PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O BERÇÁRIO COMO ESPAÇO DE APRENDIZADO

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

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Por ser uma área que tem por objetivo o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo é fundamental um trabalho pedagógico com crianças na etapa da Educação Infantil, uma vez que é por meio de atividades psicomotoras que a criança encontra a possibilidade de desenvolver-se integralmente. Por isso, o presente artigo tem como objetivo analisar a importância da psicomotricidade na educação infantil e demonstrar a importância do desenvolvimento de práticas pedagógicas eficazes na fase de berçário para o desenvolvimento das crianças. Para tanto, a metodologia utilizada foi a revisão de literatura, de autores que discutem e aprofundam a temática. Desta forma, pretendemos incentivar reflexões que provoquem uma prática profissional mais eficiente nos berçários e contribuam para o desenvolvimento de crianças nessa fase de sua escolarização e desenvolvimento.

Palavras-chave: Berçário. Psychomotricity. Child development. Early childhood education. Pedagogical practice. INTRODUÇÃO Foi a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 e da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – nº. A relevância e contribuição em promover tal pesquisa está na possibilidade de provocar reflexões e práticas profissionais que busquem sempre o pleno atendimento destas crianças, e que o espaço berçário seja visto não apenas como local de cuidados, mas com possibilidade de promover desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo. A metodologia utilizada no estudo foi a revisão de literatura. A pesquisa foi realizada em bases on-line como o Google Acadêmico e em artigos, periódicos, revistas acadêmicas, livros que abordam a educação psicomotora como base para a aprendizagem da criança.

Baseamo-nos em autores como: Bueno (1998), Aranha (2002), Lê Boulch (1988), Araújo (2013), Souza (2007), Duarte (2012), Barbosa (2010), Tristão (2006), dentre outros. Para tanto foram desenvolvidos dois capítulos: no primeiro, analisamos o surgimento dos termos psicomotricidade e educação psicomotora analisando a sua importância no processo de desenvolvimento psicomotor de crianças de 0 a 3 anos, especialmente de crianças que frequentam os espaços de berçários; posteriormente no segundo capítulo, abordamos a prática pedagógica desenvolvida em berçários e a necessidade de promover aprendizado neste espaço que na maioria das vezes é visto apenas como local de cuidado básico. GORETTI, 1994). “a Educação Psicomotora auxilia de forma significativa o processo de desenvolvimento infantil, a educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas”.

Deste modo, percebe-se que o trabalho psicomotor é indispensável na etapa da Educação Infantil, considerando que é nesta fase que a criança recebe estímulos importantes para o seu desenvolvimento global. LÊ BOULCH, 1988, p. A Educação Psicomotora, eixo da Psicomotricidade, caracteriza-se como uma técnica de trabalho psicomotor que possui um cunho preventivo e que é fundamental que seja trabalhada na Educação Infantil e primeiros anos do Ensino Fundamental, pois sendo aplicada principalmente de 0 a 3 anos, a criança receberá estímulos, que colaborarão para seu desenvolvimento e que poderão ser aprimorados no decorrer da vida escolar do indivíduo, determinando uma significativa porcentagem das capacidades futuras. Devem ser organizados num processo contínuo e integrado que envolve múltiplas experiências corporais, possíveis de serem realizadas pela criança sozinha ou em situações de interação.

Os diferentes espaços e materiais, os diversos repertórios de cultura corporal expressos em brincadeiras, jogos, danças, atividades esportivas e outras práticas sociais são algumas das condições necessárias para que esse processo ocorra. BRASIL, 1998, p. A Educação Psicomotora trabalhada com qualidade desde os primeiros anos de vida, poderá prevenir dificuldades de aprendizagens, pois ao receber estímulos, a criança passa a realizar mais conexões cerebrais, e ao chegar à fase da alfabetização, já possuirá capacidades desenvolvidas, necessitando de aprimoramento e aprofundamento para que possa desenvolver outras capacidades. Enfim, é primordial a responsabilidade ao desenvolver um trabalho com a Educação Psicomotora e para o desenvolvimento integral do sujeito, principalmente no que se refere as crianças em sua fase inicial de desenvolvimento, pois as atividades psicomotoras poderão alavancar sua formação e fazer com que tenham a possibilidade de conhecer-se e conhecer o outro.

Muitos estudiosos, mesmo de correntes de pensamento diversas, concordam sobre o fato de que os primeiros anos de vida são fundamentais para a maturação da criança. De maneira particular, é opinião compartilhada que já aos três anos todo indivíduo tenha adquirido as características principais da própria personalidade. VECCHIATO, 2003, p. No que se refere à comunicação, Araújo (2013) aponta que o gesto é o primeiro momento de compreensão e expressão da criança; para exprimir seus sentimentos, a criança gesticula e tenta demonstrar aquilo que ainda não consegue verbalizar, constituindo um importante modo de comunicação que precede o vocabulário fonético.   Segundo Rodrigues (2013), a criança durante seu desenvolvimento apresenta para cada nova sensação uma resposta motriz diferente, assim não é possível separar o psiquismo da motricidade, ou seja, o desenvolvimento infantil está conectado com o amadurecimento do sistema nervoso.

Ou seja, de nada adianta planejar se não se sabe quais metas alcançar, é preciso identificar as necessidades das crianças na etapa do desenvolvimento em que se encontram e o que pretende alcançar com a realização de determinada atividade, promovendo benfeitorias no processo de ensino-aprendizagem. Para que o crescimento infantil seja estimulado, os professores precisam conhecer as funções psicomotoras e suas possíveis contribuições para que as etapas do desenvolvimento não sejam ultrapassadas e possam causar prejuízos futuros. A educação psicomotora é uma técnica, que através de exercícios e jogos adequados a cada faixa etária leva a criança ao desenvolvimento global de ser. Devendo estimular, de tal forma, toda uma atitude relacionada ao corpo, respeitando as diferenças individuais (o ser é único, diferenciado e especial) e levando a autonomia do indivíduo como lugar de percepção, expressão e criação em todo seu potencial.

NEGRINE, 1995, p. DUARTE, 2012). Apesar dos bebês e das crianças bem pequenas estarem presentes na educação infantil, as propostas político-pedagógicas ainda mantêm invisíveis as suas particularidades e não têm dado atenção as especificidades da ação pedagógica nas escolas de educação infantil. BARBOSA, 2010, P. Os avanços são evidentes, mas há particularidades que precisam de debate profissional e técnico para avançar. É preciso discutir com profissionais que trabalham diretamente com crianças para que sejam definidas estratégias e práticas pedagógicas eficazes para que o atendimento na educação infantil avance e promova o pleno desenvolvimento de bebês e crianças. Mas é basilar destacar que, o berçário é um espaço muito rico que deve suprir todos os requisitos necessários para que a criança se sinta à vontade, acolhida e amada.

Para isso, as creches e pré-escolas precisam estar preparadas com estrutura física e funcionamento pedagógico adequados para que haja a exploração psicomotora segura e para que a criança tenha liberdade como fator primordial para seu desenvolvimento. Oliveira (1997) afirma que, essa etapa da educação infantil é crucial para a criança, sendo necessário um trabalho pedagógico que desenvolva práticas de estimulação psicomotora e psicológica que são de extrema importância nessa fase de desenvolvimento, pois através destas práticas a criança vai adquirindo autoconfiança, moldando sua personalidade e sua base emocional. No trabalho com crianças de berçário, os educadores e profissionais de educação carecem perceber que tudo pode ser motivo para ensinar e aprender, inclusive os momentos nos cantos, os quais se configuram em grandes possibilidades de aprendizagens expressivas para os bebês e com base nas descobertas da neurociência, essa fase da vida da criança ficou conhecida como janelas neurais (momento em que o cérebro humano está mais propenso a ampliar suas redes de comunicação), o que segundo os cientistas, são determinantes para o desenvolvimento motor, cognitivo, social e afetivo dos bebês.

E nesse sentido faz-se necessário considerar que uma intervenção docente feita de maneira responsável e comprometida, contribui e muito para o sucesso no desenvolvimento de todos esses aspectos acima citados, mas acima de tudo, colabora para a construção de uma sociedade que enxerga a criança como sujeito de direitos e respeita essa fase tão importante da vida. Outro fator que não pode deixar de ser considerado é a estrutura física de creches e pré-escolas, pois para garantir uma Educação Infantil de qualidade e que respeite o desenvolvimento integral da criança, bem como o processo de ensino e aprendizagem, é preciso ter um espaço adequado que respeite as limitações e necessidades destes indivíduos e materiais didático-pedagógicos que permitam trabalhar o desenvolvimento de uma forma geral.

Ou seja, nas creches e pré-escolas: A estruturação do espaço, a forma como os materiais estão organizados, a qualidade e adequação dos mesmos são elementos essenciais de um projeto educativo. Espaço físico, materiais, brinquedos, instrumentos sonoros e mobiliários não devem ser vistos como elementos passivos, mas como componentes ativos do processo educacional que refletem a concepção de educação assumida pela instituição. BRASIL, 1998, p. Neste contexto, Azevedo et al. Neste sentido, o berçário não deve ser visto apenas como espaço de cuidados e sim de aprendizagem, e que devem ser desenvolvidas práticas pedagógicas estimulantes. Ou seja, para que a prática pedagógica desenvolvida num berçário de creche possua grande amplitude, a equipe educacional da instituição teve ter uma visão crítica e considerar que o desenvolvimento da criança se dá nas interações entre ela e os adultos, que lhe inserem na história e na cultura, desde seu nascimento.

Mas é preciso considerar o caráter dinâmico da prática educativa e suas multiplicidades de aspectos, bem como os desafios enfrentados pelos profissionais no desenvolvimento de sua prática pedagógica. O importante é que os profissionais entendam seu lugar no processo de aprendizagem de crianças em fase de berçário e sua importância no desenvolvimento de atividades estimulantes da psicomotricidade de cada indivíduo que frequenta a instituição. Nesta fase de desenvolvimento é fundamental estabelecer a interação entre crianças e adultos pois principalmente por meio delas a criança aprenderá a se comunicar através da linguagem e compartilhará a história, os costumes e hábitos de seu grupo social. ARAUJO, Andreza Santiago Gottgtroy de; SILVA, Eduardo Rodrigues da. As contribuições da Psicomotricidade na Educação Infantil.

 Educação Pública: comportamento, 6 ago. Disponível em: <http://www. educacaopublica. Disponível em: https://files. cercomp. ufg. br/weby/up/693/o/TR70. pdf. mec. gov. br%2Findex. php%3Foption%3Dcom_docman%26tATN3oDgCg&usg=AFQjCNFzYJFCwPc6bhQDLBSOVTcX8YtMHw&sig2=k2b Olv5xGzqzQ4gqhPKQcg. Acesso em: 07 out. Ministério de Educação, Secretaria de Educação Básica. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 1998. BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade: teoria e prática. php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/3121/342 Acesso em: 17 out. GORETTI, Amanda Cabral. A psicomotricidade. Disponível em: <http://webcache. googleusercontent.  Educação psicomotora: psicocinética na idade escolar. trad. Jeni Wolff. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. p. São Cristovão-SE. Disponível em: http://educonse. com. br/2012/eixo_10/PDF/5. pdf. A. Reflexões sobre a organização de práticas educativas no contexto da Educação Infantil.

Nuances: estudos sobre Educação. Presidente Prudente, n. v. Disponível em: <http://site. ufvjm. edu. br/revistamultidisciplinar/files/2011/09/Considera%C3%A7%C3%B5es-sobre-a-Psicomotricidade-na-Educa%C3%A7%C3%A3o-Infantil. pdf>. C. D. A sutil complexidade das práticas pedagógicas com bebês. In: MARTINS FILHO, A. J.

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