Contribuições da Avaliação Psicológica em adolescentes de conduta autolesiva: possivéis intervenções e encamin
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Psicologia
Palavras-chave: Avaliação Psicológica. Comportamento Autolesivo. Intervenções. Encaminhamento. Introdução A condição de sofrimento humano se permeia ao longo da história da humanidade, de forma que, diversas áreas do conhecimento se debruçam em encontrar aspectos de causas e relações diretas ou indiretas que expliquem determinados comportamentos diante da dor e do sofrimento. De modo que, logo na infância exercemos essa capacidade por meio de habilidades como a curiosidade intelectual e a criatividade. Assim, Piaget propôs compreender esse desenvolvimento, através de quatro estágios de desenvolvimento cognitivo, que são eles: sensório motor (0-2 anos); pré-operacional (2-6 anos); operações concretas (7-11 anos) e operações formais (12 em diante) (BATTISTI, 2017). Na compreensão Legislativa Brasileira, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) instituido na lei nº.
de 13 de julho de 1990, e considerado marco na regulamentação de entendimento e práticas voltadas para o público infanto juvenil no Brasil, estabelece que a criança se caracteriza na faixa etária até os 12 anos de idade, enquanto o adolescente se enquadra entre 12 e 18 anos (BRASIL, 2014). A vista dessas compreensões, Guerreiro e Sampaio (2013, p. Na psiquiatria tal comportamento não é interpretado como um transtorno, mas como um sintoma que pode estar presente em diversas condições psicopatológicas como, por exemplo, Transtorno disruptivo de regulação do humor-depressão (296. Transtornos de Ansiedade (309); Transtorno de Personalidade Borderline (301. Transtornos do Neurodesenvolvimento - movimento estereotipado (307. Transtorno Obsessivo-compulsivo (300. Transtorno Dissociativo de Identidade (300. Portanto, um comportamento geralmente anda associado a outro principalmente, entre adolescentes. De modo que, em pesquisas recentes a OMS estimou que cerca 1,4% das mortes no mundo é devido o comportamento suicida e esse número, está potencialmente associado a jovens entre 15 e 29 anos.
No contexto da pesquisa científica mundial, não há estimativas exatas acerca do desencadeamento do comportamento autolesão. Entretanto, Yamada et al (2018) destacam que o último senso epidemiológico, realizado no Brasil aponta para uma média de 24,7% correspondente aos valores totais de óbitos entre adolescentes, estar associado à causa de comportamento suicida, e relação significativa com comportamento de autolesão em seus históricos de vida. Nessa conjuntura, o Brasil aprovou e sancionou em 2019 o projeto de lei nª10331/2018 de autoria do deputado Osmar Terra do MDB/RS que em sua matéria “Institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, a ser implementada pela União, em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; e altera a Lei nº 9.
Assim, foram criados a fundação da Sociedade Brasileirade Rorschach e Métodos projetivos (SBRo), em 1993; o IBAPP - Instituto Brasileiro de Avaliação e Pesquisa em Psicologia em 1997; e o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) em 2001. Além de uma variedade de resoluções e normas técnicas que orientam para a prática em AP. Conceitualmente, o Conselho Federal de Psicologia (2013, p. descreve a Avaliação Psicológica (AP) da seguinte forma: A avaliação psicológica é compreendida como um amplo processo de investigação, no qual se conhece o avaliado e sua demanda, com o intuito de programar a tomada de decisão mais apropriada do psicólogo. Mais especialmente, a avaliação psicológica refere-se à coleta e interpretação de dados, obtidos por meio de um conjunto de procedimentos confiáveis, entendidos como aqueles reconhecidos pela ciência psicológica [.
Método adotado Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo descritivo exploratório de caráter qualitativo, utilizando como método a Revisão Bibliográfica Sistemática em artigos publicados entre os anos de 2010 a 2020. Esse método científico possibilita buscar e analisar artigos de uma determinada área da ciência, visto que esse tipo de pesquisa nos permite ter uma visão mais ampliada do tema, confrontar ideias ou concordância existentes entre os autores (Gil, 2008). Para Gil (2008), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, no qual é elaborada através de matérias documentais que se fundamenta das contribuições de diversos autores sobre determinado assunto. Para a construção deste trabalho, foi delimitado o objeto de estudo e posteriormente feito uma pesquisa exploratória, cuja finalidade foi obter uma maior aproximação do tema por meio da leitura de textos, artigos, livros e um conjunto de dados estatísticos.
Na análise dos textos, foram avaliados os contextos referentes ao entendimento, acerca do comportamento autolesivo em adolescentes, articulado na perspectiva das possíveis contribuições do processo de avaliação psicológica. I. et al. GOOGLE ACADÊMICO Funções neuropsicológicas associadas a condutas autolesivas: revisão integrativa de literatura. ARCOVERDE, Renata L. e SOARES, Lara L. SCIELO As narrativas de adolescentes sobre os seus comportamentos autolesivos. CARMO, Catarina de S. B. SCIELO Adolescência e autolesão: psicodiagnóstico como proposta de compreensão e intervenção a partir de um caso clínico. CHAVES, Gislaine. RICHARTZ, Marisa. GOOGLE ACADÊMICO Autolesão não suicida na adolescência e a atuação do psicólogo escolar: uma revisão narrativa. SANT’ANA. Izabella M. SCIELO Comportamento autolesivo ao longo do ciclo vital: revisão integrativa de literatura.
Aspectos do processo de avaliação psicológica no contexto de autolesão em adolescentes. O comportamento autolesivo foi destacado em estudo realizado por Arcoverde e Soares (2012) pelo viés de aspectos neuropsicológicos. De maneira que, como resultado ou autores identificaram três elementos avaliados e apontados na literatura como pontos associados à conduta autolesiva. Assim, destacaram-se 1- resolução de problemas e tomada de decisão, apontado por meio dos testes (Wisconsin e Stroop); 2 – comportamento impulsivo; 3 - regulação emocional, sendo os dois últimos identificados por meio de entrevista semiestruturada. Para fins de contexto psicodiagnóstico, o comportamento de automutilação, incluindo a autolesão, pode ser interpretado dentro do eixo dos transtornos de controle e dos impulsos conforme CID-10(F-63) (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1993). Em pesquisa realizada por Carmo (2018) a autora realizou avaliação psicológica com um grupo de 164 estudantes, de ambos os sexos, na idade entre 15 a 21 anos, a fim de identificar aspectos de comportamento autolesivo.
De modo que, os instrumentos escolhidos foram questionário sociodemográfico e de saúde, para identificar dados pessoais, escolares e sociais; e o Inventário de comportamentos Autolesivos (ICAL), uma escala psicométrica de nove perguntas diretivas a respeito do comportamento de autolesão. Assim, foi possível verificar dados gerais ao grupo e específicos aos sujeitos a respeito dos fatores que contribuíram para o comportamento de autolesão, assim como características do ato em si (método, frequência, área do corpo, local e situação em que ocorreu), e apontamentos das sequelas físicas e psicológicas das lesões. A autoagressão foi investigada no cenário de vida de 198 adolescentes, com idades entre 11 e 19 anos por Peixoto et al (2019). De modo que, no processo de avaliação psicológica proposto pelos autores, foram aplicados os seguintes instrumentos, conforme descrito na tabela 3.
Considerando os aspectos urgentes inerentes ao contexto do comportamento autolesivo tais como: a impulsividade, a intencionalidade Batista; Cavalcante e Conceição (2020) apontam como pratica terapêutica interventivas, a psicoeducação acerca dos sentimentos, emoções e comportamentos disfuncionais, o manejo de como lidar com a intenção de ferir-se, treino de competências, meditação, relaxamento e resolução de problemas. Diante do psicodiagnóstico de pacientes adolescentes acometidos por skin picking, caracterizado como dificuldade comportamental do controle de autolesão, a viabilidade interventiva citada Richartz (2013) se permeia através da psicoterapia cognitivo comportamental com intervenções focadas em reversão de hábito proposto em cinco fases (treino de conscientização, treino de relaxamento, treino de resposta concorrente, treino de motivação e treino de generalização); Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) com a estimativa de três a dez sessões de 50 minutos cada.
Sendo este protocolo, avaliado com resultados satisfatórios no contexto da redução do comportamento de autolesão. Arcoverde e Soares (2012) destacam ainda nessa conjuntura, a eficácia de intervenção terapêutica com foco na melhoria de habilidades sociais e resolução de problemas. Ainda na atribuição do psicodiagnóstico no contexto clínico, Ferreira et al (2018) aponta aspectos relevantes que contribuíram para conceituar o tratamento psicoterápico de um paciente adolescente com traços de comportamento autolesivo. Desse modo, a autora destaca que além dos devidos encaminhamento para psicoterapia individual para o sujeito em sofrimento pelo comportamento autolesivo, é importante pensar também sobre estratégias de sensibilização junto à comunidade escolar onde, por exemplo, a psicoeducação se mostra como uma ferramenta eficaz e de amplo alcance.
Pensando acerca do contexto geral do comportamento de autolesão, Azevedo et al (2019) salientam que diante do diagnóstico de autolesão, o profissional responsável deverá prestar encaminhamentos atentando-se inclusive a gravidade das lesões, se são de caráter leve, moderada ou grave. Assim, além do devido encaminhamento para tratamento psicoterápico a fim de, tratar os sintomas emocionais, cognitivos e comportamentais, se deve ter atenção também as lesões se estão cicatrizadas ou se há escoriações recentes que demandam encaminhamento para tratamento clínico. Tenório et al (2019) ressalta que diante da verificação de transtornos psiquiátricos comórbido ao comportamento de autolesão é imprescindível que seja realizado encaminhamento para atendimento psiquiátrico, uma vez que algumas psicopatologias como depressão, transtorno bipolar, Borderline, e quadros psicóticos são melhor tratados quando associação com terapêutica psicofarmacológica.
Conclusão O comportamento de autolesão neste estudo foi identificado com um fenômeno crescente, sobretudo, dentre os sujeitos na fase da adolescência, se caracterizando assim, como uma questão urgente de saúde pública. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. C. Funções neuropsicológicas associadas a condutas autolesivas: revisão integrativa de literatura. Psicologia: Reflexão e critica, v. n. BATISTA, Manuella M. n. BATTISTI, V. F. A. Influência de Piaget na alfabetização. São Paulo: Saraiva, 2008. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente [1990] e legislação correlata. a ed. Brasília: Câmara dos deputados, 2014. p. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Avaliação Psicológica: diretrizes na regulamentação da profissão.
Conselho Federal de Psicologia. Brasília, 2010. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. FERREIRA, Loraine T. et al. Porto Alegre: Artmed, 2014. GUERREIRO, Diogo F. e SAMPAIO, Daniel. Comportamentos autolesivos em adolescentes: Uma revisão de literatura como foco na investigação em língua portuguesa. Rev. et al. Autolesão não suicida: o que sabemos e o que precisamos saber. Can J Psychiatric, v. n. DOI 10. n. MACHADO, Adriane P. e SOUZA, Célia M. Dimensão do processo de Avaliação Psicológica. In: Revista contato. MÔNEGO, Bruna. Formação do psicólogo em avaliação psicológica. In: Avaliação Psicológica. Revista entre linhas, Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, v. n. Quase 800 mil pessoas se suicidam por ano. In: Nações Unidas Brasil [online], 2018.
Disponível em: https://nacoesunidas. org/oms-quase-800-mil-pessoas-se-suicidam-por-ano/. Acesso em: 20 Ago. Questionário de impulsividade, autoagressão e ideação suicida para adolescentes (QIAIS-A): Propriedades psicométricas. Psicologia, Saúde e doenças. v. n. RICHARTZ, Marisa. Autolesão não suicida na adolescência e a atuação do psicólogo escolar: uma revisão narrativa. Revista de Psicologia da IMED, V. N. SANTOS, Priscila A. A; LIMA, Raquel F; e SANTOS, Lorena C. C. et al. A percepção de psicólogos acerca da automutilação em jovens. Científico, v. n. WECHSLER, Solange M; HUTZ, Claudio S; e PRIMI, Ricardo. O desenvolvimento da avaliação psicológica no Brasil: avanços históricos e desafios. Avaliação psicológica, v. n. YAMADA, M.
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