Requalificação da Associação Cultural de Arujá
Tipo de documento:Monografia
Área de estudo:Arquitetura e urbanismo
Ms. XXXXXX SÃO PAULO 2020 SUMÁRIO (A CONFIRMAR) 1 Introdução 1. Objetivos 1. Justificativa 1. Etapas de trabalho: -Fase teórica / - Fase propositiva 2 Referencial teórico e conceitual 2. No mesmo período, a quantidade de indivíduos que migrou do continente Asiático foi em torno de vinte milhões (NOGUEIRA, 1984). O Brasil foi um dos destinos de parte dessa gente. Após a abolição da escravatura, no final do século XIX, se intensifica no país a vinda de pessoas de outros continentes. A princípio, eram europeus que vinham trabalhar nas lavouras de café, em substituição à mão de obra negra. Nessa época, com a produção cafeeira em destaque na economia, a repercussão de notícias de maus tratos aos imigrantes fez com que a Itália, Espanha e Portugal emitissem decretos que proibiam a emigração subsidiada para o Brasil (MAKINO, 2010; KAWACE, 2018).
Pesquisas recentes mostraram que a cultura japonesa ocupa um lugar especial na vida cotidiana do Brasil, por exemplo, culinária e artes plásticas, que introduziram e internalizaram, na população brasileira em geral, novos padrões de gosto e valores estéticos Dentro desse contexto, insere-se a Associação Cultural de Arujá, em São Paulo. Assim como muitas outras que foram constituídas pela população japonesa em todo o estado, esta entidade, criada ainda na década de 30, mantém grande relevância social e cultural na comunidade. Com o apoio das 130 famílias associadas, a associação exerce importante papel na cidade Arujá, com isso, oferta à população local festividades e atividades voltadas ao fortalecimento da japonesidade trazida pelos imigrantes. Atualmente, o edifício da Associação vem perdendo seu contato com a comunidade arujaense, assim, suas atividades são paralisadas paulatinamente e, cada vez mais, o interesse do público desvincula-se do espaço cultural.
Dentre muitos motivos, como má gestão e falta de recursos, o espaço não apresenta a infraestrutura necessária para comportar as necessidades que um centro cultural demanda. Etapas de trabalho O trabalho é desenvolvido a partir de duas fases — teórica e propositiva — e realização das suas respectivas etapas de trabalho. A fase teórica, incialmente, consistiu em pesquisa e leitura sobre a temática relacionada ao trabalho, com ênfase nos seguintes tópicos: interpretação da cultura japonesa e seus reflexos no Brasil; herança japonesa e aculturação japonesa; o papel das associações juvenis na aculturação dos japoneses; história de Arujá e da Associação Cultural de Arujá. Foram consultados livros, teses, dissertações, artigos de periódicos, sites, entre outros materiais que abordassem algum dos tópicos descritos.
A partir da leitura, foram elaborados fichamentos e sínteses para organização das informações. Através das leituras, foi possível construir embasamento para a definição de conceitos, posturas teóricas e diretrizes de intervenção no imóvel, que foram posteriormente aplicadas no projeto. Ao tratar desta questão, Quaresma (2002) aponta que, a partir dos séculos XIX e XX, o processo de imigração teve uma característica diferente que esboçava uma nova paisagem humana, quebrando a unanimidade dominante da imigração entre os séculos XVI e XVIII do homem branco português, com a chegada de italianos, espanhóis, chineses, alemães, russos, japoneses, entre outros. De acordo com SAKURAI (2000, p. “o Brasil recebeu mais de 4 milhões de imigrantes ao longo de mais de um século e, portanto, 4 milhões de estrangeiros e mais os seus descendentes”.
No que diz respeito à imigração japonesa no Brasil, esta, concentrou-se, principalmente, no Estado de São Paulo, mais especificamente na sua região metropolitana e no interior. A população migrante, oriunda das Velhas Zonas de Café da região de Ribeirão Preto, Vale do Ribeiro e Baixada Santista, saiu à procura de regiões com terras mais baratas e férteis, que pudessem contribuir com sua independência financeira (SOUSA, 2007). De acordo com Monbeig (1958), essa população que se dedicava à horticultura, ao cultivo de chá e de algodão, era muito compatriota e demasiadamente apegada à sua língua. Durante muito tempo, esses fatores contribuíram para a multiplicação de comunidades japonesas que viviam agrupadas e fechadas sobre si mesmas, o que culminou na formação de um estereótipo que considerava o imigrante japonês como pessoa de difícil assimilação para as autoridades, imprensa, e pelo povo em geral (NOGUEIRA, 1983).
Em suma, o japonês era tido como portador de língua, costumes e hábitos dos quais não se desligava, dada sua pequena capacidade de assimilação. Poucas culturas são tão singulares e marcantes como a cultura japonesa: por sua herança milenar, por seu culto e respeito às tradições, por sua rápida inserção rumo à modernidade, e pelos desafios que nascem de uma sociedade que busca harmonizar valores e realidades aparentemente contraditórios, cuja conciliação requer pragmatismo. ISHITANI, 2008, p. Ao contrário, na área rural, a relações mantidas são mais ligadas à família e ao núcleo japonês, mesmo quando o nissei frequenta o curso primário e aprende o português. Tais fatores evidenciam que o processo de aculturação japonesa era contínuo e heterogêneo, além disso, trazia consigo uma identidade étnica e cultural dos grupos imigratórios, que estava intimamente relacionada com a localização espacial em todo o território brasileiro.
A Escola torna-se a instituição que tem um certo poder em interferir diretamente nos valores japoneses e tornar o imigrante cada vez mais “nacional”, indo contra a organização familiar nipônica, na qual os chefes da família decidem o grau de identificação e orientação positiva e negativa com os valores da sociedade brasileira. Como tentativa de preservar os costumes e possibilitar a integração entre as pessoas de mesma etnia, surge a necessidade de registros e acompanhamentos de atividades de Associações nipônicas recreativas. Essas organizações tinham como foco atividades culturais e esportivas, priorizando a manutenção da língua, dos costumes e tradições junto das novas gerações de imigrantes japoneses. O isolamento nas terras não permitia o contato maior do japonês com a sociedade brasileira.
MORAES, 2012, p. Essas associações não só auxiliaram a organizar os imigrantes, como exerciam o papel de manutenção da cultura japonesa. Ao abordar sobre a estrutura dos kaikan1 urbanos, Sakurai (2010) indica alguns elementos que merecem destaque quanto ao objeto de estudo deste trabalho. Na cidade, há um padrão de como se entende que deve ser a sede de um kaikan. As especificidades arquitetônicas de ornamentação, miniaturização e assimetria na arquitetura nipônica surpreenderam e convenceram os ocidentais quanto ao valor dessa arte. A diferença do desenvolvimento da arquitetura moderna ocidental e da arquitetura moderna japonesa é percebida a partir do momento que o conceito espacial ocidental torna a forma arquitetônica vazia, historicamente e simbolicamente, na qual a forma apenas serve ao programa e a estrutura.
A arquitetura moderna japonesa caminha contrária à esse pensamento, sem ignorar as influências externas e valorizando o caráter histórico da arquitetura japonesa, mostrando-se capaz de assimilar culturas estrangeiras e imprimindo sua própria abordagem da cultura local. De acordo com Inoue (1985), diferentemente da mentalidade dos arquitetos modernos ocidentais que consideravam exclusivamente o espaço abstrato na concepção arquitetônica, também deve-se levar em conta a relação entre a arquitetura construída e “objetos materiais”, que proporcionam a experiência perceptiva do espaço, caracterizando-o. Segundo o autor, O espaço arquitetônico existe em virtude do que pode ser visto e tocado. Condicionantes do entorno 4. Condicionantes legais REFERÊNCIAS A CHEGADA: Um paraíso Brasil. Um paraíso Brasil. Especial 112 anos imigração japonesa. Disponível em: https://www.
BABATA, Maryelen Lumi. Centro cultural da imigração japonesa. f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017. Disponível em: https://repositorio. org/10. ra. Acesso em: 10 jun. CHEVROULET, Irène Vogel. The Architecture of Japan: Discovery, Assimilation and Creation: Josiah Conder Opens the Way. ufpe. br/handle/123456789/17214. Acesso em: 05 jun. HANDA, Tomoo. O Imigrante Japonês. br/visualizacao/livros/liv38935. pdf. Acesso em: 22 jun. IBGE. Instituto Brasileiro de Estatística. p. Disponível em: http://www. dominiopublico. gov. br/download/texto/al000093. MACHADO, J. G. Conto, canto e encanto com a minha história. Arujá Cidade Natureza. Arujá: Noovha América, 2005. Difusão Européia do Livro, Coleção Saber Atual, São Paulo, 1958. MORAES, Bruno Pedroso de. Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (BUNKYO): sua importância e relação com a comunidade nipo-brasileira.
Monografia (Graduação em Gestão de Políticas Públicas). São Paulo: Universidade de São Paulo – USP, 2012. São Paulo: Cosac Naify, 2006. NICOLLI, Silvana Castro. Formas vazias na arquitetura: a existência precede a essência. Dissertação de Mestrado, Pós-Graduação em História Social da Cultura do Departamento de História do Centro de Ciências Sociais, PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: https://www. São Paulo, Brasil: Centro de Estudos Nipo-Brasileiros: Massao Ohno Editor, [1984]. p. Disponível em: http://www. imigrantesjaponeses. com. In: NESBITT, Kate (org. Uma Nova Agenda para a Arquitetura. Antologia Teórica 1965-1995. São Paulo: Cosac Naify, 2006. PALLASMAA, Juhani. sp. gov. br/meet. php?info=history. Acesso em: 21 jun. br/handle/REPOSIP/280717. Acesso em: 23 jun. SAKURAI, Célia. The Japanese-Brazilian culture, a confluence of cultures.
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