 2006 Segundo Brasil (2006): Como a Síndrome da Lipodistrofia é um evento recente, ainda não há manejo clínico padronizado. Entretanto, várias recomendações gerais para a manutenção da saúde, parecem ter efeito bastante positivo, são elas: alimentação saudável, adesão ao tratamento como um todo, prática de exercícios físicos regulares, além de cuidados com a saúde emocional, em especial, os estados de desânimo e depressão. Apesar de existir diversas pesquisas na área do HIV/AIDS em seus mais diversos aspectos, as pesquisas que relacionam a DHGNA a essa patologia ainda são muito escassos, evidenciando a importância da realização de estudos nessa área, sobretudo acerca dos aspectos nutricionais desses pacientes, atuando na prevenção e quando instalada, nas complicações da DHGNA.

REFERÊNCIAS BASF. Benefícios do ômega 3, 2019. Disponível em: <https://www. basf. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico. Volume 49 - nº 53, 2018. Secretaria de Vigilância em Saúde, Brasil. BRASIL OPAS. Folha informativa – HIV/aids, 2017. Disponível em: https://www. paho. org/bra/index. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Tratamento para o HIV. Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais , 2014. Disponível em: http://www. aids. Disponível em: <https://unaids. org. br/estatisticas/> Acesso em: 09/06/2020. BRASIL. UNAIDS. M. C. et al. Doença hepática gordurosa não-alcóolica: uma revisão bibliográfica. III Conbracis, 2016. RODRGUES, L. X. B. MONTEIRO, J. M. n. p. maio. MOURA, J. P. S. CIOSAK, S. L. Terapia antirretroviral para HIV/AIDS: o estado da arte.

Rev enferm UFPE on line. L. Adesão ao tratamento antirretroviral de pessoas com HIV/AIDS. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. N. Nov. f. Tese [mestrado] Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Câmpus de Botucatu, Botucatu-SP, 2016. SILVA, A. C. S. S. M. Mecanismos fisiopatológicos envolvidos no desenvolvimento da esteatohepatite não alcoólica. Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Campus I – João Pessoa – PB, Brasil, 2012. TSUDA, L. n. set. out.

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