Prof Sociologia

Tipo de documento:Projeto

Área de estudo:Sociologia

Documento 1

Resumo do Capítulo Neste capítulo 4 da obra de Max Weber, organizada por Gabriel Cohn, encontraremos a discussão sobre os tipos de dominação e a organização do grupo de servidores relacionadas a esses tipos de dominação. Weber destaca a dominação legal, a dominação tradicional e a dominação carismática. OS TRÊS TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO LEGITIMA Nesse tópico Weber procura trabalha a questão da dominação, levando em consideração os elementos relacionados à obediência do súdito para com um soberano. Para Weber: “A dominação, ou seja, a probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato, pode fundar-se em diversos motivos de submissão”. Entre esses motivos de submissão estão: a) Motivações ou interesses utilitários; b) O costume; c) O afeto Mas o autor adverte que “a dominação que repousasse apenas nesses fundamentos seria relativamente instável”(Cohn, Gabriel, 2003, p.

A base do funcionamento técnico é a disciplina do serviço” (Cohn, Gabriel, 2003, p. Em relação ao tipo de organizações e instituições que correspondem ao tipo de dominação legal, Weber afirma que encontramos a estrutura moderna do Estado e dos municípios, mas também as empresas privadas, associações e uniões e também as associações políticas modernas. Embora, no que toca aos partidos políticos o autor fará certa ressalva. Essa ressalva não estará ligada à forma de organização, pois para Weber as atividades rotineiras de todas as organizações e instituições listadas acima estão ligadas à regra, ao contrato e se desenvolvem a partir da burocracia. A ressalva diz respeito aos altos cargos exercidos nos partidos que, para o autor, se relacionam à liderança carismática ou liderança proveniente das eleições.

Já o “quadro administrativo é formado por “servidores”. Obedece-se à pessoa em virtude de sua dignidade própria, santificada pela tradição: por fidelidade” (Cohn, Gabriel, 2003, p. Diferentemente da dominação legal (que se baseia no estatuto formulado), na dominação tradicional o “conteúdo das ordens está fixado pela tradição” (Cohn, Gabriel, 2003, p. É a tradição que garante a legitimidade do poder de quem domina. Logo a tradição não deve ser rompida porque colocaria o poder em questionamento. Estão investidos em seus cargos (de modo efetivo ou conforme a ficção de legitimidade) por privilégio ou concessão do senhor, ou possuem, em virtude de um negócio jurídico (compra, penhora ou arrendamento) um direito próprio do cargo, do qual não se pode despojá-los sem mais” (Cohn, Gabriel, 2003, p.

Esse tipo de administração ainda que limitada, é autônoma e possui sua própria autoridade (autocéfala). A base de sustentação dessa estrutura estamental são as relações reguladas pelos privilégios e pela renda. “O poder senhorial acha-se pois repartido entre o senhor e o quadro administrativo com título de propriedade e de privilégio, e esta divisão de poderes estamental imprime um caráter altamente estereotipado ao tipo de administração” (Cohn, Gabriel, 2003, pp. e 134). Logo, quando o carisma do líder entra em declínio, sua dominação declina também. Em relação ao quadro administrativo estabelecido pela dominação carismática, esse “é escolhido segundo carisma e vocação pessoais, e não devido à sua qualificação profissional (como o funcionário), à sua posição (como no quadro administrativo estamental) ou a sua dependência pessoal, de caráter domestico ou outro (como e o caso do quadro administrativo patriarcal).

Falta aqui o conceito racional de “competência”, assim como o estamental de “privilegio”. São exclusivamente determinantes da extensão da legitimidade do sequaz designado ou do apóstolo a missão do senhor e sua qualificação carismática pessoal” (Cohn, Gabriel, 2003, p. A administração, assim, não está presa à tradição ou à racionalidade das regras. Logo ligado à família; 5 – “por objetivação ritual do carisma, ou seja, na crença de que se trata de uma qualidade mágica transferível ou suscetível de ser produzida mediante uma determinada espécie. ” ação sacerdotal. Weber, finalizando, caracteriza a situação em que o líder carismático é escolhido, pelos súditos ou congregação, a partir da escolha. Neste contexto a legitimidade é dado pela escolha dos eleitores (legitimidade democrática).

Para Weber a diferença entre o líder eleito e o funcionário eleito é que o funcionário eleito se comportará como funcionário. Todos esses conceitos e as suas relações com os fenômenos apontados caracterizam nossa época em relação a outros tempos. Para os autores Weber expõe uma série de elementos que caracterizam a vida moderna e a sua interligação acarreta “uma espécie de ausência de sentido para a vida do homem “civilizado”, à medida que os valores são banidos da conduta humana” (Lima e Silva, 2009, pág. “A intelectualização, o desencamento e a secularização seriam faces e/ou desdobramentos da racionalização” (Lima e Silva, 2009, pág. Racionalização O conceito de racionalização está presente em várias obras de Max Weber.

Na sociologia weberiana a “racionalidade é entendida como uma coerência lógica com algum fim estabelecido presente na atividade humana, seja ela intelectual ou prática” (Lima e Silva, 2009, pág p. O desenvolvimento de ações racionais criam no paciente a crença de que pode encontrar na medicina a probabilidade de cura. Já o médico compartilha a crença de que a ciência médica oferece os melhores conhecimentos e técnicas para a solução de problemas. “A disponibilidade da técnica e do cálculo como meios para a ação social é o que Weber qualifica com intelectualização” (Lima e Silva, 2009, pág p. “Segundo a interpretação de Giddens (1998), a intelectualização representaria o aspecto positivo do processo de racionalização no Ocidente, e tem na ciência sua melhor expressão”.

Lima e Silva, 2009, pág p. Desencantamento do mundo e secularização O desencantamento do mundo e a secularização são dois conceitos que não devem ser entendidos como sinônimos (Pierucci). Mas esses dois conceitos estão relacionados à racionalização e ao afastamento da influência do mundo mágico sobre a vida cotidiana. Conforme Weber, o desencantamento do mundo representa o rompimento dos laços entre o mundo dos homens e o mundo dos deuses. Relação essa que era permeada, por um lado, pela magia e sobrenatural e, por outro, pela existência de um grupo específico que realizava a intermediação entre esses dois mundos: no caso o feiticeiro, o xamã, etc. O rompimento com o mundo da magia foi se estabelecendo a partir da cultura judaico-cristã e com o culto a um único deus.

” (Lima e Silva, 2009, pág. O desdobramento desse processo é a transformação do trabalho como vocação. Desse processo de racionalização se desenvolve, como desdobramento, a secularização. A secularização traz vários conflitos à medida que o abandono do mundo espiritual gera no indivíduo a necessidade de estabelecer o próprio sentido à vida. É o indivíduo que “elegerá seu deus ou seu demônio. Mas, é importante frisar que não é tão simples que o esclarecimento sobre as finalidades últimas da ação contribui para a conduta responsável do homem de ação (Lima e Silva, 2009, pág. Essa premissa serve principalmente para o político, que busca realizar uma combinação entre a ética de princípios e a ética de responsabilidades, visando a obtenção de resultados.

O papel da ciência de advertir sobre a racionalidade das ações se constitui em uma contribuição para a liberdade. Para Weber o desenvolvimento da vida moderna permitiu, por um lado, a libertação do indivíduo em relação ao mundo mágico-religioso, mas por outro lado, estabeleceu o seu aprisionamento em relação às forças impessoais do capitalismo e da burocracia.

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