Tema: NTICs como ferramentas do ensino-aprendizagem para docência com o uso dos dispositivos móveis
Tipo de documento:Dissertação de Mestrado
Área de estudo:Pedagogia
como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre Doutorado em. ASSUNÇÃO, PY 2019 FICHA CATALOGRÁFICA TITULO DE LA TESIS NOMBRE. Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre/Doutor em. pela Universidad Internacional Tres Fronteras UNINTER Filial Asunción, sob orientação da Profª Drª. Aprovada em. Dedicatoria……………………………………………………………………………. Resumo. Resumen…………………………………………………………………………………. Abstract. Sumario. Objetivo general……………………………………………. Objetivos específicos………………………………………… 1. Justificativa………………………………………………………. MARCO TEÓRICO 2. Algún título) 3. CONCLUSIONES 6. RECOMENDACIONES BIBLIOGRAFÍA ANEXO LISTA DE CUADROS Cuadro 1 El título. Cuadro 2. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 El título. Gráfico 2. No Brasil, o computador está presente desde a década de 1980, mas é apenas em meados dos anos 2000 que se percebe como ele é intensamente incorporado à vida cotidiana. A geração de 1980 vivenciou o momento que, em comparação aos países norte-americanos, navegar na Internet era um privilégio restrito aos meios corporativos, grandes empresas ou usuários que pudessem arcar com os altos custos da conexão.
Além disto, havia problemas de pouca qualidade, falta de estabilidade, baixa velocidade e não se oferecia tantos serviços tal como hoje são conhecidos. Poucos anos se passaram para que este cenário evoluísse drasticamente. Em um período de duas décadas, o número de usuários da Internet ultrapassou 2,5 milhões e mostra tendências ao crescimento (ÁLVAREZ; LAFUENTE, 2014). No entanto, no caso do contexto educacional, não basta haver um novo artefato disponível para alunos e professores, pois muitos outros elementos interagem no sistema complexo da educação interferindo na difusão da inovação (PAIVA, 2012, p. Tendo em vista a magnitude destas transformações no contexto educacional e no intuito de melhor compreender o cenário das pesquisas que lidam com o mesmo tema, buscou-se por demais trabalhos em nível de pós-graduação, teses e dissertações, utilizando portal online da Capes.
Os resultados dos estudos encontrados serão listados, a começar por Cardoso (2010), que desvenda o impacto da formação continuada na prática escolar, revelando que os professores compartilharam e atribuíram mudanças ao fazer educacional inserindo, como recursos pedagógicos, tecnologias da informação e comunicação. Frozi (2012), observando a influência das TIC no trabalho do professor em curso de formação continuada na plataforma e-Proinfo, revela que o modelo de curso contribui para amenizar as dificuldades encontradas na integração das TIC na escola. Também na área de Educação, Garcia (2005), buscando significados construídos por professores acerca das NTIC, depara-se com um processo lento de exploração dos recursos tecnológicos para a aprendizagem. No entanto, integrar recursos tecnológicos como smartphones nos métodos de ensino, ainda hoje é um desafio para os professores.
Especialistas da educação afirmam que o caminho desta integração vai depender essencialmente da aceitação por parte dos docentes se tornando o grande alvo da rejeição. Hoje nos deparamos com estudantes que utilizam estas ferramentas para se comunicar através de grupos de WhatsApp, para realizarem trabalhos, entretenimento, trocar arquivos e outros fins. Tendo em vista o amplo uso das NTICs em praticamente todas as áreas da vida, por que não aproveitar também este recurso tão poderoso, que os alunos dominam tão bem, bem mais até do que muitos professores, como ferramenta no processo do ensino-aprendizagem e trazê-la para dentro da sala de aula? A ferramenta existe e o que se percebe é que os alunos as utilizam apenas para entretenimento, ou seja, acesso a redes sociais, compartilhamento de imagens e vídeos, além de deixarem seus likes em publicações do facebook e canais do youtube.
Por outro lado, o uso dos dispositivos móveis em sala de aula é subutilizado, não há estímulo ao uso destes recursos para desenvolvimento intelectual, o que mostra um lado importante destas ferramentas sendo pouco explorados, apesar das múltiplas funcionalidades e possibilidades que possuem, a saber: o lado criativo dos softwares que pode ser trabalhado e integrado com as disciplinas; o uso de recursos como softwares educacionais, acadêmicos, bibliotecas digitais, armazenamento em nuvem, atividade remota, entre outras. Quando uma tecnologia começa a fazer parte das atividades sociais, cedo ou tarde a escola acabará por incorporá-la em suas práticas pedagógicas. Porém, resistências diversas acontecem, sejam por acomodação, sejam pelas crenças dos professores1. Os PCNs (BRASIL, 2000) explicitam a importância do papel dos recursos tecnológicos na sala de aula, quando informam que: Para garantir aprendizagens significativas, o professor precisa considerar a experiência prévia dos alunos em relação ao recurso tecnológico que será utilizado e ao conteúdo em questão; e organizar as situações de aula em função do nível de competência dos alunos.
As aulas devem ser planejadas levando-se em consideração: os objetivos e os conteúdos de aprendizagem; as potencialidades do recurso tecnológico para promover aprendizagens significativas; os encaminhamentos para problematizar os conteúdos utilizando tecnologia; e os procedimentos da máquina que são necessários conhecer para sua manipulação (BRASIL, 2000, p. Quanto às capacidades para as operações de uso dos recursos da tecnologia, não há nenhuma referência, mas está claramente evidenciado nessa passagem que o professor precisa acionar “as potencialidades do recurso tecnológico para promover aprendizagens significativas”. Quais são os benefícios pedagógicos que os docentes podem vislumbrar ao integrar os dispositivos móveis à suas disciplinas? 4. Os professores que lecionam no ensino médio das escolas privadas pesquisadas no município xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx sentem-se preparados para fazer uso destas ferramentas digitais? 5.
Quais os benefícios identificados a partir do uso das NTICs nas escolas pesquisadas? 1. Objetivos 1. Objetivo general Analisar a aplicabilidade das principais ferramentas digitais para o ensino em sala de aula proporcionando o conhecimento e a inserção dos alunos no ambiente tecnológico com o uso do dispositivo móvel para uma educação inovadora. Diante desse cenário, o estudo se justifica e se faz relevante tendo em vista a premente necessidade de refletir sobre a necessidade de formação dos professores (inicial e continuada), oferecendo meios que favoreçam o desenvolvimento de competências para que consigam mobilizar os recursos necessários às situações de sala de aula a partir das tecnologias digitais. Não seria exagero dizer que este estudo, nascido no âmbito do Mestrado em xxxxxxxxx da Uninter, trouxe, a partir de leituras iniciais sobre o tema, não só a certeza de que é preciso incorporar a tecnologia às práticas pedagógicas, mas também a reflexão sobre a função e responsabilidade da academia na formação de professores para atuar no mundo das tecnologias digitais.
A tecnologia permite que as pessoas obtenham as mais variadas informações em fração de minutos, independentemente do lugar em que estejam. Isso pode acontecer, inclusive, a caminho da escola, por meio de anúncios em cartazes, de um livro digitalizado na tela de um computador, de notebook ou na tela de um simples aparelho celular. Entretanto, a simples existência desses recursos não significa que eles estão sendo apropriados, internalizados ou dominados pelos profissionais da educação. Além disso, mesmo que os docentes decidam ou não utilizar esses meios para mediar o ensino precisarão perceber que a relação com o saber é outra: o aluno tem outras necessidades e particularidades. Esse mesmo aluno terá mais de uma possibilidade de buscar informações, tendo em vista que o meio digital permite a rápida atualização dos bancos de dados.
Nesse sentido, Demo (2009) alerta que é inapropriado implantar as mídias digitais no contexto educativo apenas como uma resposta ao apelo do desenvolvimento tecnológico sem que haja uma preparação do corpo docente para não somente manuseá-las com segurança como, principalmente, transformá-las em aliadas no processo de ensino e de aprendizagem. Assim, a educação escolar precisa compreender e incorporar as novas linguagens, diferenciar formas de ensino, os recursos utilizados, as intervenções e práticas pedagógicas para que sejam ampliadas as possibilidades de aprendizagem dos estudantes. Afinal, a aprendizagem dos alunos ocorre com a associação de estudos para a construção de conceitos e a aplicação dos mesmos no cotidiano. Nessa perspectiva, Buzato (2010) afirma que: [. em paralelo às grandes perguntas sobre Educação e Tecnologia, precisamos também que dar respostas diretamente às práticas escolares e à rotina de ensinar e aprender que nos trouxeram até onde estamos hoje.
Devemos especialmente compreender o que se espera do professor e da escola enquanto atores nesse processo de transformações (BUZATO, 2010, p. O autor sugere que tanto o professor quanto a escola devem ter autonomia na construção de projetos pedagógicos que utilizem a Internet de forma significativa. De igual modo devem conhecer maneiras de ensinar o aluno a fazer o mesmo em relação a seus próprios interesses e necessidades de formação e saber compatibilizar materiais e recursos da sala de aula e do mundo offline com os objetos simbólicos e as formas de interação típicas do mundo online. é investigar as crenças dos professores no processo de integração da tecnologia. Os autores valorizam a integração das TIC na educação, mas atentam para a falta de suporte ao professor para que a integração obtenha sucesso: Com a importância da tecnologia na educação, a integração de tecnologias tem sido muito enfatizada na formação e desenvolvimento profissional de professores.
No entanto, foi criticado que não tenham sido fornecidos aos professores o apoio adequado que vá além da aprendizagem de competências específicas tecnológicas (por exemplo, usar uma ferramenta específica ou programa de software) (KIM et. al. p. Nesse contexto, entende-se, a partir de Freitas (2010), que os saberes são produtos comunicáveis e, segundo Tardif (2002), podem ser atualizados/melhorados ao longo da carreira docente. Aí reside a necessidade de formação continuada ou até mesmo permanente de professores e, sobretudo, da criação de espaços de formação e de pesquisa. As tecnologias digitais no contexto educacional Os recursos tecnológicos, em sentido lato, abrangem as invenções humanas ao longo dos tempos. A escrita, o papel, o lápis, a prensa de tipos móveis, dentre inúmeras invenções, são responsáveis por mudanças na maneira com que os seres humanos se relacionam com o meio, transformando hábitos e interferindo em seus processos mentais, conforme demonstram Havelock (1996), Ong (1998) e McLuhan (2007).
A partir da segunda metade do século XX até o presente, a evolução e a popularização dos recursos de informática e das novas tecnologias da informação e comunicação – a chamada revolução da informática (KALLEN, 2010) – propiciaram mudanças em diversas áreas das atividades humanas: trabalho, produção de bens, comércio, medicina, telecomunicações, entretenimento e, dentre outras, a educação. Nas últimas duas décadas, o Brasil contou com diversos programas governamentais voltados à informatização e conectividade dos estabelecimentos de ensino. Brito e Purificação (2008, p. observam que a informática educacional em países como “França, Espanha, Portugal, Alemanha e Estados Unidos”, também estrutura-se a partir de políticas públicas. Tais iniciativas, vistas em retrospecto mostram possibilidades, a partir dos erros e acertos das tentativas de inovação e modernização educacional.
Os programas patrocinados pelo Governo Federal De 1997, ano em que foi criado o Programa Nacional de Tecnologia Educacional – PROINFO (FNDE, 2012), aos dias atuais, observa-se a ampliação e consolidação de iniciativas do Governo Federal para disponibilizar recursos de informática e conectividade em escolas públicas brasileiras. p. A página na internet da Campanha Internet na Escola – criada pela Rede Nossas Cidades, em parceria com a Fundação Lemann, Instituto Inspirare e Instituto de Tecnologia & Sociedade do Rio (ITS) – publicou o documento “Escolas Conectadas: equidade e qualidade na educação brasileira” (FUNDAÇÃO. s. p. Neste documento, que contou com a colaboração de especialistas de diversas instituições – incluindo a academia, empresas, poder público, organizações sociais e comunidade escolar – é notado que o cenário atual de conectividade nas escolas pode melhorar, pois ainda gera baixo impacto na aprendizagem.
Além destes programas, ao longo da última década, foram realizadas outras iniciativas de inclusão digital nas escolas como o Programa Um Computador por Aluno (PROUCA). Integrando esta iniciativa, o Projeto piloto UCA (FNDE, 2012) disponibilizou mais de 150 mil laptops (Figura 1) para alunos e professores de escolas da educação básica, em 300 escolas do país (UCA. Figura 1 – Laptop escolar PROUCA Fonte: Portal de Compras FNDE (2016)2 No entanto, esta iniciativa promissora e empolgante do PROUCA – baseada na proposta do OLPC – One Laptop per Child (ONE. adotada em 42 países do globo – acabou não sendo estendida para outras escolas, por conta do encerramento do Programa (FNDE, 2012). O PROUCA, apesar de contribuir pontualmente para democratização de recursos de informática, não surtiu os efeitos esperados para melhoria de resultados educacionais, conforme sugerem estudos em diferentes países, como Uruguai (DE MELO; MACHADO; MIRANDA, 2014), Peru (BEUERMANN et al.
Figura 2 - Projetor MEC/ProInfo (Diebold) Fonte: WebEduc – Portal de Conteúdos Educacionais do MEC – Projetor ProInfo (2016)3. Figura 3 - Projetor MEC/ProInfo (Daruma) Fonte: Portal de Compras FNDE (2016)4 O dispositivo integra um projetor, kit multimídia e lousa digital a um computador portátil (com sistema operacional Linux), contando com possibilidade de conexão à internet via rede sem fio. A distribuição destes equipamentos, no entanto, teve abrangência limitada se comparada ao ProInfo, pois nem todas as escolas receberam os projetores. No ano de 2013, além de pregão eletrônico para compra de computadores portáteis (projetores) foram abertos também outros pregões, de abrangência nacional, para aquisição de tablets educacionais (Figuras 4), a princípio para distribuição aos professores do ensino médio da rede pública de educação básica, com o intuito de proporcionar maior mobilidade no acesso a conteúdos educacionais diversos (FNDE, 2012).
Figura 4 – Tablet Educacional Fonte: Respectivamente, MEC/FNDE Tablet Educacional e Caderno “Vida e Cidadania”, Jornal Gazeta do Povo/PR (2013) Reportagem do Jornal Folha de S. Estas pesquisas também confirmam a prevalência da utilização de tecnologias para finalidades de pesquisa, preparação de aulas, seleção de questões para avaliações, e/ou acesso a textos variados, apresentando uso em menor escala para jogos. Segundo pesquisa sobre uso da internet por crianças e adolescentes, também promovida pelo Cetic. br, a utilização de internet, por este público em dispositivos móveis, foi ampliada, mas ainda de forma insuficiente: Outro ponto de destaque para as políticas públicas é o uso reduzido da Internet por crianças e adolescentes nas escolas. Segundo a pesquisa, apenas 38% dos jovens utilizam a Internet na escola, sendo esse um local que tem um grande potencial para incentivar as crianças e adolescentes a aproveitar as oportunidades de informação que a Internet proporciona (TIC.
p. Lavinas e Veiga (2013, p. constatam o alcance limitado dos recursos digitais ao discutirem os rumos das políticas públicas de inclusão digital nas escolas: “os aplicativos já existentes com novos conteúdos digitais de aprendizado continuam negligenciados por alunos e professores, involuntariamente”. Nota-se que os Portais educacionais, de modo geral, reúnem materiais para buscar atender uma demanda em crescimento. Porém, ao se observar mais atentamente os conteúdos dos jogos digitais disponibilizados para a área de literatura, constata-se que, de modo geral, os mesmos atendem apenas parcialmente aos objetivos a que se propõem. Outros recursos tecnológicos atuais Como discutido anteriormente, nas últimas décadas presenciou-se a consolidação de iniciativas de disponibilização das NTIC, nas instituições de ensino, seja para organização do trabalho pedagógico, pesquisa, criação, ou para a realização de atividades administrativas.
Outra possibilidade que se apresenta com mais intensidade nas últimas décadas é a utilização de jogos digitais para finalidades educacionais. Esta ferramenta vem conquistando a atenção de estudiosos de diversas áreas, que discutem e vislumbram maneiras de empregá-los. Realizando uma busca no diretório do Google Acadêmico (Scholar) com termos como Game Studies, Digital Game-Based Learning e Gamification, é possível ter uma dimensão do crescimento do interesse a respeito do assunto, com milhares de resultados. Já uma pesquisa simples na base de periódicos da Capes, como o termo “video games” retornou 104. resultados, o que pode ser um indício do aumento de interesse nas pesquisas envolvendo jogos digitais. Contudo, é possível observar que, na atualidade, tal acesso vem se ampliando. Como amostra de tal crescimento, toma-se os dados da 26ª Pesquisa anual de uso de TI da Fundação Getúlio Vargas, de 2015, que constata o crescimento no uso de dispositivos, como computadores e smartphones.
Segundo a Pesquisa, o total de computadores em uso no Brasil no início de 2015 era de 152 milhões de unidades, equivalente a 75% do total populacional do país (MEIRELLES, 2015). Como a quantidade total de equipamentos vem dobrando a cada 4 anos, se tal proporção for mantida, a estimativa da Pesquisa para o ano de 2019 é que a proporção de computadores por habitante seja de 1,5 per capita. Obviamente tais números não demonstram as desigualdades relacionadas às classes sociais e regiões do Brasil, mas refletem, em certa medida, a ampliação de acesso, também presenciada nas instituições de ensino. Observa-se também um discurso orientado para os hábitos recentes dos jovens com tecnologias: As novas tecnologias de informação e comunicação vêm incorporadas a diferentes campos de atuação, abarcando múltiplos usos que delas fazem os jovens, reconhecendo-se a necessidade de atenção especial a esse campo como fator de inclusão no mundo digital (BRASIL, 2015, p.
Seguindo este mesmo enfoque, percebe-se que em algumas áreas, como o ensino de língua estrangeira moderna, o uso de aplicativos e jogos é sugerido para ampliar as possibilidades de aprendizagem dos alunos. Observa-se na BNCC, por exemplo, a seguinte orientação para o 6º ano do ensino fundamental: “[. fazer uso de ferramentas como dicionários, tradutores, GPS, mapas virtuais, tutoriais, jogos e sites identificando novas possibilidades de aprendizagem e usando as para a prática de vocabulário, pronúncia etc. ” (BRASIL, 2015, p. A perspectiva de maior investimento governamental em educação era promissora – antes do atual cenário de recessão econômica, crise política e cortes orçamentários no setor – por meio do repasse de royalties oriundos do lucro da extração petrolífera do Pré-sal. Estes recursos pareciam ser uma tábua de salvação para o problema de financiamento educacional público do País, corroborando a perspectiva de valorização da área proposta no já mencionado Plano Nacional de Educação (PNE).
O PNE trouxe em sua formulação a ampliação progressiva de investimentos educacionais, no decênio de 2014 a 2024, com a finalidade de atingir o nível de investimento equivalente a 10% do Produto Interno Bruto do país no final do decênio. Certamente, tal previsão de aumento de recursos atendia aos anseios de valorização profissional e de melhoria da infraestrutura na área. Todavia, como mencionado, tal expectativa de ampliação de investimentos aparentemente deixou de ser prioritária para o desenvolvimento da nação, como nos faziam acreditar os lemas de marketing de campanhas políticas Federal e Estadual5. Uma rápida consulta em motores de busca dá uma dimensão disso: buscando os termos “informática” e “educação” na base de periódicos da Capes encontra-se 1929 entradas.
Já o banco de teses da Capes retornou 14257 registros com os mesmos termos. A ferramenta de busca acadêmica do Google (Scholar) retornou aproximadamente 17400 resultados para os mesmos termos6. Incluem-se na ampliação dos estudos acadêmicos, as incursões entre este tema com a literatura, ainda que em menor grau, como aponta Marcelo Silva (2013), em levantamento realizado em pesquisa de doutorado. O autor observa existência de hiato no que diz respeito, mais especificamente, ao ensino e uso de computadores ligados à internet: “ainda são poucas experiências que buscam demonstrar sua utilização [da internet] como forma de auxílio na escola” (SILVA, 2013, p. Segundo a autora, “a modernização parece ser uma espécie de ‘verniz’ para escamotear outros problemas educacionais, em um país em que apenas um em cada quatro pessoas domina plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática” (PRAZERES, 2013, p.
assim como atender a interesses do lucrativo mercado tecnológico. Considerando o colonialismo tecnológico que enfrentamos no país, este pode ser também um ponto nebuloso de tais iniciativas de adoção de NTIC, pois dependendo dos encaminhamentos dados aos projetos, pode ser criada necessidade ainda maior de componentes de hardware e de software, que podem não surtir os resultados educacionais esperados, além de se tornarem muito dispendiosos. Aqui as universidades podem ter um papel importante, como no desenvolvimento de soluções – como foi o caso de adoção de multiterminais do PRD e ProInfo, operando com software livres – possibilitando maior acesso às iniciativas, a partir da diminuição de custos, proporcionando maior democratização e inclusão digital. Afinal, os resultados alcançados em ambos os casos, seja com software livres ou proprietários, é qualitativamente semelhante, mas os custos, não.
constitui-se ainda como um obstáculo a ser superado. Pierre Lévy (1993), ao mencionar a experiência da inclusão de informática nas escolas francesas, ainda na década de 1980, observa que, apesar dos investimentos consideráveis em equipamentos e formação de professores, o resultado do projeto foi decepcionante. Segundo o autor, a falha deve-se à escolha de material ruim – pouco interativo e pedagogicamente inadequado – enquanto a formação docente ficou limitada a rudimentos de programação. Nos Estados Unidos da América, a experiência inicial parece não ter sido muito diferente em seus resultados. Segundo Valente e Almeida (1997), apesar da intensa aquisição de computadores e software no país, as mudanças – do ponto de vista pedagógico – são praticamente inexistentes: “as mudanças pedagógicas são sempre apresentadas ao nível do desejo, daquilo que se espera como fruto da informática na educação” (VALENTE; ALMEIDA, 1997, p.
McLuhan (2007) afirma que a tecnologia é responsável por criar uma desestruturação: “Toda tecnologia nova cria um ambiente que é logo considerado corrupto e degradante” (MCLUHAN, 2007, p. É certo que mesmo a tecnologia do alfabeto – hoje amplamente assimilada e, com isso, naturalizada em nossa sociedade – mudou a relação do homem com o mundo ao separar signos orais e visuais “de seus significados semânticos e emocionais” (MCLUHAN, 2007, p. O autor notara ainda que todas as tecnologias criam gradualmente ambientes humanos totalmente novos, como a escrita, que no tempo de Platão foi responsável pela destribalização do homem, criando uma nova relação deste com o conhecimento e o mundo. O mesmo autor, em sua obra A galáxia de Gutenberg (1972), analisando a invenção dos livros como “máquinas de ensinar”, trata a imprensa como uma fase extrema da cultura alfabética, fundamental para que a Europa ingressasse em uma nova etapa tecnológica de progresso.
Ainda que este autor tratasse mais especificamente dos meios elétricos do rádio, TV e telefone, suas reflexões certamente anteviram muitas situações da era da internet. Lembrar-se-ão não por esforço interno, mas por virtude de um dispositivo externo (ECO, 1996, s. p. Outro receio similar, ainda segundo Eco (1996), teria se dado posteriormente quando da invenção do livro impresso, mencionando um episódio de O Corcunda de Notre-Dame, de Vitor Hugo: Mais de um milênio depois Victor Hugo, em O Corcunda de Notre-Dame, mostrou-nos um padre, Claude Frollo, apontando seu dedo primeiro para um livro e, então, para as torres e as imagens dessa amada catedral, dizendo “ceci tuera cela”, isso matará aquilo. O livro matará a catedral, alfabeto matará imagens) (ECO, 1996, s. p).
configurando-se, assim, como uma tecnologia total e inclusiva. Atualmente, as pessoas podem dispor do computador como ferramentas complexas – não apenas uma espécie de calculadora potente, como costumava ser em sua origem – mas como uma biblioteca imensa, ou como uma memória auxiliar, ou como centro de entretenimento, ou como comunicador global e instantâneo. No entanto, ainda que as NTIC apresentem uma linguagem multimidiática atraente e de forte apelo audiovisual, a linguagem escrita continua mantendo sua importância em na cultura grafocêntrica e por isto, vale dizer, devem caminhar juntas. MARCO METODOLÓGICO 3. Tipo de pesquisa Levando-se em consideração os questionamentos propostos, bem como o objetivo deste estudo, optou-se por uma abordagem qualitativa, tendo em vista que se buscou investigar aspectos da realidade não passíveis de quantificação.
A investigação de natureza qualitativa defende uma interpretação holística dos fenômenos, e não uma compreensão somente a partir dos aspectos quantitativos (Moita Lopes, 1996), priorizando como acontece dada situação em determinado contexto. Tem como característica principal o envolvimento do pesquisador, como um observador, em forma de intervenção, pois ele interage com os sujeitos da pesquisa, utilizando procedimentos teórico-metodológicos para compreender como eles organizam e atribuem sentido a fatos socialmente construídos, porém mantendo a consciência de que há uma distância entre a interpretação desses dados e a realidade. Ludke e André (2012) apresentam as características básicas de uma pesquisa qualitativa: o ambiente natural é a fonte direta de dados, e o pesquisador é seu principal instrumento; os dados gerados são predominantemente descritivos; a preocupação é maior com o processo do que com o produto; o foco do pesquisador é o significado que as pessoas atribuem ao objeto e à realidade; e a análise dos dados segue um processo indutivo.
De acordo com Goldemberg (2011, p. os pesquisadores que optam pela pesquisa qualitativa se opõem a um modelo único de pesquisa para todas as ciências. Para tanto, é preciso que o pesquisador descreva explicitamente todos os passos seguidos, incluindo as escolhas dos métodos e técnicas, bem como sua aplicabilidade – propósito maior do presente capítulo. Desenho da pesquisa Nesta pesquisa foi utilizada a técnica do estudo de caso para levantar informações sobre como ocorre o uso das NTICs nas escolas privadas pesquisadas para identificar falhas e/ou carências que serviram de subsídios para a proposta de melhorias para as escolas investigadas. Segundo Yin (2005), o estudo de caso é uma investigação empírica que torna possível o estudo de um fenômeno contemporâneo em seu próprio contexto, principalmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente estabelecidos.
Destarte, pela natureza do estudo, esta investigação realizou também um levantamento bibliográfico, na busca de conceitos essenciais para a construção teórica. A pesquisa bibliográfica é realizada a partir de materiais já publicados em livros, artigos científicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Posteriormente, após conhecidas as principais dificuldades enfrentadas pelos professores das escolas pesquisadas será aplicado um projeto em que para seu desenvolvimento serão necessários aplicativos móveis como material de pesquisa. Será observado o desempenho dos alunos no projeto aplicado e sua percepção sobre o uso das NTICs e o reflexos em sua aprendizagem. População A população envolvida nessa pesquisa será constituída de alunos e professores das escolas privadas xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx no município de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Amostra Serão pesquisadas duas escolas da rede privada do município xxxxxxxxxxxx e em cada escola será selecionada uma turma do Ensino Médio. Nas turmas selecionadas serão incluídos no estudo 100% dos professores e 100% dos alunos, desde que se mostrem disponíveis e queiram contribuir com a pesquisa. Para que o trabalho alcance proximidade com a isenção, optou-se por seguir uma estrutura padronizada, na qual as mesmas perguntas foram feitas a todos os professores investigados. Os resultados obtidos no questionário foram tabulados, representados graficamente e discutidos com vistas a identificar a postura e percepção dos professores pesquisados no que tange ao uso das NTICs em suas práticas pedagógicas. O segundo momento da coleta de dados se dará após a aplicação do projeto nas duas turmas selecionadas e terá como objetivo conhecer a opinião dos alunos sobre os aplicativos utilizados no projeto aplicado, comparando este novo formato de aula com as aulas tradicionalmente ministradas.
Considerações éticas Antes de a pesquisa ter início, foi explicado aos participantes sua finalidade (que em um primeiro momento é acadêmica, mas tem também o condão de contribuir para a adesão do corpo docente a projetos que fazem uso de aplicativos digitais) e, na sequência, foi entregue a eles um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os interessados em compor a amostra desta pesquisa, devolveram o TCLE assinado. Disponível em: <http://www. anatel. gov. br/Portal/exibirPortalNivelDois. do?acao =&codItemCanal=1539>. A; TORRES, P. L; MATOS, E. L. M. Diálogo com Paulo Freire: um relato de experiência na formação de professores para a utilização crítica da tecnologia na prática pedagógica on line. BEYOND LITERACY. What is Post-Literacy? Part 1.
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Breve histórico do Projeto UCA. Disponível em: <https://blog. ufba. br/ucabahia/breve-historico-do-projeto-uca>. Acesso em: 7 jun. Revista Brasileira de Informática na Educação, v. p. XAVIER, A. C. Letramento digital e ensino. Agradeço a sua colaboração preenchendo esse questionário. Se houver dúvidas, você pode me contatar pelo e-mail xxxxxxxxxxxxxxxxx Obs. não é necessário se identificar Disciplina que leciona: _______________________________________________________ 1. Você concorda que as tecnologias da informação e comunicação têm aplicabilidade positiva em sua prática pedagógica? ( ) sim ( ) não Por quê? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2. Ensinar com uso das tecnologias da informação e comunicação torna o processo de formação mais interessante para quem? ( ) Aluno ( ) Professor ( ) Instituição ( ) para todos Por quê? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3. Conhece os recursos didáticos disponibilizados no Portal do Professor – Portal do Ministério da Educação e Cultura (MEC)? ( ) sim ( ) não.
Caso não utilize, aponte o motivo: ( ) desconheço a ferramenta. acho a ferramenta difícil de utilizar. utilizo outras ferramentas. não tenho interesse. Assinale as opções que condizem com as práticas pedagógicas que você costuma realizar por meio do computador/Internet (é possível assinalar mais de uma opção): ( ) buscar conteúdo a ser trabalhado em sala de aula ( ) buscar exemplos de plano de aula ( ) buscar sugestões de atividades ( ) buscar orientações nos PCN, LDB e Diretrizes Curriculares ( ) produzir apresentações dos conteúdos para as aulas (Ex. Power Point ou Word ou Writer, Prezi, entre outros) ( ) baixar programas educativos para mostrar em sua sala de aula (Ex. TV Escola, youtube) ( ) construir vídeos educativos ( ) participar de curso a distância ( ) comunicar-se com os professores da sua escola ( ) comunicar-se com seus alunos ( ) realizar leitura de artigos revistas, livros sobre temas educacionais ( ) realizar atividades administrativas da escola (diário de classe, relatórios) ( ) navegar pelo site, blog da escola ( ) navegar por outros sites/blogs na Internet 16.
Com que frequência você propõe tarefas em sala de aula que utilizem o computador? ( ) uma vez por semana ( ) mais de uma vez por semana ( ) quinzenalmente ( ) uma vez por mês ( ) poucas vezes no ano 17. Caso você realize tarefas que necessitem do computador, assinale as opções que contemplem os tipos de tarefas propostas (é possível assinalar mais de uma opção): ( ) realizar atividades proposta pelo livro didático ( ) ensinar os alunos a usar o computador e a Internet ( ) promover projetos e/ou trabalhos sobre um tema ( ) incentivar seus alunos a pesquisar informações ( ) incentivar trabalhos em grupo que se organizam pela Internet ( ) realizar jogos educativos com os alunos ( ) promover a produção de materiais digitais pelos alunos ( ) assistir a vídeos/apresentações.
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