Brincadeiras na Educação Infantil

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

O objetivo geral é mostrar que a utilização de brincadeiras é uma prática importante para auxiliar o professor na tarefa de estimular o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças da Educação Infantil. Os objetivos específicos são analisar a importância das brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem; refletir o lúdico como ferramenta de aprendizagem; mostrar a importância da atuação do professor e do ambiente escolar como espaço para aprender brincando. Esse modo de ensinar e aprender torna prazeroso o processo de ensino-aprendizagem, beneficiando tanto estudante quanto professor. O resultado encontrado nas teorias é que o brincar contribui para uma aprendizagem prazerosa e significativa, por isso facilita a construção de conhecimentos. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, fundamentada por autores que abordam o assunto como, Bertoldo e Ruschel (2000) Jorge (2007) e Teixeira e Volpini (2014), entre outros.

A utilização do brincar na escola não é uma estratégia de ensino-aprendizagem nova e por essa razão seu potencial como instrumento para construir conhecimento possui bastante reconhecimento entre as áreas do saber. Por isso, faz-se necessário que eles sejam utilizados desde a Educação Infantil. O problema de estudo foi a necessidade de encontrar respostas para as perguntas: • Como as brincadeiras contribuem para o desenvolvimento significativo das crianças na Educação Infantil? • Como elas se sentem ao aprender brincando? Para responder a estes questionamentos foi preciso traçar os objetivos. O objetivo geral é mostrar que a utilização de brincadeiras é uma prática importante para auxiliar o professor na tarefa de estimular o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças da Educação Infantil. Os objetivos específicos são analisar a importância das brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem; refletir o lúdico como ferramenta de aprendizagem; mostrar a importância da atuação do professor e do ambiente escolar como espaço para aprender brincando.

Levando em conta essas considerações iniciais, este capítulo possui tópicos que abordam a Educação Infantil nos documentos em alguns documentos oficiais brasileiros, que dão respaldo ao ensino lúdico nesse nível de educação; discorre sobre o brincar na Educação Infantil; o brincar como método de ensino nessa etapa e sobre as contribuições do Lúdico na Educação Infantil. O tópico a seguir trata da Educação Infantil nos principais documentos oficiais do país. A Educação Infantil nos Principais Documentos Oficiais Brasileiros A Lei de Diretrizes e Bases (LDB), lei 9394/96 conceitua a educação infantil como a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), ao tratar da socialização da criança por meio da interação no seguinte trecho: A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Em relação às questões do brincar, a BNCC destaca a importância de: Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais (BRASIL, 2017, p. Além disso, consta na BNCC, a necessidade de o professor “refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a pluralidade de situações que promovam o desenvolvimento pleno das crianças’’ (BRASIL, 2017, p.

Desse modo, o docente tem a obrigação de propor atividades voltadas para experiências de movimento. De modo um geral, os documentos estudados enfatizam as experiências lúdicas e de movimento na educação escolar das crianças pequenas. Para um trabalho realmente efetivo, a BNCC, entre outros aspectos, destaca a necessidade da formação inicial e continuada adequada dos professores dessas crianças. Para Bettelheim (1984), a atividade lúdica não deve ser somene um passatempo, deve contribuir para a aprendizagem. A criança não brinca só por brincar, ao escolher um jogo ela tem algum motivo relacionado a processos íntimos, desejos, desafios, ansiedades e outros. O que determina a escolha da criança tem relação com o que se passa em sua mente. Brincar é a linguagem secreta da criança e ela deve ser respeitada, mesmo que o mediador não sua escolha.

O lúdico pode ser uma estratégia de ensino-aprendizagem e por essa razão, os professores precisam levar em conta que se trata de um objeto que pode ser apoio em suas práticas pedagógicas. A criança de hoje é aquela que faz mais questionamentos em relação as crianças de outras épocas. Assim, como explica Teixeira e Volpini (2014), no que diz respeito às crianças de antigamente: O importante era que as crianças crescessem rapidamente para participarem do trabalho e atividades dos adultos. A criança aprendia através da prática, e os trabalhos domésticos eram considerados uma forma comum de educação. Os colégios eram reservados a um pequeno número de clérigos. Foi entre os séculos XVI e XVII que a criança começa a ser percebida como um ser diferente dos adultos.

É fato que as crianças têm contato cada vez mais precoce com a escola, incluindo as creches. Diante disso, é importante ressaltar que, as creches também desenvolvem um importantíssimo papel na educação para as crianças com relação ao brincar. Assim, com relação às crianças que frequentam as creches, Teixeira e Volpini (2014) explicam que: As crianças que frequentam creches aprendem a compartilhar o espaço, os brinquedos e até mesmo os próprios sentimentos, nesta primeira etapa a educação não está voltada para conteúdo ou conhecimento formal, pois a educação infantil atua sobre a interação e a brincadeira, fazendo com que a criança aprenda a se relacionar com outras crianças, cria suas próprias experiências e passam a ter privacidade.

TEIXEIRA, VOLPINI, 2014, p. O pensamento de Vygotsky (1984) induz que a aprendizagem surge através do desenvolvimento de funções superiores, e esta, ocorre por meio da apropriação e internalização de signos que são adquiridos nas situações vivenciadas com o meio em que a criança está inserida. As características individuais dependem da interação do ser humano com o meio físico e social. Nesse processo, a criança passa por três fases de desenvolvimento. Segundo Vygotsky (1984, pág. • Nível de desenvolvimento real - é o nível que a criança está; • Nível de desenvolvimento potencial – é o nível que a criança pode alcançar com a ajuda de alguém; • Nível de desenvolvimento proximal – é a distância que existe entre os dois níveis e que deve ser propiciado pelas escolas.

Oliveira cita Vygotsky para dizer que “o desenvolvimento das crianças se dá de fora para dentro, ou seja, a criança é cópia do meio externo e as características individuais dependem da interação do ser humano com o meio físico e social” (OLIVEIRA, 2000, p. VYGOTSKY, 1984, p. Dentro dessas brincadeiras de faz-de-conta, a criança interioriza modelos que adquire na realidade, e esses modelos ajudam a construir conceitos sobre os temas abordados nas brincadeiras. A criança se comporta de uma forma mais avançada que a habitual de sua idade. Dessa forma, Almeida (2009) explica que o brincar nas escolas de educação infantil, apresenta como objetivo a função lúdica e educativa que se converge para a aprendizagem. Para que as brincadeiras alcancem os objetivos esperados, é preciso que o professor conheça quais habilidades são desenvolvidas por meio do brincar principalmente crianças que estão em fase de alfabetização.

Enfim, são muitos os fatores que podem contribuir para que o brincar nas escolas e creches não aconteçam. Além de ter um espaço adequado para a realização do Brincar dentro das escolas, Arantes e Barbosa (2017) dizem que é imprescindível que as instituições contem com bons profissionais e especialistas em Educação Infantil. Um bom profissional da educação seja ele infantil ou não, primeiro planeja suas aulas. Na educação infantil é muito mais cauteloso esse planejamento, ou pelo menos deveria ser. Não adianta ter um professor que não acredite que o brincar ajude no desenvolvimento da criança porque este não fará esforço algum para preparar uma aula lúdica e o que poderia ser prazeroso para as crianças e professor, passa a ser um trauma para as crianças.

Diante disso, para uma aula lúdica, o brincar pode ser feito de maneira bem simples. Santos (2002) ensina que o professor poderá optar pela dinâmica em sala de aula, poderá adotar números para que elabore uma brincadeira em que todos os educandos possam participar e aprender juntos a fazer a contagem dos números, fazer um jogo da memória com os números ou com palavras que façam sentido, sendo aqueles que as crianças utilizem no dia a dia e não sabem o que significa ao certo, dentre vários outras brincadeiras que podem ser desenvolvidas pelo docente de forma adaptável. Segundo, Jorge (2007), é importante que o professor durante a aula, fique atenta para cada criança e observe como está sendo executada a brincadeira e como a criança está lidando com a brincadeira, se está ou não com dificuldades para desenvolver as brincadeiras enfim, como está enfrentando o desafio imposto a ela.

Nesse tocante, para Arantes e Barbosa (2017), ao compreender o papel do lúdico na alfabetização é importante que o professor inclua na rotina do ambiente escolar os jogos e as atividades realizadas, em uma forma de exposição na sala de aula e nos corredores da esccola. Isso quer dizer que todos os momentos e ambientes da escola tanto na sala de aula quanto no pátio, devem ser momentos que favoreçam a ludicidade, tendo clareza sobre o seu papel e sua função. Muitos autores contemporâneos definem o lúdico como um estado de prazer, com razão própria de ser, contendo em si mesmo o seu objetivo. As crianças brincam por brincar, seu interesse vem de uma motivação interna de curiosidade e experimentação, podem se sujeitar às regras externas, mas jamais vão brincar sem desejo.

Trabalhar com a dimensão lúdica é muito mais do que brincar com as crianças é proporcionar espaços onde seus desejos e sentimentos, ou seja, sua afetividade, esteja presente. O que proporcionaria para a aprendizagem, um significado ainda maior. O ato de brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento e a educação de crianças pequenas. Dessa forma, o lúdico se constitui um momento de aprendizagem significativa para a criança, fazendo com que ela aprenda de forma prazerosa que somente a ludicidade proporcionar. Almeida (2009) diz que grande parte das escolas de ensino infantil tem inserido as atividades lúdicas como exercícios repetitivos, tornando assim o ensino em algo forçado e maçante. Ao citar sobre o lúdico para educadores tradicionalistas, eles associam a objetos coloridos, brinquedos e músicas ritmadas.

Arantes e Barbosa (2017) ressaltam que o lúdico vai muito além disso, pois há um universo em que a criança cria seu mundo de fantasia e encantamento. A atividade lúdica está ligada ao raciocínio, descoberta de si mesma, possibilidade a experimentar e criar experiências novas. a atividade lúdica tem um sentido muito amplo e abarca jogos, brinquedos e brincadeiras. Trabalhar com a dimensão lúdica é muito mais do que brincar com as crianças, é proporcionar espaços para que elas expressem seus desejos e sentimentos, que proporciona para a aprendizagem um significado ainda maior. O brincar oferece-nos a possibilidade de que nos tornemos mais humanos abrindo uma porta para sermos nós mesmos, poder expressar-nos, transformar-nos, curar, aprender, crescer. O brincar surge como oportunidade para o resgate dos nossos valores mais essenciais como seres humanos; como potencial na cura psíquica e física; como forma de comunicação entre iguais e entre várias gerações; como instrumento de desenvolvimento e ponte para a aprendizagem; como possibilidade de resgatar o patrimônio lúdico-cultural nos diferentes contextos econômicos FRIEDMANN (2003, p.

Ao brincar, a criança ultrapassa seus próprios limites, podendo conviver com os diferentes sentimentos que fazem parte de sua realidade interior, aceitando e conhecendo a existência do outro. Os objetivos específicos também foram cumpridos, pois houve a análise da importância das brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem. Houve a reflexão do lúdico como um recurso de aprendizagem e que para esse modo de ensinar dar certo, o professor precisa estar preparado para trabalhar com o lúdico em sua prática pedagógica em sala de aula e no ambiente escolar. Foi relevante realizar essa pesquisa, porque é muito importante tratar do ensino lúdico. Nesse contexto, o professor é o agente que garante os direitos das crianças, pois é ele que convive com as crianças na sala de aula.

Trata-se de um tema muito amplo que não foi esgotado com esse estudo e merece a realização de outras pesquisas. R. Adriana. BARBOSA, S. Jéssica Thaynara. O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Uma vida para seu filho – pais bons o bastante. Trad. Maura Sardinha e Maria Helena Geordane. Rio de Janeiro: Campus, 1989. BERTOLDO, Janice; RUSCHEL, Maria. p. BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para ensino fundamental. Brasília: MEC, 2010. BRASIL. edu. br/TNX/index. php?sid=266. Acesso em 30 março de 2020. Friedmann, Adriana Jogos tradicionais. br/download/teste/arqs/cp0 42227. pdf>. Acesso em 30 março de 2020. KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. edu. br/biblioteca/monografias/56200. pdf> Acesso em 30 março de 2020. MORATORI, Patrick Barbosa. Por que usar jogos educativos no processo ensino aprendizagem? 2003.

VOLPINI, Maria Neli. A importância do brincar no contexto da educação infantil: creche e pré-escola. Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, Bebedouro -SP. Acesso em 30 março de 2020. VYGOTSKY, L.

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