FAMÍLIA E TRANSTORNO MENTAL : UM ESTUDO ACERCA DA COMPLEXA TAREFA DO CUIDADOR

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Transtorno mental. Familiares cuidadores. FAMILY AND MENTAL DISORDER: A STUDY ABOUT THE CAREER'S COMPLEX TASK ABSTRACT This paper presents understanding about the relationship between family and the caregiver's role in the context of mental disorder. Among the reflections discussed, we cite the understanding of the family in a systemic perspective; the concept of disorder nowadays, especially from the family perspective, elucidating about the challenges faced by family caregivers, their perceptions regarding care in the context of mental illness, the way the family interacts with public mental health care devices, what are the strategies of articulation between family and health system and what are the possibilities of care especially directed to the caregivers. Keywords: Family. Esse método científico possibilita buscar e analisar artigos de uma determinada área da ciência, visto que esse tipo de pesquisa nos permite ter uma visão mais ampliada do tema, confrontar ideias ou concordância existentes entre os autores (GIL, 2008).

Para Gil (2008), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, no qual é elaborada através de matérias documentais que se fundamenta das contribuições de diversos autores sobre determinado assunto. O método consiste numa revisão de literatura feita a partir de livros, artigos científicos e bancos de dados em plataformas eletrônicas, tais como: Scielo, Lilacs, google acadêmico e BVS. Assim, estabeleceram-se critérios de inclusão e exclusão para as buscas dos dados desta revisão bibliográfica. Características para inclusão: trabalhos científicos publicados no intervalo dos últimos 05 anos ; artigos publicados em revistas científicas, disponíveis na íntegra e para acesso público com download gratuito em língua portuguesa; E para exclusão foram escolhidos os seguintes critérios: publicações em línguas estrangeiras; trabalhos que não estavam do período de publicação estabelecido; artigos duplicados.

Quando por meio, do estatuto da mulher casada, na lei nº. o código civil passou por alteração, onde a redação do texto ressaltava que o homem ainda era chefe da sociedade conjugal, todavia, agora exercendo função colaborativa com a esposa, em detrimento do interesse comum do casal e filhos (LUZ, 2009). Por último, e na mais atual das reformulações jurídicas por meio, do código civil de 2002, na base da lei nº. “o casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges”. Dessa forma, nota se uma evolução interpretativa para a legislação brasileira, onde atualmente impera legalmente o princípio bilateral das partes, no que concerne a todos os direitos e deveres inerentes ao sistema familiar.

Assim, de acordo com a Organização Mundial de Saúde OMS (2006, p. estar saudável significa “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas uma ausência de doença ou enfermidade”. Esta perspectiva holística que a OMS apesentada sob o conceito de saúde, nos parece utópica de alcançar. Uma vez que, na seara dos transtornos mentais, os próprios dados de várias pesquisas realizadas pela OMS, dão indícios de que os casos de adoecimento mental são gradativamente crescentes. Dentre algumas, citamos a pesquisa OMS; OPAS (2018) que anuncia a depressão como sendo o transtorno mental mais frequente, afetando cerca de 300 milhões de pessoas no mundo. ex. de natureza política, religiosa ou sexual) e conflitos que são basicamente referentes ao indivíduo e à sociedade não são transtornos mentais a menos que o desvio ou conflito, seja o resultado de uma disfunção no indivíduo, conforme descrito (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014.

p. Nesse sentido, considerando os transtornos mentais como de largo alcance de afetação dentro da sociedade, que pode se desenvolver em pessoas de qualquer idade, gênero, raça ou classe social, não podemos deixar de perceber, o quanto essas condições de adoecimento afetam para além dos sujeitos adoecidos, mas também àqueles que estão mais próximos, a família. TRANSTORNO MENTAL NO CONTEXTO FAMILIAR O sofrimento psíquico é uma condição que não afeta exclusivamente a pessoa com transtorno mental, mas, sobretudo, todo o sistema familiar que se envolve no contexto de tratamento. Covelo e Badaró-Moreira (2015) apontam em sua pesquisa que as maiores dificuldades da família estar presente junto ao tratamento de um paciente em cuidados com a saúde mental é falta de tempo dentro da sua rotina por excesso de tarefas rotineiras voltadas para os cuidados com a pessoa adoecida.

Todavia, quando o transtorno mental afeta crianças e adolescentes, geralmente os cuidadores são pais e na grande maioria (93,8%) são mães. De modo que, o impacto e os desafios na rotina parecem ser em maior quantidade, uma vez que segundo dados apontados em pesquisa realizada por Daltro, Moraes e Marsiglia (2018) discorrem sobre alterações na rotina do cuidador em alguns contextos essências, tais como: 65% relataram abandono ou mudança no trabalho a fim de, estarem mais presentes em casa para atender a demanda de cuidados; nas relações sociais apenas 34,4% afirmaram que realizam atividades de lazer; e na vida sexual, 98% apontaram alteração para piora na vida conjugal sexual. Dito isto, é vital a compreensão de que o desafio na rotina de cuidados com um ente em condição de adoecimento mental perpassa, por questões tanto objetivas, quanto subjetivas.

Portanto, necessitando de um olhar empático e compreensivo que abarque toda, ou o máximo possível da complexidade que envolve o contexto de doença mental e cuidados. Partindo da compreensão de que um contexto de doença mental transforma as relações e os papéis dentro de um sistema familiar, Martins e Guanaes-Lorenzi (2016) afirmam que o sistema de saúde tem a capacidade de promover uma ressignificação nessas relações familiares, embora seja um processo difícil e doloroso, é por meio de uma equipe qualificada, que se torna possível psicoeducar a familiar sobre os condicionantes da doença, e a melhor forma de interagir diante dos sintomas, permitindo assim, a compreensão holística do desenvolvimento da doença e conduzindo para uma compreensão e possível redefinição de sentimentos confusos que surgem diante do impacto de situações desconhecidas.

Contudo, Constandinidis (2017) em estudo acerca do processo de relação entre família e profissionais de saúde no contexto da saúde mental, identificou fatores que contribuem para o desencontro na construção dessa relação. De maneira que, o autor apresentou a seguinte elucubração: Os dilemas enfrentados na inclusão da família nos projetos terapêuticos de atenção à pessoa com transtorno mental são perpassados por insegurança desses profissionais, que consideram os familiares difíceis, longe do ideal de família, e rivais nessa relação [. Assim, profissionais e familiares encontram-se em relação em que predomina a tensão. São profissionais de saúde mental impotentes de um lado e familiares culpabilizados e não menos impotentes de outro (CONSTANDINIDIS, 2017, p. Visto que, para acolher e intervir junto a este cenário, é imprescindível realizar uma avaliação do contexto familiar a fim de poder promover interação não só durante o tratamento, mas também no processo de reabilitação social e na promoção da continuidade de cuidados.

Família: cuidadores que precisam de cuidados Na conjuntura do perfil de familiares cuidadores, grande parte dos estudos são corroborativos ao apontar mulheres, com idade entre 20 e 60 anos, sendo estas no geral mães, avós, tias, irmãs ou esposas, como sendo o perfil mais comum de cuidadora (ALVES et al, 2018; CARVALHO, 2015; DALTRO, MORAES e MARSIGLIA, 2018; REIS et al 2016). Sendo, portanto, pessoas que dedicam integralmente o seu tempo para a dinâmica complexa e exaustiva dos cuidados com a rotina de sujeitos em adoecimento mental. De acordo com Covelo e Badaró-Moreira (2015) o desafio da inserção da família no contexto de cuidados com o paciente em adoecimento mental, parte principalmente da carência, por parte do serviço, sobretudo, na rede pública de perceber a significância da família como parte estratégica no cuidado.

Em contrapartida, Martins e Guanaes-Lorenzi (2016) apresentam em sua pesquisa, que os familiares de sujeitos acolhidos no sistema de saúde mental do Hospital-Dia de psiquiatria, vivenciam sua experiência como participante no processo de tratamento de seu familiar adoecido, se percebendo em meio a uma relação de acolhimento, onde se veem imersos em um espaço que permite inclusive a autoreflexão e sentindo-se seguros, uma vez que são atendidos por equipe multiprofissional e qualificada. Todavia, é imprescindível o reconhecimento desses elementos para que seja possível promover autonomia, sobretudo, aos cuidadores. Estratégias para fortalecer a união entre tratamento de profissionais qualificados e participação da família no tratamento de transtornos mentais se mostram mediados por complexos enfrentamentos e resistência tanto por parte da família, como principalmente por parte dos profissionais.

Porém, este parece ser o caminho mais viável na possibilidade de uma pratica de qualidade no processo de tratamento. Assim, promover práticas como psicoeducação sobre a doença e seus enfrentamentos, procedimentos mais interacionistas com a família e possibilitar espaços exclusivos de escuta e interação entre cuidadores, se mostraram como esquemas de grande eficácia na perspectiva da qualificação em cuidados e atenção com os cuidadores familiares. REFERÊNCIAS ALVES, J. C. N. Trad. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. A família e as pessoas com experiência em doença mental. Rev. Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, n. dez 2015, p. CONSTANTINIDIS, T C. n. p. DALTRO, M. C. S. Um olhar sobre a família na perspectiva sistêmica: O processo de comunicação no sistema familiar.

Rev. Gestão e Desenvolvimento. V. p. et al. A família no cuidado em saúde mental : desafios para a produução de vidas. Saúde debate. Rio de Janeiro, v. n. ed.  São Paulo: Manole, 2009, p. MARTINS, P. P. S ; GUANAES-LORENZI, C. dez 2016. OMS. Organização Mundial da Saúde. Constitución de la Organización Mundial de la Salud. Documentos básicos suplemento da ed. paho. org/bra/index. php?option=com_content&view=article&id=5652:folha-informativa-transtornos-mentais&Itemid=839Acesso em 21 Dez. ONU. Organização das Nações Unidas. Saúde Debate, v. n. abr/jun 2016, p. WEBER, C. A.

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