PRÁTICAS EDUCATIVAS, ADOLESCÊNCIA E VIVÊNCIA NO ENSINO INTEGRADO

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Para isso, nos valemos da técnica de grupo focal aplicada a dois grupos de estudantes entre 14 e 16 anos pertencentes a cursos distintos. A partir das falas dos estudantes foi possível concluir que o conjunto da prática educativas vivenciadas pelos estudantes adolescentes exige da escola uma revisão de seu caráter socializador, apesar das várias potencialidades que o espaço escolar oferece aos mesmos. Palavras-chave: Adolescência - Vivência escolar - Ensino integrado - Projeto socializador ABSTRACT: This article is a debate program about adolescence and the school experience without integrated high school in a Federal Institute of Education, Science and Technology, specifically in the State of São Paulo. We seek what is a process of school development of adolescents entering integrated high school courses.

For this, we use the focus group technique applied to two groups of students between 14 and 16 years old belonging to different courses. Apesar das várias potencialidades que o espaço escolar analisado oferece aos mesmos, tal revisão se torna importante para repor a centralidade educativa na escola e seus sujeitos (ARROYO, 1999). Para situar o leitor, uma vez que a escola analisada se trata de uma unidade da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT)1 e a proposta pedagógica se centra no ensino integrado comentamos, de forma breve, a respeito da mesma, sobre o processo de expansão nacional que vem sofrendo nas últimas décadas e a consonância de seu projeto com o ensino integrado. Na segunda parte deste artigo, nos dispomos a debater sobre a relação da adolescência e vivência escolar propondo que as relações sociais ali estabelecidas e expostas nas falas dos adolescentes se processem considerando a pluralidade de dimensões na formação dos seres humanos, tal como o ensino integrado se compromete, e um projeto socializador que supere o imediatismo do mundo global e contemporâneo, repondo a centralidade na escola e em seus sujeitos.

Rede Federal, expansão e proposta do ensino integrado A Rede Federal vem sofrendo muitas mudanças nas últimas duas décadas. Em sua história centenária, a expansão substantiva nos anos de 2000 aponta para uma nova reengenharia da educação profissional brasileira (OTRANTO,2010), principalmente com a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs). define que o no desenvolvimento da sua ação acadêmica, os IFs garantam o mínimo de 50% de suas vagas para o ensino médio integrado no atendimento aos sujeitos do ensino fundamental regular e da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ainda, define que outros 20% se destinem aos cursos licenciatura, sobretudo nas áreas de ciências e matemática. A destinação dos 50% de suas vagas para o ensino médio integrado sinaliza o foco do projeto dos IFs e de sua ampliação, levando-nos a refletir sobre o signficado do ensino integrado.

Partindo de Ciavatta (2005, p. integrar significa tornar íntegro, inteiro. Consideramos a adolescência numa perspectiva histórico-social, onde os fatores da totalidade social incidem sobre o ser. Mas apesar de saber que há ‘adolescências’, pois os comportamentos e subjetividades são forjados pela cultura e história em que os sujeitos estão imersos, há também questões de caráter biológico e cognitivo que são próprias do desenvolvimento do ser humano e caracterizam a passagem para a adolescência de forma universal. Neste aspecto há mais consensos que dissensos. É uma fase fundamental da formação do indivíduo e onde a escola se faz presente em seu cotidiano por um longo tempo, acabando por assumir parte da responsabilidade de elevar o sujeito de uma situação de “heteronomia para uma autonomia relativa até atingir a autonomia propriamente dita, possibilitando assim o exercício de sua cidadania de forma ativa nos diferentes sistemas ecológicos em que convive” (SILVA, 2009, p.

A ideia de adolescência é construída socialmente e em tempos de crise dos padrões de sociabilidade, principalmente em função da crise de integração social, os mais jovens se tornam um problema sociológico. Uma escola apenas para os melhores. A linguagem, o professor, o jeito dele falar, ele tem o jeito próprio de falar com adolescentes,dependendo do período que ele está falando, porque tem professores que a gente não entende, por exemplo, tem professor que parece de faculdade, ele não tem aquela linguagem, o jeito de falar com adolescente, acho que isso interfere bastante” (Grupo B, discente B). “Tem umas aulas também que os professores são de faculdade, e eles acham que explicando do jeito que eles explicam para quem é de faculdade a gente entende, entendeu?” (Grupo A, discente F).

“Tem professor que vai só fazendo na lousa” (Grupo B, discente B). ”Passa três matérias no mesmo dia e acha que a gente aprende”(Grupo B, discente A) “Sério. “Ela procura fazer atividades que são de interesse de todo mundo. Grupo B, discente B). A escola é essencialmente um espaço coletivo e de múltiplas mediações. A mediação e a integração dos adultos com os mais jovens produzem o amadurecimento cognitivo, afetivo e psicológico destes últimos. A maturação do ser e a interação social têm relação de intimidade, daí a importância de compreender a importância das relações sociais e materiais na escola para o processo da existência humana de todo coletivo nela presente. Dar voz à sua vivência, repensar os processos pedagógicos.

Todo exercício da formação integrada deve ser, como indica Ciavatta (2005), uma experiência de democracia participativa e um lugar de preparação destes adolescentes e jovens para exercer sua autonomia e reproduzir condições de existência dignas. Em tempos de culto ao individualismo e aos interesses imediatistas da pós-modernidade é fundamental repensar as práticas educativas da escola. Professores , gestores e educandos precisam estar juntos na construção de um outro projeto socializador. Todo aprendizado se processa pelas relações sociais e para isso a construção de uma sociedade mais solidária, cooperativa e democrática se faz necessária para uma existência mais justa, igualitária e com promessa de futuro para os mais jovens. As relações sociais na esola e a formação do trabalhador.

In FERRETI, C et ali (orgs). Trabalho, formação e currículo: para onde vai a escola? São Paulo: Xamã, 1999, pp. BARDIN, L. Análise de conteúdo. gov. br/expansao-da-rede-federal>. Acesso em 18 de agosto de 2017. BRASIL. Decreto nº 2. br/legin/fed/decret/1997/decreto-2208-17-abril-1997445 067-norma-pe. html> Acesso em: 16 maio 2016. BRASIL. Lei 11. de 29 de dezembro de 2008. In: FRIGOTTO, G. et al. Orgs). Ensino médio integrado: concepções e contradições. São Paulo: Cortez,2005. A gênese do Decreto n. um debate no contexto controverso da democracia restrita. In: FRIGOTTO, G. et al. Orgs). São Paulo: Cortez, 2005. p. MINAYO, M. C. S. Disponível em: <http://www. ppge. ufpr. br/teses/M09_gamasilva. pdf.

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