RESENHA CRITICA História da Loucura e a ótica sobre poder disciplinar de Foucault presente no filme Nise O Coração da Loucura
Tipo de documento:Projeto de Pesquisa
Área de estudo:Saúde coletiva
A obra retrata os esforços da psiquiatra no tratamento humanizado dos pacientes, introduzindo a arte como novo mecanismo terapêutico e de auto expressão. O filme inicia-se com o retorno de Nise ao Hospital Psiquiátrico de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. Nessa ocasião, ela presencia uma cena memorável e comum nos centros psiquiátricos do século XX, o tratamento dos loucos através da lobotomia e o eletrochoque. Imediatamente, ela recusa-se a utilizar tais métodos experimentais que resultavam em perda de identidade dos pacientes para o controle maior de suas ações. Descreditada por tal postura, a psiquiatra é alocada no setor de teoria ocupacional, no qual inicia uma ruptura na forma com que costumavam tratar os pacientes. A medicina tratava os loucos como animais a fim de se defender de toda a desordem que eles poderiam causar.
Assim como as prisões, as instituições psiquiátricas reconhecem a loucura como produção individual, desconexo da estrutura que levou ao estado final de loucura. Desta forma, demonstrando as opostas modificações sobre o conceito, Foucault entende loucura não como fator biológico, porém cultural. O seja, não será por uma via médica, mas sim por uma ótica da qual busca-se a raiz da patologia mental na história das relações humanas. “A loucura não é algo da natureza ou uma doença, mas um fato de cultura. “Pacientes não! Nós que devemos ser pacientes com eles, pois estamos a serviço deles. Eles são nossos clientes! ”, dizia Dra. Nise da Silveira. Dinâmica do poder disciplinar dentro do hospital psiquiátrico: Na concepção foucaultiana sobre poder, este não é “coisa” a ser observada, mas está contido nas relações.
Uma de suas precauções é “não tomar o poder como um fenômeno de dominação maciço e homogêneo de um indivíduo sobre os outros, [. Ele não amarra as forças para reduzi-las; procura ligá-las para multiplicá-las e utilizá-las num todo. “Adestra” as multidões confusas. ” (FOUCAULT, 2005, p. Confrontando esta parábola disciplinar com o filme, observa-se no Hospital Psiquiátrico de Engenho de Dentro, a prevalência do modelo que exclui e invalida o doente, negando o convívio em sociedade, com péssima infraestrutura e precárias condições de sobrevivência, e principalmente, manter os loucos sob o campo de luz de médicos. Visualiza-se nas ações das enfermeiras uma das práticas de disciplinar, com a contribuição da arquitetura que constituía em camas separadas no ambiente enquanto havia um canto isolado exclusivo para a observação, elas repreendiam ações dos pacientes e até mesmo o acorrentamento na cama quando as ações extrapolavam o permitido.
Neto, São Paulo, Perspectiva, 1995 _________. “O sujeito e o poder”. In Paul Rabinow & Hubert Dreyfus. Michel Foucault, uma trajetória filosófica. Tradução de Vera Porto Carrero, Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1995. br/saberes/Numero4/Artigos%20em%20Filosofia-Educacao/Noelma%20C%20de%20Sousa%20e%20Antonio%20Basilio%20N. T. de%20Meneses,%20uma%20leitura%20em%20Vigiar%20e%20Punir,%20p. pdf> acessado: 20/05/2022 WILLYANS MACIEL. Michel Foucault. htm>. Acesso em: 24/05/2022.
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