Criacionismo em Leonardo Coimbra

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Filosofia

Documento 1

Participou, com vários artigos, na revista “A Águia”, sendo um dos fundadores desta publicação, juntamente com Jaime Cortesão, Álvaro Pinto e Cláudio Basto, em 1910. Iniciou-se na vida politica seguindo e tendo como modelo Antero de Quental, tornou-se militante do Partido Republicano Português e aí destacou-se como pioneiro de grandes reformas do ensino e da educação, aplicando o lema “Autoridade e acordo de liberdade”. Assim ficou conhecido pelo “democraticismo criacionista”. Dentre sua vasta obra estão: “O Criacionismo - Esboço de um Sistema Filosófico” (1912); “A Morte” (1913). “O Pensamento Criacionista” (1915); “A Alegria, a Dor e a Graça (1916)”; “A Luta pela Imortalidade” (1918); “A Razão Experimental” (1923). Sua obra divide-se em dois livros ou duas partes. O autor redigiu duas obras: Livro I = Análise Científica e, Livro II - Síntese Filosófica.

O primeiro é um trabalho mais extenso, baseado na ciência e epistemologia de seu tempo do qual extrai conclusões críticas para a metafísica que desenvolverá no livro seguinte (síntese filosófica). É sobre este segundo livro que vamos tratar. Em seus dois capítulos: I O Criacionismo e II As Mônadas e Deus que Coimbra apresenta uma reflexão, buscando clarificar o caminho das ciências, num esforço de que este caminho se dê ao lado da filosofia. A ciência está na base da doutrina criacionista. Leonardo aponta para um criacionismo gnosiológico que se situa na realidade do pensamento. Leonardo Coimbra define a filosofia como atividade de conhecimento e órgão da liberdade, como teoria e prática da experiência, que não se resume à análise da experiência científica, mas também à compreensão das experiências estética, ética, metafísica e religiosa.

A filosofia do conhecimento de Leonardo Coimbra procura a unidade integral da realidade na pluralidade dos seus diferentes níveis de manifestação criadora e procura a relação entre a identidade da razão e a diversidade da experiência, a perenidade do Ser e a transitividade dos seres. A solução passará pela noção de Razão Experimental ou Memória Inventiva, que, na dinâmica da sua ação relacional, une o idêntico e o diverso, o que subsiste e o que transita. Quando nos referimos ao sentimento da ‘saudade’, logo nos vêm lembranças de coisas, pessoas, lugares, momentos vividos e dos quais sentimos vontade de rever. Para o autor, trata-se de um movimento para o alto e para frente. “A verdadeira metafísica da saudade está demonstrada precisamente no movimento de deixar de ter para passar a ser.

Sendo por isso que a saudade é o sentimento de pertença a si e aos outros”. Percebe-se uma integração íntima entre o criacionismo e a saudade. Chegamos assim ao relacionamento de Leonardo com o cristianismo. Para ele, Deus é a fonte do infinito amor universal e onde se alimenta o pensamento livre e criativo. Neste caminho de volta para onde nos originamos, deparamo-nos com manifestações de Deus e, Leonardo indica dois exemplos de pessoas, na terra, que através de sua vida e testemunho, deixaram transparecer uma “certeza absoluta” da existência de Deus: Jesus Cristo e São Francisco de Assis. A este segundo personagem, em 1927 o autor dedicou um texto ao franciscanismo. Leonardo encontra traços da presença de Deus no cristianismo, aceitando o que está escrito no prólogo do evangelho de São João: “1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

A procura por Deus é vista pelo autor como uma necessidade de “encerrar o fluxo de um tempo coisista” (p, 164). Deus será o início e o final do Mundo. É Deus, depois é o Mundo, e de novo é Deus. Mas dessa forma, Deus e o Mundo são dois absolutos em frente um do outro. Se, com efeito, o Mundo não é uma sociedade de mônadas, mas um dado bruto, como concluir do Mundo para Deus? Se Deus é, por si, um infinito, poder, como tirar, de Deus, o Mundo?” (p. Sendo por isso uma consciência de si, dos outros, do mundo e de Deus. As mônadas não são aniquiladas pela morte, sendo que essa destruição seria impensável tal como a criação o é, pois pertence ao âmbito de Deus”.

E, o autor fala em relações “cooperantes e comunicativas” entre consciências: “Dai a importância concedida ao problema do mal, ao qual acode a tese do coisismo. O mal é ‘coisismo moral da pessoa’; acontece quando a pessoa moral troca o eixo do altruísmo pelo eixo do egoísmo, quando mutila as relações de harmonia e substitui o amor por tudo o que a este é contrário. O mal é, pois, a “atual ignorância dos determinismos da ação”. “O homem nasce e a vida interior desperta em desejo de regaço materno”, que nos impulsiona a reconhecer de onde viemos e para onde deveremos retornar. A frase afirmativa é uma figura poética, reflexiva que aponta a relação do íntimo humano em sua relação transcendente. Quando Leonardo fala de Jesus Cristo e São Francisco, aponta que para trilhar o caminho ao encontro com o Ser supremo, é preciso fazer opções.

De Jesus já foi mencionado acima. Mas, São Francisco, “il poveretto de Assisi” (o pobrezinho de Assis), mexe com a capacidade de compreensão humana. Criacionismo: Leonardo Coimbra, Porto, 2014/15 DIMAS, D. A filosofia do conhecimento de Leonardo Coimbra, Publicado em Cultura, Vol. Disponível em: https://journals. openedition. org/cultura/966 PIMENTEL, M.

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