Stop motion como ferramenta metodológica para o letramento do aluno
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Pedagogia
Utilizando um software específico e uma câmera digital se torna possível utilizar a técnica, o que faz com que o método não seja muito dispendioso e nem requeira qualquer formação especial para ser posto em prática, tornando-se, desta forma, uma ferramenta metodológica útil e possível para o aprendizado. Atualmente, os hábitos digitais estão amplamente inseridos na sociedade, de modo que é dever do educador usar as ferramentas digitais existentes de maneira favorável ao ensino-aprendizagem. Desta forma, o uso do stop-motion pode configurar um instrumento bastante eficaz no que concerne ao letramento dos alunos do ensino básico, pois insere a sala de aula na nova realidade em que nos encontramos, de modo que o ensino, antes analógico, possa ser mais condizente com seus receptores que vivem numa realidade cada dia mais digital.
Assim, o stop-motion surge como uma importante ferramenta metodológica capaz de ampliar o aproveitamento e o rendimento do aluno, que deixa de ser um mero expectador para ser, agora, o “diretor” de seu próprio aprendizado. Essa participação efetiva do receptor do conhecimento faz com que tanto o “aprender” quanto o “ensinar” se tornem tarefas menos árduas e muito mais satisfatórias. Isso significa que, talvez uma metodologia não seja possível em todos os contextos socioculturais, mas, em outros, ela certamente poderia ser um enorme sucesso. Devemos saber que a tecnologia, seus avanços e impactos não se limitam tão somente aos grandes centros urbanos como quando do surgimento da televisão, do microcomputador e, logo em seguida, da internet. A globalização avançou muito nos últimos vinte anos sob influência das instituições multilaterais (FMI e Banco Mundial), fato que abriu o mercado para a produção e distribuição de equipamentos eletrônicos cada vez mais acessíveis e pertencentes à vida da população mundial.
Com isso, guardando exceções que certamente existem, os equipamentos tecnológicos chegaram aos mais diversos cantos do mundo e tornaram-se parte do cotidiano da humanidade. Avanços interessantes que foram abraçados pela escola, pela educação em geral, que ofereceram uma maior dinâmica entre o modelo de gestão, de ensinar, de produzir conhecimento, de dialogar, existir etc. A reflexão no campo prático, da criação autônoma impulsionadora ao coletivo, faz com que o sujeito olhe ao redor a partir de perspectivas antes não possíveis – este, assim entendemos, seria um grande avanço no que tange o processo de emancipação do ser. Quanto mais a escola se atentar às atualidades do seu tempo histórico, sem perder nada com isso, mais ela estará num fluído movimento com seu público e sua função social que é formar o ser em sentido pleno.
Logo, já que os mecanismos digitais fazem parte da escola em algum nível (novamente guardando aquelas que ainda não possuem acesso a meios tecnológicos), usar essas ferramentas para ampliar os referenciais dos multiletramentos faz-se urgente. As mídias digitais, no entanto, influenciam e causam impactos à sociedade de um modo geral – mesmo às populações que não usam esses recursos, e não usar esses recursos já pode ser entendido como um desses impactos. Podem, em vez de positivar o processo de construção e disseminação do conhecimento, atuar com perversidade tal capaz de promover a dominação e o controle dos diversos públicos. Ações do tipo, segundo Adorno (1986), com o processo de reificação da “razão instrumental”, deixam de se basear em si mesma as relações capitalistas e, com isso, ganham formatos quase que imperceptíveis.
Isto é, as ações das bandeiras capitalistas vão se modificando, ganhando novas características e novas formas de atuação para, em seguida, adquirir um sólido assentamento no tempo/espaço em função da sua garantia de existência. Pois é exatamente desta maneira que podemos admirar toda a ação da hegemonia e dos monopólios industriais/midiáticos/políticos em distribuição no mundo. Não existe a possibilidade de caminhar sem que sejamos confrontados e dominados por este controle excessivo oferecido e possibilitado, sobretudo, com o advento da globalização e da massiva expansão da tecnologia e suas ferramentas. De antemão, esclarecemos que não nos cabe aqui uma discussão filosófica extremamente sofisticada, com todos os apoios necessários e suficientes para esclarecer um tema tão volumoso como o atual.
Não é ingenuidade alguma pensar que assim seja, pois, está declarado em diversos documentos científicos que todas as ações, púbicas ou privadas, são sempre orientadas em função do desenvolvimento desse modelo. Buscando superar os limites da escola, os limites do próprio sujeito e da nossa condição de professores e professoras, a nossa proposta é que o ensino a partir da técnica stop-motion sejam ofertas que componham o plano de políticas públicas voltadas à educação. Que essa modalidade de letramento, de recurso formativo, adentre no espaço escolar como entraram os livros didáticos, os quadros, as carteiras e os gizes. Utilizar dessa técnica pode ser uma maneira de construir novos horizontes aos alunos e alunas, quais poderiam ser “os donos das suas histórias”, seres autônomos e livres, reflexivos e grandes engenheiros de uma nova organização social.
A criatividade está viva dentro de cada aluno/a e devemos apelar para que isso não se perca com o desenvolver dos anos vividos na escola. Entendemos que na educação básica, terreno fértil por influência mínima desse “social infectado”, seja possível colaborar para este processo de emancipação qual citamos acima. Neste sentido o trabalho deve ser orientado por evidências práticas elaboradas pela empiria e distribuição deste material aos planos políticos de educação dos governos. A conclusão para o presente trabalho não precisa de um reforçamento dentro do plano conceitual, mas, ao contrário, precisa de um reforçamento em preceitos que são como uma representação de expectativas para o sistema de educação de um modo geral.
Pensamos que essa conclusão seja uma reticência, apenas uma pausa no tempo, e que em seguida possamos olhar para este mesmo universo com outros olhos, frame a frame, a corroborar com o processo de construção de uma nova escrita teórica; de uma nova vivência prática. Os limites da educação, sobretudo da educação orientada pela diversidade de possibilidades, incluindo-se aqui o conjunto de técnicas do stop-motion, ainda terá muito espaço a ser discutido. Adorno, Trad. de Amélia Cohn. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1986. BARBOSA JÚNIOR, A. Ed. – Petrópolis, RJ. Vozes, 2007. MAAR, Wolfgang L. Lukács, Adorno e o problema da formação.
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