POR OUTRA ICONOGRAFIA DA ESCRAVIDÃO

Tipo de documento:Trabalho Acadêmico

Área de estudo:Estatística

Documento 1

O MÁGICO PÓ DE ARROZ. ENCANTADORAS PALAVRAS PRETAS. AS RAINHAS DO AXÉ. PANTERAS NEGRAS. PRETAS DESATADORAS DE NÓS. Acordei um tanto confuso procurando a Nneka, nos últimos dias a mamãe esteve sempre por perto explicando a viagem que faríamos breve, estávamos naquele lugar estranho há muito tempo esperando o navio, sentia falta da minha casa, dos meus irmãos, não entendia ainda porque teríamos que viajar pelo mar e porque eu tinha que ficar preso ali até o navio chegar. Os homens que estavam cuidando da nossa viagem eram grosseiros, alguns deles eu já conhecia, eram da nossa tribo, mas agora se vestiam exatamente igual àqueles que chegam do outro lado do mar. A Nneka finalmente apareceu, estava com o mesmo olhar triste que a acompanhava nesses dias, a mamãe costuma cantar e sorrir todo o tempo, mas desde que soubemos que iríamos viajar ela tinha ficado assim.

Avisou-me que partiríamos a noitinha que eu deveria comer o restante do milho e beber água, pois durante a viagem seria mais difícil, eu deveria me preparar. A hora de partir chegou, entramos naquele navio imenso, fiquei fascinado com a proa, a grande âncora suspensa, a quantidade de pessoas que atravessariam o Atlântico conosco. DOM OBÁ) Estava correndo por ai, hoje o dia está lindo, brincando com meu amigo Chachá e, quando encontramos uns homens negros sendo levados para se alistarem no exército, aqui no Brasil estão obrigando algumas minorias a se alistarem, principalmente negros, pois está para começar uma guerra no Paraguai. Chachá, apesar de ser negro, não ver problema nisso nem na escravidão, ele tem uns pensamentos meio malucos às vezes.

Eu sou Obá, um garoto negro que sonha em um dia lutar a favor dos meus irmãos e, já faz um tempo que começou a guerra e agora eu tenho idade para me alistar. Decidi me alistar voluntariamente, Chachá diz que sou louco, ele prefere continuar lá no seu mundinho com suas ideias mirabolantes. Chachá agora foi alforriado, não é mais escravo. Eu o admiro. Já debatemos várias vezes acerca das causas abolicionistas, eu escrevo artigos em jornais da corte, lá eu defendo principalmente a monarquia brasileira e o combate ao trabalho escravo. Pedro me apoia nas minhas ideias abolicionistas. Hoje sou conhecido como o Príncipe Dom Obá II, referência para meus irmãos negros. Eu e meus amigos fazemos parte dessa história da luta abolicionista, eu e Pedro estamos do mesmo lado, mas, Chachá infelizmente não.

Não queria fingir ser alguém diferente do que eu sou inclusive porque não há nada errado em ser negro! Fomos jogar contra o time do América, um time que eu já joguei e quando percebi, a torcida americana me reconheceu e percebeu o tal pozinho mágico que nem era tão mágico assim. De repente, eu ouvi uma frase que a torcida gritava que me arrepiou todinho: “Pó de arroz. Pó de arroz!”. Nossa! Fui descoberto! ENCANTADORAS PALAVRAS PRETAS “A palavra é branca. A linguagem é branca. Já publiquei alguns contos e crônicas no jornal “O Vale Paraibano”, quando morava em São José dos Campos. Comecei a escrever e um tempo depois, veio meu primeiro livro, “Memória da Noite”. O meu livro foi considerado um marco da literatura negra paulistana.

Um sonho realizado. Agora não existiam mais somente livros com encantadoras palavras brancas, através do meu sonho, eu consegui fazer alguma diferença e provar que palavras não têm cores, elas têm alma! Ah! Eu sou Abelardo, e agora também existe um mundo mágico para se viajar, o mundo das Encantadoras Palavras Pretas, Brancas, Amarelas, enfim, um mundo colorido e infinito de imaginação e magia! AS RAINHAS DO AXÉ “Ela é a força da vida-morte-vida; é a incubadora. O principal lema do partido se baseia numa frase linda que, em minha opinião, é um lema divino, “um amor infinito pelas pessoas”. Por causa da corrupção de alguns policiais que insistem em nos torturar apenas por sermos negros, e de vários outros tipos de racismo, os dois com uma atitude heroica e corajosa resolveram enfrentar as injustiças existentes contra os negros.

Pela primeira vez que eu, Jamal, me reconheci em alguém e me vejo como um garoto lindo, eles me ensinaram que nós negros somos lindos, com nossos cabelos afros, nossas boinas e jaquetas de couro e eles não só falam, eles provam que a raça negra é linda através de atitudes e eu descobri uma beleza única e hoje somos “convencidos” mesmo da nossa beleza. O Partido dos Panteras Negras lutam não só pela liberdade dos negros, como também por direito à educação, habitação, emprego e bem-estar. Infelizmente nem todos veem com bons olhos o movimento de Huey e Bobby e acabou acontecendo vários conflitos principalmente com a polícia o que gerou diversos problemas. Ao pesquisar na história descobri inúmeras mulheres que lutaram contra a discriminação e pela liberdade de seu povo.

Decidi então falar sobre três mulheres que foram uma referência nessa luta no seu tempo, verdadeiras “desatadoras de nós”! Primeiramente vou falar da grande Harriet Tubman, também conhecida como “Black Moses”. Acredita que ela fugiu da fazenda onde era escrava e depois liderou treze missões para resgatar setenta escravos? Pois é, incrível! Ela enfrentou a noite e seus perigos para libertar os seus, em segredo, e nunca deixava ninguém para trás. Quando chegava a um local seguro, amparava esses escravos e os ajudavam a conseguir um emprego. Trabalhou no exército e foi até espiã, onde numa expedição de guerra, sendo a primeira mulher a liderar uma expedição, libertou setecentos escravos. Minha vó é minha heroína. Antes de vir para o quilombo dos Palmares, ela liderou um exército de 10.

homens que lutou pelo seu povo, mas foi derrotada e vendida como escrava. Ela sofreu muito, homens muito maus a machucaram e ela foi vendida como escrava reprodutora porque ela era vista como uma mulher forte então, queriam que ela tivesse filhos fortes como ela para serem vendidos como escravos. Um dia, cansada de sofrer e ouvindo histórias de um tal reino dos Palmares, ela liderou uma rebelião para destruir a Casa Grande de onde ela era escrava e fugiu, levando com ela mais 200 escravos. Chica era muito inteligente e se destacou na sociedade da época, sendo reconhecida dentre as pessoas mais nobres. Seu amor com João Fernandes era reconhecido por ser duradouro, forte, rela e intenso. Um dia, após muitos anos, João precisou voltar para Portugal para tomar posse da herança deixada por seu pai.

João levou seus quatro filhos homens que estudaram em ótimas faculdades e foram reconhecidos como parte da nobreza. Chica ficou no Brasil e se emprenhou com grande amor e dedicação à educação de suas filhas, colocando elas na melhor escola de mulheres da época, onde elas foram educadas e aprenderam a ler e escrever, tricotar e música. Passou-se algum tempo depois daquele dia em que fui escolhida como Iyálorixá e ontem aconteceu algo que não esperávamos, minha dinda se foi, não está mais entre nós. Acabou de terminar o ritual pela sua morte e ainda sou muito nova para assumir seu posto. Mainha assumirá no meu lugar até eu alcançar a idade de poder assumir esse posto. Estou assustada e com medo.

Os anos se passaram e minha família me diz que tenho que servir. Acabei de voltar da selva, fui enviada mais um grupo de recrutas como eu, para passarmos dez dias em plena savana sem comida e água, apenas com nossos facões. Voltamos com mais vontade lutar e defender nosso povo. Apesar de serem treinos bem pesados e rigorosos, são de certa forma divertidos, temos de que superar a nós mesmos todos os dias e nos tornamos uma grande família. As N’Nonmiton vem de uma longa história de vitórias e conquistaram respeito tanto no meio do nosso povo quanto no meio dos inimigos. Muitos desistem da batalha quando descobrem que terão que enfrentar as Amazonas de Daomé. Depois de um tempo, papai e mamãe decidiram ficar porque ouviram que muitos dos “ex-escravos” agora estão abandonados à própria sorte, sem trabalho, sem ter aonde morar, passando fome, enfim, apesar da abolição, não receberam nenhum suporte para poderem ser livres de verdade, simplesmente por serem negros.

Como disse meu pai: “A escravidão acabou, mas o preconceito não!”. Espero que um dia essa liberdade seja real e não apenas um ideal fragmentado, que só atenda a uma parte dos direitos dos negros. O ÚLTIMO CONTO PARA A LIBERDADE “Nós não somos o que gostaríamos de ser. Nós não somos o que ainda iremos ser.

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