A CONSTRUÇÃO DE UM PENSAMENTO DECOLONIAL SOBRE A HISTÓRIA E CULTURA DA POPULAÇÃO NEGRA

Tipo de documento:Portfólio Unopar

Área de estudo:Religião

Documento 1

Atualmente, sabendo dessas implicações e dos prejuízos ocasionados por esse ensino colonial e marcado pelo racismo, os educadores passaram a falar em uma educação decolonial, a qual versa acerca da importância de se repensar de forma crítica as características coloniais presentes nos sabres que são compartilhados em sala de aula, principalmente no que diz respeito a disciplina de história, a qual se relaciona com a visão dos indivíduos sobre o processo de formação o país e o papel dos sujeitos. Portanto, é fundamental se estudar como essa perspectiva altera a visão da história e como pode auxiliar os estudantes e fortalecer o processo de ensino. Para isso, esta produção irá abordar a temática da construção de um pensamento decolonial sobre a história e cultura da população negra, por meio de um texto dissertativo no qual busca responder o seguinte questionamento? De que modo a perspectiva decolonial no ensino de história pode colaborar para superar o racismo epistêmico? 2 DE QUE MODO A PERSPECTIVA DECOLONIAL NO ENSINO DE HISTÓRIA PODE COLABORAR PARA SUPERAR O RACISMO EPISTÊMICO? A concepção decolonial, que é a superação dos limites que se encontra na produção do conhecimento e nos processos de socialização destes, principalmente com vista a estabelecer uma ruptura com as relações sociais que compõe a base desses limites.

Nesse sentido, descolonizar tem a ver antes de tudo com uma tomada de posicionamento acerca da racialização, a qual é utilizada com o intuito de manter os privilégios materiais e simbólicos da branquitude sobre negras/os. Tendo em vista que o racismo é a condição estruturante que permite que tanto o colonizador como o colonizado enfrente os monstros gestados pelo colonizador (COSTA, 2018). Em suma, entende-se o ensino de história a partir da perspectiva decolonial como um ato político, havendo diversos conflitos e contradições, constituindo-se como um dos principais mediadores entre a população negra, o Estado, a sociedade e a escola. Nesse sentido, esse ensino é capaz de expor e sistematizar saberes específicos da comunidade negra, construídos ao longo da sua experiência coletiva. Em síntese, contribui para a divulgação de saberes voltados para a diversidade frente a uma sociedade marcada pelo colonialismo e pelo racismo.

Durante a formação da sociedade brasileira, ocorreu um movimento histórico, profundamente enraizado na própria composição humana, que acorrenta o sujeito à visão descrita pelo colonizador, havendo uma colonialidade na sociedade. A colonialidade chega à contemporaneidade, por meio de uma estrutura de classificação da população na composição de uma superestrutura que objetiva acochambrar uma matriz de poder eurocêntrica, a qual, por meio da superestrutura, retém a produção e os mecanismos de modelar, descartar e disseminar o conhecimento. O Ministério da Educação implantou tal medida buscando combater o preconceito direcionado aos valores e cultura deste segmento da população brasileira, que não é pequeno. Além disto, abordar tal tema em sala de aula também ajuda no desenvolvimento de uma identidade próxima ao terma.

Com isto instituiu-se mais um desafio aos professores em sala de aula, já que muitos não possuíam o arcabouço necessário para desenvolver tais temas em suas aulas. É considerando este ponto, relacionando-o com o poder da leitura no desenvolvimento tanto de senso crítico quanto de identidade, que nasceu a ideia desta pesquisa, que pretende demonstrar como o uso de contos de origem africana em sala de aula pode ajudar a combater o preconceito e disseminar o conhecimento sobre a cultura afro-brasileira nas escolas. Foto: Juca Martins/Olhar Imagem. Deste modo, compreendeu-se que os saberes oriundos dessas experiências decoloniais são necessários e fundamentais para a consolidação da própria história brasileira, a qual é marcada pela existência de um racismo epistêmico que precisa ser compreendido para que se possa realizar ações de resistência e luta.

REFERÊNCIAS ARAÚJO, Serinaldo Oliveira; DOS SANTOS, Maria do Carmo Rebouças. Educação e Decolonialidade: A história da África e diáspora longe do olhar europeu.  Revista PINDORAMA, v. n. Diário Oficial da União, Brasília, 10 jan. Disponível em: https://www. gov. br/planalto/pt-brAcesso em: 01 jun. COSTA, J. geledes. org. br/a-perspectiva-negra-decolonial-brasileira-insurgencias-e-afirmacoes/. Acessado em 18 ut 2022, KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África I: Metodologia e Pré-História da África.

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