Trabalhando com a mediação de conflitos na escola

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Ao companheiro das horas certas e incertas, apoiador e incentivador de tudo, por meus dias serem mais coloridos, dizer que te amo é pouco, frente a tudo que representa pra mim. À colega Viânia pelo carinho e atenção ao me ensinar a caminhar em Vitória e incentivar na caminhada desse curso. Á professora, dedicada, companheira Carla de todos os momentos e para todos os momentos da caminhada muito obrigada! Suelen o que falar de você? Nem todos os vocabulários podem expressar a amizade que temos, os risos de alegrias e nervosismos e os momentos de silêncio, torcida e oração, eternamente minha gratidão. A Eliana pelo carinho e dedicação nos momentos em que mais precisei, agradeço por sua caminhada nesses dias. A família por ser base de tudo e todos, meus lindos sobrinhos e sobrinhas.

Objetivos. Objetivo Geral. Objetivos Específico. MARCO TEÓRICO. METODOLOGIA DO PROJETO DE INTERVENÇÃO. INTRODUÇÃO O presente Trabalho de Conclusão de Curso inscreve-se no âmbito do Curso de Especialização, Impactos da Violência na Saúde, oferecido pela parceria entre Universidade Aberta do Brasil e a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Diante desse curso, muitos eixos de pesquisa são apresentados o que promove o estabelecimento de inúmeras reflexões acerca das relações entre o universo profissional do aluno e a campos de pesquisa que possam agregar maior qualidade em sua formação. Nessa associação, a pesquisa busca criar e propor um Plano de Ação de combate à violência na Escola de Ensino Médio Escola Sobreiro, Município de Laranja da Terra – ES.

Dessa maneira, ao relacionar a prática pedagógica à violência escolar pode-se operar um grande salto qualitativo das atividades educacionais ligadas à comunidade de aprendizagem. Com efeito, concebe-se uma comunidade escolar pela convivência de diferentes sujeitos mais o menos engajados na construção do conhecimento escolar, na formação de valores éticos de cidadania, na preparação para o mundo do trabalho e na formação do espírito crítico, Brasil (1988), Brasil (1996), Silva (2000), Paro (2010). Assim, inspecionando as origens da violência escolar, tomar consciência dos elementos inerentes a essa manifestação por meio da reflexão teórica e pelo relato de estudos quantitativos e qualitativos sobre o tema e considerando que seja possível uma intervenção de caráter pedagógico em diálogo com políticas públicas para a juventude (ASSIS; CONSTANTINO; AVANCI, 2016), localiza-se o desenvolvimento da pesquisa.

Outro elemento de igual importância que permeia a pesquisa é estabelecer o campo conceitual da violência escolar em suas manifestações, que em muitos casos, pelo grau de prejuízo, é considerado apenas um indício de “brincadeira”: violência física, agressão física, violência simbólica, violência institucional e violência verbal (ABRAMOVAY, 2002). Nesse aspecto, valem registrar que o levantamento inicial feito na Escola Sobreiro, observou uma efetiva e cotidiana intervenção pedagógica sobre o pensar alternativas que enriqueçam o processo de ensino-aprendizagem, a escola busca envolver também a família nesse processo, como parceira e corresponsável por todas as ações previstas para a melhoria da vida estudantil. Outro elemento observado, o cerne do presente trabalho diz respeito a casos de violência ocorridos na escola, a recuperação dos danos, numa perspectiva coletiva quando um aluno bastante violento percebe o mal que ele está fazendo a si mesmo e aos outros, o trabalho de intervenção pedagógica redimensiona os tempos para conversas com todos sobre o problema, criando oportunidades para que eles possam resolver o conflito, mudando, assim, o seu comportamento, valorizando-o para que se descubra no âmbito de um relacionamento mais saudável.

No que tange à prevenção da violência escolar, a intervenção pedagógica também busca a integração com a família, criando uma rede de comunicação muito importante, pois é de interesse também da família um ambiente pacífico para a formação de seus filhos. Diante dos dados colhidos, será estabelecido um Plano de Ação pedagógico que abrirá espaço no Currículo Escolar para ser executado. Acredita-se que a aplicação sistemática do referido plano seja um facilitador para a superação de problemas ligados à violência escolar e que promova na escola um espaço socializador harmonioso, de respeito e de solidariedade. Justificativa A violência escolar, mais, notadamente, evidenciada nas escolas públicas é considerada um fenômeno social e de “saúde pública”: Embora a violência tenha estado sempre presente, a humanidade não deve aceitá-la como um aspecto inevitável da condição humana.

Juntamente com a violência, sempre houve sistemas religiosos, filosóficos, legais e comunitários que foram desenvolvidos a fim de preveni-la ou limitá-la. Nenhum deles foi completamente eficaz, mas todos deram contribuições a esse traço definidor da civilização.  Roubo e furto representam 25% dos casos e ameaças, 21%. FLACSO- MEC-OEI, 2016). Muitos são os estudos relativos à violência escolar Abramovay (2016), Abramovay; Rua (2002), Andrade (2010), Batista (2011), Garcia (2010), La Taille (2009), Salles; Silva (2010), Tavares; Pietrobom (2016), entre outros, o que tem contribuído para a tomada de consciência das variáveis educacionais, socioeconômicas, emocionais e de saúde pública que se colocam diante desse fenômeno. Dessa maneira, a compreensão integral dessa realidade deve estar presente na formação de professores, de gestores escolares, da assistência social, das organizações sociais e de todos que estejam vinculados à comunidade escolar visando, dessa forma, à construção de mecanismos locais de combate à violência escolar em prol de uma cultura da paz (Abramovay et al.

Diante dessa realidade de compreensão efetiva que os profissionais de educação devem ter sobre violência escolar que o presente estudo se insere ao promover um estudo que leva em consideração as varáveis presentes no contexto escolar que promovem casos de violência, aqui entendida como: não apenas agressões físicas e homicídios, fatos que, apesar de existirem, são menos recorrentes. ao expor os preceitos de Althusser (1978): Para Althusser, o sistema escolar encarrega-se em reproduzir relações de exploração, reforçando uma crise sem precedentes, com um discurso oculto, que subjuga seus agentes por tempo significativo e no caso, na escola, obrigatório, inculcando aspectos reprodutores das forças de exploração; com enfoque crítico reprodutivista, o autor determina o papel da educação por ações de base econômica, que estão fora do contexto da própria educação, demonstrando nestas perspectivas a interpelação dos indivíduos.

Nesse sentido, os conflitos sociais emergem na escola sob as mais diferentes formas: indisciplina, agressividade, bullying, atos de incivilidades, vandalismos, agressões físicas, morais que caracterizam a violência escolar (GARCIA, 2010). No entanto, e eis a grande contradição, os documentos oficiais de caráter legislativo desde a Constituição de 1988 e a ratificação desta na Lei de Diretrizes de Base da Educação de 1996 denomina a escola como democrática e participativa, onde se destacam os princípios Artigo 3°: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; X - valorização da experiência extraescolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

XII - consideração com a diversidade étnico-racial. BRASIL. Quanto à manifestação concreta da violência escolar Abramovay (2002); Charlot (1997) apud Batista (2011, p. avaliam que a violência escolar pode ocorrer em três níveis: violência física (golpes, ferimentos, violência sexual, roubos, crimes, vandalismo) incivilidades (humilhações, palavras grosseiras, falta de respeito) violência simbólica ou institucional manifestada na falta de sentido em permanecer na escola por tantos anos, ensino com desprazer que obriga o jovem a aprender matérias e conteúdos alheios a seus interesses, violência na relação de poder. Num quadro de síntese, cita-se Zaluar (1992) apud Batista (2011, p. há “dois tipos de violência escolar: a violência física e simbólica”. Para Sales; Silva (2010, p. Nessa perspectiva, é necessário atestar que o universo escolar abriga crianças e adolescentes, indivíduos que estão em formação intelectual e psicológica, portanto, passíveis de serem reestruturados quanto ao seu comportamento.

Com efeito, para Piaget (1994a, 1996) apud Müller; Alencar (2012, p. “o desenvolvimento moral atravessa duas fases: a heteronomia (ou moral da coação) e a autonomia (ou moral da cooperação)”. Na fase heterônoma, a pessoa estabelece com as figuras de autoridade uma relação assimétrica que gera uma obediência baseada no respeito unilateral. Já na fase autônoma, alguns aspectos importantes são desenvolvidos: a busca por estabelecer relações simétricas, o respeito mútuo, a cooperação, as noções de reciprocidade, de igualdade e de equidade, bem como a capacidade de descentração. BRASIL, 1990) Diante dessa consideração quanto à faixa etária que caracterizam adolescentes e jovens, contata-se que há uma necessidade de inserção do adolescente a um grupo de seus pares e é uma característica desse estágio de vida; nessa fase os adolescentes e jovens sentem a predisposição de estar ao lado de outros em suas atividades cotidianas por laços de afinidades.

Vista essa característica, estudos mostram como se dá essa interação social. A concepção de agrupamento de jovens que agem em espaços escolares ou na área escolar é subdividida em categorias, que segundo Esterle-Hedibel (1997) apud Andrade (2007, p. apresentam-se: distinguem quatro formas de agrupamentos juvenis: (1) os grupos com suporte institucional (grupos escolares, esportivos, os movimentos de jovens, etc. que sublinhariam o papel primordial das inter-relações individuais no interior dos pequenos grupos de base; (2) os grupos espontâneos, não organizados, que reúnem informalmente jovens vizinhos ou frequentadores da mesma escola, cujas motivações para estarem juntos são de ordem afetiva, lúdica e de busca de contato; (3) os “quase-grupos” ou “horda”, que é uma aglomeração numerosa, sem estrutura nem coesão, mas com um sentimento e uma consciência comum de pertencimento, independentemente de um recrutamento organizado.

Uma revolta latente diante de um mundo marcadamente desigual cujo consumo é a chave mestra do sucesso pessoal (ANDRADE, 2007). Como relatam os estudos estatísticos de Tavares; Pietrobon (2016, s/p. sobre a realidade da violência escolar no Estado de São Paulo sob duas perspectivas: crimes contra o patrimônio escolar e crimes contra a pessoa: Os resultados mostram que os crimes contra o patrimônio estão basicamente relacionados à dificuldade de gestão da escola e às condições socioeconômicas do entorno. Já os crimes contra a pessoa não são explicados pelo contexto em que a escola se insere, mas sim pela composição demográfica do corpo discente, bem como pelo seu background familiar. Segundo o Relatório Mundial sobre a Violência e Saúde (2002), por meio de análise quantitativa e qualificativa descreve os fatores que levam à violência juvenil que podem ser apresentados da seguinte forma, diante dos fatores em associação às manifestações: Psicológicos e Comportamentais: hiperatividade, impulsividade, controle comportamental deficiente e problemas de atenção, nervosismos e ansiedade.

Diante disso, embora Fante (2005) não trate da violência escolar como um todo, mas a do bullying na escola, ele apresenta dois eixos de superação bullying que podem ser úteis para casos de violência escolar: o conhecimento da realidade escolar e a sua modificação para isso elenca atividades em que professores, alunos e pais possam buscar soluções conjuntas para o enfrentamento dessa realidade. Sales; Silva (2010, p. mostram a experiência em Políticas Públicas com vistas ao processo de conscientização desse fenômeno: Programa Ética e Cidadania3, que incentiva as escolas a elaborar um projeto com essa temática, a questão da violência está inserida como um dos módulos a ser contemplado. O intuito do modulo não é o de criar uma escola onde os conflitos sejam eliminados mas sim o de promover ações e estratégias que mantenham os comportamentos em níveis democraticamente aceitáveis.

O pressuposto é que se não é possível postular uma ausência de conflitos em instituições que são compartilhadas por seres humanos é, no entanto, possível lidar com os conflitos de forma democrática. São estudantes de Escola Pública, EEEM Sobreiro, pertencentes ao Município de Laranja da Terra, localizado a 140 km de Vitória, capital do Espírito Santo, com 11. habitantes, segundo os dados do IBGE de 2015, cidade filiada à colonização pomerana, imigrantes alemães, com fortes tradições culturais. Sua vocação econômica vincula-se à agricultura e à extração de madeira. Segundo os dados do Censo 2016 das Escolas de Ensino Médio (MEC-IDEB, 2017), a escola possui excelente infraestrutura: 3 de 11 salas de aulas utilizadas; 20 funcionários; sala de diretoria; sala de professores; laboratório de informática; quadra de esportes coberta; cozinha; biblioteca; banheiro dentro do prédio; banheiro adequado a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida; sala de secretaria; banheiro com chuveiro; refeitório; despensa; almoxarifado; auditório; pátio coberto e pátio descoberto.

A escola possui 96 alunos distribuídos, nos três anos de Ensino Médio ofertado; sendo 47 meninos e 49 meninas que correspondem à faixa etária entre 14 e 16 anos. S. Localizar, por meio de consulta ao Conselho Municipal da Infância e Juventude e da Secretária Municipal de Assistência Social do Munícipio de Laranja da Terra, a existência de políticas públicas voltadas para a juventude, consideras importantes no auxílio de combate à violência escolar. SPOSITO, 2000) Organização dos dados: • Análise estatística dos casos de violência escolar vivenciados pelo corpo docente e discente e sua percepção diante da tipologia de violência escolar. ABRMOVAY, 2015). • Constatação de políticas públicas presentes ou não no Munícipio para estabelecer, se houver, uma ponte de diálogo com a escola.

Questionário 1-Professores; Questionário 2-Alunos;. Impressão dos documentos; Deslocamento: Visitação à Escola Coffee break 07/11/17 15/02/18 Jomar Zahn Apresentar os dados coletados para a gestão pedagógica e os professores da escola. Encontro com a gestão Escolar e professores; Apresentação da Proposta do Plano de Ação Impressão dos documentos; Deslocamento: transporte público, Datashow, coffee break 22/02/17 22/02/18 Jomar Zahn Discutir junto à comunidade escolar os conceitos sobre violência na escola para promover o enfrentamento dos tipos e casos que ocorrem na Escola. Encontros mensais de acompanhamento e observação do Plano de Ação junto à comunidade escolar. Impressão de documentos Deslocamento: transporte público, Impressão dos questionário1- professores; Impressão do questionário 2 12/03/18 22/08/18 Jomar Zahn 3. MATERIAIS/FINANCEIROS De consumo 3. Cronograma de execução 2017 2018 Atividade/ mês NOV DEZ FEV MAR ABR MAIO JUN AGO Aplicação dos Questionários 1, 2 e 3 X X X Avaliação Diagnóstica X Avaliação Final X Avaliação Parcial X Leitura, fichamento e produção textual: elaboração do material de apoio X X Encontros com os professores X X X X Observação e Acompanhamento do Plano de Ação X X X X 3.

Orçamento Material Quantidade Preço total por item Papel 2 resmas R$ 35,00 Conexão internet 10 meses R$ 350,00 Insumos alimentares 4 coffee breaks R$ 160,00 Transporte Público 28 passagens unitárias R$ 140,00 Total R$ 665,00 3. Resultados esperados Podem ser considerados dois resultados esperados: a. A capacitação dos professores para enfrentar os problemas vivenciados quanto à violência escolar; b. Avaliação Pontual na segunda metade de implementação do Plano de Ação: segundo questionário para o corpo docente e para o corpo discente, análise quantitativa e qualitativa dos resultados, apresentação e debate com os participantes para ratificar ou retificar o Plano de Ação. d. Avaliação Final: terceiro questionário para o corpo docente e discente, análise dos resultados quantitativos e qualitativos, apresentação da análise e debate final com os participantes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do exposto, pode-se afirmar que o presente trabalho permitiu no processo de formação acadêmica e profissional articular a teoria à prática, extremamente enriquecedor para atuação profissional na área de Educação. Com efeito, com este trabalho foi possível conceber a urgência em dar respostas concretas diante dos problemas da violência escolar que impedem à vocação primeira do magistério, que é criar condições favoráveis ao processo de aprendizagem e à formação de cidadãos autônomos, abertos à diversidade e estimulados a continuidade dos estudos. com/document/299598605/Juventudes-Na-Escola-Sentidos-e-Buscas> Acesso em: 10/09/2017. ABRAMOVAY, M. RUA, M. G. Violências nas escolas. Tese. Universidade de Brasília, Brasília, 2007. Disponível em: < http://repositorio. unb. br/handle/10482/2625> Acesso em: 20/08/2017. Conceito de violência escolar: desafios e impasses.

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