LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO

Palavras-chave: Literatura. Infantil. Leitor. Leitura. INTRODUÇÃO A leitura é um fator importante na educação, o incentivo e a inserção da criança no mundo literário são de suma importância, sendo um grande passo para a formação de um indivíduo crítico e apaixonado pela leitura, pois a literatura necessita não só de um leitor, mas sim, de um leitor que crie um diálogo e uma reflexão entre o texto e o próprio leitor. Ajudar a conscientizar as crianças, jovens e adultos, qual é a importância da leitura no cotidiano, trazendo experiências, e conhecimento onde o vasto vocabulário será cada dia uma palavra nova. Assim, o problema desta pesquisa se forma no questionamento sobre quais os reais motivos do baixo interesse dos alunos frente a leitura, tendo em vista ser um processo de contínuo, pois de acordo com Freire (1989) “leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”, portanto, a leitura é caracterizado como um conhecimento que possui um extremo valor e sua aquisição é indispensável para a construção de cidadãos conscientes e críticos.

O leitor por sua vez, “pode aceitar e incorporar o conhecimento adquirido a seu repertório de saberes” (ZILBERMAN, 2005, p. Desta maneira, as hipóteses levantadas sobre o tema é que as práticas pedagógicas possibilitam o desenvolvimento infantil, através da sua curiosidade e espontaneidade, no ato de brincar e decorar aquilo que se lê e ouve. O objetivo desta pesquisa é promover e estimular a proximidade do leitor à leitura, entendendo à importância da leitura e sua compreensão, uma das formas de se formar um leitor que tenha um hábito da leitura diário, é a o incentivo ainda quando criança, a criança desde cedo necessita desenvolver sua criatividade, rabiscar, pintar, brincar, pensando nisso muitas editoras desenvolveram materiais que possam ajudar a desenvolver nas crianças o desejo pelo livro, que já é um grande início, pois com livros que tem texturas diferentes, coloridos, cheios de imagens eles conseguem atrair as crianças para um mundo da imaginação.

Deste modo, Lajolo relata que a literatura é uma espécie de linguagem, composta por uma gama de imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos em que a sociedade se expressa, sendo assim, caracterizada sua importância no currículo escolar, pois para que o indivíduo exerça sua cidadania deverá estar em posse da linguagem literária, “alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos”. LAJOLO, 2008 apud PAIVA e OLIVEIRA, 2010, p. De acordo com Lobato o hábito da leitura é a base para criar o leitor: Desenvolver o habito, o desejo pela leitura, cria o um leitor completo, Lobato nos relata que, “quem começa pela menina da capinha vermelha pode acabar nos Diálogos de Platão, mas quem sofre na infância a ravage (devastação) dos livros instrutivos e cívicos, não chega até lá nunca e não adquire o amor da leitura” (LOBATO, 1964, p.

O autor ainda afirma que: Dá-me prazer e traz-me compensações, coisas que jamais senti e tive escrevendo para marmanjos. Prazer… será que a criança subsiste sempre no adulto? Hum… vem daí a sabedoria popular dizer que a velhice é um retorno à puerilidade. Cabe a escola a responsabilidade juntamente com os professores, planejar, buscar, preparar formas de equalizar as condições, haja vista que o ambiente escolar existe uma diversidade de infâncias, composta de suas realidades culturais, econômica, afetivas e cognitivas, “sobretudo considerando-se que algumas destas realidades oferecem muito poucos estímulos que favoreçam a construção das habilidades necessárias a um leitor” (SCHIMIDT, 2010, p. Como também o professor tem o papel de mediador entre o aluno e a literatura: Nessas relações entre o gênero literário e o pequeno leitor, destaca-se o processo de atribuição de sentidos, considerado a pedra de toque do ato de ler.

Materializado e inscrito em seu suporte, o gênero chega às mãos do leitor pela mediação do outro. O mediador espera que a obra possa manter uma relação dialógica histórica e cultural com o leitor. Acima de tudo, o ato de aprender a ler literatura, de construir sentidos pelos enunciados verbais escritos, é, ao mesmo tempo, desafiante, estruturante, constituinte, mas mutante, estabilizante, todavia, instabilizante, no processo de apropriação da cultura, do literário e da língua como traço cultural (MENIN, GIROTTO, et al. O Projeto Ler é Viver foi criado em 2006, com objetivo de incentivar a leitura de crianças de escolas públicas do Estado de Minas Gerais, porém é aplicado por uma organização não governamental com parcerias de empresas privadas. Como característica o projeto estimula os discentes a lerem e interpretarem livros, premiações simbólicas, assim reduzindo o número de analfabetismo funcional.

Para tanto, busca criar nas crianças o hábito de ler, por meio dos livros de literatura, ferramenta utilizada para despertar o gosto pela leitura, dando ênfase à interpretação, a fim de que elas não só leiam, mas desenvolvam a capacidade de compreensão (ROCHA, 2020, p. Em síntese o projeto recebe 15 livros de literatura infantojuvenil a cada 6 meses, onde as crianças recebem os livros em condições de ler e realizar a interpretação da literatura, inicia-se o projeto com contação de história, onde cada criança ganha um passaporte da leitura, onde a criança precisa discriminar o livro com os dados do autor, ano, editora, título e um desenho que demonstre o significado da história lida, além da elaboração de texto expressando sua opinião sobre a literatura em questão.

Neste período a Supervisora Pedagógica realiza três visitas em salas de aula para acompanhar o processo de leitura e discussão do que está sendo lido, e posteriormente é aplicado uma avaliação sobre os temas dos livros (ROCHA, 2020, p. O estudo se baseia na aplicação de um questionário respondido por 27 alunos de uma escola pública do Ceará, a princípio 23 alunos responderam gostar de livros de história de ficção, para 3 não gostar e 1 que nunca teve experiência. Sobre este primeiro resultado o autor do estudo relata que “o resultado faz duvidar da convicção de que cada vez mais, crianças e adolescentes têm lido menos” (RIBEIRO, 2020, p. Contudo o autor ressalta que o conceito de ler tem evoluído ao longo dos anos, sendo que o atual modelo de leitura está modificado por conta do avanço tecnológico, exigindo da sala de aula um ambiente e leituras mais dinâmicas e atrativas, de forma a "atrair a atenção desses indivíduos para conhecer um universo permeado pela magia e encantamento presentes na literatura" (RIBEIRO, 2020, p.

Ao serem questionados se estavam lendo algum livro no momento atual, 17 alunos disseram que sim e 10 relataram que não, esse resultado demonstrou que a escola é aplicada em pensar e desenvolver estratégias metodológicas com ênfase na leitura literária, com o professor de agente mediador entre o leitor e a leitura, com um processo bem elaborado de escolarização da literatura "sem perder de vista o fascínio que uma boa história pode despertar no sujeito, bem como o gosto pelo texto literário" (RIBEIRO, 2020, p. Ao levantar o questionamento da leitura em casa, 48,15% dos alunos relataram não ter o acompanhamento da leitura por parte dos responsáveis, porém ofereciam livros para que ficasse à vontade. Assim, compreende-se que a leitura surge como ferramenta de desenvolvimento para a criança, porém não garante que através dela haverá a formação de leitores, pois é de suma importância o estímulo e o incentivo, para desenvolver o gosto e a atração pela leitura, ao analisar o segundo estudo, é notório que existe o estímulo da escola, o acompanhamento do professor, nas leituras de trechos em sala de aula, porém não consta que os próprios alunos realizaram a leitura em sala, somente ouviram o seu professor.

Para Cademartori; Maciel e Paiva o professor tem uma grande responsabilidade de despertamento sobre o aluno e sua leitura: É muito importante que o alfabetizador leia e demonstre entusiasmo pela leitura. Assim, poderá ler para os alunos, ler com os alunos, ouvir a leitura dos alunos e conversar com eles muito à vontade sobre esses livros. Quem gostou? Quem não gostou? Por que? (CADEMARTORI, MACIEL e PAIVA, 2006, p. Vale ressaltar que, o acompanhamento e a responsabilidade nas leituras das crianças é em termos divididas, onde na escola cabe ao professor, e em casa aos responsáveis, nos questionários demonstrou que o acompanhamento em casa também é a diferença que auxilia o aluno, não haver quem demonstre a leitura e a sua importância, dificilmente a criança irá se encantar com os livros, pode sim se encantar por certo tempo com as ilustrações, mas não pelo texto em questão.

Tradução de Arlene Caetano. São Paulo: Paz & Terra, 1980. CADEMARTORI, L. MACIEL, I. PAIVA, J. S. A contribuição da literatura infantil no desenvolvimento da criança: um estudo de caso no Projeto Literatura da Biblioteca do SESC DOCA. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação, Brasília, v. n. p. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989. LOBATO, M. Conferências, artigos e crônicas. São Paulo: Brasiliense, 1964. MATTOS, I. D. F. O mundo da escrita no universo da pequena infância. Campinas: Autores Associados, 2005. MENIN, A. OLIVEIRA, A. A. A literatura infantil no processo de formação do leitor. Cadernos de Pedagogia, São Carlos, v. nº 37, ano 4. Conedu - VII Congresso Nacional de Educação, Maceió - AL, 15-17 Outubro 2020. ROBERTO, M. A. D. R. S.

O Projeto Ler é Viver: um estudo de caso sobre a leitura literária na escola. Belo Horizonte: Universidade do Estado de Minas Gerais, 2020. SACRISTÁN, J. G. SOUZA, I. M. D. et al. A importância da literatura infantil nos anos iniciais do ensino fundamental no processo de formação do leitor crítico.