Ensino de Matemática na Educação de Jovens e adultos

Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO - Esse estudo realizado a partir de uma revisão bibliográfica tem por finalidade apresentar estratégias de ensino de matemática na Educação de Jovens e Adultos (EJA). A EJA é uma modalidade de ensino que permite que pessoas que não puderam concluir em idade certa o Ensino Fundamental e Ensino Médio possam fazê-lo em horário diferenciado e com oportunidade de conclusão. A EJA possibilita que jovens e adultos que abandonaram ou não chegaram a ter acesso à educação escolar tenham essa oportunidade, muitos alunos evadiram da escola por motivos de trabalho, condição financeira, dificuldades familiares, etc. diante da necessidade do Estado brasileiro em promover um meio de educação para combater o analfabetismo a EJA surgiu como uma estratégia e precisa ganhar atenção especial dos profissionais da educação.

Para isso, é necessário desenvolver estratégias de ensino que considere as vivencias dos alunos e para que possam valorizar a aprendizagem de matemática na Educação de Jovens e Adultos. Esse estudo será realizado a partir de pesquisa bibliográfica, para apresentar a EJA e o ensino de matemática nessa modalidade de ensino, além disso, serão apresentadas as estratégias de ensino de matemática na EJA que precisam ser consideradas pelo professor para promover uma aprendizagem significativa. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A história da educação de jovens e adultos iniciou a partir da necessidade de tornar o Brasil um país desenvolvido, de primeiro mundo, através da educação. Na década de 1930, houve o interesse político de colocar o país em um cenário industrial do capitalismo.

Com a urbanização e a necessidade de profissionais qualificados para as indústrias, o Brasil sentiu a necessidade de reproduzir a política dos países desenvolvidos, através da ampliação do quadro educacional e da tentativa de diminuir o número de adultos não alfabetizados. explica que, Um segundo momento na relação entre Estado e sociedade no desenvolvimento da EJA no Brasil se caracteriza pela atuação organizada de movimentos sociais surgidos nos anos 50/60. O longo embate político-ideológico (de 1948 a 1961) em torno da LDB n° 4. foi campo fértil para o aparecimento de diversos movimentos sociais de cultura e de educação popular que se concretizam no início dos anos 60, consolidando um novo paradigma pedagógico para a EJA, tendo Paulo Freire como figura principal de um movimento que começa a perceber esta modalidade educativa sob o ponto de vista de seu público.

Nesse momento, as iniciativas de alfabetização de adultos, o Movimento de Cultura Popular (MCP) da prefeitura do Recife; a Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”, em Natal; a Campanha de Educação Popular (Ceplar), em João Pessoa; e o Movimento de Educação de Base (MEB), instituído pela CNBB, têm como palavra-chave a conscientização, e são financiadas pelo governo federal e por algumas prefeituras. Fundamentadas no espírito democrático, essas iniciativas pressionaram o governo forçando o estabelecimento de uma organização nacional, para que deixassem de ser pontuais e tivessem uma articulação em todo o país. De acordo comColavitto e Arruda (2013) na década de 1990, a Educação de Jovens e Adultos conseguiu estabelecer-se diante da nova política educacional, conquistando novos métodos para trabalhar com os alunos jovens e adultos, para que eles tenham novas oportunidades de inserir-se na educação, no mercado de trabalho, no acesso à cultura e novos conhecimentos.

A existência de uma Educação para Jovens, Adultos e Idosos é uma oportunidade que poder público oferece para aqueles que não tiveram acesso em idade certa ou tiveram que interromper os estudos por motivos maiores, é uma modalidade de ensino diferente das demais, que apresenta em seu quadro de discentes pessoas com muita experiência de vida, com diferenças culturais, sociais, individuais. O investimento na EJA e o acesso gratuito deve ser levado em consideração nos documentos oficiais, os professores dessa modalidade precisam estar preparados para atender seus alunos e buscar um processo de ensino e aprendizagem de qualidade. Segundo Almeida (2006, p. Se há algumas décadas atrás saber ler e escrever era privilégio de poucos, hoje é uma das condições para se transitar numa sociedade na qual a leitura e a escrita são mediadoras de uma enorme gama de bens e serviços produzidos socialmente.

Assim como as demais áreas do conhecimento, a Matemática irá contribuir para a promoção de transformações sociais ao ocorrer seu processo de transmissão-assimilação. Como já mencionado, cabe ao professor atuar com dedicação e competência para que os alunos pertencentes às camadas populares possam se apropriar dos saberes necessários para promover a transformação social esperada (MALANCHEN, 2014, apud BIANCHI; CUNHA, 2017, p. No ensino de matemática aos alunos da EJA é necessário que métodos tradicionais sejam substituídos por novas estratégias de ensino, visto que para eles é necessário um ensino que promova transformações sociais, que façam parte de maneira significativa de suas vidas. A matemática deve ser um instrumento para que os alunos da EJA possam exercer suas atividades diárias com dignidade, ao aprenderem a fazer cálculos, medidas e raciocínios lógicos, conceitos básicos para o dia a dia do cidadão (BIANCHI; CUNHA, 2017).

No ensino de matemática na EJA é necessário que o professor considere que os alunos, muitas vezes, passaram por traumas na aprendizagem regular em idade certa, são alunos que podem apresentar dificuldades na resolução de problemas, pois, passaram muito tempo afastados do ensino, não tiveram acesso a conteúdos matemáticos no ensino regular ou tiveram pouco contato com o ensino da matemática nos anos em que estudaram (JESUS, 2007, apud BIANCHI; CUNHA, 2017). ESTRATÉGIAS DE ENSINO DE MATEMÁTICA NA EJA Na EJA é necessário que as atividades desenvolvidas no ensino de matemática considerem as vivências e experiências dos alunos, pois, é necessário oferecer a eles uma aprendizagem significativa. As estratégias de ensino de matemática na EJA podem se dá a partir de ações, problemas e cálculos que os alunos precisam realizar no dia a dia.

Como cálculos matemáticos com problemas relacionados a supermercado, listas de compras, utensílios domésticos, construção, orçamento familiar, meios de locomoção urbana, salários, poupança, etc. Utilizar situações do dia a dia para promover uma aprendizagem significativa. Além disso, os professores podem utilizar as atividades lúdicas no processo de ensino e aprendizagem da matemática, como jogos e brincadeiras em grupo, para facilitar a interação e o trabalho em grupo, promovendo experiências gratificantes na aprendizagem. O trabalho com jogos nas aulas de matemática, quando bem planejado e orientado, auxilia o desenvolvimento de habilidades como observação, análise, levantamento de hipóteses, busca de suposições, reflexão, tomada de decisão, argumentação e organização, que estão estreitamente relacionadas ao chamado raciocínio lógico.

As atividades lúdicas no ensino da matemática promovem além da interação e aprendizado, o desenvolvimento mais lógico e real nas práticas sociais cotidianas em que o aluno está inserido. O lúdico é capaz de estimular o raciocínio para soluções de problemas que aparecerão no cotidiano, além de permitir uma melhor compreensão da importância que é o conhecimento de determinado conteúdo para a vida do aluno. Rosário (2013, p. explica que, O aluno tendo seu próprio gerenciamento do saber relacionar o conteúdo proporcionado pelos jogos educativos, irá se descentralizar de práticas arcaicas de ensino onde se predomina a memorização que é comum no ensino tradicional. Muitos alunos da EJA trabalham e são responsáveis pelo orçamento familiar ou fazem uso dos conhecimentos matemáticos no dia a dia do trabalho, por isso, é tão importante que esse conhecimento seja transmitido aos alunos de maneira lúdica, que considere suas vivencias e possibilite a eles uma aprendizagem significativa.

Na EJA é muito importante a aprendizagem a partir daquilo que os alunos farão uso no cotidiano. A realização desse estudo permitiu uma compreensão acerca da importância de uma aprendizagem significativa na EJA, para isso é necessário que os professores desenvolvam atividades que permitam a valorização desse conhecimento por parte dos alunos, para que possam utilizar na prática toda a aprendizagem conquistada em sala de aula. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Maria Lúcia Silva. Sujeitos não-alfabetizados: sujeitos de direitos, necessidades e desejos. com. br/eventos/index. php/EPREM/XIV_EPREM/paper/viewFile/195/137>, acesso em: 20 de nov. de 2019. CARNELOSSO, Elen Mancy. Revista Eletrônica Saberes da Educação. Vol. N° 1. ROSÁRIO, Maria Izabel Carvalho. Lúdico no ensino aprendizagem: matemática fundamental II. Vol. N. p.

VANDRESEN, Elisângela Estadim. Importância do lúdico nas aulas de matemática.