Biologia e religião: a abordagem do ensino do evolucionismo para alunos com convicção religiosa
Tipo de documento:Referencial teórico
Área de estudo:Biologia
Desde então as duas teorias começariam a ter defensores próprios: uns defendiam uma visão religiosa e outros acreditam em Darwin, (BORTOLINI; YAMANOTO, 2013) Segundo os autores, enquanto as concepções religiosas teciam que o homem é criação de um deus, Darwin acreditava que o homem e todos os seres vivos tiveram ao longo de sua existência evoluções que os levaram a se aprimorar ao longo dos tempos. Depois disso, os laços entre ciência e religião ganhariam campos cada vez mais opostos para a concretização de muitos conceitos já incorporados pela sociedade. Isso começaria ainda com as corrente filosóficas e positivistas no séc. XVIII. Enquanto isso, o homem era influenciado pela religião na construção de sua concepção da origem da vida; vinda de um ser maior.
Staubet et al, (2010) ainda coloca que outras relações muito fortes que neutralizariam uma abordagem didática e científica sobre a evolução. Uma delas estaria na interferência da igreja como instituição por muito tempo influente nas decisões de governo e nas abordagens educacionais. Teixeira e Andrade (2015) ainda discutem que as questões religiosas como internalização de ações já estabelecidas às condições culturais e históricas pelo homem, dá por conta de si mesmo desvirtuar o ensino evolucionista sem que seja amparado por um pensamento superior religioso. Quer dizer que mesmo professores de ensino de biologia, podem influenciar a dinâmica da construção do conhecimento por estarem fortemente ligados às questões religiosas. Para Teixeira e Andrade (2015), isso quer dizer que a influência religiosa sobre os professores de Biologia na condução da aula e sobre o assunto da evolução das espécies, podem não caminhar para uma construção de viés científico, visto pela incorporação religiosa já contida nesses docentes há muito tempo.
da Constituição Federal de 1988. O artigo conforme Jurídico Certo (2015) estabelece que as relações entre as escolas e as entidades religiosas devem obedecer a um interesse público. Isso quer dizer que jamais, por mais que seja estabelecido qualquer contato, sejam as religiões objeto de interesse próprio para fortalecer suas concepções próprias ou desabonar outras. Conforme o Art. da Constituição Federal de 1988 Art. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais +, “a origem e a evolução da vida” constituem um dos seis temas estruturadores do ensino de Biologia. O mesmo ocorre na Proposta Curricular do Estado de São Paulo ao enfatizar também a importância desse componente curricular, que constitui um dentre os sete temas propostos para o estudo da Biologia no ensino médio (SILVA, 2013, p.
Depois das ideias darwinianas, surgiria um novo momento para a humanidade, mesmo porque outros fatores transformariam ou contrapunham algumas abordagens e concepções religiosas, como a Revolução Francesa, o Iluminismo, que já apontavam ao homem que não deveria ficar preso ou subordinado a um pensamento ideológico e religioso (MADEIRA, 2007). Entretanto, segundo Selles (2016), a sociedade ainda fica presa aos conceitos introduzidos pela igreja no que se refere à criação dos seres vivos. O autor fala da interferência da questão ideológica e religiosa sobre a questão da teoria do evolucionismo trazida pela Lei Federal 867/2015, também conhecida como a Lei da Escola sem Partido. Essas idealizações sobre a vida ainda é reflexo da carga cultural e religiosa delas trazidas pelos seus antepassados e repassados de geração a geração.
Ainda para Teixeira e Andrade (2014) ao tratar dos assuntos evolucionistas e criacionistas na escola exerce um comprometimento muito maior do professor em sala de aula. Esse comprometimento ampliaria a proposta de ensino quando consideraria o pluralismo religioso. No âmbito escolar, essa ação deve ser atendida porque os alunos têm diversas crenças sobre a vida e sua evolução. Isso se tornaria tão complicado que a quebra desse medo da questão do pensamento religioso seria objeto de muito debate nas instituições de ensino de modo que promova a qualificação do tema que não se pode amparar apenas nas questões subjetivas do pensamento humano, mas sim também considerar todas as questões científicas na produção de saberes (SILVA, 2015). Isso acontece menos no Uruguai por parte dos professores ser considerados ateus e não consideram o criador como algo importante no ensino segundo Silveira et al.
Gráfico 2 – Considera Deus importante no uso de assuntos interligados à Biologia FONTE: Silveira et al. Os dados de Silveira et al. enfatizam que por ordens religiosas o Brasil por ter grande concentração de evangélicos e católicos, pode ter uma interferência nas formulações de conceitos e desvirtuar a temática do evolucionismo. Isso pode afirmar o que Silva (2013) quando diz que as teorias da evolução da espécie são trazidas somente em blocos separados no ensino médio para o estudo de todo o conceito. Mas é importante ressaltar que em qualquer currículo ou na construção de diretrizes curriculares o tema evolucionismo ou a religião seja restringido. Muito pelo contrário, devem estar presentes nas aulas do professor de biologia. A condução dos temas aportados pelas teorias evolucionistas ou criacionistas são conduzidas por práticas pedagógicas elaboradas pelo professor, que tem o pleno poder de desenvolver qualquer assunto em sala de aula, desde que essa não tenha um objetivo de doutrinar ninguém, mas sim ensinar (TEIXEIRA, 2019).
Entretanto, não se pode fugir de trazer o assunto de forma efetiva para a sala de aula. A teoria do evolucionismo nunca seguiu uma ordem coerente nos currículos escolares de forma ampla e atenta sobre as teorias de Darwin, a não ser a nova BNCC de (2017) que foge das diretrizes da discussão da criação e surgimento da vida com base nos documentos curriculares de 2001 (SANTOS; FERNANDES, 2020). Quando isso acontece, o aluno pode formular conceitos equivocados que serão mal interpretados ou negados futuramente. Para Oliveira et al. um dos fatores que podem ser caracterizados como problemas do truncamento do trabalho da teoria da evolução em sala de aula nos anos iniciais, é a formação docente. Nessa modalidade de ensino, em muitas escolas, o que dão aulas de ciências, nem sempre são professores da área, muitos sendo dispostos por profissionais de Letras, Pedagogia ou outras áreas afastadas das concepções de Biologia.
Almeida e Chaves (2014) acreditam que o processo de pouco enfoque e discussão do conteúdo da Teoria da Evolução em sala de aula, esteja proporcionada por duas hipóteses: a primeira é de que essas teorias aparecem de forma isolada e rápida nos livros didáticos e a outra questão é de que os professores não trazem outros conteúdos ou a ampliação deles que saiam do que estejam pré elaborados. br/anais2014/anais2014/artigos/ensino-de-biologia/01408135602. pdf. Acesso em 18 de janeiro de 2020. BERGER, P. Adessecularização do mundo: uma visão global. E. Surgimento e manutenção do comportamento religioso: Contribuições da Teoria Evolucionista. Estudos de Psicologia, 18(2), abril-junho/2013, 223-229. BRASIL. Constituição (1988)]. MADEIRA, A. P. L. Fé e Evolução. A influência de Crenças Religiosas sobre a Criação do Homem na Aprendizagem da Teoria da Evolução com os alunos do Terceiro Ano do Ensino Médio.
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