ATENÇÃO FARMACÊUTICA: UMA ABORDAGEM SOBRE FARMÁCIA HOSPITALAR E COMUNITÁRIA
As farmácias comunitárias têm acesso facilitado à população e se apresentam como uma possível porta de entrada de pacientes ao sistema de saúde. A farmácia hospitalar está voltada para o cuidado do paciente, à promoção, proteção, dispensação, ao controle, recuperação da saúde e prevenção de seus agravos, bem como à orientação do uso adequado de medicamentos. Na dispensação de medicamentos é importante que o profissional farmacêutico atue com a intenção de prevenir o máximo de riscos e erros, a fim de assegurar a saúde do paciente e atender exigências regulatórias. As drogarias são muito mais do que locais de simples dispensação de medicamentos comercializados, considerada como o primeiro acesso à população à saúde.
Qualquer sistema de dispensação que seja escolhido pela instituição, o enfoque principal é de minimizar os custos hospitalares e erros que podem acontecer. The hospital pharmacy is focused on patient care, promotion, protection, dispensing, control, health recovery and prevention of their diseases, as well as guidance on the proper use of medicines. When dispensing drugs, it is important that the pharmaceutical professional acts with the intention of preventing as many risks and errors as possible, in order to ensure the patient's health and meet regulatory requirements. Drugstores are much more than places for the simple dispensing of commercialized medicines, considered as the population's first access to health. Whichever dispensing system is chosen by the institution, the main focus is to minimize hospital costs and errors that may occur. With the evidence of this study, the role of the pharmacist both in a hospital environment and in a community pharmacy is extremely important, demonstrating that it is up to this health professional to handle, dispense and guide the correct, safe and rational use of medicines.
A atuação farmacêutica vem expandindo cada vez mais a sua atividade profissional, destacando-se a farmácia comunitária privada e o ramo de medicamentos industrializados, no qual, no Brasil continuam crescendo e evoluindo acima do Produto Interno Bruto (PIB) (Correr et al. a). De acordo com a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH), a farmácia hospitalar é definida como “unidade clínica, administrativa e econômica, dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital e integrada funcionalmente às demais unidades administrativas e de assistência ao paciente”. Conforme esta definição, pode-se observar que o ambiente da farmácia hospitalar favorece a promoção da segurança, prevenção de seus agravos e a qualidade do tratamento prescrito para o paciente em tratamento, especialmente referente ao uso adequado de medicamentos (Pessoa et al.
As farmácias comunitárias referem-se aos estabelecimentos farmacêuticos não hospitalares e não ambulatoriais que atendem ao público, e se caracteriza como um estabelecimento que apresenta dimensões comerciais, sanitárias, técnicas e até mesmo sociais, atendendo conforme as necessidades da população no que se relaciona ao uso do medicamento como tratamento terapêutico (Correr et al. Dessa forma, espera-se compreender melhor sobre as informações necessárias para a utilização de medicamentos de forma segura e racional, desde a sua dispensação ao público pela farmácia comunitária ou na dispensação para os serviços de enfermagem e assim posteriormente administrarem aos pacientes doentes internados no hospital. A expectativa é também de informar sobre as diferentes áreas de atuação do farmacêutico, ou melhor os serviços farmacêuticos e os diferentes tipos de sistemas de distribuição de medicamentos para minimizar os riscos de erros na dispensação dos mesmos.
Nesse contexto, considerando a importância do papel do farmacêutico nas farmácias da atenção primária à saúde, o presente trabalho tem como principal objetivo de realizar uma revisão de literatura para compreender a relevância das duas instituições de saúde, a farmácia hospitalar e comunitária e a dispensação de medicamentos em cada uma delas. Como objetivos específicos, pretende-se comparar e compreender melhor sobre as diferentes áreas de atuações dos farmacêuticos e sua importância, como os tipos de dispensação de medicamentos em ambas as instituições. REVISÃO DA LITERATURA Comparação entre farmácia hospitalar e farmácia comunitária A farmácia comunitária é um espaço físico de saúde com distinção técnico-científica no qual se caracteriza pela prestação de serviços farmacêuticos de promoção à saúde (Guerreiro e Fernandes, 2013).
As autorizações são fornecidas por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Conselho Regional de Farmácia (CRF) e Vigilância Sanitária Municipal (VISA). Perante a estes órgãos, as farmácias e drogarias precisam dispor dos critérios básicos de organização para realização das atividades a serem executadas (Brasil, 2009). A farmácia clínica hospitalar surge no final dos anos sessenta, devido aos potenciais eventos adversos relacionados a medicamentos e os riscos associados ao uso (Correr et al. a). Historicamente, a farmácia clínica surgiu nos Estados Unidos com intuito de aproximação do farmacêutico com o paciente e com toda a equipe multidisciplinar de saúde (Souza et al. Dispensação de medicamentos A Assistência Farmacêutica, no Brasil, é considerada como um “conjunto de procedimentos necessários à promoção, prevenção e recuperação da saúde, individual e coletiva, centrado no medicamento, englobando as atividades de pesquisa, produção, distribuição, armazenamento, prescrição e dispensação”, esta última em questão pode ser considerada como o ato essencial de orientação quanto ao uso adequado dos medicamentos e seus fatores adversos sendo o papel fundamental neste momento do profissional farmacêutico (Araújo et al.
Sobre a Política Nacional de Medicamentos, de acordo com o Ministério da Saúde (Brasil, 2012) define: O uso racional de medicamentos como o conjunto de atividades que compreende a prescrição médica adequada; a disponibilidade cabível e preços acessíveis; a dispensação em condições apropriadas; e o consumo nas doses indicadas, nos intervalos estabelecidos e no período de tempo indicado, de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade. Brasil, 2012). A dispensação de medicamento é o papel do profissional farmacêutico, ou seja, uma das atividades da Assistência Farmacêutica, que visa proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente com à apresentação de uma receita médica ou de um profissional autorizado. Nesta ocasião, o farmacêutico deve informar e orientar o paciente sobre o uso correto dos medicamentos, assim não colocará a saúde do doente em risco (Angonesi e Rennó, 2011).
Os medicamentos que são similares e genéricos, de acordo com a Anvisa, segue o conteúdo das bulas dos medicamentos de referência (Anvisa, 2004). O principal serviço realizado pela farmácia comunitária é a dispensação dos medicamentos (Brito et al. Figura 1). Essa dispensação é fundamental que o farmacêutico, como profissional, atue na preocupação de prevenir o máximo de riscos e falhas, com o intuito de assegurar a saúde do paciente e também atender as exigências regulatórias municipais e estaduais de uma farmácia ou drogaria (Silva e Mota, 2022). Figura 1. As drogarias ou farmácias consideram-se muito mais do que locais de dispensação ou estabelecimento comercial de venda de medicamentos e outros produtos de saúde sendo que as legislações relatam isso.
Elas são consideradas como locais de prestação de serviços de saúde, local de informação, orientação, educação e promoção em saúde de responsabilidade exclusiva do profissional farmacêutico, dessa forma exigindo uma maior e melhor comunicação entre profissional e paciente (Oshiro; Castro, 2016). Dispensação de Medicamentos pela Farmácia hospitalar Devido aos problemas e as preocupações relacionados a pacientes hospitalares, a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2004 criou um programa denominado Aliança Mundial para Segurança do Paciente, com objetivo da qualidade contínua nos cuidados destinados a pacientes hospitalizados para reduzir os riscos (ANVISA, 2014). Seis metas destinadas às áreas de maior problema do programa foram criadas, no qual uma delas refere-se a Medicamentos de Alta Vigilância (ANVISA, 2014).
Em razão ao alto índice de erro de administração de medicamentos e que eles podem ser prevenidos, algumas instituições internacionais e não governamentais, que visam melhorar à segurança dos pacientes, criaram uma lista que identifica, informa e classifica esses medicamentos potencialmente perigosos (Institute For Safe Medication Practices, 2012). A distribuição de medicamentos em farmácia hospitalar segue uma metodologia e circuitos próprios que tornam possível a utilização correta, na dose certa e segura da medicação para cada doente (Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar, 1999), como exemplo, temos a farmácia hospitalar na Figura 2 abaixo. Figura 2. Dispensação dos medicamentos em farmácia hospitalar. Fonte: Gonçalves, C. Portal Hospitais Brasil, 2018. Fluxograma do Sistema de Distribuição Individualizado. Fonte: Gomes e Reis, 2011.
Nestas ocasiões, a medicação é dispensada em único saco plástico, de forma desordenada (Evaristo et al. Deve conter informações na embalagem como: o nome do paciente, leito do paciente e número da identificação do paciente, no qual contém todos os medicamentos prescritos, para um período que pode ser de 12 horas, 24 horas ou por turno de trabalho (Reis e Gomes, 2001; Evaristo et al. Figura 4. Os recursos principais que distinguem o SDMDU do sistema já abordado anteriormente, estão relacionados aos medicamentos inclusos em embalagens unitárias, dispostos conforme horário de administração e prontos para serem administrados, segundo a prescrição médica, individualizados e identificados para cada paciente com todas as informações necessárias (como nome completo, setor e leito) (Gomes; Reis, 2011) (Figura 5).
Figura 5. Representação Esquemática do Sistema de Distribuição por Dose unitária. Fonte: Gomes e Reis, 2011. O farmacêutico clínico é responsável por analisar as prescrições médicas, no qual o objetivo é de evitar algumas falhas, como considerar possíveis interações, duplicações de terapêutica ou posologias inadequadas. O envio da prescrição pode se dar por meio do canal eletrônico ou impresso (Evaristo et al. Os medicamentos “unitarizados”, ou seja, quando a farmácia converte em unidades (blister ou ampolas) para entregar a enfermagem (Figura 6). Sendo que estão dispostos em quantidade, dosagem e concentração determinadas na prescrição e embalados e já acertado para administração do medicamento ao paciente, no qual são separados pelo auxiliar ou técnico de farmácia e revisado por eles mesmos ou pelo farmacêutico.
Figura 6. Embalagem Unitarização. o SDMDU é o mais seguro e eficaz, este sobressai a todos os outros sistemas, do qual tem como objetivo facultar a medicação ao doente por um período de 24 horas. Além de tudo, possuem menos erros de medicação, menos perdas, menos furtos e permite a redução de gastos com os medicamentos, pois os que não forem administrados, são devolvidos intactos à farmácia no qual volta para o seu estoque final. A medicação é dispensada em carácter de unidade, nas doses corretas, acondicionados em tiras plásticas lacradas com o nome e o leito do paciente incluindo também na etiqueta o horário de administração ao paciente ou turno dispensado e a data. Dessa maneira, a medicação no saquinho identificado é encaminhada ao paciente certo, na dose correta, no horário e na data certa (Coimbra et al.
Evaristo et al. Isto não quer dizer que tenham apenas responsabilidade de selecionar os medicamentos adequados, adquiri-los, armazená-los e enviá-los para a enfermagem para a sua administração. Os farmacêuticos hospitalares são, também, responsáveis por uma correta dispensação que garanta que os medicamentos chegam ao doente de forma eficaz, rápida e de forma segura. Para minimizar os riscos e erros, a dispensação é uma das atividades da assistência farmacêutica e é exclusiva do farmacêutico, a fim de assegurar a saúde do paciente e atender a exigências dos regulamentos. O sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária (SDMDU) sobressai a todos os outros sistemas, pois oferece atualmente as melhores condições para o adequado atendimento da terapia medicamentosa, minimizando os possíveis erros no momento da dispensação, e deve ser seguido pelas inovações tecnológicas, sendo que pode ser considerado um sistema eficiente e adequado à instituição hospitalar.
No entanto, esse sistema pode dizer que promove uma maior segurança, eficácia, redução de gastos, mais agilidade, para vários setores dentro de um ambiente hospitalar, como os enfermeiros, técnicos em enfermagem, farmacêuticos, instituição de saúde e pacientes. L. A. Pereira L. R. L. Araújo, S. Q. et al. Organização dos serviços farmacêuticos no Sistema Único de Saúde em regiões de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. com/br/artigos/unitarizacao-de-medicamentos-o-que-e-unitarizar/ Acesso: 24 de agosto de 2022. Bohomol E. Erros de medicação: estudo descritivo das classes dos medicamentos e medicamentos de alta vigilância. Esc Anna Nery Revista de Enfermagem. São Paulo - SP, v. Disponível em: https://doi. org/10. j. x Acesso em: 26 de agosto de 2022.
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