TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO TIC: REALIDADE OU UTOPIA PARA AS ESCOLAS PÚBLICAS NO MARANHÃO? UMA PROPOSTA DE ANÁLISE

conceicao@ifma. edu. br RESUMO O presente artigo está inserido na área da educação e tecnologia, tendo como proposta primordial analisar a inserção das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) de forma expressiva nas escolas públicas, especificamente no Estado do Maranhão, com apontamentos que informam se a inserção destas ferramentas reflete uma realidade próxima ou não passam de uma utopia. É certo que a tecnologia tem sido um elemento dominante nas relações e atividades humanas de forma geral, principalmente pela presença do fenômeno chamado globalização. As instituições de ensino precisam se ajustar a esta nova realidade com o objetivo de oferecerem um ensino de qualidade que impactará significativamente na formação de seus alunos. It is possible to affirm that the Brazilian educational system has already taken some steps forward to insert technology in its teaching-learning environment, however, there is still a vast field of action to make technology an intrinsic tool for education, especially in certain regions of the country.

Keywords: Technology. Education. Public schools. Maranhã 1 INTRODUÇÃO A educação sempre foi assunto presente nas atividades humanas, seja no interior dos lares onde são transmitidos princípios para os filhos com respeito à formação da personalidade; seja nas igrejas que pregam o amor ao próximo; nas empresas são transmitidos valores e regras de conduta e assim por diante. O método tradicional, com giz, lousa, cartilhas, livros, entre outros elementos tem perdido a eficácia com o passar das décadas, em especial devido ao novo perfil dos estudantes. A geração atual está acostumada a realizar várias tarefas ao mesmo tempo, se comunicar e transmitir informações com grande velocidade e sempre atenta às novas tecnologias. Por esse motivo, as escolas precisam acompanhar o novo ritmo na transmissão de conhecimento e realizar o processo de transição.

A metodologia para confecção do artigo tomou como base a revisão bibliográfica, pesquisando livros de autores tais como Tezani (2017), Procópio (2017) e Dantas e Machado (2014). Os autores foram pesquisados no viés comparativo, sem apresentar discussões sobre pontos de vista diferentes. O ensino fundamental talvez seja o mais prejudicado pela ausência de TIC’s como recursos pedagógicos, tendo como elemento de entrave também a questão social. Alunos mais carentes têm menores chances de acesso às tecnologias. Os objetivos específicos têm como proposta: apontar qual a relevância das TICs no ambiente educacional; apresentar o perfil das escolas públicas no Maranhão e como estão aplicando as TICs e identificar os principais entraves que limitam maior aplicabilidade destas tecnologias.

A temática considerada no artigo é de relevância para a área de tecnologia da informação e comunicação no viés de investigação de como tornar as ferramentas, além de práticas e facilitadoras, igualmente viáveis e de fácil manuseio e aplicação. É possível estabelecer a meta de investigação para detectar as principais dificuldades por parte das escolas e dos educadores e a partir daí trabalhar uma proposta de intervenção visando eliminar tais dificuldades. Para cumprir esta proposta, a tecnologia é fundamental. No aspecto profissional, o papel da escola é fundamental. Atualmente, a formação profissional passa por um período de transição. De acordo com Dantas e Machado (2014, p. “vivenciamos uma transição no modelo de formação profissional, que atinge diversos segmentos da sociedade, resultante da adoção das tecnologias”.

Usar formas diferenciadas de ensino. Certamente, uma das maiores evidências que a forma de ensino-aprendizagem na contemporaneidade está totalmente atreladas às TICs, diz respeito ao crescente número de cursos de graduação realizados à distância, as populares EADs. Esse tipo de ensino acadêmico é transmitido sem que seja necessária a presença do aluno na faculdade. É um método cada vez mais comum. Talvez há cerca de 20 ou 30 anos, esse tipo de formação fosse totalmente inaceitável e a proposta completamente inviável. Muito depende do sistema pedagógico aplicado e o envolvimento dos docentes. Como bem lembram os autores Dantas e Machado (2014, p. “não será o emprego desse ambiente o definidor da qualidade da educação. Ele a condiciona, porém não a determina.

Tudo dependerá do movimento comunicacional e pedagógico dos sujeitos envolvidos”. O estado do Maranhão promove programas que incentivam o desenvolvimento educacional e melhor qualidade no ensino. Políticas públicas são elaboradas neste viés. Algumas alcançam sucesso, mas ainda estão longe de apresentar um modelo educacional satisfatório. A evasão escolar ainda é um problema a ser superado. Cerca de 345 (trezentos e quarenta e cinco) mil jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola. Ou seja, o déficit de aprendizagem dos jovens estudantes maranhenses mostra que as intervenções do Poder público têm sido insuficientes para reversão do quadro educacional caótico apresentado desde o início desta investigação (CASTRO, 2011, p. O estado do Maranhão tem uma missão desafiadora para implementar no interior das instituições de ensino.

A Secretaria Estadual de Educação do Maranhão (Seduc) tem como missão elaborar, coordenar, monitorar e avaliar as políticas públicas no âmbito educacional, primando pela qualidade do ensino e acesso de todos à educação (INSTITUTO UNIBANCO, 2016, p. É dito que a missão é desafiadora pelo fato de a atual condição maranhense no perfil educacional ser alarmante. De acordo com Carreiro (2016) no período aproximado de três décadas as condições no processo de ensino e aprendizagem são adversas em algumas escolas do Estado do Maranhão. Fatores extraescolares afetam a qualidade da educação. É possível afirmar que os problemas quanto a deficiente gestão escolar se embasa num conjunto de fatores. Segundo o estudo de Costa (2011, p. diversos são os problemas. Entre eles, “evasão, abandono escolar, distorção idade-série, desvalorização dos profissionais da educação, má qualidade do ensino, prédios sucateados, falta de professores”.

A mudança precisa começar na base e depois ser repassada em salas de aula. O papel dos docentes e gestores escolares é fundamental para que a implantação das TICs sejam realmente eficientes e surtam os efeitos desejados, ou seja, melhorar a qualidade do ensino e a eficiência na aprendizagem. Dantas e Machado (2014, p. comentam: Empreender uma formação pedagógica que atenda às demandas de uma sociedade que tem na tecnologia a sua base de sustentação e de evolução implica o preparo de um gestor que atue como líder nesse processo, fomentando junto ao corpo docente o uso das tecnologias e promovendo os meios necessários para sua utilização, seja disponibilizando recursos físicos e estruturais, seja proporcionando capacitação e mediação necessárias aos profissionais para que eles se sintam aptos a manejar a tecnologia a favor do processo educativo.

Conforme o que foi citado acima, para que haja sucesso na implantação das TICs como métodos auxiliadores no processo ensino-aprendizagem, é preciso o que exista interação entre vários fatores: a infraestrutura, os métodos didáticos, o empenho dos professores e o envolvimento dos demais docentes, entre outros fatores. Figura 1 - Panorama das Escolas Públicas do Maranhão 43% possuem computador 21,6% têm acesso à Internet Fonte: Instituto Unibanco (2016, p. Elaborado pelo autor Em primeiro momento, portanto, é preciso estruturar as escolas maranhenses equipando-as com ferramentas tecnológicas de forma mais abrangente. Após, é preciso mudar o perfil de ensino e a cultura por parte dos docentes. Para a melhor qualidade na educação no estado do Maranhão é preciso uma ação conjunta e certamente a participação do governo através não somente das políticas públicas, mas também por condições melhores para os professores e docentes em geral, iniciando por melhores salários por exemplo.

A exposição da realidade maranhense na área da educação, portanto, responde a uma questão fundamental do presente estudo: a implantação das TICs representa uma realidade para as escolas maranhenses ou não passam de utopia? O tópico seguinte trata desta questão. Neste projeto, a tecnologia usada diz respeito ao uso de dispositivos móveis no processo de ensino-aprendizagem (FURTADO E OLIVEIRA, 2015). Certamente existem outros projetos no viés de aplicar as TIC’s de forma mais estruturada e mais presente na educação maranhense, em especial nas séries iniciais, não se limitando aos cursos CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo apresentado discorreu sobre a implantação de recursos tecnológicos de informação e comunicação como ferramentas auxiliares no processo de ensino-aprendizagem, especificamente no estado do Maranhão.

Visando apresentar coerência, a pesquisa analisou primeiramente a relevância das tecnologias no ambiente escolar na contemporaneidade. A tecnologia é extremamente relevante, primeiramente devido ao perfil atual das gerações presentes no interior das escolas, adaptadas a realizar várias funções ao mesmo tempo. Por esse motivo, a educação deve acompanhar esse processo, se de fato deseja ser eficiente. Os entraves no acesso e uso das TICs na educação maranhense conta também com a participação dos próprios professores. Alguns deles são resistentes ao uso destas tecnologias em sala de aula. Basicamente argumentam que este tipo de recurso acaba distraindo os alunos e nada contribuem, portanto, para o melhor aprendizado. Outros professores, provavelmente por não dominarem as novas tecnologias, simplesmente negligenciam o uso destas em suas aulas.

Sejam quais forem os motivos, é preciso reconhecer que as TICs fazem parte de uma nova realidade. VI Conferência Internacional de TIC na Educação. Disponível em: <https://core. ac. uk/download/pdf/55610033. pdf> Acesso: 08/03/2019. Tecnologias e educação: perspectivas para gestão, conhecimento e prática docente. ª edição. São Paulo: FTD, 2014, 190p. FURTADO, Cassia Cordeiro; OLIVEIRA, Lídia. Livros digitais, sistema hipermidiáticos e partilha literária para eleitores infantis. Panorama dos territórios: Maranhão. p. Disponível em: <https://observatoriodeeducacao. org. br/wp-content/uploads/2017/03/Panoramas_MARANHAO. São Paulo: Pearson Education, 2017, 207p.