FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS: MANIPULAÇÃO, EXCIPIENTES E INCOMPATIBILIDADES

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Farmácia

Documento 1

INTRODUÇÃO 6 2. DESENVOLVIMENTO 8 2. FARMÁCIA MAGISTRAL 8 2. FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS 9 2. PÓS 10 2. Porém a seleção do excipiente deve considerar possíveis interações químicas com o fármaco e outros compostos da formulação impedindo que haja incompatibilidades farmacêuticas. O principal objetivo deste trabalho consiste na discussão sobre as principais formas farmacêuticas sólidas, a expansão do setor de manipulação no Brasil, a escolha da melhor composição para o medicamento e o apontamento das principais incompatibilidades químicas. Trata-se de uma revisão de literatura do tipo exploratório e a pesquisa foi realizada utilizando os idiomas português e inglês através da análise de bases de dados científicas como Scielo, Medline e Pubmed. A partir do exposto, pode-se observar que a demanda do mercado brasileiro está em expansão no setor de manipulação farmacêutica, pois há uma vasta variedade de formulações que podem ser manipuladas no país.

As principais formas farmacêuticas utilizadas na terapia são as sólidas. A formulação do medicamento contém fármacos (principio ativo) e excipientes. E a administração do medicamento ocorre por diversas vias. Após a administração, o fármaco tem que ser liberado e / ou dissolvido a partir da forma farmacêutica para os fluidos corporais, a fim de serem absorvidos e distribuídos nos vários órgãos e tecidos (YORK, 2005). Praticamente, nenhum fármaco possui características adequadas para serem administrados por conta própria para pacientes, e sua formulação em uma forma farmacêutica adequada é necessária. Durante a etapa de formulação, o fármaco é combinado com excipientes diferentes e, com o auxílio de procedimentos tecnológicos, é transformado no medicamento final que deve apresentar recursos necessários para a administração por meio da via escolhida (STEGEMANN et al.

As boticas eram estabelecimentos correspondentes às farmácias atuais, em que boticários eram os profissionais responsáveis pela execução das atividades de manipulação e fornecimento de medicamentos a população brasileira até o estabelecimento da profissão farmacêutica (CRF, 2019). Atualmente, o setor magistral representa uma parcela significativa da venda de medicamentos no mercado brasileiro Porém, as farmácias magistrais foram perdendo espaço nos anos de 1950 devido ao advento da indústria farmacêutica no país e só ressurgiram no final da década de 1980. No inicio as atividades da farmácia de manipulação compreendia apenas a dermocosméticos e a homeopatia. Entretanto, a produção de genéricos possibilitou o aumento da quantidade de formulações de medicamentos que passaram a ser disponibilizadas pela indústria farmacêutica (SILVA, 2006).

O setor de manipulação no Brasil apresenta mais de 7800 mil estabelecimentos que gera 60 mil empregos diretos e com mais de 15 mil farmacêuticos envolvidos na preparação de formulações individualizadas e na assistência farmacêutica e intermediando a interação do médico com o paciente (BRANDÃO, 2007). FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS Formas farmacêuticas podem ser definidas como: “o estado final que as substâncias medicinais apresentam depois de submetidas a uma ou mais operações farmacêuticas executadas com o fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico possível” (Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de Agosto). As formas farmacêuticas podem ser classificadas como sólidas, líquidas, semissólidas e gasosas. As formas farmacêuticas sólidas incluem pós, grânulos, comprimidos e cápsulas.

A produção destas formas envolve um manuseamento extensivo do pó, que deve ser misturado para uniformidade da composição e convertido em outras formas por compressão ou encapsulamento. Os métodos típicos para a manipulação consistem na pesagem, mistura, controle de qualidade, granulação, processo de compressão, encapsulamento e revestimento. Podem ser preparados como unidose ou multidose e indicados para ser administrados dissolvidos ou dispersos em água e apresentar efeito local no estômago ou sistêmico (EUROPEAN PHARMACOPOEIA, 2011). GRANULADOS Os granulados são aglomerados de materiais em pó preparados como grandes partículas. Eles normalmente estão dentro da faixa de tamanho de 850 µm, e apresentam forma geralmente irregular (FORMULÀRIO BRASILEIRO, 2012). Os grânulos fluem melhor do que os pós. Por esta razão, as misturas sólidas são geralmente granulados para a produção de comprimidos.

Os comprimidos orais geralmente são deglutidos facilmente e proporcionam uma ação medicamentosa imediata ou um efeito de sustentação. Além do ingrediente ativo, uma formulação de comprimido pode conter uma ou mais das seguintes partes essenciais: diluentes, aglutinantes, lubrificantes, deslizantes, antiaderentes, substâncias desintegrantes, agentes corantes, agentes adoçantes e absorventes (AL-ACHI, 2013). As principais propriedades físicas que devem apresentar incluem: estabilidade físico-química, baixa friabilidade, capacidade de desintegração em tempo adequado, integridade e superfície lisa e brilhante (MOREIRA, 2007). Os comprimidos podem ser preparados por compressão ou moldagem. Embora os comprimidos mais comercialmente disponíveis sejam preparados principalmente por compressão, os comprimidos também podem ser preparados por moldagem. As cápsulas moles possuem outros componentes além da gelatina que alteram as características do invólucro quando resfriada.

Determinados compostos da formulação como sorbitol, glicerina e propilenoglicol conferem aumento da elasticidade do invólucro. As cápsulas moles são produzidas com um invólucro de gelatina de vários formatos e são mais maleáveis que as cápsulas duras, podem apresentam medicamentos líquidos ou semissólidos (BRASIL, 2010). EXCIPIENTES DE USO INTERNO Excipientes farmacêuticos são geralmente incluídos em formas farmacêuticas sólidas em quantidades maiores do que o princípio ativo e pode representar até cerca de 90% da massa ou volume total dos medicamentos (ABRANTES, 2016). As funções dos excipientes nos medicamentos estão relacionadas a diferentes aspectos do produto, incluindo sua capacidade de fabricação, a estabilidade do principio ativo, uniformidade de dose, entrada eficaz do fármaco na circulação sistêmica após a administração, bem como propriedades organolépticas aceitáveis para aumentar a adesão do paciente (HAYWOOD, 2011).

Os edulcorantes ou adoçantes auxiliam também no mascaramento do sabor amargo dos fármacos, e normalmente são utilizados associação de mais de um adoçante (SILVA, 1994). Os corantes são compostos utilizados para melhorar a aparência da formulação, podendo ser orgânicos ou inorgânicos, naturais ou artificiais. Os corantes naturais são originários de plantas ou animais e os artificiais são produzidos em laboratório (JACOB, 2001). Os desintegrantes são adicionados à formulação para permitir que o comprimido se quebre ao entrar em contato com a água. Esses agentes tendem a inchar pois permitem a entrada de água e, assim, o comprimido quebra e se desintegre. Lubrificantes, deslizantes e anti-aderentes são adicionados e misturados com a granulação imediatamente antes da compressão (PARROTT 1970).

INCOMPATIBILIDADES FARMACÊUTICAS Durante o desenvolvimento da formulação, alguns excipientes podem ser incompatíveis com o ingrediente ativo ou com outros excipientes. A incompatibilidade farmacêutica consiste na interação química entre um ou mais componentes da formulação o que acarreta alteração das propriedades físico-químicas, microbiológicas ou terapêuticas e que interferem na eficácia do produto final (NARANG, 2009). As reações químicas mais comuns observadas nas incompatibilidades são: hidrólise, reação de Maillard, oxidação, desidratação, ciclização e fotodegradação. Estas interações podem ser influenciadas por fatores que incluem: o pH, a temperatura, a umidade, a luz, oxigênio dentre outros (BHARATE, 2010). O sorbitol, outro açúcar excipiente, é higroscópico com umidade relativa maior que 65%, o que deve ser evitado durante a fabricação do medicamento (WADE, 1994).

Os sais de cálcio são excipientes para comprimidos amplamente usados. No entanto, o carbonato de cálcio é incompatível com ácidos ou fármacos ácidos por causa de possibilitar reação química do tipo ácido-base entre estes componentes. Os sais de cálcio também são incompatíveis com tetraciclinas devido à formação do complexo de tetraciclina-cálcio, inativando a ação da tetraciclina (WIRTH, 1998). As reações de oxidação são complexas e por isso é difícil entender o mecanismo desta reação. Chapter 2: Solid Dosage Forms: Powders and Granules. Disponível em: http://abfmc. net/pdf/SolidDosFormsPowdGran. pdf. Acesso em: 28/10/2020. V. POPOVICH, N. G. ANSEL, H. C. Mini Review Tablets: A Brief Overview Journal of Pharmacy Practice and Pharmaceutical Sciences Citation. Journal of Pharmacy Practice and Pharmaceutical Sciences, v.

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