UBER - A ECONOMIA COMPARTILHADA NA PERSPECTIVA DO MERCADO DE VEÍCULOS
A economia do compartilhamento evolui sobretudo, por meio de plataformas como a utilizada pela empresa Uber, que possibilita contratar serviços em vez de empregados, e as reflexões acerca das consequências do “jeito Uber” nas relações de trabalho podem muito bem ser estendidas à muitas outras formas de compartilhar através de uma plataforma digital (KRAMER, 2017) Os resultados apresentados pela empresa, seja no contexto global ou no contexto brasileiro, são expressivos e favoráveis. Desde a ampliação do número de usuários cadastrados, seja pelo aumento do faturamento e da receita obtida com as corridas, ou pelo aumento no número de países nos quais a empresa tem passado a atuar, diversos são os exemplos que demonstram resultados positivos, na atuação da Uber.
O fato é que as empresas-aplicativo têm pouca materialidade, mas altíssima visibilidade. A empresa Uber tem tamanha atuação pelo mundo que torna hoje cabível utilizarmos o termo em questão. A fonte da fetichizada “força da marca” neste caso se refere à multidão de trabalhadores e consumidores que a empresa consegue mobilizar pelo mundo (apenas na cidade de São Paulo, sabe-se que os motoristas já são mais numerosos que os taxistas. É claro também que os grandes fabricantes estão preocupados com o futuro de seu negócio, o que tem levado a GM, de Chamorro, mas também a americana Ford, a alemã Mercedes-Benz, a sueca Volvo e outros gigantes do setor a se reinventarem, numa das maiores transformações em seus modelos de negócios desde que o mítico empresário Henry Ford criou a linha de produção automatizada, no início do século passado.
A tecnologia, com os aplicativos de transporte, tem papel fundamental nessa mudança de paradigma pela qual passa a indústria. A ordem é compartilhar: Os serviços de carros compartilhados podem ser considerados atualmente um nicho. Ao redor do mundo, e mesmo aqui no Brasil, eles estão restritos a pequenos grupos de pessoas em grandes metrópoles. Mas a tendência é que se transformem em algo grande – muito grande. al, 2017, p. A remuneração dos motoristas da Uber é feita diretamente pela empresa, uma vez que os usuários pagam as suas corridas à Uber. A relação custo-benefício da empresa, em relação aos táxis, é significativamente alta, uma vez que é oferecido um serviço consideravelmente superior aos táxis (com atendimento personalizado, canais de atendimento ao cliente, acompanhamento, por meio do aplicativo, das corridas, etc.
a preços notadamente inferiores. Entretanto, há significativas diferenças, também entre os serviços do Uber e dos táxis, como aponta Mello (2016, p. O problema da concorrência entre os sistemas é bastante complexo e necessita investigação especializada e prolongada. É possível que o modelo UBER crie uma demanda de serviço que não era produzida ou alimentada pelo serviço de táxi. É perfeitamente plausível conjecturar que pessoas que não fazem uso de táxi podem se sentir atraídas pela qualidade dos serviços prestados pela UBER. Nesse caso, o ingresso da UBER no setor econômico de transporte individual de passageiros remunerado não afetaria o serviço de táxi. Ainda assim, também parece possível presumir que muitos usuários de táxi podem se sentir atraídos exatamente pela qualidade dos serviços prestados pelo novo modelo e, portanto, podem migrar completamente para o sistema da empresa ou usar alternativamente um ou outro modelo.
Surgem novos, mas não a cada dia. É um mercado que, por ter inovação tecnológica envolvida, é concentrado por natureza. A tendência é que, de todos aqueles [que surgem], poucos sobrevivam. Dito isso, são empresas que tendem a ser agressivas na negociação. Se o Uber fosse pedir licença para todos os mercados em que ele opera, dificilmente conseguiria ter liderança. Elas funcionam da seguinte forma: a empresa desenvolve a tecnologia que permite que motoristas se cadastrem e encontrem seus clientes através dela. Em troca, a empresa recolhe uma porcentagem fixa sobre o ganho desse motorista a cada corrida que ele faz usando o aplicativo, considerando-o, no entanto, como um prestador de serviço autônomo: não há vínculo empregatício reconhecido entre o motorista que faz uso da plataforma e a empresa.
Nexo Jornal, 2017) O caráter inovador deve ser permanentemente ressaltado na atuação da Uber, frente aos seus concorrentes. Trata-se da expressão mais bem-sucedida da ideia recente de economia compartilhada, permitindo a redefinição da relação entre os indivíduos, os carros e a mobilidade urbana. No estudo publicado pelo Insper, de autoria de Azevedo et. Uma delas é que o argumento de ilegalidade dos taxistas se fragilizou bruscamente com os frequentes ataques a carros UBER. Afinal, como poderá ser evocado um argumento de fundamento legalista quando ao invés de esperar por decisão judicial, muitos taxistas danificam carros UBER, entre outras ações como tirar passageiros de um carro UBER à força e obrigar a pegar um táxi? A segunda razão é que a cobertura jornalística do conflito tende a vitimizar o UBER, reduzindo a empresa a seus “parceiros” motoristas na alcunha de trabalhadores brasileiros, reduzindo também, em boa medida, a controvérsia da entrada da plataforma no Brasil a um embate: Uber ou táxi? Esse clima de rivalidade futebolística, a abordagem que faz a questão parecer a escolha de uma coisa ou de outra, certamente ressoa na opinião pública.
A terceira razão é que o discurso da empresa UBER que se sustenta num imaginário de inovação e de tecnologia facilitadora conquista muitos usuários que acabam por associar os táxis a um modelo de política em crise e com corrupção. Chiodi e Evangelista, 2016, p. Nota-se uma tendência de crescimento dos investimentos relacionados à empresa, sobretudo a partir do ano de 2012. OLMOS; FAVERA, 2016) Evidentemente, os resultados também apontam para os desafios relacionados à atuação da empresa nos mais diversos contextos. Por oferecer um conjunto de serviços bastante semelhante àqueles oferecidos pelos táxis, a Uber enfrenta problemas relacionados à regulamentação e aos diversos protestos acerca da sua atuação, seja por parte de taxistas, seja mesmo por parte de motoristas que demandam direitos trabalhistas.
E no contexto brasileiro, a questão também tem levantado uma série de protestos, por parte dos taxistas, contra as atividades dos motoristas da Uber. Diversos são os exemplos, como o recente protesto ocorrido na região Nordeste: Taxistas da grande Recife se concentram em frente ao Classic Hall, em Olinda, para protestar contra a liminar, concedida em outubro de 2016, que garante aos motoristas autônomos, vinculados à empresa Uber, o direito de trabalhar no serviço privado de transporte individual. O grupo pretende sair em carreata até o Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, área central do Recife. Hoje, o Uber está instalado em um escritório moderno, que ocupa um andar inteiro de um prédio na Market Street, uma das principais vias de São Francisco.
Os sinais típicos de uma startup de sucesso estão por toda parte: espaços para reunião sem portas nem paredes e mesas em que os funcionários podem erguer o monitor e o teclado para trabalhar em pé — ficar sentado é o “novo fumar”, como dizem no Vale do Silício. Café, bebidas saudáveis e barras de cereais estão à disposição de todos os funcionários na cozinha. O almoço é servido gratuitamente e uma torneira de chope (a Uber Beer) embala a happy hour. Mas a história do Uber começou do outro lado do Atlântico, numa noite de nevasca em Paris, em 2008 — ou pelo menos é o que diz o mito de sua fundação. uol. com. br/mercado (2015) 2. Evolução do número de usuários da Uber e os possíveis motivos do crescimento Até outubro de 2017, segundo dados disponibilizados no próprio site da empresa (Uber, 2017), a empresa estava presente em mais de 600 cidades no mundo.
Acerca da natureza econômica do serviço prestado pela empresa Uber, aponta Mello (2016, p. O número de corridas da Uber já supera o número de corridas dos táxis, no contexto norte-americano, conforme aponta o Gráfico 3: GRÁFICO 3 – COMPARATIVO ENTRE O NÚMERO DE CORRIDAS DA UBER E DOS TÁXIS NOS EUA ENTRE 2014 E 2015 ENTRE EXECUTIVOS E VIAJANTES À NEGÓCIOS FONTE: adaptado de www. quettra. com/research/rise-of-uber-in-the-usa (2015). Essa tendência de superação dos serviços de táxis deve-se também, pela disseminação das práticas da economia compartilhada, voltadas à inovação e à busca, por parte dos clientes, por se tornarem usuários, demandando práticas inovadoras. Não é à toa que o número de motoristas de Uber também cresce consideravelmente, uma vez que a economia compartilhada e o consumo colaborativo influenciam o comportamento não apenas dos consumidores, mas daqueles que efetivamente prestam os serviços.
Ao final, a marca convida os interessados a se cadastrarem no site e se tornarem motoristas parceiros. Nas redes sociais, o Uber escreveu: “Você sabia que para levar a vida de um jeito diferente basta começar a dirigir? Com a Uber, é simples assim: quem define o seu destino é você. Tem uma necessidade imediata? Planos para o futuro? Dirija com a Uber, ganhe o seu dinheiro e conquiste seus objetivos”. (DEARO, 2017) Além do aplicativo de grande utilidade e fácil utilização, com telas intuitívas: Fonte: https://www. tribonerd. Acesso em: 31 jan. DEARO, Guilherme. Uber cria primeira campanha para TV no Brasil: Marca criou primeira campanha televisiva na América Latina. Disponível em: . Acesso em: 31 jan. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE DEMANDAS SOCIAIS E POLÍTICAS PðBLICAS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, 11.
Santa Cruz do Sul. II MOSTRA NACIONAL DE TRABALHOS CIENTÍFICOS. Santa Cruz do Sul: Universidade de Santa Cruz do Sul, 2016. v.
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