Resenha - Livro O conto de fadas - Nelly Novaes Coelho - Capítulo 3
São Paulo: Ática, 1998. p. Série Princípios; 103). Capítulo 3 – As fontes Os contos de fadas infantis nasceram na França no século XIV pelas mãos de Charles Perrault, mas em suas origens, os contos foram criados para entretenimento de adultos. Antes mesmo de Charles Perrault, alguns estudiosos encontraram marcas de contos de fadas que vieram de fontes orientais e célticas, que a partir da Idade Média foram assimilados como fontes Europeias. De mesma natureza egípcia, mas escrita em sânscrito, Sendebar ou O livro dos enganos das mulheres é outra fonte oriental de narrativas maravilhosas. As mil e uma noites, do final do século XV, fazem parte dessa coletânea de contos maravilhosos orientais, em que suas narrativas eram audaciosas e falavam de um Oriente fabuloso e exótico.
Não se sabe muito bem ao certo onde as fadas nasceram somente que as fadas são de origem celta. As fadas são geralmente lindas mulheres, seres fantásticos, que tem grandes poderes sobrenaturais e ajudavam os homens, às vezes, interferindo na vida deles, auxiliando em situações que não havia solução. Os celtas são originalmente da Ásia, historicamente aparecem no sudoeste da Alemanha e foram empurrados para a Gália, Península Ibérica e Ilhas Britânicas, e entre os séculos II a. Nessas narrativas divulga uma nova visão de mulher, do amor e de um mundo cheio de mistérios. Estes textos foram de extrema importância para a divulgação do espírito céltico para o restante da Europa e para auxiliar na fusão entre o paganismo e o espirito cristão.
No final da Idade Média, começam a circular novas compilações de narrativas, que são textos representativos de fontes europeias. A criação novelesca, que seria moda a partir do Renascimento (século XVI). São obras de origem popular recriados com uma produção culta, onde a criatividade e o talento do autor são decisivos. Neste livro havia contos originários do lais ou romances céltico-bretões e das narrativas indianas, que com o passar do tempo, haviam perdido o significado original. Nessas narrativas, que mais tarde foram consideradas clássicas, continham um duplo intuito de valores ou sabedoria, pois com esses contos, o autor queria divertir as crianças e ao mesmo tempo orientá-las na sua formação moral. Um pouco antes de Perrault, na França, no ano de 1960, uma baronesa chamada Mme D’Aulnoy, escreveu o romance História de Hipólito, e num dos episódios, “História de Mira”, sua personagem principal é uma fada.
O grande sucesso desta personagem ascendeu à moda das fadas na corte francesa. Após a Revolução Francesa inicia-se uma nova fase a Romântica, e novamente as fadas vão para um segundo plano ao interesse dos adultos, e se escondem no mundo infantil.
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