Lombalgia e desempenho sexual
Ao examinar os fatores envolvidos na determinação da lombalgia, outros aspectos, tanto do indivíduo quando do ambiente em que ele vive devem ser objetos de exame no sentido de verificar a existência de possíveis graus de determinação sobre a ocorrência dessa patologia. Ao se observar, por exemplo, algumas situações de trabalho como postura, sentado ou em pé, por períodos prolongados, movimentos repetitivos, exagerados e forçados, levantamento de pesos, trabalho físico leve e pesado agridem as estruturas musculoesqueléticas da coluna lombar e, consequentemente, podem ser consideradas como fatores determinantes da lombalgia. A correlação entre as atividades ocupacionais e a lombalgia é encontrada em vários estudos. Há autores, conforme será visto no presente estudo, que entendem a lombalgia não como doença e sim como sintoma de outras doenças, sejam elas como, por exemplo, hérnias discais, infecções urinárias ou do sistema reprodutor entre outras, que podem influenciar na dor sentida nessa região específica.
A lombalgia é, de acordo com Barros et al (2011), um sintoma de etiologia multifatorial, que acomete tanto homens e mulheres tendo alta incidência na população economicamente ativa. Ricard (2011), afima que a lombalgia pode ter origem em várias regiões: em estruturas da própria coluna, em estruturas viscerais como, ainda, pode ter origem vascular ou origem psicogênica. As lombalgias dos trabalhadores, segundo Alencar (2001), podem ser ocasionadas de forma genérica, como uma incorreta utilização do corpo humano para um determinada função e isso ocorre, pois, na maioria das vezes por desconhecer-se os limites da coluna vertebral. De acordo com Amatuzzi e Greve (2013), a anatomia da coluna vertebral consiste de inúmeras articulações que vão se distribuindo de forma segmentada no eixo cranio-caudal, com várias curvas fisiológicas naturais.
De acordo com as autoras, pode ser considerado um complexo sistema de sustentação, equilíbrio, postura e movimento que envolve vértebras, discos, ligamentos, músculos, vasos e nervos. De maneira permanente as estruturas que compõem a região lombar sofrem pressão, decorrente da postura ereta assumida pela espécie humana, fazendo com que a região lombar, seja o centro de gravidade do corpo humano. Vale colocar que Amatuzzi e Greve (2013), menciona outro tipo de classificação da lombalgia: estruturais, sendo elas as mecânico-degenerativas como, por exemplo, as protrusões discais, osteoartrose, etc. inflamatórias (espondilites), por doenças ósseas metabólicas (osteoporose), por neoplasias (tumores), por dores referidas (pélvicas, renais), e não específicas (fibromialgias). De acordo com a origem pode-se utilizar o agrupamento realizado por Alencar (2001): Osteoarticular.
Congênita: vértebra de transição, espinha bífida, espondilolistese, espondilose. De desenvolvimento: hiperlordose, escoliose, osteoporose senil. Neurológica: escleroses, seringomegalia. Visceral: urinário, ginecológico, digestivo, peritoneal. Psicogênica. Simulada. Quando o termo “algia” ou popularmente conhecido como dor é abordado, é importante lembrar que é um fenômeno bastante complexo uma vez que envolve não só aspectos fisiológicos, mas também psicológicos, ou seja, está relacionado com um grande número de fatores inerentes à própria personalidade do indivíduo e de fatores originários do ambiente em que vive (ALENCAR, 2001, p. Ricard (2011), coloca que a dor de qualquer parte do corpo e de qualquer tipo de causa, necessita da presença da estrutura anatômica e do sistema nervoso para se manifestar, sendo, portanto, uma sensação de desconforto.
O estímulo, de acordo com o autor, com intensidade suficiente para ameaçar o bem-estar dos tecidos, denominado estímulo nocivo, desencadeia movimentos reflexos característicos de natureza protetora e defensiva. Viel (2010), caracteriza dor sensação que acompanha estado emotivo, cuja reação pode apresentar resposta muscular estriada, traduzidas geralmente por posturas antálgicas, e reflexos de retirada, de reações totalmente individuais. É uma experiência sensorial, que sofre influências de muitos aspectos que influenciam o ser, tendo causas externas quanto internas. A sensação de dor origina-se na irritação dos nervos aferentes contidos na unidade funcional. A postura, de acordo com Alencar (2001), é assumida pelo ser humano e pode ser sentada ou em pé e influi em todos os aspectos do sistema musculoesquelético. O conceito “postura”, efetivamente voltado ao ser humano, é definido como “a composição das posições e orientações de todas as articulações do corpo” (ALENCAR, 2001, p.
A postura é a organização dos segmentos corporais no espaço. A atividade postural se expressa na mobilização das partes do esqueleto em posições determinadas, solidárias umas às outras, e que conferem ao corpo uma atitude de conjunto. Essa atitude indica o modo pelo qual o organismo enfrenta os estímulos do mundo exterior, e se prepara para reagir (GONTIJO et al, apud ALENCAR, 2001, p. Alencar (2001), afirma que à simples observação, a postura em pé é um equilíbrio dinâmico e muito complexo, que depende da contração simultânea e sequencial de numerosos músculos, e não é estática como muitos pensam. As pessoas que executam trabalhos dinâmicos em pé1, geralmente apresentam menos fadiga muscular, que aquelas que permanecem estáticas ou com pouca movimentação.
Segundo Ricard (2011), a postura corporal ereta, independente se el for dinâmica ou estática, será obtida pelo equilíbrio entre as forças que agem no centro de gravidade, puxando o corpo para o chão e a força dos músculos conhecidos como antigravitacionais, que fazem o esforço no sentido contrário. Tais músculos antigravitacionais são, segundo Ricard (2011), tibial anterior, quadríceps, iliopsoas, abdominais, flexores da cabeça, extensores espinhais, glúteo máximo, isquiotibiais, e tríceps sural. Assim, de acordo com o autor, se alguns desses músculos estiverem comprometidos por alguma razão, o corpo se recurvará por ação da gravidade dando origem à dor. Isto é claro discutível, quando se analisa o fato de utilizar encosto ou não da cadeira; ou ainda variável, conforme o peso corporal, e força de contração muscular requisitada; além de alcances dos membros superiores (ALENCAR, 2001, p.
De acordo com Viel (2010), a posição sentada, apresenta uma maior vantagem de liberar os membros superiores e pés, para tarefas produtivas quando comparada à posição ortostática, uma vez que permite grande mobilidade desses membros, por manter um ponto relativamente fixo no assento. Na posição ortostática, no entanto, além da dificuldade de usar os próprios pés para o trabalho, frequentemente necessita-se também do apoio das mãos e membros superiores para manter a postura, ficando mais difícil um ponto de referência. O indivíduo, de acordo com Alencar (2001), pode adquirir uma má postura decorrente de processos patológicos, por excesso de uso, mau uso, ou ainda pelo processo de envelhecimento. Quadros de dor levam o indivíduo às vezes a adquirir posturas antálgicas, ou seja, que não lhe causem dor, acarretando em danos em outras estruturas do sistema musculoesquelético, já que não seria a postura correta para seu organismo.
Caso o paciente – seja homem ou mulher – prefira uma posição em que a região lombar fique protegida e não tenha que se movimentar, a dor pode não representar grande impeditivo, não sendo garantido, no entanto. Por outro lado, ainda de acordo com Silva (2010), a mesma autora, esta sintomatologia conduz a uma restrição na atividade física e perturba a interação com o meio envolvente, permitindo afirmar, portanto, que o exercício e intervenção multidisciplinar podem prevenir a dor lombar crônica desde que planejados e executados de maneira corretas e acompanhadas por profissionais. De acordo com Loduca et al (2016) a influência negativa da dor crônica na vida sexual dos pacientes foi observada de maneira significativa tanto na frequência, como no prazer.
A passividade dos pacientes frente às necessidades de mudanças sexuais se destacou como modelo de enfrentamento e de insatisfação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao se focar na lombalgia observou-se que esta pode ser considerada como uma dor localizada na região lombar podendo ocorrer sem motivo aparente, mas em geral, de acordo com o autor, é relacionada a algum trauma com ou sem esforço. O impacto e o enfrentamento da dor crônica na sexualidade. VII CINDOR – Congresso Interdisciplinar de Dor da USP. NAKATA, S. O fator decisivo da lombalgia. São Paulo: Icone, 2008. Lombalgias e cervicalgias da posição sentada. São Paulo: Manole, 2010. VITTA, A. A lombalgia e suas relações com o tipo de ocupação, idade e sexo. Revista Brasileira de Fisiopatologia.
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